domingo, 4 de setembro de 2011

O anarquismo de Émile Henry



Émile Henry foi um anarquista e terrorista francês (1872-1894) que acreditava no espontaneísmo e em atos terroristas espalhados por indivíduos.
Émile Henry disse que se tornou terrorista porque após o atentado promovido por  August Vaillant.os anarquistas foram perseguidos indistintamente e de acordo com suas palavras:

"Eu acabara de voltar a Paris na época do caso Vallant e fora testemunha da terrível repressão que se seguiu à explosão no palácio Bourbon. Vi as medidas draconianas que o governo decidiu tomar contra os anarquistas. Havia espiões, buscas e prisões por toda parte. Um grupo de indivíduos detidos indiscriminadamente, arrancados de seus lares e jogados nas prisões. Ninguém se preocupou em saber o que aconteceria às suas esposas e filhos enquanto esses camaradas permanecessem confinados. O anarquista já não era mais considerado um ser humano, mas uma besta selvagem que devia ser caçada sem tréguas enquanto a imprensa burguesa, escrava da autoridade, exigia em altas vozes que todos eles fossem eliminados. Ao mesmo tempo, panfletos e papéis libertários eram confiscados e aboliu-se o direito de reunião. Pior do que isso: quando parecia aconselhável livrar-se de um camarada, um informante deixava no seu quarto um pacote que, segundo ele, continha tanino; no dia seguinte procedia-se a uma busca com um mandado de busca datado do dia anterior e encontrava-se uma caixa com um pó suspeito...".

Li ainda há pouco a defesa na íntegra de Émile Henry das razões que o levaram a cometer o atentado ao Hotel Terminus. Em seu discurso afirmou que mulheres trabalham muito nas indústrias para garantir um pedação de pão, são pálidas e podem considerar-se como mulheres de sorte caso não precisem se prostituir. Que a burguesia mata indistintamente crianças de fome todos os dias. Assim como eles matam inocentes, assim como eles perseguem e matam homens justos sem discriminar, ele se achava no pleno direito de matar os inimigos dos pobres, porque dentro da burguesia não há inocentes sejam homens, mulheres e mesmo crianças.

Émile Henry disse que tinha se tornado revolucionário apenas cerca de três anos e foi levado a isso observando a sociedade hipócrita e exploradora do homem e que nesse tempo tinha se tornado materialista e ateu. Ponto importante este, porque muitos ateus dizem que o ateísmo liberta o homem, que o ateísmo não produz fanáticos, que os ateus tem ética, etc... Permito-me fazer esta digressão porque os ateus adoram acusar os cristãos de serem fanáticos, loucos, assassinos e outras coisas mais. É evidente que se os ateus lerem isso dirão: "Mas ele era anarquista". Nem todo ateu é anarquista - dirá meu opositor - ao que replico nem todo cristão é fanático e não foi um anarquista cristão como Tolstói que fez atentados mas um homem descrente de tudo.

Falemos agora dos erros de Émile Henry:
1º Não existe revolução individualista, espontaneísta e organizada. Não é com bombas feitas por particulares que se destruirá o regime capitalista, pelo contrário fortalecerá esse mesmo regime, pois todo terrorismo é condenável por se matar inocentes e esses fatos contribuirão para que as classes médias A e B se unirão a burguesia;

2º Dizer que crianças e mulheres de burgueses são tão culpados quantos os burgueses é uma estupidez que nem merece comentários;

3º  O anarquista supracitado disse que estava com ódio, então seu motivo não foi a justiça e sim a vingança, não foi transformar a sociedade. Pois quem deseja transformar a sociedade não vive de pequenos atentados e sem ligações com outras pessoas ou grupos.

Enfim Émile Henry teve a morte que mereceu, (embora eu seja contra a pena capital) plantou, colheu. Viveu uma vida inútil e sem significado, não fez nada de bom, não transformou a sociedade. Seus atos não resultaram em nenhuma mudança para melhor.

Condeno e rechaço esse tipo de anarquia voluntariosa e sem princípios, pois ser sem governo não significa ser sem ética. Sou a favor da defesa, sempre. Jamais ferir civis, coisa que esses anarquistas estúpidos não fizeram e em vez de prestarem serviço à anarquia, prestaram um "belo" serviço à burguesia.

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