terça-feira, 20 de setembro de 2011

O ócio enobrece o homem

Caro(a) leitor(a) se estou escrevendo agora é porque me restou um tempo (na verdade não me restou, eu deveria estar dormindo para acordar, cedo, mas deixa estar, isso não vem ao caso) e tempo é algo precioso, não estou dizendo com isso que tempo é dinheiro como afirmam os ingleses e norte-americanos. Tempo é vida, e uma vida sem tempo não é vida é robotização.

Sinto que desde que comecei a trabalhar em dois cargos como professor, que minha qualidade intelectual caiu muito, pois não tenho mais o mesmo ritmo de leitura que tinha nos anos anteriores. Não tenho um tempo para mim, não tenho tempo de ir ao cinema, não tenho tempo para estar comigo mesmo, e se tivesse namorando, não sei como encontraria tempo para a mulher amada, sim, até para amar é preciso tempo, pois ninguém ama aquele(a) que não conhece.

Para escrever é preciso ter tempo e para escrever bem é preciso bem ler e como ler bem sem tempo? É triste não? Tive que fazer uma escolha, ou melhorava minha renda a fim de melhorar minha vida ou me dedicaria ao estudo e seria um indigente ou algo parecido. Optei por ter melhores condições de vida e com isso perdi muito no terreno intelectual, já não poso ler o tanto quanto quero, já não posso conversar e debater com os amigos sobre filosofia e literatura, restando-me apenas tempo para exercer meu ofício de professor.

Quem trabalha demais não tem tempo para pensar e aí outros acabam pensando por aqueles que não dispõem de tempo para pensar.

É do ócio que nasce a arte, a filosofia, a pesquisa, enfim todas as coisas que o homem cria para seu próprio bem.

5 comentários:

quandoescrevo disse...

Contempladíssima nestas palavras!

quandoescrevo disse...

Contempladíssima em suas palavras... estive dois horários também, suportei por 3 meses...

quandoescrevo disse...

Contempladíssima em suas palavras. Estive vivendo isso até umas duas semanas atras... estava em dois horários e não suportei mais! Anulamo-nos, robotizamo-nos. VIVA O ÓCIO.

J.L.Tejo disse...

Excelente depoimento, Fernando.

Ainda está longe o tempo, o do comunismo, quando poderemos, conforme diz Marx, ser "pescadores de manhã, pastores de tarde e críticos literários à noite"- a nosso bel-prazer.

Professora Lu disse...

Com certeza... meu tempo para ler basicamente é no ônibus, nessas horas agradeço por não ter carro!
Esse ano meu tempo está curtíssimo, acho que meu dia tem apenas 12 horas!!!
E VIVA O ÓCIO!