quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

R Dawkins - Cientista ou metafísico??? Considerações sobre a 'filosofia' biológica do sr Dawkins

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Passamos por tempos difíceis e sombrios.



Tempos em que as pessoas, mesmo as supostamente cultas e emancipadas, limitam-se a repetir e reproduzir o que leem.

Tempos em que a criticidade corre sérios riscos.

Tempos em que obras supostamente científicas angariam tantos admiradores passionais quanto o Corão ou a Torá...

Jamais o 'argumento da autoridade' foi tão criticado e ao mesmo tempo posto em prática sem maiores cerimônias.

E se a um lado os toscos costumam gritar - Moisés, Davi, Salomão, Jeremias, Paulo, Maomé... a outro há quem grite com não menos entusiasmo - Darwin, Wilson, Dawkins...

Antes que pare de ler este ensaio insisto que minha comparação é absolutamente justa e válida. Pois se a um lado temos uma série de escritores mitológicos, atrelados a um padrão de pensamento fetichista a outro temos um grupo de homens oferecendo ilações metafísicas como se fossem constatações científicas, e isto é assombroso, é alarmante, é devastador.

A cerca de duzentos anos o Alemão I Kant veio a baila - alias, seguindo os rastros de D Hume - contra a metafísica teísta do monge dominicano Tomás de Aquino, argumentando que toda metafísica otimista com relação aos sentidos e a mente, era especiosa, frívola e vã. Desde então a metafísica passou a ser encarada como algo fantasioso ou como fruto de nossa imaginação.

Curioso que até então metafísica e filosofia fossem sinônimos, não só entre os teutônicos, mas até mesmo entre nos franceses. O mundo kantiano é que buscou distinguir ambos os conceitos, 'criar' determinadas áreas da Filosofia - Ética, Estética e Epistemologia - circunscrever a metafísica e identifica-la com a assim chamada Teodicéia. Foi todo um processo capcioso de ressignificação levado a cabo por criticistas e positivistas, se bem que Litreé e alguns outros jamais disfarçassem seu desprezo pela Filosofia como um todo. Afinal toda Filosofia é metafisica, especulativa e não empírica.

Isto vale sobremodo para a Epistemologia, alias campo bastante explorado por I Kant. O problema do conhecimento é e sempre será teórico, imaterial e especulativo; jamais empírico. Tudo questão de evidências e de argumentos. Como posso saber empiricamente que posso saber, que estou certo e tenho acesso a Verdade? A crítica aqui transcende aos fato e ultrapassa os domínios da materialidade pura.

Pela sensação temos acesso a fatos. Os fatos no entanto ai estão mudos e calados e nada dizem a respeito de si mesmos ou de sua realidade mais íntima. Para tanto devemos especular ou raciocinar. Assim a Ética e a Estética tratam de princípios e valores que igualmente fogem a materialidade pura, embora nela se realizem ou encontrem sua expressão. Mas os princípios e valores não são fatos.

Houve no entanto um projeto pós kantiano ou positivista, abortado, cujo objetivo era aniquilar a Filosofia como um todo, e descartar a reflexão ética, estética e mesmo epistemológica como fútil. Felizmente nossa herança grega, ao menos em parte prevaleceu, a Teodicéia - elaborada pelo brilhante Estagirita e não pelo monge Cristão Aquino - foi remetida ao tártaro (para a alegria dos agnósticos e mesmo dos ateus que aspiravam afirmar-se ) e as demais partes conservadas.

Acontece que a mesma metafísica ou vício racionalista da especulação, expulsa pomposamente pela porta, tornou a penetrar em nosso mundinho pela janela.

Explico -

Perceba amigo leitor que o primeira questão em termos de epistemologia e que diz respeito a realidade do mundo externo ou a ciência se dá em termos de percepção, isto é, de nossos sentidos, de cuja validade I Kant duvida. Como diz Heisenberg não podemos conhecer a realidade em si mesma, e nossa querida ciência não passa duma casca, de algo superficial enfim. Ao cerne ou tutano não temos acesso... Pois todo fenômeno percebido, segundo o mesmo físico, contém a própria imagem do homem. Antropomorfizamos a realidade externa a nós ou distorce-mo-la ao invés de capta-la. Eis a ciência que eles, kantianos e pós modernos nos oferecem! E é como dissemos um problema empírico, relativo a credibilidade da experiência e valor dos sentidos.

Outro é o enfoque posto a metafisica ou a especulação racional pelos kantianos. Aqui a razão converte-se em imaginação ou fantasia, e é claro que imaginamos o que mais nos agada. Triste sina do homem - para qualquer direção que se volte encontra apenas a si mesmo e nada mais... A realidade externa do mundo ou sua origem e seu fim sempre lhe escapam...

E no entanto nossos biólogos e cientistas dão largas a razão compondo as mais sofisticadas teorias, tão distante dos fatos e leis quanto a terra do sol.

Claro que o positivismo - que fez dos fatos e das leis seu carro chefe - apercebeu-se disto há muito tempo. Popper não hesitou em classificar o evolucionismo como metafísico - assim a psicanalise - e não como científico. Caso tenha se expressado mal e visado certas correntes darwinistas não errou o tiro, acertou em cheio. Temos que conceder que os pretensos sucessores de Darwin tem ultrapassado bastante os limites não apenas da simples empírica mas da própria racionalidade, elaborando uma autêntica escolástica genética, cuja 'Summa' é o 'Gene egoísta'...

Tal o 'opus magnum' do Dr Dawkins, o qual a mídia desmiolada tem apresentado a opinião pública como mais valioso do que 'A origem das espécies' de Darwin, os 'Principia..' de Newton, as 'Revolutionibus' de Copérnico, e as obras de Galileu e Kepler!!! Isso mesmo caríssimo leitor, numa só talagada o Dr Dawkins envia Darwin, Newton, Copérnico, Galileu e Kepler ao purgatório do intelecto, e ascende triunfante ao empíreo. E no entanto Copérnico e Darwin tinha os pés bem mais próximos do chão... Estes deixaram-se induzir pelos fenômenos. Dawkins salta de dedução em dedução, como perfeito escolástico ou metafísico. A única diferença aqui é que Aristóteles e Tomás não batizaram suas especulações, tanto mais eruditas e profundas com o pomposo termo de 'teoria'...

Aristóteles, Tomás e todos os outros, especulam e são classificados como metafísicos desprezíveis e delirantes... Dawkins não especula com menos fervor, e o dizem 'cientista' ou papa do cientificismo. E ele vende os exercícios de sua 'razão pura' como ciência... Lá do fundo de suas frias tumbas os manes dos positivistas gritam - Fatos! Leis e até mesmo a ralé criacionista com eles... Tal o atrevimento dos novos metafísicos que pretendem monopolizar o uso da razão em nome da ciência e produzir 'teorias'.

Mas como é que as pessoas, a gente emancipada, os cientistas, etc não percebem nada disto???

Porque são burros amigo, leitor, porque são burros...

Porque no tempo presente pouquíssimas pessoas conhecem a Filosofia a fundo.

Porque raros são aqueles que estudam Gnoseologia.

E que tem deduzido o Dr Dawkins?

Um é o traço comum entre todas as culturas de morte - Comunismo, Nazismo, Positivismo, Behaviorismo, Biologismo... a saber, a negação do Livre arbítrio ou da liberdade humana, pressuposto indispensável em termos de responsabilidade e moralidade. É o homem responsável por seus atos apenas porque livre... Isto para nós humanistas, que consideramos o homem integralmente, i é como um todo, sem mutila-lo ou repudiar qualquer aspecto de seu ser.

Para o Comunismo é este homem produto das relações econômicas de produção. Para o nazista produto de uma raça ou etnia. Para o positivista produto da interação social ou da cultura, assim para Sniker e os behavioristas, traidores da Psicologia. Assim para E O Wilson e assim para outro 'neo darwinista' S Pinker. Uma coisa é absolutamente certa, o homem julga ser livre, porém de modo algum o é.

Então qual a novidade de Dawkins?

(E há uma novidade...)

A Novidade de Dawkins consiste em declarar que somos máquinas vivas programadas pelos genes com o objetivo de perpetua-los. Isso mesmo bestificado leitor... Tanto eu quanto você imaginamos ser livres quando na verdade somos controlados por nossos genes com o objetivo de nos reproduzirmos, e velar por nossa descendência. Não menos que a esponja, somos um agregado de células, uma colônia ambulante dirigida por elas. E tal caráter é o que explica todos os atos de abnegação ou altruísmo por meio dos quais os pais e avós expõem-se a diversos tipos de sofrimentos ou mesmo a morte com o objetivo de garantir a sobrevivência dos filhos e netos... Ainda aqui nada mais que a natureza assegurando a continuidade dos genes.

Claro que Dawkins não explica nem pode explicar os inúmeros exemplos de altruísmo elencados por Kropotkin no 'Auxílio mútuo' e que dizem respeito a indivíduos sem qualquer ligação genética direta com os beneficiados pelo 'ato' ou de espécies diferentes senão rivais. Os quais Dawkins e seus pares dão por duvidosos. Negam assim aprioristicamente quaisquer fatos que não se enquadrem em sua teoria ou que pareçam contraria-la, falseando a realidade. Como sói fazer qualquer outra ideologia.

Nem preciso dizer que um tal tipo de visão essencialmente biologista, darwinista, genética e egoísta de mundo tem especial repugnância pela forma religiosa segundo a qual um celibatário teria dado sua própria vida com o objetivo de beneficiar todos os seres humanos, morrendo em nome de seus ensinamentos Éticos. Claro que a ideia segundo a qual alguém possa morrer para demonstrar seu amor pela humanidade só poderia exasperar os teóricos do egoísmo genético... Há mais de século os cientificistas ou biologistas, concluíram a luz do darwinismo - a nova panacéia ou teriaga universal - não apenas que o altruísmo é 'impossível' mas que, e E O Wilson e Pinker não cessam de dize-lo - Que a mentira, a falsidade, o erro ou o auto engano são fatores demasiado importantes do ponto de vista evolutivo....

E o Dr Dawkins ainda pretende construir um novo padrão de ética, descente, correto, honesto, etc a partir de seu ateísmo biologista ou melhor neo darwinista! O qual converte ou transforma a mentira numa vantagem evolutiva!!! Que elimina o fator do livre arbítrio... fundamento insubstituível de nossa vida ética ou da responsabilidade. Que menospreza a racionalidade humana. Que na contramão de Popper, Eccles e Penfield ignora por completo o papel da mente e que, ignorando a advertência de Asheley Montagu, desconsidera o fator crucial da cultura no desenvolvimento deste animal racional que é o homeo sapiens.

Para o reducionista Dawkins tudo quanto existe são células, cromossomos e sobretudo genes onipotentes, controladores e egoístas. Os genes nos controlam como marionetes ou como bonequinhos enquanto nós, idiotas, imaginamos decidir nossos destinos e acreditamos ser livres. Mas que... tudo quanto existe é uma farsa muito bem encenada por nosso próprio material genético, do qual somos servidores ou escravos. Basta substituir as estrelas pelos genes... O mecanismo é o mesmo - Nosso destino esta traçado pela mínima parte de nossa parte, e essa mínima parte é egoísta, 'pensando' apenas em reproduzir-se!

Nada de cultural, nada de racional, nada de psicológico, nada de livre... És leitor uma máquina conduzida ou movida por teus genes e nada mais... E teu sentido, objetivo ou propósito é servir ao egoísmo de teus genes. Tal o ensinamento do sr Dawkins... E ele o ensina bastante seriamente.

Agora como pode o teu gene dispor de ti ou do corpo para um determinado fim, que é a replicação de si sem ter intencionalidade??? Se teu gene é egoísta é porque deseja replicar-se ou manter-se a fina força em sua descendência... Portanto que não percebe que por meio desta bela teoria o sr Dawkins transfere o poder decisório, a liberdade, o sentido, a intencionalidade, a definição de uma direção ou sentido ao gene??? Que transfere o que é mais caracteristicamente humano ao celular ou genético??? Não decidimos nada. Porque o 'gene egoísta' decidiu replicar-se ou reproduzir-se... Agora como poderia uma célula ou um gene, irracional e isento de vontade livre, ter qualquer tipi de intenção??? Como poderia um gene traçar uma meta, a si e ao corpo ou conceber uma determinado plano???

Dawkins como qualquer biologista tosco, declarara arbitrariamente que tais questões não se colocam, mas não se colocam apenas porque ele, Dawkins, não quer, e sobretudo porque não pode responde-las e tampouco admitir que haja 'intencionalidade' nos genes. Afinal de contas intencionalidade supõem conhecimento de causa e fim, i é racionalidade, e por fim impulso decisório tendo em vista uma direção uniforme - No caso a replicação ou continuidade e tudo quanto seja necessário para garanti-la! Se não pensamentos o gene pensa por nós e nossas ações são reflexos dos 'genes'... E quem não percebe que toda esta escolástica biológica e cientificista é absolutamente monstruosa???

E invadiu a Psicologia essa monstruosidade 'ideológica'!!! Claro que por meio do behaviorismo, esse apêndice do positivismo e do materialismo, enquistado na ciência destinada a conhecer, analisar e estudar o fenômeno da mente ou da consciência. O qual sob os auspício dos 'magos' E O Wilson e especialmente de Pinker, converteu-se em Psicologia evolutiva ou em psicologia, pasme, neo darwinista.

Mas que tem Ch Darwin que a princípio, ao menos, na Origem das espécies pretendeu explicar a origem dos animais superiores ou das entidades corpóreas mais complexas, como o homo sapiens, a partir de uma primeira célula, descrevendo todo este caminho??? Lamentavelmente adiantou-se Darwin, no livro 'A origem do homem...' a explicar a evolução de nossa espécie - o que é algo bem diverso do que explicar o mecanismo evolutivo, até o surgimento do homem ou a aparição da cultura no cenário natural - a partir daquilo que acreditava ser o único fator responsável pela evolução das espécies, a saber, por meio da seleção natural (Alias, ainda um tanto presa ao conceito mais que duvidoso de Malthus.) O que nos levaria a seu 'querido' filósofo Herbert Spencer com sua mística ou metafísica social centrada na seleção das espécies, compreendida como competição, conflito, luta ou guerra entre as espécies a ser resolvida em termos de força bruta apenas...

Toda esta construção parte de um princípio errôneo e conduz ao absurdo, até a aberração. Antes de tudo porque no caso do homem - vou restringir - entra em cena um novo fator, peculiar, que é a cultura, epifenômeno de um aparato intelectual ou racional capaz de alterar toda dinâmica desse fluxo. E como dissemos a Biologia ou melhor dizendo o culto biologista, não esta disposto a conceder absolutamente nada a mente. É indiferente a cultura, a suas fontes, causa ou gênese. É um estudo do homem sem Psicologia verdadeira... E portanto uma mutilação, redução e falsificação da realidade.

O segundo aspecto não menos aberrante é que todas as formas de mística darwinistas ou de darwinismos sociais ou psicológicos fingem ignorar que Charles Darwin não deslindou por completo a verdadeira causa, alias o fator positivo ou chave da Evolução dos seres vivos. Para os charlatães e mistagogos neo darwinistas a 'seleção natural' equivale a uma força mágica que atua sozinha e explica absolutamente tudo... E eles procedem assim justamente porque o grande público ignora supinamente a gênese da teoria científica evolutiva, sintética ou apenas em parte darwinista, não completamente ou inteiramente darwiniana querido leitor... Dawkins e todo seu grupo, atua e reflete como se vivêssemos antes de Weismann, Batenson e De Vries, os quais demonstraram - contra Lamarck, Darwin e sucessores - que a seleção natural nada produz por si mesma. Sim, é a seleção natural um processo estéril, o qual nada produz em absoluto, limitando-se a testar o que é produzido pelas MUTAÇÕES. Aqui o fator positivo do que chamamos evolução dos seres vivos.

A mutação produz e a seleção natural, testa. Isto no caso dos seres vivos não humanos. Porque no caso dos seres humanos, o processo de seleção natural deve contar, necessariamente com os outros fatores que aparecem e entram em jogo, assim a cultura e consequentemente a inteligência, a razão, a vontade livre, a associação, etc Não se podendo mais encarar tal processo apenas a nível de força bruta ou de embate físico tendo em visto a obtenção de alimento em determinadas circunstâncias. Quem não percebe que em nossa evolução entram outros elementos ou forças propriamente humanos???

Apesar de tanta riqueza, com quanta miśeria encontramos no esquema, pobrezinho, dos neo darwinistas com sua luta física por alimentos travada entre máquinas comandadas por genes egoístas... Aqui nada de cultura, nada de razão, de inteligência, de associação e menos ainda de vontade livre... Somos veículos de genes em situação de famélica, os quais lançam-se uns contra os outros aos tabefes ou golpes de clava...

E há gente que leva isto muito a sério e diz ser isto ciência.

Pinker por exemplo, seguindo ao behaviorista Skinner e ampliando seus erros nada quer saber de vontade livre. Para ele o refinado conceito judaico ou greco romano de liberdade é tão absurdo quanto o mito do bom selvagem, a teoria aristotélica da Tábua rasa (empirismo) e a crença estúpida da imortalidade pessoal. Skinner, desertando da Psicologia e fazendo petição a sociologia determinista dos positivistas forneceu o roteiro a Pinker. Este no entanto inclinou-se mais a Biologia. Mestre Dawkins declarou que somos máquinas ou veículos ou estruturas somáticas comandadas por genes egoístas, os quais imprimem-lhe a direção nos termos de Darwin ou Spencer... Pinker acha o máximo e declara sem mais cerimônias que nossos genes individuais trazem em si não só conhecimentos mas determinação. Nossos genes tem certo conteúdo intelectual ou ideológico ao qual não dos podemos furtar. Nossos genes trazem determinações que não podemos mudar e as quais não podemos fugir... Temos aqui uma espécie de inatismo genético, e evidentemente mais uma forma de determinismo, irmã do marxismo, do nazismo e de outros abortos do gênero...

Pinker, segundo a tradição incoerente de Watson e Skinner, insere no domínio da Psicologia, destinado a investigar a mente e a consciência, a teoria neo darwinista do Dr Dawkins. E leva-a a frente, exprime-a e desenvolve-a de modo categórico, chegando as vias de um inatismo platônico de viés materialista... Mas a hipótese ou opinião segundo a qual nossos genes portam qualquer conteúdo intelectual ou que nascemos com qualquer conteúdo intelectual jamais foi demonstrada empiricamente! O máximo até onde podemos avançar, com Chomsky, é que A ESTRUTURA DO CÉREBRO HUMANO, e não os genes, comporta um esquema ou modelo destinado a processar informações (como um programa de computador) assim como a ESTRUTURA GENÉRICA DA LINGUAGEM (A qual é em última análise lógica) sem que no entanto comporte qualquer conteúdo específico ou formal. Temos aqui uma orientação ou conteúdo biológico/somático que reflete com que deve conformar-se o intelecto, e nos o identificaríamos de modo geral com a lógica de Aristóteles ou com o que chamamos raciocínio. Teríamos assim uma estrutura inata, mas isenta de qualquer conteúdo ou vazia em termos de informações.

Já a afirmação oposta, segundo a qual o cérebro ou melhor os genes trazem conteúdo formal ou informação, deve ser demonstrada nos termos científicos. Coisa que Pinker ou qualquer outro ainda não fizeram.

No entanto os genes egoístas do Biólogo inglês e papa dos neo ateístas demandam intencionalidade. Diante disto por que admirar-se quando o amigo Pinker atribui-lhes conteúdo intelectual, como se fossem, céus eternos, genes pensadores... E vão os genes se humanizando ou antropomorfizando enquanto nós, privados de livre arbítrio e de racionalidade efetiva nos valos desumanizando e nos convertendo em joguete de forças cegas como a luta ou a mentira... E evoluindo graças a essas potências sinistras com que fomos brindados pelo acaso, pela sorte ou pelo eterno giro dos átomos... E a partir daí, quer o Dr Dawkins produzir uma ética tão digna e elevada quanto a dos teístas ou deístas! Quer aproximar-se de Sócrates??? Mais! Quer produzir uma nova Ética, tão elevada e nobre quanto a de Buda ou a do Nazareno, que ensinaram o ideal da abnegação... Falta-lhe ler a Ayn Rand!!! E evoluímos graças ao egoísmo e a mentira... E disto saíra uma Ética elevada!!!???

Alguém acredita???

Milhões, e milhões...

Os quais acreditam e repetem.

No entanto o Dr Dawkins e seus pretensiosos parceiros, que agora querem enriquecer a ética com seu biologismo ou darwinismo toscos, verdade seja dita, jamais lograrão ultrapassar os geniais J S Mill, H Spencer, Ayn Rand e Wilson... Isto é aquela coisa maravilhosa chamada darwinismo social, delícias de Adolph Hitler e outros... Jamais ultrapassaram o limiar do que chamamos utilitarismo, e em sua versão individualista ou, permitam-me ser claro e exato, egoísta. Afinal, se os genes são egoístas, como construir ou elaborar uma ética universalmente altruísta fundamentada na abnegação??? Darwin, baseado apenas e tão somente na sua querida 'seleção natural' já proclamou este ideal como utópico...

Se quisermos obter uma ética condizente com o gene egoísta é isto que teremos, sem maiores floreios... E quem desejar ou sonhar com algo maior, mais elevado e digno, oh miséria, terá de recorrer ao velho Sócrates, a Çakia Muni ou ao esfarrapado profeta Galileu, cuja existência buscam impugnar, uma vez que não se coaduna com a nova religião ou mistica ateísta do egoísmo.

Por fim se é cientificista e partidário do sr Dawkins e mesmo assim teve estomago para ler nossas críticas até aqui, ponha seu cérebro para funcionar ou responda para si mesmo que é este tipo de Ética ou de padrão, rasteiro, que deseja para si para seus filhos e netos, mas lembre-se, caso responda afirmativamente fique já sabendo que pessoa alguma - que inspire-se em tais padrões - irá colocar-se em seu lugar ou arriscar-se por você e pelos seus caso venham a precisar...  E sinceramente espero que jamais venha a precisar. Do contrário, tenho absoluta certeza, que um deísta, um socrático, um budista, um católico, um espírita ou um humanista será quem lhe estenderá a mão.

No próximo artigo avançaremos ainda mais e atingiremos um aspecto ainda mais ridículo da ciência ou da teoria de Dawkins, a ideia ou conceito forçado de meme, e muito teremos que refletir. CONTINUA.





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