sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Cognição e afetividade
Em minha prática docente procuro sempre ser amigo dos alunos, me preocupar com eles, e mesmo brincar, quando há oportunidades. Quero que meus alunos vejam em mim um amigo para auxiliá-los e não um carrasco. Aprendi com Henri Wallon que a cognição está intimamente ligada à afetividade. Bem sei que alunos com péssimo desempenho escolar não poucas vezes são maltratados em casa e na escola pelos professores com gritos e xingamentos. Já escrevi um artigo sobre a importância da afetividade no processo de aprendizagem.
Li agora há pouco um artigo do Instituto Ciência Hoje sobre cognição e afetividade: Matemática dos afetos, dissertação de mestrado da professora Rosemeri Vieira Dittrich. Ela postula que professores agressivos e distante dos alunos terão dificuldade em fazer com que os alunos aprendam, posto que os alunos identificam a matéria com o professor, isto é, se o professor é "legal", a matéria também é "legal"; mas se o professor é chato, então a matéria é chata também.
É uma pena que os professores não entendam isso, a verdade, a cruel verdade, é que a maioria dos professores quer apenas ganhar o seu dinheiro e pronto. Para esses professores dos quais acabei de falar linhas acima alunos são clientes e não pessoas, então não há nenhum sentimento do professor por seus alunos e vice-versa e sendo assim a aprendizagem será prejudicada.
Professores e demais pessoas de boa vontade lutemos por uma pedagogia do afeto, somente assim teremos alunos brilhantes.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Ciência e religião
A ciência tem por missão explicar o que é o universo e como este funciona e a religião tem por fim responder a questões insolúveis: Quem é Deus? Existe imortalidade da alma? Enfim a religião lida com a metafísica.
Nem todos os cientistas são ateus nem confundem ciência com ateísmo, da mesma forma que nem todo teísta é fundamentalista. Há um cientista brasileiro que admiro muito por sua postura equilibrada, esse cientista tenta dialogar com a religião, mostrando que a ciência não é inimiga da religião como querem alguns desavisados. O nome do cientista em questão é Marcelo Gleiser, colunista da Folha de São Paulo e autor dos livros: "A Dança do Universo", "O fim da Terra e do céu" e "Criação Imperfeita" entre outros.
Escrevendo sobre Galileu Galilei, Gleiser nos mostra um cientista teísta: "Galileu criticou os teólogos católicos, dizendo que a função da Bíblia não é explicar os movimentos dos planetas mas como obter a salvação eterna. ("Não é explicar como os céus vão, mas como se vai para o céu.")*
Que diferença de certos cientistas que fazem da ciência uma muleta para defender o ateísmo... Quando um cientista nega a imortalidade da alma e/ou a existência de Deus, ele já não faz ciência, mas metafísica, porque vai além daquilo que podem as percepções e o empirismo. Negar a existência de Deus, por exemplo, não é uma atividade científica, mas uma atividade metafísica como a de qualquer teísta. Os únicos que mantém a postura científica são os agnósticos que dizem não saber acerca de tais questões, porque escapam do mundo físico.
Segundo Gleiser: "A adoção de uma postura menos ortodoxa permite uma visão de mundo menos radical, onde a religião e a ciência podem viver em harmonia, cada uma cumprindo sua missão social. O conflito entre as duas não é, de forma alguma, necessário. Basta saber distinguir o que uma ou outra pode e não pode fazer. Isso serve também aos cientistas, em especial aos que têm atitudes ortodoxas contra a religião".*
O cientista colunista da Folha de São Paulo nos mostra claramente que ambos os conhecimentos tem seus campos de trabalho e uma não precisa interferir no campo alheio, como querem e fazem certos cientistas, confundindo o público leigo através de uma verborragia com roupagens científicas.
"A função da ciência - escreve Gleiser - não é tirar Deus das pessoas. É oferecer uma descrição do mundo natural cada vez mais completo, baseada em experimentos e observações que podem ser repetidos ou ao menos contrastados por vários grupos. Com isso, a ciência contribui para aliviar o sofrimento humano, seja ele material ou de caráter metafísico".*
Muitos religiosos acabam por detestar a ciência porque certos cientistas se apresentam como donos da verdade. Se há ciência não pode haver religião; E onde há religião não há espaço para a ciência.
Marcelo Gleiser conclui de forma magistral: "A conciliação entre ciência e religião só ocorrerá quando ficar claro o papel social de cada uma. Negar uma ou outra é ignorar que o homem é tanto um ser espiritual quanto racional".*
* Folha de São Paulo - Caderno Mais! - São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006.
Carta ao Dr Félix ou considerações em torno da metafísica e do ateísmo
Quando eu era moço preocupava-me com a essencialidade e com a existência do Ser em si mesma, pretendendo descobrir evidências a seu respeito e demonstra-la.
Confortável seria mergulhar no fideísmo crasso dos Kantianos e neo cristãos, inspirados em Ockham e Lutero. Decretar os límites da razão, da deducão ou da inferência lógica e banir a metafísica para o terreno da fábula.
Sei porem que, ao contrário do que dizem os fanfarrões, tanto Nietzsche - o Anticristo - quanto o vínculo por ele revelado entre Lutero - o primeiro grande adversário não só da herança racional que nos foi transmitida pelos antigos gregos - são de teu conhecimento. Pena que o pensador de Sils Marie esqueceu-se de traçar sua própria árvore genealógica prenhe de teólogos luteranos, solifideistas e completamente céticos quanto aos ditames da razão...
Porque carguas dágua devemos supor que Nietzsche tenha herdado toda sua bagagem cética, subjetivista e relativista a Pirro, Enesidemo, Sexto... fazendo-a remontar até os antigos sofistas brilhantemente esmagados por Sócrates e seus pupilos (em especial o imortal Estagirita) se o espectro do bárbaro e truculento Lutero esta tão próximo de sí quanto de Kant? Por trás de ambos esta Lutero tentanto proteger sua fé luterana face as exigências da racionalidade humana.
Foi Nietzsche - e não o embiocado Tomás de Aquino ou o 'ortodoxo' Trendelenburg - e antes dele aquele crítico tão fino chamado Schopenhauer, que classificaram os alemães como bárbaros e sua filosofia como tosca... Nietzsche por sinal foi muito mais além e desmascarou-a por completo mostrando-a como ela é: filha da sacristia luterana... cuspida e escarrada por seus pastores solifideistas com fins meramente apologéticos (vindicar a incoerência interna do luteranismo).
E no entanto estava reservando ao ex papólico - e filosofo portátil de Adoph Hitler - M. Heidegger, a suprema glória de ter cindido em dois o mar vermelho da racionalidade e conduzido os novos israelitas a Canaã da obscuridade plena libertando-os da escravidão racionalista/metafísica inaugurada por aqueles mesmos gregos imbecis que nos legaram o método científico...
Assim Heidegger pôde apresentar-se a sí mesmo como o redentor do homem quanto a sua compulsão ou obcessão metafísica. Beneficiou amplamente a todos os acomodados e imbecis que até então mantinham-se prudentemente afastados dos conceitos, franqueou o pórtico as massas analfabéticas e vulgares e reconheceu que tinham plena razão quando - por não compreenderem as sublimidades do pensamento - alegavam que os discursos forjados por Aristóteles - a semelhança de bolhas de sabão - não representavam absolutamente nada... Foi exatamente assim, prostituindo o pensamento, que Heidegger tornou-se o Cristo da dita filosofia contemporânea...
De fato o garçon de Kant e Nitzsche libertou o homem do estudo, da seriedade e da técnica embora seus críticos aleguem que produziu um novo vocabulário tão ou mais obscuro que o de Heráclito 'o obscuro'... Os próprios acadêmicos por não terem logrado penetrar a vacuidade de seu aparato técnico sustentam sua largueza e profundidade: Heidegger é o cara... Vejam quantas palavras bonitas e parágrafos labirinticos... Deve dizer muito coisa... Mas o que será que ele diz??? Kant ao menos puderá apropriar-se de parte do vocabulário fornecido por Aristóteles, pois era um homem verdadeiramente capaz em que pesem as veleidades luteranas as quais, desde a juventude, havia jurado fidelidade...
Hoje qualquer nulidade pode erguer a cabeça e exclamar tão dogmaticamente quanto os pastores pentecostais a respeito dos milagres: Não preciso examinar ontologia ou metafísica, não preciso estuda-las ou conhece-las pois Kant, Nietzsche e sobretudo Heidegger (há o grande Heidegger) já deram cabo delas... Sabemos tudo ou melhor sabemos que nada podemos saber pois fomos sabiamente informados pela Trindade teutônica...
No entanto era e é impossível por em dúvida a dedução lógica e as inferências racionais, ou seja, limitar ao máximo a esfera da racionalidade - como queriam Hume, Locke, Kant, Comte e Huxley - sem que, a longo prazo, a razão em sí mesma fosse atingida. Assim de um meio ceticismo - metafísico - bastante refinado, mas não desesperador; o homem descambou e tem descambado no ceticismo completo ou epistemológico. A simples probabilidade - deixada em aberto pelos agnósticos - de que exista uma Consciência Suprema para além de toda experiência sensorial imediata... a simples possibilidade de uma dúvida prudente como aquela que tem sido postulada pelos citados pensadores (os quais jamais professaram o ateismo) fez com que a metafísica fosse sorrateiramente reconstruida as avessas, sob a forma dissimulada do ateismo.
É por isso que os ateus mais espertos - ou mais ingênuos - afirmam-se simultaneamente como agnóstas.
Aberração das aberrações, pois Hume, Kant, Comte, Huxley e todos os patriarcas do agnosticismo afirmam que o agnóstico é aquele que se recusa a ultrapassar a experiência imediatamente sensível colhida pelos sentidos, e que tudo quanto esteja para além dela é obscuro e impenetrável.
Querem dizer com isto que o aparelho cognitivo humano é inapto e incapaz de exarar qualquer juizo seguro sobre uma causa primordial do universo, SEJA POSITIVO OU NEGATIVO, e que o ateismo - ultrassando a fronteira da percepção sensorial - é tão metafisico quanto o teismo.
Tão metafísico porque constrói um juizo ou uma predicação negativa julgando saber com toda certeza o que é impossivel de ser seguramente sabido, a saber a inexistência de Deus... afinal agnosticismo é suspensão de juizo ou predicamento, isto é um estado de dúvida, incerteza ou insegurança enquanto o ateísmo, tal e qual o teísmo é uma predicação segura de si e com a pretenssão de estar correta.
O ateísmo, como o teísmo, pretende estabelecer uma VERDADE segura e certa, que esta para além da esfera limitada em que existem e para a qual existem nossos sentidos e são coletadas nossas percepções. Ele não é empírico.
Ele não é material. Não posso pesa-lo, medi-lo, quantifica-lo... experimênta-lo, percebe-lo, entrar em contado direto com ele. Trata-se portanto de uma idéia ou teoria sobre o que não se percebe ou vê, partindo do suposto - jamais verificado - que percebemos tudo quanto existe e que nada existe fora de nossas percepções. No entanto essa idéia de que somos capazes de perceber e de esgotar a realidade existente não passa de uma suposição ou fé, ou seja de uma constantação ou formulação racional. Não é empírico
Esta fora da matéria e da materialidade e por isto, em epistemologia clássica, ateismo é metafísica, a metafisica do não ser, e não um agnosticismo.
O agnóstico não se define antes foge ao problema do Ser e da causação primordial, afirmando a incapacidade humana para deslinda-lo...
Se o agnósta sente-se confortável em sua posição. Se tendo examinado criticamente a metafísica - pois a filosofia é um perpétuo exame crítico e não petições a autoridade da nova Trindade teutônica - julgou vãos os seus fundamentos e inconsistentes suas alegações, satisfazendo destarte suas exigências e aspirações pessoais, não temos porque polemizar com ele...
Aquele que entra no terreno da metafísica, no entanto, deve saber muito bem onde está pisando e dominar ao menos seus conceitos mais elementares. O grande problema da metafísica é que sua esfera ou campo é a da razão mais ou menos pura e de certa forma desvinculada - mas não de todo - da experiência sensorial. Assim se alargou o caminho aberto pelos agnóstas pois quando entraram na senda da metafisica desejando vindicar a inexistência do ser, nossos ateus logo perceberam algo que seus predecessores, tanto mais levianos, não haviam percebido ou desenvolvido: o conteúdo irracional, lógico ou dedutivo que existe em todo aparato científico... alguém descobriu que a existência de uma ciência ou de um conhecimento puramente empírico ou sensorial é impossivel, e que entre o conhecimento obtido e a experiência colhida há uma mediação necessária exercida pelo monstro da razão pura, e que é esse dragão que formula todos os nossos conceitos. Entre uma determinada lei concebida e codificada pelo intelecto após ser percebida e a lei em sí mesma há uma grande diferença.
Então - como intuito de se livrarem de qualquer possível alegação probabilística a respeito de Deus - percebeu-se a necessidade de se questionar, como elaboração meramente subjetiva, toda casta de conhecimentos obtidos pelo homem ou seja o cárater objetivo da produção científica mesma. Como a ciência dava por certo - e Hawking reconhece que é perfeitamente válido para o macrocosmo - a existência de relações constantes entre os fenômenos demoninadas como leis, inferia-se muito naturalmente a existência de um legislador e mantenedor inteligente... afinal a constância, ao contrário do caos, exige uma explicação. Eis porque os profetas do ateismo acabam apelando já ao CAOS absoluto (teoria classificada como fantasiosa por Gleiser), já ao subjetivismo, já a um ceticismo pleno para muito além do ceticismo tímido e limitado dos agnóstas. (que fazendo um deus da ciência - e dando vezo a fé cientificista - repudiavam apenas e tão somente as lucubrações metafísicas.)
Então para que servem todos esses livros de ciência repletos de alusões a uma lei natural? Segundo os céticos inveterados para enganar as pessoas...
Doravante o ateu já não se contenta em apresentar-se como agnósta. ATEUS HÁ que se apresentam como céticos completos ou relativistas, retornando a sopa alemã de Nietzsche...
Clamoroso sofima: afirmam-se como agnóstas, exercem metafísica, afirmam a impossibilidade do conhecimento e sustentam como dado absolutamente certo e indubitável a inexistência de Deus? Algum gênio pode me explicar isto em termos de epistemologia... Afinal como sei e não sei o que esta para além de minha percepção? Como posso estar isento de toda certeza e certo de que tudo se restringe a matéria e que Deus não existe? Como posso ter certeza de minha dúvida ou dúvidar se tenho certeza???
Como podem ser céticos, regeitando todo ofício racional e toda certeza e ao mesmo tempo pontificar dogmaticamente sobre a inexistência do Ser??? Como podem dúvidar de nossas percepções e preservar a dignidade da mesma ciência a qual frequentemente recorrem contra o teísmo??? Se o ceticismo é pleno de que vale o testemunho da ciência??? Se é limitado ao que esta para além da percepção imediata como posso saber que Deus não existe?
Reduzem tudo a uma questão de fé: tanto a metafísica quanto a experiência e a construção científica e a única certeza que asseveram a seus adeptos fanáticos é a inexistência de uma consciência universal que esta para além da esfera de seus sentidos... Eles podem ter certeza sobre o que não podem perceber enquanto censuram os religiosos por exercerem a fé e lançam a metafísica as urtigas.... ACASO NÃO TEEM RAZÃO O AGNÓSTICO SINCERO AO INDAGAR NO QUE UMA FÉ - a ateística - É SUPERIOR A OUTRA???
Coisa triste ver esses demagogos sacrificando aquilo que - como foi dito por aquele ateu honesto chamado Lênin - há de mais seguro e certo na vida: a percepção e o raciocínio, com o objetivo de se verem livres do Ser... eles não percebem - Lutero no entanto pode percebe-lo - que destarte fabricam para os religiosos fanáticos a arma mais afiada de que se servem: O SOLIFIDEISMO. Doravante qualquer sectário protestante ou maometano poderá lançar-lhes em face: duvido de vossa ciência, creio em Moisés, Maóme ou Lutero... não acredito em minhas percepções, não acredito no testemunho da razão... não acredito em nada além do livro e ponto final...
E sequer poderiamos apontar para as bobagens contidas no Antigo Testamento, partindo do suposto que nossos próprios conhecimentos não passam de mera construção subjetiva. FOI APELANDO A ESTE AXIOMA DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA, QUE UMA CHARLATÃ, UMA VISIONÁRIA, UMA TONTA, CONSEGUIU APRESENTAR A BANCADA DA SORBONNA UMA TÉSE SOBRE A CIENTIFICIDADE DA ASTROLOGIA!!! AFINAL SE NÃO HÁ CIÊNCIA ENQUANTO FORMULAÇÃO RACIONAL PAUTADA NA OBSERVAÇÃO DE LEIS UNIVERSALMENTE VÁLIDAS E VERDADEIRAS, TUDO É CIÊNCIA...
E no entanto a admissão do papel da razão na formulação do conhecimento e da existência objetiva de uma constância presente no universo, abrem portas a velha metafísica teísta e põe a metafisica capenga do ateismo entre a cruz e a caldeirinha ou seja frente a um dilema insuperável.
Eis o preço que nos cobra o ateísmo: para todo ceticismo profano há sempre em contrapartida um ceticismo fideista. Se o primeiro nega o valor da metafísica ou do conhecimento científico como um todo... o segundo, reproduzindo o discurso, mergulha cegamente - sem examinar ou pesar as evidências - no bojo de qualquer fé. Ai da fé cega, bárbara e desprovida de teologia...
Lutero já havia apostado nessa contrapartida da fé cega, face a teologia romana e a metafísica.
Eis porque sacrificadas a teologia, a metafísica e a própria ciência aos pés das fúrias alemãs evocadas e alimentadas por Lutero, nossa sociedade divide-se cada vez mais em dois grupos extremistas: o dos ateus nihilistas (que regeitam toda e qualquer possibilidade ética e o humanismo) e a dos fundamentalistas fanáticos com seu deus antropomórfico e intervencionista.
E se atacam e fortalecem na mesma medida... pois enquanto alguns ateus metalmente abalados por algum choque passam ao jugo do primeiro pastor analfabeto ou profeta itinerante; alguns dos crentes mais fanáticos, captando - como eu mesmo captei - os truques, as armações e os golpes dos pastores, descambam instantaneamente no ateismo mais vulgar e grosseiro. Boa parte daqueles que compõe as fileiras do ateismo são ex companheiros meus saidos das hostes do solifideismo protestante. Neste caso o sentimento de indignação e revolta frente a religiosidade manipulada e os consequentes abusos, manifesta-se irracionalmente sob a forma do ateísmo...
Se Deus permite que a religião seja profanada de modo tão canalha justamente por aqueles que deveriam ser os primeiros a vindica-la, ele certamente inexiste...
Grosso modo, o ateu é sempre alguém que esperava um milagres que jamais aconteceu. Ele é quase sempre alguém incapaz de conceber um Deus que não realize milagres e intervenções nos termos dos sectários. Assim seu ateismo alimenta-se das concepções mais chãs, miseráveis, rudes, esfarrapadas e primitivas sobre o ser... afinal esse ser antropomórfico e miraculoso que eles negam inexiste de fato.
Ao menos parte dos ateus foi suficientemente inteligente para perceber que o deus da plebe, das massas, da fábula... não existe. No entanto foram incapazes de compreender o DEUS de Aristóteles, Spinoza ou Hegel e esta é sua grande tragédia... O ateu não teme ao deus do Velho testamento, dos padres e dos pastores, sabendo-o um espantalho e promovendo-se graças a ele...
Dawkins em diversas ocasiões deixou bem claro o quanto teme as idéias tanto mais avançadas e depuradas de Deus, como a de Jesus Cristo, do espiritismo, da alta teologia liberal, dos metafisicos naturalistas e principalmente a de Aristóteles, Spinoza, Hegel e Einstein... eis porque preferem passar a largo e bater-se contra os findamentalistas e criacionistas imbecis.
Caro Félix, na mesma medida em que o ateismo se alimenta do solifideismo e o solifideismo do ateismo o fanatismo pervalece em ambos os lados. Há uma troca entre ambos os lados.
Eles jamais lograrão examinar a questão com a serenidade dos agnóstas ou dos metafisicos teistas e panteistas...
Será este o único laço que une esses dois extremos tão próximos da negação e da superstição?
Não, não é...
Envolvendo os ateus - exceto os marxistas ou comunistas que são tributários de princípios e valores legados pela religião (em especial pelo Cristianismo Católico) - e fundamentalistas existe um laço abominavelmente monstruoso (E que como veremos pode ser apresentado já como evidência a favor do teismo, já como evidência contrário ao éthos religioso protestante.). Refiro-me a posição dos filhos do não ser e os filhos de Lutero quanto o valor do homem ou seja o humanismo. Tanto o ateísmo consequente - como demonstraremos na próxima exposição - quanto o protestantismo ortodoxo - Cf Pedro Dalle Nogare - 'Humanismo e anti humanismos em conflito - são anti humanismos irremissiveis por natureza.
Eis porque maduro, após ter estudado a metafísica e pesado as possibilidades a favor e contra o Ser, perdi o gosto por ela e tornei-me tanto mais pragmático julgando que se Deus não existe e o homem nada é... DEUS PRECISARIA SER INVENTADO. DEUS É REALMENTE NECESSÁRIO.
Eles jamais poderão compreender Erigena, Amauric, Spinoza, Hegel ou mesmo Renan, caro confrade.
Aqui me despeço com um fraternal abraço e prometendo - na próxima postagem - quais os efeitos práticos da fé ateística com relação ao homem e sua dignidade.
Assim, conhecendo de antemão as consequências e efeitos do ateismo triunfante, esperamos que as almas de boa vontade examinem criticamente a metafísica, valorizando nossa herança grega sem fazer caso dos decretos promulgados por esses bárbaros alemães inspirados pelo fanático Martinho Lutero.
LEIA QUEM QUISER. REFUTE QUEM PUDER!!!
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Santo Alfredo Bernacchi mártir, ora pro nobis!
Santo Alfredo Bernacchi mártir volta ao Diário de Um Bobo da Corte. Já esteve aqui, mas cheio de saudades, voltou tal e qual o filho pródigo do evangelho. Certamente que ele gostou, pois de ateu militante passou à santo e mártir. Mas ele não é o primeiro ateu santo, Miguel de Unamuno, já descreveu outro, São Manuel Bueno, mártir, que era padre inclusive.
Mas vamos à palavra de nosso santarrão:
"Quando faltam argumentos, vem sempre as ofensas".
Certamente diz isso por experiência própria, pois não tem argumentos por isso ofende. Mas vossa senhoria não sabe ofender, porque não tem cultura suficiente, faz-se mister que leia: "A arte de vencer um debate" de Schopenhauer, "A arte de insultar" também de Schpenhauer e o "Livro dos Insultos" de H.L. Mencken, livros que se fossem lidos pelo senhor seriam de grande utilidade.
Que frase horrível a sua santo Alfredo: "Escrever o que você escreve, do jeito grosseiro que você escreve, só deprecia você mesmo".
Quem lê logo repara a sua provocação, mas não encontra justificativa. Assim, apenas consideram mais uma pichação, como essas das paredes de garotos que querem aparecer e não sabem como (e não tem competência para isso)
Em primeiro lugar quero dizer-lhe, santarrão, que o senhor escreve muito mal. Por favor, abandone essa atividade. Seus textículos ferem minha sensibilidade literária. Veja, santo Alfredo mártir, suas cacofonias (que já foram sublinhadas, acima): lê lo - que que. Para quem se acha escritor, a cacofonia deveria se constituir em verdadeiro pecado mortal das letras. Em segundo lugar, quero lhe dizer que suas palavras servem-lhe de carapuça e neste caso, o feitiço virou contra o feiticeiro. Eis aí o moleque pichador, quer fazer sucesso, mas não tem competência, precisa aparecer. Qual é a solução? Escrever sobre ateísmo e contra a existência histórica de Jesus. Disse a verdade? Ajudou a papirologia, a arqueologia, a historiografia? Não. Mas fez sucesso, ficou famoso. É o que importa. Escrever contra a existência histórica de Jesus é coisa de moleque e de moleque pichador, fanfarrão mesmo. Coisa de quem nunca leu Ernesto Renan, Padre Sena Freitas, Irina Sventsítskaia (atéia, mas não como o senhor, ela era honesta), Geza Vermes e John Dominic Crossan, Josh Mcdowell entre outros, autores que realmente estudaram, pesquisaram, que não queriam aparecer como certos escritores virtuais, cujos livros gozam de tanta "seriedade", que nenhuma editora procurou seu autor para que seus e-books saíssem do limbo.
Como não tem competência para escrever sobre cosmologia, evolucionismo, medicina, economia, filosofia, então se apega a figura do Jesus histórico e tenta demolí-la sem sucesso. Evidentemente que um fanfarrão faz sucesso na internet, mas jamais faria sucesso numa universidade. Esses argumentos batidos, desmentidos, refutados, desacreditados do século XIX só fazem sucesso em meio aos boçais aos quais consegue impressionar, no mundo acadêmico seria apenas motivos de chacota.
Realmente, você dá mais para Bobo da Corte. Nisto você acertou.
Amigo, você acha realmente que consegue me insultar? Não sabia que nas cortes os bobos eram as únicas pessoas livres para falar o que bem entendessem sem medo de reprimendas? Para que sua ignorância seja dissipada a respeito dos bobos da corte, recomendo-lhe vivamente a leitura de "O Bobo" de Alexandre Herculano, lá entenderá porque sou um "bobo". Saiba que longa é a distância entre parecer um bobo que é o meu caso, e entre ser bobo que é o seu caso.
P.S.: Continue a nos "agraciar" com suas visitas, seja sempre "bem-vindo" e continue a ler meus posts, tenho esperança que aprenda a escrever melhor e que isso possa influir em seu péssimo estilo.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Contra o marxismo ortodoxo ou dogmático
Infelizmente há muitos marxistas ortodoxos que fazem de Marx um líder infalível nos moldes do papa romano e de sua obra as novas sagradas escrituras. Marx como todo ser humano era filho de seu tempo e por isso deve ser superado mas com base em seus escritos. Muito do que Marx escreveu já não serve para os dias atuais. Querer se apegar ao que Marx, Engels e Lênin escreveram é cristalizar suas obras e adotar as teorias de Parmênides e Zenão de Eléia de que o cosmo é estável e que o movimento não existe, e assim esses comunistas fanáticos desprovidos de senso crítico caem no mais grosseiro idealismo.
Realmente estava coberto de razão Eric Hobsbawn* quando disse:
"Há coisas geniais na análise de Marx, mas há outras coisas que, a meu ver, não são válidas. Acho que é preciso destituir o marxismo de seu elemento utópico e messiânico".
*Eric Hobsbawn em entrevista à Robert Maggiori do "Libération" - via Mais - Folha de São Paulo 19 de dezembro de 1999.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Educação é o melhor investimento que existe
Ele respondeu: "...Hoje nós não temos uma boa educação, que deveria ter sido feita há dez anos. Então, o governo não deveria mais se preocupar com quem tem 18 anos. O governo tem que se preocupar com quem tem 5 anos, para que daqui há 15 anos nós tenhamos uma juventude que respeite, que trabalhe, que tenha instrução...".
Embora eu não tenha motivos para gostar do Ratinho sou obrigado a concordar com sua ideia acerca da educação. Esse senhor é reacionário, mas o fato de ser reacionário não torna todas as suas ideias más e/ou estúpidas.
Para os amigos de esquerda que talvez se escandalizem com a citação do Ratinho, deixo essa frase: "Não importa quem o disse, mas o que foi dito".
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Escuta, Zé Ninguém!
Se existe um livro provocativo esse é o Escuta Zé-Ninguém de Wilhelm Reich. É mais um livro filosófico do que um livro de psicologia propriamente dito. Nessa obra Reich não se utiliza de uma linguagem acadêmica inacessível ao homem comum, pelo contrário, ele é franco, objetivo e não poucas vezes rude com seu leitor. Sim, o autor se dirige ao leitor como se o último fosse o Zé Ninguém.
No livro o autor dialoga com o leitor mostrando que os homens perigosos não são Hitler, Mussolini e Stálin entre outros, mas o homem comum, o Zé Ninguém, que "berra Viva!" com discursos nacionalistas e da liberdade da nação ao invés de lutar pela liberdade individual e por seu crescimento enquanto pessoa.
Então é o Zé Ninguém, o homem do povo que é o grande perigo para o mundo, é ele que dá o poder aos Mussolinis, aos Hitleres e aos Stálines. O Zé Ninguém confunde liberdade da pátria com liberdade pessoal; confunde grandeza com mesquinhez.
O Zé Ninguém ignora e acaba por destruir os homens que lhes fizeram bem: Sócrates, Jesus Cristo, Galileu, Giordano Bruno entre outros; Troca a democracia de Lênin pela ditadura de Stálin, deturpa as ideias de Marx e nada quer entender.
O Zé Ninguém, segundo Reich lê Nietzsche e não o entende, pois trocou o übermensch de Nietzsche pelo üntermensch de Hitler.
Wilhelm Reich foi perseguido pelo Zé Ninguém como imoral, porque desejava libertar o homem comum de suas neuroses, mas não foi compreendido pelo Zé Ninguém, pois este ataca tudo aquilo que não consegue e não quer entender. Reich não foi preso por grandes homens, mas pelo homem comum, o Zé Ninguém.
Porque não consegue viver sua vida o homem comum se preocupa com seus vizinhos, vigia-os para saber se vivem de acordo com "a moral e os bons costumes". E fica chocado com casais homossexuais, com mães que deixam suas filhas com namorados trancafiados em suas casas até altas horas da noite.
É ainda o Zé Ninguém que faz as guerras e não os seus líderes medíocres. Pois as guerras existem porque os Zés Ninguém de cada país vibram com seus nacionalismos idiotas e esquecem que os outros Zés Ninguéns são proletários como ele, muitas vezes sofredores como ele. Se os Zés Ninguém não consentissem nas guerras, se desobedecessem, os generais não teriam exércitos e sem exércitos, as armas são inúteis. Mas o Zé Ninguém vê o outro como uma ameaça, só porque fala uma outra língua, porque tem uma cultura diferente da sua, ou por causa de sua "raça".
O Zé Ninguém da Alemanha nazista era antissemita, mas sequer sabia o que era um judeu ou o que era um ariano, apenas berrava "viva!". Perguntado sobre o que é um judeu, o Zé Ninguém responde:
- É um elemento de cabelos pretos e de pele morena.
- E o que é um ariano?
- Um ariano é um alemão, um elemento loiro ou que tenha olhos claros.
- E o indiano é ariano?
- Sim, é.
- E ele é loiro e tem olhos claros?
- Não.
- Ele se parece com um alemão?
- Não.
O Zé Ninguém não reflete, acata cada idiotice que lhes falam como se fosse uma verdade inquestionável. E aí é que mora o perigo do homem comum, porque quando ele adere a tais ideologias, dá poder aos piores homens da humanidade.
É ainda o Zé Ninguém quem fabrica as bombas atômicas e outras armas de destruição em massa. Sim, é o homem comum quem fabrica e não os "grandes dirigentes" das nações. Mas o Zé Ninguém não compreende isso.
O Zé Ninguém não é um homem culto pois preferes às suas festinhas do que visitar uma biblioteca. Conhece os grandes autores superficialmente: De Rousseau conhece apenas o retorno à natureza e de Darwin conhece apenas a sobrevivência do mais apto, mais ignora que é um primata e que não é um ser especial ou o mais elevado da natureza.
O Zé Ninguém só é Zé Ninguém porque acredita não ter direito à opinião própria, porque tem medo de expressar sua verdadeira opinião com medo de represálias da comunidade em que vive, porque teme a opinião pública. Mas o Zé ninguém pode deixar de ser um Zé Ninguém e se tornar alguém quando acreditar que tem direito à opinião e que não existem líderes iluminados para guiá-lo.
Em Escuta, Zé Ninguém, Reich demonstra brilhantemente como os fascismos e os totalitarismos surgem e ostra corajosamente sua origem, estudando a fundo a psicologia das massas. Eis aí um livro que merece ser lido.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Um rap sobre os problemas ambientais
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Alfredo Bernacchi um ateu quem tem muita fé
Esse cidadão me conhece, lê meus textos para sair-se com essa? Quem lê a obra que o Bernacchi fez no banheiro, ao invés de ter feito em seu gabinete, tomará nojo por sua argumentação desonesta, assistemática, acientífica, baseada em ad hominem e piadas de muito mau gosto. Os ateus honestos hão de reconhecer isso. Ele quer provar que Jesus nunca existiu tirando sarro, como se tirar sarro destruísse fatos. Quer provar com autores suspeitos e com uma "metodologia" balofa baseada em sua fé e em sua vontade de querer que Jesus nunca tenha existido.
"Religiosos com seus dogmas enfadonhos e retardados, não saíram ainda dos séculos da inquisição e pretendem ditar regras em pleno Século XXI".
Se esse recado foi para mim, o tiro saiu pela culatra, posto que eu mesmo sou o primeiro a condenar o fanatismo, sendo uma pessoa esclarecida e mesmo tendo o meus dogmas "enfadonhos e retardados" isso em nada atrapalha no fato de eu ser uma pessoa cientificamente esclarecida. Infelizmente o nosso "erudito" de plantão esqueceu de ler "Os Pilares do Tempo" de Stephen Jay Gould. Isso é o que dá falar o que vem à cabeça:
"EU SOU ATEU COM MUITA HONRA E TENHO ABSOLUTA CERTEZA DE QUE SOU MUITO MAIS INTELIGENTE, CULTO E ESCLARECIDO DO QUE VOCÊS".
Para mim não é honra ser ateu, católico, cristão ortodoxo, judeu, mulçumano, hinduísta, agnóstico, etc... Honra para mim é ser honesto, é ficar indignado com as injustiças, ser bom e procurar ajudar os mais necessitados. Qual é a honra em ser ateu? "Eu sou ateu" e daí? No que isso lhe torna melhor do que os outros se o senhor é desonesto em sua argumentação?
Agora a fé do ateu: "TENHO ABSOLUTA CERTEZA DE QUE SOU MUITO MAIS INTELIGENTE, CULTO E ESCLARECIDO DO QUE VOCÊS".
Como o gênio da lâmpada elétrica queimada sabe que é mais inteligente do que eu? Ele comprovou isso, cientificamente, ele testou, falseou? Não. Ele palpitou mesmo, como bom metafísico que é, e sendo ateu é mais metafísico que eu que sou cristão.
Ora, alguma vez eu disse o quanto era meu Q.I para ele poder afirmar que é mais inteligente que eu? Mas o "iluminado" tem absoluta certeza, e isso nada mais é do que fé. Ora, se ele comprovasse empiricamente que é mais inteligente, culto, esclarecido e gostoso que eu não precisaria ter dito "TENHO ABSOLUTA CERTEZA", ele diria é um fato, está comprovado, simples assim. Ademais, só para demonstrar para o cara que é mais culto que eu, não se deve dizer absoluta certeza, pois se é certeza é absoluta, isso é uma tautologia, mas o douto ateu não sabe, pois está mais preocupado com Deus, Jesus do que com a língua pátria. Como diziam os antigos romanos: "RIDENDO CASTIGAT MORES - CASTIGA OS COSTUMES RINDO".
Em tempo, caso esse senhor não tenha gostado de minha resposta e se apelar afirmando que fiz ad hominem, que fique sabendo desde já: "farpas trocadas não doem" e "amor, amore compensatur", isto é, "amor com amor se paga". Ademais não pode reclamar de ad homimen quem argumenta em seus livros eletrônicos e nos comentários de blogs com esse recurso.
Agradecimento: Obrigado Alfredo que não o do comercial do papel higiênico, obrigado por ter dado oportunidade de lhe "quebrar suas pernas" em público e mostrar o quão farsante é.
Da anarquia
A anarquia como tal surgiu na segunda metade do século XIX. A palavra vem de an (prefixo de negação) + arché (governo, autoridade), significa sem governo.
A anarquia traz em seu bojo graves problemas: antiestadismo, individualismo, antirreligiosismo, desorganização, inúmeros cismas e a assistematização, isto é, falta de sistematização de sua teoria.
Analisemos os problemas inerentes ao movimento anarquista.
I. Antiestadismo: Os anarquistas de todas as vertentes são inimigos figadais do Estado, eles criticam os Estados socialistas com o mesmo ódio que fazem com os Estados burgueses. Pensam ingenuamente que conseguirão destruir os Estados e o capitalismo com seus coletivismos, anarco-comunismo, anarco-sindicalismo entre outros.
II. Individualismo: Os anarquistas prezam muito o individualismo, por isso, há tantos segmentos anárquicos quanto cabeças. Muitos anarquistas faziam propagandas do anarquismo por conta própria sem planejamento prévio. Um exemplo disso foi o jardineiro Louis Chavés que na primavera de 1884 assassinou a madre superiora que o tinha hospedado, mas após esse episódio teve a morte que mereceu.
III. Antireligiosismo: Com exceção de Tolstói e semelhantes, o anarquismo prega o ateísmo como dogma, e esse foi um dos motivos da expulsão de Bakhunin da I Internacional. Veja o que diz Marx em sua carta a Friedrich Bolte: O seu programa era uma misturada, apanhada superficialmente à direita e à esquerda — igualdade das classes (!), abolição do direito de herança como ponto de partida do movimento social (disparate saintsimonista), ateísmo de antemão ditado como dogma aos membros, etc, e, como dogma principal, abstenção (proudhonista) do movimento político.
IV. Desorganização: Por prezarem o individualismo os anarquistas são extremamente desorganizados e divididos em grupos e mais grupos e ideologias das mais diversas matizes. Bakhunin mesmo era adepto do espontaneísmo, isto é, que a revolução poderia surgir de um motim, sem planejamento, sem tática, sem estratégia.
V. Assistematização: Não existe um corpo doutrinário dentro do anarquismo, embora tenha havido grandes intelectuais. E não há um corpo doutrinário porque há tantos anarquismos como cabeças: prodhounianos, bakuninistas, anarco-comunistas, anarco-sindicalistas e por aí afora...
Mesmo não sendo anarquista, tenho que reconhecer que o anarquismo teve em seu seio grandes nomes como: Prodhoun, Reclus, Kropotkin, Cafiero e atualmente Noam Chomsky. Por mais que tenham algumas razões contra o capitalismo, os anarquistas tornam-se ingênuos úteis à causa da burguesia, portanto incapazes de confrontá-lo e debelá-lo.