Provavelmente o título da postagem chamou sua atenção porque provavelmente você é católico(a) praticante ou nominal devoto(a) de Santo Antônio ou ainda não tem religião mas simpatiza muito com o santo. Mas esse Santo Antônio folclórico nunca existiu a não ser no imaginário popular e dos padres boçais ou mal-intencionados. Não, Santo Antônio não era casamenteiro, nem milagreiro, não mil vezes não. Antônio era nome de profissão religiosa, seu nome verdadeiro era Fernando, Fernando de Bulhões e era português, era cônego de Santo Agostinho, quando viu frades menores se impressionou com seu estilo de vida e ele abandonou tudo para ser seguidor de São Francisco. Quem quiser ler mais sobre a vida do santo de Pádua poderá ler aqui.
Não quero destacar aqui nesta postagem o taumaturgo e tampouco o casamenteiro, alvo de superstições de mulheres supersticiosas. O que eu quero destacar é o homem comprometido com o Evangelho, com a vida de Jesus Cristo, comprometido com os pobres, pobres estes com os quais Jesus Cristo se identificou (Ver Mat 25,31-45).
Santo Antônio não era esse santo romantizado ou esse santo milagreiro que os padres ensinaram para ocultar o verdadeiro antônio, o Antônio socialista, o Antônio revolucionário, o Antônio que conseguiu que uma lei fosse aprovada em benefício daqueles que tinham dívida, essa lei não permitia que uma pessoa fosse presa por causa de dívidas. Eu já escrevi sobre Santo Antônio neste blog e caso queira ler a postagem mais antiga pode clicar aqui.
O frade minorita não poupava aqueles que exploravam os pobres, pelo contrário ele fustigava os ricos e dirigia duras palavras contra aqueles que enriqueciam através da usura. É uma pena que os católicos não conheçam esse grande heroi de sua igreja, a verdadeira vida de Antônio poderia inspirar muitos jovens a viver essa vida evangélica e fazer reviver dentro da Igreja Católica esse espírito franciscano que tanto faz falta no mundo de hoje. Por isso resolvi escrever sobre os sermões desconhecidos de Santo Antônio, sobre suas palavras que foram ocultadas para não melindrar os ricos e poderosos e é o que vamos ver a seguir. As palavras de Santo Antônio estão em negrito.
Os pensamentos dos ricos deste mundo são guardar as coisas adquiridas e sua solicitude em adquirir outras; e por isso ou raramente ou nunca neles se encontra a verdadeira contrição; e assim incorrem na morte. 10º Sermão festivo - Quarta-feira de cinzas
O povo despedaçado é o povo dos avarentos e usurários. Assim como as aves e as bestas dilaceram o cadáver, também os demônios despedaçam com a avareza o coração do avarento ou do usurário; daí a palavra de Naum: "Ai da cidade sanguinária toda cheia de mentira e de extorsões: não se afastará de ti a rapina" [Na 3,1] (...). Os raptores e os usurários, porque roubam o alheio, são chamados cidade sanguinária (...). Os avarentos e os usurários, infectados com o veneno da avareza, tem sede do alheio. O sangue dos pobres é frio (...); a pobreza e a nudez não permitem aquecê-los, mas, quando o calor da necessidade apertar, então invadem, emprestam para lhes sugar o sangue. Ai, portanto da cidade sanguinária toda cheia de mentira, etc. a mentira reside na língua, as extorsões no coração, a rapina na mão. 6º Sermão festivo Epifania do Senhor
A pertinácia constrói a sebe (...); os usurários ensinam seus pequeninos a praticar usura e a dar saltos de usura em usura. Pousam nas sebes da pertinácia, no frio da sua malícia, porque nem querem restituir o alheio nem regressar à penitência. 9º Sermão festivo - Cadeira de São Pedro
Os textos podem ser encontrados no Google Books no livro O pensamento social de Santo Antônio.
Os pensamentos dos ricos deste mundo são guardar as coisas adquiridas e sua solicitude em adquirir outras; e por isso ou raramente ou nunca neles se encontra a verdadeira contrição; e assim incorrem na morte. 10º Sermão festivo - Quarta-feira de cinzas
O povo despedaçado é o povo dos avarentos e usurários. Assim como as aves e as bestas dilaceram o cadáver, também os demônios despedaçam com a avareza o coração do avarento ou do usurário; daí a palavra de Naum: "Ai da cidade sanguinária toda cheia de mentira e de extorsões: não se afastará de ti a rapina" [Na 3,1] (...). Os raptores e os usurários, porque roubam o alheio, são chamados cidade sanguinária (...). Os avarentos e os usurários, infectados com o veneno da avareza, tem sede do alheio. O sangue dos pobres é frio (...); a pobreza e a nudez não permitem aquecê-los, mas, quando o calor da necessidade apertar, então invadem, emprestam para lhes sugar o sangue. Ai, portanto da cidade sanguinária toda cheia de mentira, etc. a mentira reside na língua, as extorsões no coração, a rapina na mão. 6º Sermão festivo Epifania do Senhor
A pertinácia constrói a sebe (...); os usurários ensinam seus pequeninos a praticar usura e a dar saltos de usura em usura. Pousam nas sebes da pertinácia, no frio da sua malícia, porque nem querem restituir o alheio nem regressar à penitência. 9º Sermão festivo - Cadeira de São Pedro
Os textos podem ser encontrados no Google Books no livro O pensamento social de Santo Antônio.