sábado, 27 de setembro de 2025

O padrão apostólico, o Catolicismo Ortodoxo, a igreja romana e a Ciências I (Período anterior a reforma protestante) - Simples esboço

Anatólio, Bispo de Laodicéia escreveu diversas obras sobre aritmética, geometria, física, retórica, dialética e astronomia.

Do mesmo modo Diodoro, Bispo de Tarso, compôs, no mínimo, uma obra sobre cosmologia, astronomia, cronologia, matemática e botânica, conforme testificam Suídas e Ebed Yeshua. 

Sinésius, Bispo de Cirene, foi aluno de Hipácia, filha de Theon e dissertou sobre astronomia e matemática.

Agostinho de Hipona, ainda que tenha fugido a Ortodoxia, compôs duas obras notáveis: Primeiramente aquela que deve ter servido de modelo aos ensaios sociológicos (A Mukadima ou Prologômenos) de Ibn Khaldun, a "Cidade de Deus" e em seguida as "Confissões", primeira tentativa consolidada em torno de uma biográfica introspectiva de caráter psicológico, a qual deve ter sido calcada nas "Meditações" do Imperador Marco Aurélio. 

Acontecimento significativo (No ano de 425) foi a criação da Universidade (Pandidakterium) de Magnaura, em Constantinopla, pelo Imperador Teodósio II. Tratava-se de um imenso complexo de instituições escolares superiores, com trinta e uma cátedras - Dez para Gramática grega e latina, dois para o Direito, uma para Filosofia e oito para Retórica, sendo que as de Direito e Filosofia foram criadas em 1046 por Constantino Monomachos. Haviam além disso Bibliotecas, academias de arte e oficinas práticas. 

Isidoro Hispalense idealizou a primeira Enciclopédia, as "Ethimologias", seguido pela colossal 'Suídas' - Preparada pelos monges de Bizâncio - e enfim pelo "Speculum maius" de Vicente de Beuvais.

Beda de Yarrow, dito Venerável, foi apontado por Carlyle como o maior Historiador da Europa após Heródoto, devido a "História eclesiástica do povo inglês", sendo seu veredito corroborado por W Goffart. Antes dele o monge Gildas havia composto o "Excidio".


Alias, quanto a pesquisa histórica devemos acrescentar a obra seminal de Eusébio de Cesareia, seguida pelas obras de Sócrates, dito escolástico, Sozomeno, Zacarias; o advogado e enfim de Teodoreto, Bispo de Cirro. Outra maior, ou melhor dizendo, monumental, elaborada por Filipe de Side, lamentavelmente perdeu-se. Cassiodoro, monde do Vivarium compôs uma "História Gothorum", cujo resumo, a "Gética" foi feito pelo Bispo Jordanes de Crotona. 

Em 787, o monge Alcuino de York, convocado pelo 'Imperador' Carlos Magno, deu inicio a principal empresa educativa do tempo: A criação das 'Escolas palatinas' junto aos condados e catedrais da Gália. Esse tipo e instituição tinha por base o Trivium e o Quadrivium. 

Inútil afirmar, como Hastings Hashdall, que as universidades medievais surgiram espontaneamente ao modo de corporações de ofício educativas e portanto sem autorização de imperadores, reis ou papas, etc uma vez que surgiram num ambiente permeado pela religiosidade, alias apostólica romana, sendo impossível dissocia-las desse contexto religioso ou dessa cultura. A primeira delas foi a de Bolonha (1088) seguida pela de Paris (1150) e a de Oxford (1167) e no século XV eram cerca de vinte e cinco. 

O monge Guido de Arezzo, tomando por base o Hino dedicado a S João Batista, inventou as notas musicais. 


O Papa romano Silvestre II ou Gerberto de Aurillac - Além de ter inventado o relógio mecânico foi pioneiro quanto a divulgação dos númerais arábicos na Europa.

Roberto Grosseteste, Bispo de Lincoln escreveu textos sobre o som, a ótica, a geometria, a astronomia e as matemáticas, além de ser pioneiro quanto a fabricação dos primeiros óculos. Além disso preconizou a experimentação científica. 

Roger Bacon - Discípulo de Grosseteste. - Destacou-se nas áreas da mecânica, da ótica e da geografia. Ele descreveu minuciosamente a observação, a hipótese e a experimentação enquanto estádios da pesquisa científica. Foi um dos pioneiros quanto ao conceito de Leis naturais.

A respeito de Alberto magno consta ter dominado a lógica, a física, a astronomia, a matemática, a mineralogia, a zoologia, a botânica, a geografia, a música, etc Além de ter escrito uma livro sobre os animais, em que lançou os fundamentos da moderna ornitologia. Era  ensino seu que "A ciência não consiste em aceitar as opiniões alheias porém em conhecer as causas que atual por trás dos fenômenos."

Thomas Bradwardine, Arcebispo de Cantuária. Escreveu obras sobre matemática, geometria e física, especulando inclusive sobre o 'Vazio infinito' e dissertando sobre a 'Velocidade média' e sobre a 'Lei dos corpos em queda', além de corrigir a Lei do movimento de Aristóteles. 

Jean Buridanus, ao formular a 'Teoria do ímpeto' lanço as bases mais remotas da Teoria da inércia. 

Nicolau de Oresme, Bispo de Lisieux foi precursor da Geometria analítica, antecipando-se a Descartes quanto a teoria das coordenadas. No tratado "Do céu e do mundo" (1377) antecipou o geocentrismo de Copérnico. Analisou ainda, antes de Galileu, a questão da queda dos corpos. E ainda lançou as bases da economia na obra "De mutationes monetarum".

Nicolau de Cusa além de antecipar-se a Copérnico quanto o heliocentrismo, realizou a primeira experiência moderna e preconizou a experimentação na medicina.

Guttemberg, criador da imprensa, pertencia igualmente a religião romana e por sinal a primeira obra editada por ele foram as Sagradas Escrituras

Cristovão Colombo, foi outro sábio de grande projeção que floresceu antes da rebelião protestante e foi responsável por juntar ao velho mundo aquela quarta parte que chamamos América possibilitando a integração cultural de que ora desfrutamos. 

Leonardo Da Vinci, de Florença, em determinado momento tomou a decisão de estudar profundamente a fé apostólica romana e merece destaque por ter questionado a crença 'idiota' num dilúvio universal. Polímata ou gênio universal da estatura de um Aristóteles cultivou ele a matemática, a engenharia, a ótica, a matemática, a anatomia, a botânica, a música, a poesia, a pintura, a escultura e a arquitetura, sendo precursor da aviação e da balística. 

Regiomontanus no "Algoritthmus demonstratus" foi uma das primeiras obras editadas no ocidente a conter álgebra simbólica. 

Nicolau Copérnico, polonês e diácono da igreja apostólica romana, foi o principal responsável pela divulgação do modelo heliocêntrico.

Em 1485 foi publicada na Alemanha, pelo médico Johann Wonnecke Von Kaube o "Hortus sanitatis" primeira obra de História natural composta na Europa 'Cristã'. 




sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Resistência cultural, qual a melhor opção (Como escapar ao protestantismo e ao islã - Ao Brasil e a Europa.) II - ContinuaçãoGuardar

Seja-me permitido dizer com absoluta fraqueza. E por sinal como Historiador que folga estudar antiguidades clássicas e orientais a cabo de três décadas - Face aos assédios protestante e islâmico ideologia naturalista alguma nos poderá valer ou salvar.

Pois nem mesmo as Ideologias mais fortes e belas da antiguidade puderam salva-la da dissolução.

Refiro-me a obra daquele que Rousseau, contrapondo a Jesus Cristo, apontou como o maior ser humano de todos os tempos: Sócrates. Bem como a obra daquele outro grego que segundo afirmam os sábios era capaz de pensar por no mínimo cem homens: Aristóteles.

Em vão procuraríamos por melhores doutrinas ou por ensinamentos mais excelentes. E no entanto... Foram, um e outro, socratismo e aristotelismo, incapazes de salvar três ou quatro milênios de civilização.

Foi o aristotelismo, após uma magnífica floração e contra todas as expectativas, suplantado pelo platonismo, o qual acabou por ceder passo ao neo platonismo e enfim a teurgia ou feitiçaria... De fato foi aquele sóbrio realismo aristotélico engolido pelas toscas conjecturas de Platão e estas consumidas pelo irracionalismo e pelo ceticismo até chegarmos a Jâmblico e a magia, encantamentos e coisas do tipo. De modo que quando o herético Justiniano determinou o fechamento da quase milenar academia não passava ela duma tenda espírita...

Já a figura de Sócrates não tardou, nos primeiros séculos desta nossa Era a ser substituída pelas patéticas figuras de Apolônio de Tiana e Alexandre de Abonútica, o segundo ao menos - Segundo Luciano de Samosata - um mistagogo charlatão.

Enfim nem mesmo os ensinamentos humanos mais puros e elevados foram capaz de manter aquela ordem de coisas e de regenerar aquela cultura pluri milenar. De modo que tudo veio fragosamente abaixo e sucumbiu.

Porém não sucumbiu por inteiro.

Pois ao tempo de Octaviano César, o 'Augusto', apareceu neste nosso báratro sublunar um homem virtuoso e exemplar, o qual não hesitou apresentar-se como o Ente Supremo, Legislador, organizador e mantenedor dos Universos. 

Viveu de modo digno e irrepreensível no meio da gente mortal e emulando com o ateniense, com Buda e Confúcio, enunciou o padrão de Ética mais elevado que até hoje possuímos, fundamentado na empatia, alteridade ou solidariedade. tolerância a respeito dos que creem de modo


Por meio da palavra e do exemplo sancionou a diverso (Ao recusar fulminar com raios a aldeia dos samaritanos.), um amor heroico que se estende até os contrários, um ideal crítico de paz, um escrupuloso zelo pela justiça, o culto piedoso da verdade, a disponibilidade ao perdão irrestrito, a lei divina da liberdade, a fraternidade universal, etc

Tão elevada a puridade de seus ensinamentos que não poucos objetores decidiram, arbitrariamente, lança-lo no mundo dos mitos, bani-lo da História e negar sua existência real (Dupuis, Strauss, E Bossi, Bernacchi, Antonio Miranda...) Enquanto outros, agindo como doidos (O dr Binet Sanglé) chegaram a questionar sua sanidade mental, pelo simples fato de se ter apresentado como Deus Nosso Senhor, mantenedor do Universo. Pois de fato esse grande homem foi, ainda é e sempre será uma pedra de escândalo, especialmente para seus falsos seguidores, adversários do Evangelho redentor.

Mesmo para o islã é ele uma pedra porquanto o livro deles o reconhece como 'Palavra de Deus', nascido miraculosamente de Virgem, enquanto que Maomé, nasceu de modo humano e natural de Abdullah e Aminah. 

Ademais enquanto este Jesus foi fiel aquela Lei que declara: Não assassinarás, Maomé tornou-se conhecido por ter mandado amarrar Umm Quirfa de Banu Faraza (A qual era uma mulher idosa!) a dois camelos e partida viva em dois pedaços, após o que foi esquartejada, decapitada e sua cabeça oferecida como 'mimo' ao 'santo' homem, o qual teria declarado na ocasião: "Um povo liderado por uma mulher jamais obterá sucesso.". Por mais caras de pau que tenham os maometanos não podem negar tais fatos, uma vez que constam na "Sirat rasul Allah" de Ibn Isahq (Sessão 980) e no Hadith de At Tabari (VIII,96).

E no entanto os ideólogos que costumam colocar em dúvida a existência de Jesus, Buda ou Sócrates (kkkk) nem de longe questionam a existência do líder desses bandoleiros saídos dos desertos com suas cimitarras...

Para a crítica imparcial dos ateístas, apenas aquele que decretou explicitamente a destruição dos ateus, materialistas e irreligiosos e que condenou a liberdade, tanto política quanto religiosa, tem direito a existência. 

Agora, tornando a Jesus, sejamos francos - sua existência, similar a de Çakia Muni, Confúcio ou Sócrates e digna de grandes civilizações, como a Índia, a China ou a Grécia, não faz sentido algum nos confins da Palestina ou nos desertos da Judéia. A de Maomé ou a de 'Moisés' ali se enquadram perfeitamente... A de Jesus melhor estaria em Mileto, Atenas, Antioquia e sobretudo Alexandria. Pois supõem a convergência de tradições culturais que só poderiam ser encontradas juntas naquela soberba Biblioteca, o centro do saber antigo. E no entanto, tais doutrinas e ensinamentos (Que lhes são atribuídos pelo Evangelho ou pela Igreja antiga.), a serem humanamente extraídos, suporiam décadas de pesquisa, e demandariam a atividade frenética de um Eratóstenes ou de um Calímaco e não de um bando de pescadores semi analfabetos de Cafarnaum... cf "Jesus, o mestre de Nazaré" Aleksandr Mien

E que resulta disto...

Resulta disto que o Cristianismo - Opondo-se tanto a guerra injusta quanto ao escravismo. - faz deitar o machado a raiz da árvore podre, como assevera E Gibbon no "Declínio e queda do império romano"

E no entanto, ao contrário do islã iconoclástico cf Robert Reilly "O fechamento da mente muçulmana" - o estro do Catolicismo Ortodoxo, ao mesmo tempo que conduz aquele mundo a seu fim, dissolve-o e destrói-o, igualmente preserva o que nele havia de mais precioso, para recompor e, sobre outras bases (Éticas), criar uma nova civilização. Cf Th Cahill "Como os irlandeses salvaram a civilização" (1995) 

De fato, o Catolicismo Ortodoxo (Em seguida, no ocidente, a igreja apostólica romana.) tudo recompõem, em torno dos mistérios de Jesus Cristo:


 A Ética: Politicamente liberal, religiosamente tolerante, anti escravista ou abolicionista, justicionista face ao poder do dinheiro ou ainda trabalhista, feminista ou a favor da igualdade de gênero, pacifista crítica ou não agressiva, ecologista, disponível, sensível, fraternal, solidária e assim voltada para as condições específicas da criança, do deficiente, do idoso, etc buscando suavizar as dores do mundo e converte-lo num lugar mais digno e melhor. 

A estética: Estimulando os ofícios da música, da arquitetura, da pintura, da escultura, do drama, da poesia, etc representados por Palestrina, Bach, Bruckner, Gnoud, J B Neumann, P A Vignon, J F Millet, F V E Delacroix, Gericault, B Thorvaldsen, J R de Hita, Gil Vicente, Petrarca,
 Shakespeare, Corneille, Racine, Dante, Camões, Cervantes, La Fontaine, T de Tasso, L Ariosto. cf Chateaubriand "O gênio do Cristianismo" 

E sobretudo na área do conhecimento, sustentando até o Vaticano II, o legado de Anaxágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, Antíoco de Ascalon e outros sobre a demonstração da verdade e seu critério. E sem embargo produzindo novas e dignas contribuições, com R Descartes ou Rosmini, dentre outros. Cf Fulton J Shenn "Filosofia da religião"

E ainda na área do que chamamos ciência - Sobre a qual escreveremos um artigo a parte.

Ora, tudo isto foi feito e pronto já estava, graças a ação profícua do Catolicismo Ortodoxo ou da igreja romana, antes que o protestantismo aparecesse no horizonte, como verdadeira Revolução, destinada a interromper bruscamente o rumo das coisas e imprimir-lhes uma outra direção: Cética, naturalista, materialista, economicista, relativista, ateística, modernista, nacionalista, etc numa só palavra: Perversa... e precipitar a infeliz Europa nos braços do islã.

O que o Cristianismo, com tanto esforço e trabalho fez, a rebelião protestante desfez... lançando os fundamentos de um mundo caótico e incapaz de manter-se face a barbárie muçulmana. 


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Resistência cultural, qual a melhor opção (Como escapar ao protestantismo e ao islã - Ao Brasil e a Europa.)

Diante da pressão exercida pelo protestantismo, cá no Brasil e pelo islamismo, lá na Europa a primeira ideia que se nos vem a mente é a de resistência cultural. A exemplo do Paraguai e do México temos de valorizar nossas coisas... Sem estereotipar ou converter-se num Policarpo Quaresma temos de questionar esse negócio de rock and Roll e Holywood com coca cola e faste food no Mc Donalds. 

Não estou dizendo, de modo algum, que devamos repudiar a pseudo cultura Norte yankee em bloco, como se por lá nada houvesse de bom. Certamente que em nossas vidas pode haver espaço para o Jazz, para o 'Cidadão Kane' de Welles, para sandubas de geleia com pasta de amendoim, etc 

No entanto como brasileiros que somos parece-me absurdo que conheçamos apenas aquele Rock melody do 'Air supply' (Que eu adoro) ou o repertório completo de um Nat, de um Sinatra ou de uma Houston e ignoremos por completo a produção musical brasileira e assim as obras de um Sivuca, de um Hermeto Pascoal, de um Moacyr Franco, de uma Roberta Miranda, de um Nhô Pai, de um Zé Fortuna, etc 

Um cuscuz paulista e uma 'Guaraná' também vão bem. Um pãozinho com manteiga, um Bauru, um bolinho de chuva... não fazem mal a ninguém. Claro que de vez em quando um Hamburguer pode ser tão bem vindo quanto uma pizza e um coockie tão saboroso quanto um biscoito de polvilho... Quero dizer que também possuímos uma cultura alimentar e que, sem abrir mão de uma variedade ocasional, devemos ser mais críticos face ao mercado ou a propaganda. Por que ao menos não experimentar o que é nosso...

Temos linho, algodão, casimira, etc, etc - Alias tecidos de diversa procedência e varia cultura. Por que essa fixação no jeans... 

Tanto pior quanto as tais marcas - Com esse fervor místico em torno de nomes. A bem da verdade deveríamos nos vestir apenas para cuidar do corpo. Todavia como até os animais, ao menos as aves, buscam melhorar a aparência, é compreensível que o traje possua também uma dimensão estética. No entanto o que um palavra acrescenta ao conforto ou a beleza de uma roupa... Em que a torna melhor ou pior... Que é que a sigla NIKE adiciona a um sapato em termos de uso ou comodidade... Nada...

De fato o consumismo parece mestre quanto a arte de distorcer aquela tendência natural que temos para nos destacar dos demais (Emulação), a qual para ser digna e justa deve estar associada a alguma competência ou a algum mérito e não a ostentação de um nome que reporta a riqueza. Pessoa alguma é melhor do que outra por ser rica ou ter posses - E alias o mais provável, inclusive, é que seja pior. O que nos torna melhores encontra-se dentro de nós ou no nosso interior e são nossas qualidades: O senso de justiça, a solidariedade, a lealdade, a honestidade, etc Não um pedaço de pano com um nome qualquer...

Supor que um corte de tecido com uma palavra qualquer gravada nos torne melhor do que os outros ou que nos confira alguma superioridade só pode ser a marca de imbecilidade... Coisa de gente idiota e vazia. De pessoas sem qualidade...

Não é todavia sobre qualquer tipo de contra cultura que quero discorrer neste artigo. Contra cultura superficial até mesmo lá, nos EUA, foi produzida. E chegou a tornar-se um negócio rentável.

O quanto quero abordar aqui é a contra cultura ideológica ou abstrata. Em termos de conceitos básicos ou matrizes de valores. Pois nossa resistência precisa no mínimo estar a altura da 'American way of life'. 

Não julgo que o modernismo ou o pós modernismo, ou ainda a pós verdade estejam acima do americanismo. Grosso modo os seres humanos, satisfeitas as exigências básicas postas pela existência, demandam pela Verdade ou ao menos por algumas verdades - Pois é a verdade o pão do espírito e não apenas de pão vive o homem...

O ceticismo, quando não reflete um estado mental mórbido, é reflexo de um projeto social frustrado. Assim a sociedade grega imediatamente posterior a morte de Alexandre, assim a Sociedade europeia posterior as duas grandes guerras... 

Em tempos de normalidade, estabilidade ou desenvolvimento tal patologia não floresce e, se e quando floresce, nada produz de relevante. 

Digo o mesmo a respeito do relativismo crasso e do subjetivismo absoluto ou solipsismo. Sobre tais areias são poucos aqueles que ousam edificar palácios ou castelos... 

As migalhas ou farelos do ceticismo, do subjetivismo, do relativismo, das narrativas, do discurso, etc os humanos preferem a posse segura de verdades aparentes, como as que lhe são oferecidas pelo protestantismo, pelo capitalismo, etc Pois como disse Bacon de Verulan, ao ateísmo preferem as fábulas sinistras do Corão ou dos Vedas... Assim a negação da verdade, preferirá esse mesmo homem a mitologia dos antigos hebreus e o fetichismo continuísta oferecido pelo protestantismo.

É o pós modernismo similar a concha, que justamente faz barulho ou ruído porque esta vazia... Ao nada ou ao nihilismo insonso o ser humano prefere mitologias e fábulas...

Damos em seguida com o africanismo - Dos batuques ou atabaques, orissás, comidas de santo, etc ou o indigenismo do cachimbo e do espírito da mandioca - Enfim as construções ideológicas de retorno a cultura ancestral. E o problema aqui é que a cultura ancestral é portadora de um fetichismo, porém de um fetichismo ágrafo ou iletrado, i é, pautado em tradições orais, costumes, etc enquanto que o protestantismo oferece a humanidade um fetichismo associado a um livro. 

Embora tais relações sejam bastante complexas não estou me referindo a pessoas ágrafas ou analfabetas porém a pessoas letradas que aderiram a uma religião não letrada. Se a um lado os iletrados tendem a encarar o livro como divino, os alfabetizados demandam pela segurança do registro escrito... Ao menos no ambiente urbano e ocidental parece claro que as formas de religião centradas no livros levam vantagem face as demais.

Ademais se, por questão de necessidade, a religião ágrafa ou tradicional está quase sempre na dependência da autoridade, a religião do livro sempre poderá acenar com a leitura\interpretação individual e delegar autoridade ao próprio indivíduo, a exemplo do protestantismo. Aqui a técnica exegética ou sua aparência, suplanta o sacerdócio, e, acenando com a liberdade, massageia o ego. 

Sendo assim as possibilidades de domínio por parte do protestantismo, com seu livre exame individual, acabam sendo maiores do que aquelas que foram reivindicadas pelo sacerdócio. Se o livro portador das palavras divinas pode ser interpretado por qualquer indivíduo, o indivíduo, em posse do conhecimento divino, bem pode invocar para si mesmo a autoridade divina. E de fato os fanáticos já não se apresentam como leitores do livro, mas como o próprio livro, reivindicando para si mesmos uma autoridade absoluta. 

Por isso não vejo como a religião primitiva possa rivalizar já com o protestantismo, já com a 'sifilização' moderna. E tenho tais arroubos primitivistas mais como uma moda. Aqui qualquer mínima dose de racionalidade ou empirismo é quase sempre letal. Pois não há, por exemplo, uma válvula de escape como o livre exame, a qual possibilite a criação de uma interpretação diversa.

Outro defeito bastante grave a ser considerado por parte de tais construtos religiosos é a ausência de um aparato ético consistente. Isto a ponto de alguns deles afirmarem-se como 'amorais' - Ora a grande demanda ou a principal demanda do tempo presente é a Ética. Claro que sempre se pode construir uma ética natural razoável... Sem embargo disto o elemento médio ainda edifica sua vida ética sobre fundamentos de caráter religioso, a falta dos quais essa vida ética apenas se esboça.

Sem embargo o supremo defeito de tais crenças - E o espaço onde se encontram com o protestantismo. - é a irracionalidade. De fato além do conteúdo fetichista que leva ambos os sistemas a predicarem sobre a imanência (Violando os limites da demarcação e invadindo os domínios que por direito pertencem a Ciência.) ambos os sistemas pecam pela total ausência de um arranjo racional semelhante a Alta Teologia Católica (Ou Ortodoxa).

Pois embora os conteúdos da fé ou da Revelação divina permaneçam sempre inverificáveis, a fé Ortodoxa e o papismo (A parte do agostinianismo irracionalista.) oferecem uma visão total ou cosmovisão capaz de relacionar organicamente os diversos mistérios e de apresenta-los de maneira sistemática, enfim como um conjunto harmonioso. Formam assim uma espécie de Puzzle, na medida em que cada verdade se vai encaixando até plasmar essa visão unitária. 

Quando observo o africanismo brasileiro (Sobretudo a Umbanda e, em menor medida o candomblé daqui.) o quanto encontro são criações tão sincréticas e irracionalistas quanto esoterismo, a rosa cruz, o ocultismo, etc As quais mostram-se sempre incapazes para satisfazer os intelectos mais exigentes, os quais anseiam por uma conexão orgânica e unidade de conjunto quanto os ensinamentos oferecidos. 

Neste terreno, o padrão apostólico, herdeiro da tradição racional e ética greco romana parece levar decisiva vantagem não apenas sobre os padrões religiosos tradicionais ou primitivos mas também sobre o protestantismo fixado na cultura judaica.



quarta-feira, 24 de setembro de 2025

O protestantismo como ponto de partida da civilização 'moderna' - Os aplausos dos 'cientistas', pensadores, etc

Acho curiosas essas apologias, escritas por autores protestantes, os quais folgam proclamar o protestantismo como uma espécie de cornucópia donde saiu a civilização moderna. Ainda me recordo das obras de E Levelleye, nas quais aponta a alfabetização e a concentração dos protestantes na leitura da bíblia como elementos propulsores do progresso. 

Os protestantes naturalmente que vibram com isso...

Vamos porém examinar tudo isso mais de perto.

Pois o que ora percebemos, neste momento, são massas protestantes compostas por: Terraplanistas, geocentristas, criacionistas da terra jovem, etc Calvinistas proclamando que sua reforma deve ser levada a Biologia, a Geografia, a Sociologia, a Psicologia, e a todas as áreas do conhecimento humano, tendo por base a bíblia - Leia-se Antigo Testamento... 

Peixes engolem seres humanos, mamíferos são apresentados como aves, e por aí se vai - Bela ciência essa que saí da cornucópia protestante. O que ora podemos observar no protestante mediano, seja brasileiro ou Yankee é seu ódio e sua oposição a ciência. Isto a ponto de nomes como Darwin, Freud, Malthus, Einstein, etc serem tabus e dos líderes, a exemplo de R R Soares, orientarem suas ovelhas a jamais fazerem quaisquer cursos universitários...

De fato em certas partes da Europa a alfabetização em larga escala, encetada pela reforma protestante parece ter encetado algum resultado aparentemente positivo. Mesmo porque o ser alfabetizado pode abrir portas, aumentar as possibilidades, aumentar o conhecimento e conduzir ao pensamento crítico... Portanto a tese de que uma religião do livro, que insiste sobre a alfabetização elementar, a primeira vista parece consistente. 

Porém não são os fatos sociais assim tão simples. 

A simples sugestão de que a leitura ou a alfabetização, como causa primária e imediata, teria acionado o avanço científico europeu nos levaria a plantear questionamentos bastante difíceis de serem respondidos. Pois ao que tudo índica a metalurgia de fundição foi inventada e desenvolvida pelas culturas ágrafas ou iletradas dos Andes e posteriormente recebida pelas nações letradas das Américas central e do Norte.

Também a organização do Império Inca - Cultura ágrafa, parece ter sido, em certo sentido, mais complexa e desenvolvida que a das cidades Maias ou mesmo que a do Império Asteca, como sabemos culturas letradas. 

Outro o caso dos países islâmicos, posto que é o islã uma religião centrada no livro e na leitura, e portanto na alfabetização há mais de mil anos... E no entanto revolução ou explosão científica alguma surgiu ali. E a exceção de Alhazém e Ibn Khaldun as contribuições do islã em termos de criatividade e pesquisa são quase que nulas - Outro é o caso de seu status enquanto transmissor de cultura, o qual não discutimos.

Os dados acima nos levam a problematizar a questão da leitura entre os primeiros protestantes e o papel da alfabetização nos primórdios de sua Reforma como explicação monocausal para o advento da ciência europeia. 

O quanto podemos conjecturar aqui é que um dos fatores responsáveis pela expansão do conhecimento científico na Europa do século XVI pode ter sido, e provavelmente foi, o hábito de leitura e a alfabetização. Logo não foi a leitura por si só e de modo algum a leitura da bíblia, e menos ainda a mentalidade protestante, que provocou essa escalada científica - O quanto aqui temos é que a leitura, estimulada pelo protestantismo, foi um fator, agindo em comunhão com diversos outros.

Grosso modo a leitura no seio do protestantismo, associada a bibliolatria ou a orientação para concentrar-se apenas na leitura da bíblia, entendida muitas vezes como antigo testamento, criou uma faca de dois gumes, pois ao mesmo tempo que facultou a alguns a possibilidade de ampliar o saber, também forjou uma servidão similar a maometana. 

E aqui chegamos ao ponto nevrálgico: Pois a mesma leitura - Que produziu muitas vezes o abandono não apenas da bibliolatria, do antigo testamento e da judaização (Sem dúvida um imeso benefício.) quanto a diversos cientistas promissores {E tornaremos novamente a isto mais a frente.} produziu da mesma maneira o abandono do Evangelho ou da fé e forjou os primórdios da incredulidade em que tombamos.

Agora por que em um grupo seleto a leitura ou a alfabetização acionada pelo protestantismo potencializou a práxis e o pensamento científico enquanto que, noutro, i é, nas massas, produziu o exilio de Nicolas Steno, a condenação de Nils Celsius (Upsala - 1679) e a destruição do laboratório de J Prestley???

Certamente porque a estimulação dos primeiros dependeu não apenas da leitura, mas de outros tantos fatores ou de condições preexistentes. 

Agora quanto ao cultivo da ciência no decorrer do processo, há indicações consistentes de que parte dos sábios protestantes (Especialmente a partir do século XVIII) tornaram-se grande parte céticos ou descrentes mantendo, na maioria das vezes, uma adesão meramente externa e formal a suas comunidades. O que era facilitado tanto pela falta de 'poder' por parte das seitas quanto pelo livre exame. Newton por exemplo, apesar de teísta era unitário, tendo inclusive impugnado o Deão Sherlock. Muito apocalíptico porém muito pouco niceno, atanasiano ou leal ao Evangelho de Cristo. Ora Newton não era uma singularidade quanto a isso... E já os iluministas franceses costumavam registrar, em meados do século, que por volta de 1700 a quase que totalidade da elite intelectual inglesa era descrente ou irreligiosa.

Após termos apontado tais incongruências temos de nos perguntar sobre o que é civilização, progresso, desenvolvimento, etc Sobre quem está tecendo tais elogios ao protestantismo. Sobre as intenções e objetivos de quem elogia, etc uma vez que cada uma dessas definições e desses elogios é portador de uma enorme carga de subjetividade.

Há muito pouco tempo ainda era o desenvolvimento mensurado pelo PIB ou soma de riquezas produzidas por uma dada sociedade, como se vê um critério meramente econômico que ignora a questão de como tais riquezas são divididas entre os setores que compõem essa sociedade, se são tais riquezas divididas e de como vivem tais pessoas.

E imagine só o leitor squantas e quantas polêmicas inúteis foram travadas em torno desta definição unilateral...

Daí o padrão ou critério atual a partir do qual avaliamos a condição de uma dada sociedade não ser mais o PIB e sim o IDH i é a qualidade de vida oferecida aos cidadãos i é Alimentação, habitação, saneamento, saúde, educação, etc

Da mesma maneira convém questionar o tal desenvolvimento ou o tal progresso e seus mentores...

Surpreendentemente esses senhores que costumam aplaudir o protestantismo não são apenas incrédulos como seus ancestrais porém ateístas militantes, materialistas e cientificista, a exemplo do Dr Dawkins, o famigerado autor de 'Deus um delírio'. Cito Dawkins aleatoriamente pois há um grande número de ateus e cientificistas admiradores do protestantismo e detratores das igrejas apostólicas, o que tem uma razão de ser.

Talvez você pense ou imagine que o testemunho dos cientificistas e ateus é um testemunho insuspeito, e desinteressado, logo indubitável e leal. Porém não é bem assim e posso te assegurar que há aqui um interesse calculado, uma tática ou estratégia.

Pois sabem os cientistas, e perfeitamente bem, que é o protestantismo uma crença frágil, inconsistente e bastante fácil de ser impugnada, haja visto o conteúdo mitológico hebraico, derivado da inspiração plenária\linear.

De fato os cientificistas ateus estão muito bem informados sobre a condição do protestantismo e  habilitados para confrontar o fetichismo vétero testamentário. Consequentemente eles nada temem do protestantismo e parte de seu quadro, alias, é composto por ex protestantes...

Por ter substituído a pessoa do Cristo e a mediação da Igreja pala suposta infalibilidade absoluta da bíblia tornou-se o protestantismo alvo predileto de uma crítica irreligiosa fundamentada na ciência. E essa crítica é bastante bem sucedida.

Para o protestante médio, que chega a identificar o Cristo ou o Cristianismo com a bíblia, demonstrada a inexistência de Dário, o medo, da torre de Babel, de gigantes, de serpentes com asas ou patas, dos sátiros, do Leviatã, do Beheemot, da Lilith, das compostas do céu, dos pilares da terra e de tantas outras bizarrices fica comprometida a existência de Deus ou a Credibilidade de Cristo e por ext., o Cristianismo como um todo... 

Em suma, devido a um único erro vétero testamentário, a questões de mitologia/cultura hebraica, fetichismo, etc converte-se o bibliólatra em ateu fanático ou materialista radical e, não poucas vezes, entusiasta do cientificismo, o qual abraça com fervores místicos.

Avanço nesta análise sugerindo que parte significativa do ateísmo militante e proselitista deriva justamente dos 'conversos' oriundos do protestantismo. Os quais mesmo quando repudiam a existência de Deus ou do mundo invisível, conservam a mesma mentalidade fanática tornando-se irreligiosos fanáticos. Mudam de teoria, ideia, conceito, fé, etc porém mantém o mesmo tipo de espírito...

Alias acontece a mesma coisa com os protestantes convertidos ao papismo ou a Ortodoxia. Os quais costumam trazer para a igreja e nela introjetar seus vícios, como o apreço pelo antigo testamento, gosto pelos mitos judaicos, cosmovisão amenricanista, etc

Saem essas pessoas do protestantismo, porém o protestantismo - Enquanto mentalidade ou cultura. - não sai delas. Por isso costumo a dizer que trocar de fé ou de ideologia é, muitas vezes irrelevante. Necessário é ser coerente.

Ainda sobre os conversos ao ateísmo, e geral os ateus oriundos do espiritismo, do papismo, da ortodoxia, e de outras opões religiosas são fracos, dóceis, tolerantes, pacíficos... Enquanto que os ateus oriundos do protestantismo são extremamente agressivos, ferozes e acintosos.

Tornando aos cientistas que costumam a aplaudir o protestantismo, tudo quanto querem é favorecer a passagem dos Ortodoxos, Papistas ou espíritas ao protestantismo - Justamente porque o protestantismo, sendo tanto mais frágil e vulnerável, está no acesso da incredulidade.

Sendo cada erro do antigo testamento uma brecha no sistema protestante, sabem os profetas da incredulidade que há no protestantismo centenas ou milhares de brechas que podem produzir um 'choque de realidade' - E deste choque de realidade: Ao se perceber que o homem não foi feito a partir de um boneco de barro ou a mulher de uma costela.. - a apostasia...

Outro o caso das Igrejas apostólicas ou do Cristianismo antigo - Imune a qualquer choque de realidade, posto que quando puro e esclarecido, fundamentado ou centrado no mundo invisível, sobrenatural, transcendente, imaterial e inacessível aos sentidos. 

Da mesma maneira como conhecem - Os ateus, materialistas e incrédulos. - perfeitamente bem, o protestantismo (E seu calcanhar de Aquiles, que é o antigo testamento ou a inspiração plenária\linear.) também conhecem suficientemente bem o Catolicismo Ortodoxo e o papismo (Mesmo pós Vaticano II ou esculachado.), tendo-os por mais resistentes a sua propaganda.

Nesse caso, qual o caminho mais indicado para atingir os Ortodoxos e romanistas... Por meio do protestantismo, aproximando-os do protestantismo... Pois a mesmo que o indivíduo seja imensamente burro ou ignorante não engolirá essas baboseiras de bonecos de barro, costelas, sátiros, leviatãs, etc e tomará o caminho da incredulidade.

Como disse, tudo não passa de tática ou estratégia e elogiar o protestantismo significa no fim das contas encaminhar os espíritos para um padrão de Cristianismo tanto mais rude e grosseiro quanto indefensável de Cristianismo. É elogiar um Cristianismo que não se pode defender com sucesso da propaganda ateísta ou cientificista. É buscar fortalecer um inimigo tanto mais fácil de combater e buscar enfraquecer os inimigos tanto mais difíceis de dar combate.

Antes de lançar um ataque frontal contra a cidade de Cristo, os ateus e materialistas aspiram enfraquece-la ou destrui-la por dentro - Querem como que nela introduzir um vírus que a debilite e esse vírus é o protestantismo, com sua bibliolatria tosca, seu meio ceticismo, seu subjetivismo crasso, etc 

Pois o que encaram como 'civilização' ou desenvolvimento outra coisa não é que o próprio ateísmo, o materialismo ou no mínimo o positivismo\cientificista i é a substituição não apenas da fé religiosa, mas inclusive da Filosofia, do racionalismo ou da metafísica pela ciência - Essa instituição tão servil face aos interesses do mercado ou aos poderes econômicos, que jamais confronta. 

Tecem os ateus, materialistas, incrédulos e cientificistas rasgados elogios ao protestantismo justamente por estarem convencidos - E quanto a isto não estão equivocados. - que o protestantismo foi e é a Revolução primordial que conduziu parte do Ocidente ao ateísmo, ao materialismo, a incredulidade, etc Aplaudem o protestantismo porque sabem ter sido ele o caminho para a derrocada do Cristianismo...

Pelo simples fato de ter ele, o protestantismo, injetado o vírus do ceticismo em suas veias... Lançando dúvida sobre os ensinos da Igreja. Logo lançando dúvidas sobre a Igreja (Apostólica.) Para em seguida duvidar de seu fundador e esposo! Pois quem haverá de acreditar num 'deus' que fundou uma igreja descartável ou com prazo de validade...

Não devemos portanto, nós Cristãos legítimos, filhos das igrejas apostólicas, invejar os elogios e aplausos que a incredulidade tributa ao protestantismo. Pois como colaborador ele faz jus a eles. Ele os merece. 

Da Ortodoxia ou mesmo do papismo jamais sairiam capitalismo, comunismo, anarquismo, nazismo, positivismo, modernismo e outros tantos rebotalhos...


domingo, 21 de setembro de 2025

Ortodoxia, agostinianismo, igreja romana (Papado) e protestantismo: Os caminhos da Europa

É a Ortodoxia oriental totalmente míope no sentido de entender o significado da cultura e os caminhos teológicos do Ocidente.

Pois jamais veio a discernir com máxima propriedade o significado do agostinianismo e suas conexões com a nova fé protestante. 

Destarte quando interrogamos nossos irmãos Ortodoxos, inclusive os clérigos sobre a igreja apostólica romana as primeiras coisas que se lhes vem aos miolos são: Filioque, papa e purgatório (!!!) ou o que é ainda pior jejuns, barba e ázimos. O Cristo, nosso Bom Deus nos proteja e salve do mal... Porém a situação que temos é esta, quiçá devido a barreira da lingua: O Latim e o Grego, o inglês e o russo...

Alias quando mencionam Purgatório (O papa copta Shenouda III, por exemplo, cometeu tal erro há alguns anos ao dar uma entrevista - Assim os demais Batraks, Oscufs, Cassis, Rahibs, etc) cometem uma erro primário. Pois na verdade o que foi repudiado no falso concílio de Florença por S Marcos Evgênicos, arcebispo efesino, não foi purgatório e sim a crença num juízo particular definitivo imediatamente após a morte, noutras palavras, que o Cristão tem seu lugar de destino definitivamente estabelecido assim que morre. Quando nossa fé imaculada e pura, estende a esperança da mudança e da conversão para o além túmulo, ao menos até o dia daquele único juízo que é final. E por isso rezamos pelos mortos, não para que os santos obtenham uma melhor ressurreição, mas para que de fato sejam iluminados e atraídos a Cristo no mundo espiritual e invisível - E o contrário disto é para nós heresia.

Portanto, mesmo quando repudiamos a existência de um estado chamado purgatório, não professamos fé em dois estados definitivos logo após a morte - Como os protestantes (Que conseguiram piorar o esquema romano.) - mas mantemos esperança quanto a mudança de estado, quanto aqueles que morreram sem ter dado mostrar de arrependimento, como já foi dito: Ao menos até o dia do juízo final. Quanto ao que sucederá aos maus e impenitentes naquele último dia, não nos informa a fé. Embora os Santos tenham sugerido a aniquilação ou a restauração.

O mesmo Marcos Evgênicos todavia opôs-se também a doutrina maniqueísta do Pecado Original e da Depravação total, concebida por Agostinho e expôs nossa fé no 'Pecado ancestral', tal e qual haviam feito os armênios quando escreveu-lhes o papa romano, creio eu, Bento XII.

E no entanto, apesar de ter assimilado parte das heresias de Agostinho, certo é que a Igreja romana ou o papado também as moderou ou conteve. De fato jamais a IAR chegou a ser plenamente agostiniana e aproximou-se mais do agostinianismo durante a assim chamada 'contra reforma' e o 'Concílio' de Trento, sob o impulso do protestantismo ou aspirando reconquistar os protestantes.

Durante toda Idade média o quanto temos é um estado de ambivalência ou tensão, entre o agostinianismo estrito, o agostinianismo mitigado e o semi pelagianismo antigo. Enfim conflitos.

De modo que o veneno agostiniano demorou praticamente mil anos antes de afirmar-se triunfalmente no Ocidente através da pseudo reforma, particularmente do Calvinismo com sua TULIP. 

Mesmo quando a massa dos apostólicos romanos forceje heroicamente por desvincular seu super padre ou santinho querido, de Lutero, de Calvino e do protestantismo, certo é que o protestantismo primordial outra coisa não foi que uma retomada ou reafirmação - Em máximo gráu. - ou ainda um desenvolvimento do Agostinianismo. E basta ler a obra do erudito Padre Stanislaus Grabowsky para convencer-se quanto a isso.

Quanto a Ortodoxia e a totalidade da Tradição grega ou oriental podemos constatar - Já com L E Du Pin já com Karl Rahner (A graça) que sempre ignorou supinamente tais crenças. Num pecado Original, numa Depravação total, numa predestinação particular restrita, numa graça soberana e numa salvação inamissível ou na impossibilidade da apostasia. Como jamais recebeu o dogma blasfemo da expiação ou o deus mata deus para aplacar deus...

Para nós Ortodoxos, todas essas fabulações do ex maniqueu Agostinho são inaceitáveis, ímpias e sacrílegas e ele jamais se retratou como deveria, haja visto que também rejeitou o dogma da realidade da descida do Senhor ao mundo dos mortos. 

Alias, tendo Jerônimo de Stridon traduzido seus livros sobre a Graça ou o monergismo e divulgado tais livros no Oriente, foi confutado, numa obra ora perdida, escrita por Teodoro de Mopsuéstia. Felizmente uma notícia sobre tal obra - Onde Agostinho é classificado como Maniqueu - na Biblioteca (Mirabiblion) do Patriarca S Fócio, o qual, por sinal, referenda o juízo de Teodoro. 

No próprio Ocidente, Juliano de Eclano, um erudito, conhecedor e tradutor de S João Crisóstomo, pela redução ao absurdo foi conduzindo o obstinado Bispo de Hipona a opiniões cada vez mais radicais, ao menos até as vésperas de sua morte, e sequer podemos imaginar, onde Agostinho, envolvido por essa polêmica, haveria de chegar. Certo é que ao ser informado - Por Juliano - de que S Crisóstomo repudiava a ideia de que as crianças tivessem qualquer culpa, ousou insulta-lo. Enquanto cuidava de atrair a sua órbita (Por meio de cartas.) Cirilo de Alexandria, porquanto este, fazia guerra ao abençoado Crisóstomo. 

Já o poderoso Cirilo, sequer se deu ao trabalho de responder a tais cartas... Por outro lado, quiçá estando informado sobre a objeção do hiponense ao Patriarca rival, sequer considerou denuncia-lo aos Bispos do Oriente, o que a longo prazo mostrou ser uma atitude equivocada - Pois num concílio ou sínodo oriental, tal como Pelágio (Que sendo semi pelagiano era perfeitamente Ortodoxo.) fora justificado em Dióspolis seria ele condenado como maniqueu e posto fora da Igreja. 

A sorte de Agostinho foi ter florescido a um tempo em que o ocidente latino e o oriente grego não mais se comunicavam como nos tempos de Adriano. De fato, naquele tempo eruditos da cepa de um Triboniano de Cyme eram já raros. Quanto ao ocidente, passados uns três ou quatro séculos, estaria extinto o conhecimento do grego, isso ao tempo de Eurígena, Pardalus de Laon e Anastácio; o bibliotecário. Ao tempo de Agostinho já não se reconheciam os dois blocos culturais e o próprio Agostinho sequer conhecia suficientemente o grego elementar. 

Até aqui o posicionamento da Ortodoxia Oriental face aos desatinos do africano filho de Patrício. 

Outro o caso da dita reforma protestante.

Outro o caso da reforma protestante, a qual, seja com Lutero ou Calvino, corresponde ao triunfo do agostinianismo no Ocidente ou ao fim da medida imposta pela igreja papa, a qual foi avaliada pelos reformadores como herética. Para os Reformadores Agostinho era Paulo e Paulo era Jesus...  

É justamente por ter sido dissolvido ou contido, por obra da Igreja papa - Desde seu advento e a cabo de milênio - que não podemos identificar o Agostinianismo nascente como ponto de partida do colapso europeu. Afinal se Roma não chegou a repudia-lo com a firmeza necessária, tampouco deixou de suaviza-lo ou tempera-lo evitando que chegasse a produzir um outro tipo de cultura, ao menos numa escala demasiado larga.

Eis porque sequer o papado do século IX pode ser encarado como adversário da cultura ou da civilização. Superstição ou heresia, como queiram, mas não uma Revolução cultural derivada da apostasia. Pois jamais havia ela abraçado as opiniões do hiponense em sua puridade radical. O crime da igreja Romana, repito, limitou-se a tolerar essa o agostinianismo o qual jamais converteu num Dogma indiscútivel.

Tanto que em algum momento foram condenados, o Padre Lucidius e, por Hincmar de Reims, Gotheschalc. Enquanto Adriano Pighius assumia o semi pelagianismo ao confrontar Calvino pouco antes de Trento, isto para citar apenas um exemplo.

E se os franciscanos penderam para o lado de Agostinho é certo que Tomás e os dominicanos tomaram outra direção.

Agora, com a reforma protestante, é o agostinianismo vindicado pelo monge agostiniano de Wittemberg, mas sobretudo por Calvino e seus sucessores, até Loraine Boettner. 

Por isso optamos por assinalar o protestantismo e não o agostinianismo nascente ou o papado como correspondendo a Revolução primordial ou a uma guinada em termos de espírito.

Mas a que vem isso...

Considere o leitor que quando os monges de Hadrumetum foram informados sobre as opiniões do homem não tardaram a considerar que delas resultaria uma relaxação dos costumes ou uma queda de ideais em termos de virtude heroica. O próprio Pelágio era monde disciplinado e devoto. 

No entanto, como acima registramos, foi o obstinado hiponense colhido pela morte, no auge da polêmica com o piedoso Bispo de Eclano. Não podendo desenvolver - Acolhendo, como acolhia, sem maiores problemas os argumentos de seu douto adversário. - seus princípios nos domínios do pecado e da santidade\virtude. Atreveu-se no entanto (Contra Celestius) a declarar que o homem jamais poderia cessar de pecar durante essa existência, opinião blasfemar a partir da qual Lutero desenvolveu seu conceito de Justo e pecador ou da salvação no pecado. 

De fato, apesar das advertências de Clemente de Alexandria, sobre o abuso do Sacramento da Penitência, por parte daqueles que o recebiam frequentemente sem jamais se emendarem, a disciplina desse mistério se foi alargando mais e mais já no contexto da igreja medieval. O que, ao menos na prática, antecipou a definição Luterana sobre a salvação no pecado.

A partir desse transtorno a própria vida monacal, por impossibilidade de atingir seu fim - Que é a perfeição Ética, se foi corrompendo por todo ocidente. No entanto o grande terremoto ou dilúvio de infidelidade e descrença só se abateu sobre a Europa no momento em que Lutero optou por oficializar semelhante estado de coisas e a proclamar em alto e bom som a salvação vicária ou fácil. E nem fazia qualquer sentido manter a vida monacal, voltada para a perfeição, em semelhante contesto... No momento em que o pecado foi admitido como algo já insuperável, já comum nas vidas dos Cristãos pereceu o ideal Cristão primitivo, ideal que havia formado mártires e monges.

Tal a guinada que até mesmo o celibato passou a ser encarado como anti natural e banido da revelação comunicada por um homem celibatário cuja mãe era Virgem. E tão para baixo foi, o ideal heroico dos primeiros séculos, a consciência e a espiritualidade, que, a partir de Luc Sternenberg, a própria Virgem Maria e o próprio S José cessam de contemplar o mistério sublime da encarnação, para, nascido o menino passarem a cópula. Algo que bem poderia caber no judaísmo anti Cristão, mas que no Cristianismo, deslocado ficará. 

A mensagem do agostinianismo retomado aprofundado e ampliado pelo Luteranismo faz a volta do parafuso: E de tanto insistir no poder da graça, apresenta uma graça fraca, que coexiste com o pecado. E daí resulta, paradoxalmente, um mundo que perde o heroísmo, que abjura dos ideais, e que se vai tornando trivial ou comum, a ponto de ser ultrapassado pelo que havia de melhor no paganismo antigo... Pois essa reforma não fabrica Mucios Scevollas, Cincinatos, Coriolanos, Cléias, Cornélias, etc 

E sem monacato ou santidade heroica desaparece aquela aristocracia da virtude que através da imitação ou da mimesis contagiava a totalidade do corpo de Cristo, exercendo sadia emulação. 

E sem essa mimesis teremos a monotonia, a rotina e a inevitável perda da fé. O que de fato se pode verificar a respeito da sociedade Luterana do século XVI, a começar pelos lamentos do próprio Lutero. Cf J J I Von Dollinger 'A Reforma' 1838 e a História do povo alemão de J Janssens.

Certamente que, a longo prazo, no seio das igrejas Ortodoxa ou romana, poderia ter sucedido uma secularização saudável, mais suave, equilibrada e harmoniosa, e Cristã, que não resultasse em incredulidade, materialismo, ateísmo, místicas naturalistas, etc 

protestantismo no entanto, produziu uma secularização informal e interna permeada pela incredulidade e injetou o materialismo e o ateísmo no seio do Cristianismo, até converte-lo tão externa e aparente como jamais havia sido no seio das velhas igrejas acusadas de ritualismo. 

E quando o luteranismo veio a si, já se havia convertido num valhacouto de pessoas sem fé, a exemplo de D F Strauss ou Bultamann... Isto se deu porque a própria via, aberta por Agostinho (Um homem demasiado crédulo.) e alargada por Lutero, foi via suave, que principiou pela negação do heroísmo até chegar, como já foi dito a monotonia e a rotina da vida natural, sem quaisquer indícios de sacralidade. 

Europa - O vácuo do papismo e as ideologias 'penetras'

Diz uma passagem do Novo testamento: Se alguém colocar outro fundamento além de Jesus Cristo... a obra será provada pelo fogo, assim papel, madeira, palha, etc tudo isto será consumido, e a edificação toda virá abaixo.

Julgo que esse texto religioso possa ilustrar a questão da cultura e seus fundamentos: As ideias matrizes.

Do quanto tenho lido eu em Spengler, Huizinga, Whydan, Toynbee (Mimesis), Sowell, Parsons, Sorokin, A Weber, Wrigth Mills, Timacheff, etc chego a conclusão de que um dos fatores (Ou o principal) responsáveis por levar uma determinada civilização ao colapso é a mudança de paradigmas fundamentais. Via de regra relacionados com algum sistema religioso ou ético, o qual lhes dá suporte. Alias a obra seminal sobre este tema 'A cidade antiga' de Fustel de Coulanges foi metodicamente elaborada para opor-se ao monismo materialista de K Marx (No plano social.). 

Acho curioso: Quando o marxismo\comunismo assomou no horizonte da cultura, há muito que já estava ela em declínio, e quando assomou o liberalismo econômico, meio século ou um século antes - Trazendo em seu bojo o materialismo (Ao menos prático.) - já estava em declínio, embora ainda houvesse aparência de vida. E o comunismo, fixado no dogma materialista como uma ostra sobre a pedra, não soube ou pode compreender a dinâmica das coisas e por isso acelerou ainda mais esse declínio tornando-o fatal. 

O organismo do enfermo todavia estava minado, e portava os germes da morte, os quais o levaria a cova passados menos de duzentos anos. 

Atentem: Se a causa mortis formal foram as duas grandes guerras e o Vaticano II, a causa principal ou eficiente outra foi.

Todavia antes de chegarmos a ela gostaria de apresentar alguns exemplos de caráter histórico: Entrou o novo reino ou Império egípcio em declínio (Ao menos segundo alguns expositores.) graças a reforma religiosa atoniana iniciada por Akenaton - Filho de Amenófis III e Tyi - com os novos ideais de compaixão e paz (Os quais não se encaixavam muito bem no contexto do tempo.). Passados nove séculos outra reforma semelhante, a de Nabonido, prostrou a Babilônia diante dos Persas. Da mesma maneira tombou o mundo greco romano, diante do Cristianismo e seu ideal abolicionista e semi pacifista. Quanto ao império bizantino, embora não possamos observar qualquer mudança essencial a nível de paradigmas não, podemos deixar de observar uma séria crise produzida pelo nestorianismo (Mesmo quando negamos que Nestório tenha ensinado ou divulgado o nestorianismo é certo que durante algum tempo esse erro existiu e proliferou.), pelo monofisitismo (Embora os coptas jamais tenham sido monofisitas e nem mesmo todos os siríacos o fossem.) e outras seitas. Análogo o caso do califado islâmico: Exaurido culturalmente pela Ortodoxia sunita de Gazali e Achari.

Mesmo quando não correspondam a uma causa eficiente, as mudanças, crises ou revoluções religiosas e filosóficas sempre fazem parte do conjunto de fatores que conduzem uma dada civilização a seu fim. 

Do mesmo modo como é impossível substituir os alicerces de uma casa sem que ela desabe fragosamente é impossível substituir os princípios  e valores elementares ou os conceitos geradores sem que uma dada sociedade se dissolva. 

Alias uma verdadeira revolução, conceito que implica uma mudança radical, consiste exatamente em substituir tais conceitos por outros numa dada sociedade, e assim: Demoli-la, para em seguida reconstrui-la doutra forma.

Foi o que fez o Cristianismo apostólico - Demoliu aquele velho mundo, já enfermo, pela base (O escravismo) e, reaproveitando, tudo quanto era digno e bom, tudo reorganizou em síntese harmoniosa, reconstruiu-o de outra forma.

E cada uma dessas fases: De agonia, morte, decomposição e ressurreição correspondem a trajetória daquele velho mundo que existiu do século III ao século XIII desta Era ou a cabo de mil anos, e seu fim é uma Europa refeita e centro do mundo civilizado. Mesmo quando não tenha podido atingir sua plena maturidade.

Mesmo em seu auge, foi a Europa um projeto inacabado e um projeto inacabado é.

E crescendo desviada de seu autêntico fim, cresceu na direção errada, dirigindo-se ao abismo da destruição - Abatida por uma Revolução, por uma outra Revolução, que a tirou de seus alicerces e atalhou sua vocação. 

E desde então não pode tornar-se ou continuar sendo uma civilização Cristã. Desde que seu ideário foi posto no antigo testamento ou na 'bíblia' foi perdendo a Europa seu brilho, até fenecer e principiar a ser um quintal do islã. O espaço onde floresceram um Tomás de Aquino, um Dante, um Francisco Vitória, um Copérnico, um Vesalius, um Da Vinci, um G Agricola, um Camões, um Cervantes, um Shakespeare... E se converte, por força de um destino ingrato em califado...

Gigante caído aos pedaços por terra, assim a podemos evocar: 
"My name is Ozymandias, king of kings: Look on my works, ye mighty, and despair!"

E a beira de seu túmulo bem poderíamos pronunciar as mesmas endechas que Volney proferiu sobre as ruínas de Tiro ou Babilônia...

Porém que vendaval ou tufão foi esse que acometeu o velho mundo... Que terremoto foi capaz de abalar até a base as suas estruturas de poder...

Com efeito, todas as desgraças da Europa procedem da reforma protestante ou do protestantismo, o qual foi sua Revolução primordial...

Não de Lutero ouso dizer, porém de Calvino e em menor medida de Zwinglio. Um e outro foram os novos Gengis ou Tamerlões vindos da estepe. Os quais passaram pela Civilização como um ciclone, e, desde então, nada mais foi o mesmo.


Até então havia unidade religiosa, e consequentemente ética, em torno de um projeto ou ideário social. O que houve depois, vejam as guerras religiosas na França e na Inglaterra ou a guerra dos trinta anos, foi uma sucessão de batalhas, guerras e conflitos que até a segunda grande guerra foram drenando as energias daquele continente. E nunca mais se compôs a Europa ou livrou-se das guerras fratricidas. 

E quebrada ficou como o colosso de Ramsés II...

Basta dizer que após o curto domínio de uma nova fé - Que jamais esteve a altura da antiga ou logrou substitui-la com sucesso (Coordenando suas diversas sociedades.) produziu-se uma secularização sem fé, e, a partir dela uma nova ordem, materialista, a qual denominamos liberalismo econômico. E desta última 'ordem', qual Atena Palas da cabeça de Zeus, o capitalismo, o anarquismo e o positivismo. E, em seguida o fascismo e o nazismo. E, posteriormente, o modernismo. E de permeio: O ceticismo, o subjetivismo crasso e o relativismo. Todo um caleidoscópio formado por sucessivas culturas de morte...  Cada qual julgando poder substituir com sucesso a precedente - E cada qual mais fracassada e frustrada... 

De fato, abandonada a fé ancestral que plasmou a cultura, apenas restou, no fundo do cálice, um patético saudosismo quanto aos tempos passados, em que a Europa era una e pujante, pela fé e pelo projeto social dela derivado - O que lhe permitia permanecer de pé e erguida face ao islã e resistir impavidamente a seus assaltos. Pois havia vitalidade espiritual e proposta.

Grosso modo, todas essas ideologias e culturas de morte (Que como fantasmas ainda assombram a Europa no tempo presente.) o quanto pretenderam foi substituir a igreja ou a fé apostólica romana, enlaçando povos e países num mesmo ideal 'Católico' ou universal. E naturalmente que ocidental algum encarou seriamente a única opção viável para substituir com sucesso o romanismo: A Fé Ortodoxa... Antes seguem os europeus, mais e mais, na direção do caos ocidental, a ponto de, açulados pelo império protestante do Norte, satanizarem a Rússia hodierna, já reconciliada com sua cultura ancestral, autônoma e independente - Por isso odiada e satanizada, e caluniada (Pela imprensa paga ou comprada.) posto que, apesar das esperanças acalentadas nos anos noventa, não se converteu em província cultural, social e política do Império Yankee (O qual neste tempo sela seu destino entregando-a aos jihadistas para aliviar o querido Estado sionista.)


Enquanto isto os desorientados Europeus apostaram nas 'Canas quebradas' do capitalismo, do comunismo, do anarquismo, do positivismo, do fascismo, do nazismo, dos nacionalismos, etc sem que acertassem no alvo. E a cada uma dessas ideologias 'da moda' se poderia dizer o que foi o dito pelo apóstolo Pedro a Safira: Aqueles que levaram o cadáver de teu marido aí já estão, as portas, para levar o teu... 

Grosso modo cada um desses sistemas, após retalhar ainda mais aquele imenso colosso, simplesmente mirrou até converter-se em seita inexpressiva ou clube de devotos embiocados. Servindo no entanto, cada um deles, como obstáculo para que tornasse a Europa aos braços da velha Igreja ou da fé Ortodoxa - O que significou impedi-la de reencontrar a si mesma, seu espírito, sua consciência, sua identidade e sua missão. Arrancado ao seio materno pela Revolução protestante ou sequestrado, foi aquele infeliz continente, no afã do pensamento, alijando-se cada vez mais dos braços maternos e produzindo, enquanto foi capaz, novos sistemas, até esgotar sua criatividade, isto a pouco mais de um século... 

Desde então revolveu-se ela na lavagem do chiqueiro... até os estandartes e janízaros do islã...

Pois construção metafísica (Observem os decalques grotescos do Positivismo ou do comunismo soviético.) alguma conseguiu satisfazer aquelas mentes sagazes e corações inquietos e ainda menos reconciliar tais povos e nações. O que o protestantismo demoliu e lançou por terra ideologia alguma logrou reconsolidar ou erguer - E por que... Porque se o protestantismo, instilando ceticismo, duvidou da Igreja, o capitalismo desamparou o espírito, o comunismo e o anarquismo chegaram a duvidar de Deus, o positivismo lançou fora a Ética, fascismo repudiou a liberdade, o nazismo sacrificou o amor e a fraternidade, o ceticismo crasso aboliu o conceito de verdade, etc montes foram arremessados sobre montes até que chegamos a calamidade suprema. Foi Nietzsche: Protestante, filho e neto de pastores, tipo de exegeta sofisticado, ateu, incrédulo, louco e profeta do nihilismo, e etc que certa vez comparou a Europa de seu tempo com um campo de urzes semeado por gigantescas ruínas...

Embora não tenha contemplado a chegada dos beduínos com seus cimitarras...

Não que tais seitas, correntes e partidos não se tivessem esforçado para desacreditar, derrubar e substituir a fé ancestral. Calvinismo e Comunismo por sinal, empenharam forças descomunais. De fato, cada uma das igrejas sem Cristo ou das místicas secularizadas mobilizou recursos humanos colossais, julgando poder imitar ou plagiar o poder divino.

Aquele começando por Genebra, e falhando miseravelmente em menos de cem anos, e passando incansavelmente, a Escócia de Knoxx, aos EUA dos 'pilgrins fathers', ou mesmo as plagas do Brasil atual e, mesmo assim, falhando sucessivamente, tentativa após tentativa, sem no entanto jamais tornar a reconstruir a 'Santa Genebra' i é, o califado original ou, segundo Van Paassen, primeiro Campo de concentração da História.

Assim o Comunismo, que com seu estro revolucionário, 'Fez rolar a cabeça do Czar'... Onde ora refloresce ou reverdece uma fé ainda mais pura que a romana...

Agora por que falhou o protestantismo... Esse Adamastor cujas pretensões são tão grandes...

Falhou porque com base na dúvida, na negação ou no vácuo nada se edifica de duradouro. De fato a igreja velha conquistou e guiou a Europa porque firmada na autoridade enunciou verdades eternas e indestrutíveis ainda quando incompletas ou em parte distorcidas. Já o protestantismo postulando o livre exame deu a entender que procurava e consequentemente que não tinha... Como de fato não tem a posse da verdade, posto que lhe falta a verdadeira autoridade - Decorrente da sucessão apostólica.

Dirá ele que tem a bíblia ou que posta livros ou escrituras.

Logo, o que tem ele, é leitura e a leitura não é a verdade.

E essa leitura sequer é o livro, como o leitor - Por sinal, não o é.

Assim o quanto resta ao protestantismo é interpretação individual, subjetiva e falível, opinião, suposição, perspectiva, ponto de vista... Jamais a verdade ou o sentido objetivo do livro, fornecido pela legítima autoridade, aa qual remonta aos apóstolos e enfim ao Cristo. Tudo muito humano e demasiado humano, especulação natural, exegese, elaboração 'racional' e não Revelação divina...

Reino dividido, deu o protestantismo cumprimento as palavras infalíveis do Senhor: E - Devorado pelas seitas. - sucumbiu levando consigo a maior parte da Europa. 

Mesmo onde não reinava, ou seja, nas nações papistas e Ortodoxas, enviou ele (O protestantismo) seus corifeus - Apóstolos do ceticismo. - semeando dúvida e produzindo aquele imenso vácuo espiritual que haveria de ser futuramente disputado pelas culturas de morte a semelhança de um cadáver podre sendo disputado por urubus. Portador de um hálito e pestilencioso e letal, ele, o protestantismo logrou contaminar toda Europa, infecta-la, polui-la e destrui-la por dentro... Até chegarmos aos confins da pós verdade e restar-nos apenas a 'narrativa' ou a 'versão' - Desde então afundamos mais e mais nesse charco ou atoleiro espiritual> Posto que nada temos para opor ao islã, alias encarado já como uma opção possível... E quando assim for que será de Homero, Virgílio, Dante, Tasso ou Ariosto...

Pois é, o buraco ou brecha aberta nos flancos da Europa, não apenas subsiste - mas amplia-se. E nessa Babel de confusão, em que todos gritam, os olhos jamais se voltam para a Ortodoxia. A qual os pode duplamente salvar - Tanto neste mundo (Restaurando a cultura.) quanto no outro, e jamais dão com a verdade que a princípio com tanto amor chegaram a contemplaram.





sábado, 20 de setembro de 2025

Sionismo e protestantismo, um estranho flerte...




A seculariação do Estado sionista.


 Ao templo que Th Herzl codificou os ideais do sionismo muitos judeus, inseridos no mundo ocidental, a semelhança dos Cristãos - Em especial dos protestantes históricos - já haviam perdido a fé e consequentemente a esperança na vinda de um Messias 'sobrenatural'.

Eram tempos de positivismo e em certo sentido de secularizações. Da mesma maneira como, para alguns romanistas apostatas, a Divindade de Cristo passou a significar a divindade do homem ou o reconhecimento de que nossa espécie é divina, para alguns judeus, considerados por si mesmos como 'emancipados' da fé, passou o Messias prometido a ser identificado com a futura construção política do Estado de Israel, o Estado onipotente e indestrutível.

É justamente por isso que os judeus ultra ortodoxos, homens profundamente religiosos, que mantém viva a fé de seus ancestrais, opõem-se decididamente a essa construção política. Por acreditarem que o advento sobrenatural do Messias é que proverá sua nação de um Estado político. 


O ideal imperialista.

No entanto - Repito - para parte significativa dos judeus secularizados que habitam o Estado de Israel, é esse Estado o Messias e o único Messias. Sem embargo da distinção (Alias bastante significativa, ao menos do ponto de vista Ético.) ambos os ideários são imperialistas: Sobrenatural ou natural, transcendente ou imanente, divino ou meramente político o Messias - Declaram as tradições já presentes nos registros apocalípticos. - haverá de destruir ou submeter Edon, Gog ou Magog, termos compreendidos como os Estados pagãos.

A proposta de Herzl

Por isso Herzl, dirigindo-se tanto a velha Europa a beira do abismo (Da primeira grande guerra.) quanto ao Império protestante em ascensão, acenou com a criação num estado judeu que servisse como ponta de lança da 'sifilização' ocidental (Leia-se anglo saxã ou americanista, jamais greco romana, ibérica ou francesa.) na Palestina ou nos domínios muçulmanos pertencentes ao Sultão da Turquia, outra construção decadente e prestes a desfazer-se.

As guerrilhas judaícas.


Instigada e apoiada pelos sionistas a Dna Inglaterra não tarda a tomar posse da Palestina ou do que hoje é Israel, ocasião sem que os judeus passam em grande número aquele território, formam suas guerrilhas - Haganah, Stern, etc e atacam as populações palestinas (Em parte Cristãs.) empurrando-as, expulsando-as, exterminando-as e cometendo um rosário de atrocidades... E quem quiser ler tais crônicas de sangue que as leia.

Terra prometida ou roubada...

Fundamentados em seus embolorados livros (Em pleno século XX) e argumentando terem sido eleitos pelo deus, exigiram ao mundo, a Inglaterra, EUA, França, etc exigindo a devolução e a posse daquelas terras, ocupadas por outros povos e construções políticas há cerca de dois mil anos, e para a grande vergonha da humanidade foram ouvidos. Não é que não merecessem uma data de terra, certamente, enquanto grupo étnico faziam jus a ela, mas não com base em aspirações religiosas ou credais. Ademais, ao menos os EUA, possuíam terra em quantidade (Tomada criminosamente aos indígenas exterminados.) para dar ao querido Israel e criar um Estado judeu, em seus domínios - Do que resultaria segurança para toda ordem mundial.

O entrave...

E no entanto, apesar da grande carniçaria feita pelos sionistas (Com armas fornecidas por Inglaterra e EUA) na Palestina, e a famosa declaração de Balfour (Extorquida a uma Inglaterra moribunda em 1917.) as coisas não avançaram e o Estado planeado por Herzl não foi criado ou reconhecido durante as quatro primeiras décadas do século passado - Ocasião em que uma alma da estatura de Van Paassen escreveu o "Aliado esquecido" (1943) endossando as revindicações sionistas quanto a Palestina.

Que sucedia então...

A experiencialidade Histórica dos Cristianismos apostólicos.

Velha a questão que opõem o romanismo e por consequência o Catolicismo Ortodoxo ao sionismo e a suas aspirações imperialistas.

Tanto a igreja romana quanto as nossas igrejas apostólicas Ortodoxas são instituições velhas ou multi seculares - Quero dizer que possuem larga experiência em termos de História. Destarte enquanto protestantes, capitalistas, anarcos e comunas estúpidos discutem sobre o islã na Europa, seu crescimento, suas relações com a democracia, refugiados jihadistas, primaveras, etc o Cristianismo apostólico detém na memória a primeira jihad - Que varreu do mapa os impérios Sassânida e Bizantino - assim a presença dos agarenos ou ismaelitas na Grécia ou na Península ibérica... Assim Sharia, e... Djzia, murtad, etc - A respeito das quais essas ideologias ou correntes contemporâneas nada sabe. 

Conclusão: As igrejas apostólicas conhecem por experiência o islã real, enquanto que os modernos idealizam ou romantizam o islã - Enquanto ele se vai estendendo com suas esperanças imperialistas e teocráticas.

Tal a questão do sionismo e suas aspirações.

Conhece-as a igreja antiga muito bem, pois no passado, sempre que o judaísmo teve algum acesso ao poder, fez sua mão pesar sobre os Cristãos. (Cf caput anterior.)


O não do Papa!

Eis a razão porque quando Herzl foi ter com o papa romano Pio X em 1904 (Portanto antes da primeira grande guerra - E quando a Igreja romana ainda desfrutava de um grande poder.) com o objetivo de pedir seu apoio, e consequentemente das nações papistas de então, para a criação do Estado de Israel, recusou-se aquele líder religioso a atende-lo.

Perceba o leitor que desde então a Igreja romana precisava perder seu poder e\ou ser cooptada (Por meio do Ecumenismo sessenta anos depois.).

O jogo da Inglaterra...

A partir daí, lendo "Os dias destes anos" do mesmo Van Paassen, já não podemos ter certeza sobre coisa alguma quanto as causas das duas grandes guerras. Por que de fato o império britânico não agiu enquanto pode... Era o fortalecimento da França ou o fantasma de Bonaparte que ela de fato receava... Por que os EUA jamais interferem senão quando a Europa se acha arrasada... 

Para tornar o tema ainda mais complexo aparecem os comunistas na Rússia com sua ascensão ao poder em 1917. Os fascismos e o nazismo por inabilidade de um liberalismo político subserviente a poderes econômicos... E a Inglaterra joga com tudo isto como se estivesse no século XIX.

Pós guerra - A igreja fragilizada.

Seja como for saiu a igreja romana enfraquecida da primeira grande guerra e os EUA fortalecidos. Já quanto da segunda grande guerra sai a igreja romana pulverizada ou a beira de um colapso - Cedendo lugar ao comunismo, que em parte é secularização da sua Ética ou da Ética social Cristã (Mesmo quando associada a ideias e a meios equivocados.).

Desde então as nações romanas e ortodoxas são cartas fora do baralho. Chegou a vez do poder Norte americano ou do poder protestante e capitalista - E logo no primeiro momento em que se esboça uma tal conjuntura, surge Israel na 'carona'... Coincidência...

A grande incógnita...

Há quem cuide que não e que foi tudo calculado nos bastidores do sistema - Tal a leitura assente nos ''Protocolos dos sábios de sião". Quem pensar sobre tudo isso... 

De minha parte - Mesmo considerando a ação da diplomacia oculta (Yankee ou britânica) e da maçonaria - acho improvável porém não de todo impossível que os sionistas tenham urdido tais acontecimentos com o objetivo de debilitar as velhas igrejas (Romana e Ortodoxa), engrandecer os EUA e tirar os decorrentes proveitos de natureza política. Acho improvável, repito, porém não impossível - Apenas por observar a conjuntura política atual, na qual certamente atua uma poderosa mão oculta.

Quem morreu e quem sobreviveu...

Agora que o sionismo tenha sabido tirar proveito de tais eventos é indubitável. Sendo o principal deles a cagada hitlerista do extermínio. E como tudo deve ser analisado e discutido - Sempre que se trate de fatos concretos ou acontecimentos. - estou a par de que muito se tem discutido sobre os judeus massacrados: Se eram majoritariamente pobres ou sefaradis, etc Naturalmente que as elites (Os asquenases...) tiveram mais facilidade para fugir. Alias há pouco material sobre tais questões mesmo na net o que naturalmente lança dúvidas em meu espírito - Não quanto ao massacre e sim quanto ao caráter das vítimas e possíveis conotações políticas.

Em que pese o tabu ou a cortina de fumaça é absolutamente necessário problematizar tudo isto.

Tenho lido alias que eram os judeus do Leste da Europa, mais religiosos (Parece que os judeus alemães e franceses eram os mais secularizados do continente.)  e resistentes ao sionismo e que o extermínio deles conferiu uma uniformidade quase que absoluta a ideologia em questão. Outra opinião com que deparamos em livros, publicações e ambiente virtual - E esta muito mais consistente. - é que o massacre dos judeus continentais ou do Leste, como se queira, concedeu primazia aos judeus anglo saxões, em especial aos judeus dos EUA, estes intensamente sionistas.


Ecumenismo para quem... A guinada do Vaticano II


Quanto a continuidade do Estado sionista nas décadas seguintes é que sob Pio XII permaneceu a Igreja romana completamente alheia a judaização e ao sionismo. Outro, como sabemos, a situação criada após o Vaticano II - O 'concílio' manobrado pelos norte americanos, protestantes e maçons; com o objetivo de destruir a identidade da igreja romana e sabotar a cultura dos povos romanos. O fim último no entanto parece ter sido enfraquecer os socialismos Cristãos (Dentre eles a D S I e a assim chamada Teologia da Libertação - Enquanto possíveis vias de acesso ao comunismo. sic) e aproximar os povos romanos do americanismo e, consequentemente do sionismo.

Uma atitude peculiar desse 'concílio' foi inserir na nova missa protestantizada uma leitura do antigo testamento, isto com o premeditado intuito de aproximar a ICAR do calvinismo, das seitas judaizantes, do judaísmo e enfim do sionismo como de fato tem acontecido. E já vemos romanistas migrarem em massa a seitas pentecostais e calvinistas e delas ao judaísmo e até ao islã, algo que jamais se viu nos séculos precedentes. Ora tudo isto é decorrente da perda da identidade, do obscurecimento da cultura e do desprezo pela Tradição acionados pelo citado 'concílio' - Nada disto, repito, é alheio a esfera política e econômica da modernidade. 


O cavalo de Tróia da RCC...

Resultou desse 'aggiornamento', com efeito, a RCC, movimento yankee de inspiração protestante\pentecostal e através dela não apenas a bibliolatria, mas a concentração das massas apostólicas romanas alfabetizadas na leitura indiscriminada do AT, a prática do livre exame e, pasme, a substituição do Latim por expressões habraicas, tal e qual nas seitas protestantes mais vulgares. 

Grosso modo o último papa romano a confrontar Israel foi o ultra progressista e modernizado Paulo VI, o qual ousou reivindicar que Jerusalém fosse internacionalizada - E eu, inclusive, lá colocaria a ONU, bem distante dos EUA, do qual é quintal no quintal...

Nos últimos cinquenta anos o mesmo Vaticano, que ousa falar grosso contra a Rússia Ortodoxa (A última protetora da Cristandade.) tem apenas resmungado muito baixinho contra as atrocidades sucessivamente cometidas pelo governo sionista, quase fazendo coro com os yankees e a desorientada Alemanha em torno de um apoio incondicional, sempre tocado pela ladainha do Holocausto... Pois para os sionistas hipócritas criticar as ações terroristas de Israel e suas violações de direito, é sempre sinônimo de anti semitismo rsrsrsrs

Manipulando o extermínio

No tempo presente o único pais Cristão que ousa opor-se as manobras do Estado sionista e a suas crueldades tem sido a Espanha, sujo ministro por sinal acaba de ser classificados pelo sionistas como anti semita rsrsrsrsrs 

Quanto as incestuosas relações entre o sionismo e o estado yankee, é impossível dizer quem pretende manipular quem ou quem ali dá as ordem. Os nazistas sempre pretenderam que seriam os sionistas, eu no entanto estou longe de sabe-lo e assim de concordar com eles. Pois não vejo que sejam os calvinistas e capitalistas uns inocentes ou ingênuos a ponto de serem manipulados pelos espertos hebreus. E considero esse esquema linear como simplista. 

O dispensacionalismo. 

Outro o caso das massas pós dispensacionalistas, com relação as quais bem pode o sionismo auferir grande proveito, na medida em que componham parte significativa da opinião pública Yankee - E eu não sei se isto já foi devidamente analisado e mensurado. 

Digo isto porque o quanto o dispensacionalismo propõe (Sejamos justos) é que, apoiando e fortalecendo o Estado sionista, favoreçam a reconstrução do quarto templo e assim a manifestação do Anti Cristo e consequentemente a segunda vinda de Cristo e a consumação dos tempos... - O que de modo algum implica assumir a identidade ou a cultura judaica. 

Protestantes desorientados.

Todavia, gostando ou não dos judeus, desejando manipular (Como os antigos Maias e Astecas) eventos cósmicos, aspirando adiantar o tal apocalipse, etc fato é que, o dispensacionalismo levou a parte mais ignorante ou despreparada de sua clientela as fronteiras do judaísmo. Isto a ponto de imaginarem a si mesmos como judeus ou os judeus como Cristãos e passarem a usar emblemas judaicos como a menorah e a estrela de Refã. Sem atinarem por um instante que os judeus continuam a encarar nosso Deus Emanuel, como filho natural de uma prostituta com o soldado judeu Ben Pantera e a apresenta-lo como idólatra, feiticeiro e blasfemador que se encontra no mais profundo dos infernos, ardendo em excrementos.


Perspectivas nada agradáveis.

Por fim quanto as aspirações do Estado sionista, as quais giram - No mínimo - em torno da reconstrução 'grande Israel' davídico (O qual não passa de um mito.) dadas agora num contexto islâmico cada vez mais amplo, naturalmente que representam um perigo para a humanidade como um todo ou para nossa espécie. Uma vez que foi dado ao Estado sionista possuir armas de destruição maciça e que juram em Massada jamais capitular, pode o leitor inferir as consequências.


sexta-feira, 19 de setembro de 2025

A judaização do Cristianismo e o sionismo


Judaísmo e Cristianismo - Revelação e cultura.

Antes de discorrer sobre a manobra sionista quero focalizar um processo histórico assaz interessante, relacionado com o protestantismo. 

Mesmo aqueles que encaram o Cristianismo apostólico como uma Revelação autônoma ou distinta do judaísmo (Os quais não identificam Jesus ou o Pai, o Filho e o Espírito Santo com o deus étnico jeova ou javé.) reconhecem que essa Revelação ocorreu no contexto cultural dessa religião e que portanto dela recebeu uma considerável carga cultural.

Uma vez que o Deus Cristão se encarna no mundo  e entra na História, estabelece um diálogo (Pleno de tensões) com a cultura. Manifestando-se no tempo e no espaço, assume determinada identidade, no caso, torna-se judeu, filho de judeus devotos. 

Mesmo quanto se contrapõe a diversos aspectos da religiosidade judaica (Ouvistes o que dito foi aos ancestrais, eu porém vos digo!) quando exerce uma postura crítica, quando resiste e corrige; ainda aqui sua linguagem, seu aparato simbólico, seus referenciais, etc procedem do judaísmo. 

Destarte, se a um tempo, ousa o Senhor opor-se aos vícios e mesmo aos ensinamentos dos fariseus e escribas, a outro tanto ele, quanto seus apóstolos e evangelistas não cessam de apelar ao testemunho profético e sobrenatural, para, nele fundamentados legitimarem sua autoridade, a autoridade de Jesus, o Cristo.


A ambivalência da Revelação divina: O sobrenatural no natural, a transcendência na imanência. 

Tal a origem desta relação, por assim dizer, ambivalente, em que os profetas dão testemunho sobrenatural de um Cristo que vem afirmar a Torá (A Exceção do decálogo) não como uma Legislação divina procedente dos céus e sim como produto natural da cultura e portanto como algo humano, perecível e destinado a ser suplantado pela Revelação Cristã, esta sim, de caráter transcendente.

No curso da História, herda o Cristianismo, este legado da Encarnação, ou seja, esta ambivalência, este estado de tensão, este diálogo com a cultura enfim (Tillich) esta relação dialética que a cada século pende de um lado para outro, conhecendo avanços na direção do espírito de Cristo e saltos da consciência Cristã, e recuos, na direção do judaísmo e da cultura.

Por vezes vai o Cristianismo na direção divina do Evangelho e da superação da cultura. Outras vezes vai ele na direção humana e natural da cultura judaica.


Os antigos judeus e a política.

Quanto aos judeus é velha sua conexão com o poder político. 

A começar pela mitológica figura de José como vizir egípcio ao tempo dos Amu ou Heka Chasut.

Segundo toda verossimilhança foram os judeus que abriram as portas dos canais pelos quais o exército do Aquemenida Ciro entrou na grande cidade de Babilônia. 

Posteriormente parece terem contribuído para a afirmação de Júlio César entre os romanos. 

Por fim tornaram-se ministros dos Sheiks muçulmanos na Síria e no Egito - Ocasião em que fizeram pesar a mão sobre o povo Cristão.


Atritos entre Judeus e Cristãos na antiguidade.

Quanto aos atritos mais sérios consta no Corão que o Himirita Zu Nawas fez deitar fogo a Catedral de Nayren, na qual se encontravam reunidos os fiéis em torno do Bispo. Surat Al Buruj

O mesmo livro refere ainda a trincheiras e fossos nos quais os cristãos foram decapitados e lançados pelos judeus de Al Kudush ao tempo da guerra de Kosroas Parviez, rei dos persas Sassânidas. 

O que de modo algum justifica o trato desumano e cruel que receberam dos Frank durante a Al Salibaya. Posto que Nosso Senhor determinou: Amai os vossos inimigos e proibiu que os seus exercessem a vingança. 


O avanço de Paulo e outros...


Ainda no âmbito da revelação divina, foi o apóstolo Paulo, guiado pela providência, que principiou a separação entre os mistérios de fé e a cultura judaica ao negar que a circuncisão dos judeus fosse necessária aos adeptos procedentes da gentilidade.

Apesar disto não poucos elementos culturais do judaísmo foram incorporados ou mantidos por Paulo, assim o machismo, a homofobia, o estatismo e o escravismo... Pois era Paulo um 'Fariseu filho de fariseu' pupilo de Gamaliel.

Naturalmente que a antiguidade Cristã, seja com o exagerado Marcion - Que imprudentemente repudiou as profecias relativas a encarnação de Deus contidas no antigo testamento. - com Apeles, Ambrósio, Teodoro ou Crisóstomo, foi bem mais crítica do que a Idade Média Ocidental, em que pese Wulfilas não ter traduzido e inserido (Na Versão gótica primitiva) os livros dos Reis e dos Paralipômenos.

Já a Idade moderna foi ambivalente, pois se Mazio e Bonefrerius, apostólicos romanos, ousaram questionar certas passagens da Torá, o Pe Ricardo Simon, Jean de Astruc e o Pe Geddes puderam ampliar tais críticas. De modo que, ao menos até o século XVIII, os apostólicos romanos levavam a dianteira quanto a crítica.


Os primórdios do luteranismo e as decorrências do paulinismo.

Surpreendentemente era Lutero bastante crítico para seu tempo. No entanto seu agostinianismo e o paulinismo, derivado de suas ideias fixas em torno da soteriologia fizeram com que termina-se por o 'corpus paulinum' acima do o próprio Evangelho e a igualar aquele que havia dito "Digo eu, NÃO O SENHOR" com o Senhor. Destarte tudo quanto Paulo tomou a Gamaliel e a cultura judaica - Machismo, homofobia, adultismo, estatismo, escravismo, especismo, etc enquistou-se ainda mais na consciência Cristã, plasmando a consciência luterana.

O calvinismo e a inspiração linear.

Outro o caso do calvinismo, cujas relações com os rabinos e com o judaísmo eram ainda mais próximas. Pois bem mais do que Lutero e os seus, ao menos no quesito ''escritura" foi o calvinismo legatário e continuador da Teologia ocidental mediêva (Esta de fato fruto do deslumbre do iletrado face ao livro.) e isto a ponto de apresentar a crença na inspiração plenária e linear como um dogma de fé indiscutível. 

Enquanto na Igreja romana e no luteranismo, essa defesa da bíblia como algo unitário e igualitário de capa a capa foi uma narrativa construída com maior ou menor lentidão num processo histórico, no calvinismo foi algo presente já nos primórdios, no berço ou 'ab ovo'. É tabu para a mente calvinista ou sectária e judaizante ultrapassar a ideia de uma 'Bíblia toda' na direção de um centralismo ou de uma soberania evangélica. Via de regra a mentalidade protestante herdeira do calvinismo entende o antigo testamento não enquanto funcionalidade ou como um meio posto para o Cristo, e sim enquanto essencialidade da qual o Evangelho é mera extensão ou parte.

O Sola Scriptura, biblismo ou bibliolatria vs Encarnacionismo\Cristianismo.


Segundo essa cosmovisão Jesus seria o próprio Javé ou deus dos judeus e o Evangelho uma continuidade ou parcela da Mikra ou da Tanak, tal e qual os Ketuvim e Neviim seriam continuidade da Torá. Enfim nosso Evangelho seria uma sessão.

Perceba o amigo leitor que não mais podemos falar numa revelação autônoma ou específica, medida pelo evento espacial e temporal da Encarnação, mas a continuidade de um discurso livresco ou literário de que o próprio livro é o centro. Aqui a Revelação é meadida por livros, ditados ou discursos e não por um homem Deus do qual parte um livro (O novo testamento ou melhor dizendo - Nosso Evangelho). Do ponto de vista do espírito Cristão, da consciência crística, do Catolicismo, da Ortodoxia, da fé apostólica ou do padrão niceno ou atanasiano, o que aqui temos é um tremendo retrocesso...


O que o islamismo aprendeu.


E para bem compreender o seu significado devemos considerar que os próprios muçulmanos, que em seus primórdios vieram a classificar o nosso Cristianismo (Juntamente com o judaísmo e o islã) como uma 'Religião do livro' - 'Ahl al kitab', vieram mais tarde e classificar o nosso monoteísmo, com ainda mais precisão, como 'Ahl al Tajassud' ou seja como povo da Encarnação ou Encarnacionista. Cujo centro da fé não é ocupado por livros ou discursos porém por um Ser Humano, Jesus Cristo, o homem Deus, o Deus encarnado ou Emanuel, fonte do nosso Evangelho escrito, fonte do nosso livro.

A ideia de um discurso teórico continuo que remonta aos primórdios do judaísmo e converte o Cristianismo num ramo, seita, grupo, parcela ou sessão dessa fé, destrói a essencialidade da nossa fé e aniquila nossa identidade não judaica ou judia. 

A diluição do Cristianismo ou a judaização.


É algo muito mais grave do que se supõem - Pois toca aos fundamentos da fé e os fundamentos da nossa fé não estão no Gênesis ou no Deuteronômio, porém no Cristo, fundamento posto nos tempos da eternidade, o qual não pode ser removido sem que se apregoe um outro Evangelho, veículo da cultura judaica e veículo do sábado, do iconoclasmo, da pascoa carnal, do predestinacionismo, mortalismo, do unitarismo, etc - O qual só sabe e pode encarar os mistérios peculiares ao Cristianismo ou os mistérios de Cristo como uma abominação pagã da qual é necessário emancipar-se. Ora, nós encaramos toda essa suposta purificação, no mínimo como um empobrecimento metafísico, senão como uma apostasia.

Importa expor como ela se dá e deixar bastante claro que se dá por mediação do calvinismo ou por via do sola scriptura, da bibliolatria, do biblismo ou da inspiração plenária e linear... conceitos e práticas que implicam, necessariamente diluir o Cristianismo ou o Evangelho no antigo testamento. 


Acomodações naturais e necessárias.

Admitido que tenhamos diante de nós um discurso continuo que toca aos primórdios e que se coloca como normativo a respeito de absolutamente tudo, constatamos que a parte mais antiga e extensa é o antigo testamento e não aquele que ostenta o nome de Novo. A tendência natural e lógica aqui é enfiar o vinho novo nos odres velhos, o que o calvinismo e as seitas judaizantes estão tentando fazer há quase cinco séculos... No entanto o odre criacionista, fetichista, terraplanista, geocentrista, etc estoura, e deita fora o vinho, o qual se perde. 

No entanto, toda Mikra dos judeus foi feita segundo essa lógica, de que os Ketuvim deveriam concordar em todas as coisas com os Neviim e que os Neviim deveriam reproduzir em traços gerais o quanto se encontra na Torá - E foi exigido, por parte dos Zugot, dos  Tanaim e dos Amoraim. Portanto, do ponto de vista humano e carnal é perfeitamente compreensível que o mistério da Encarnação fosse sufocado pelo padrão do livro. Pois de fato devem as partes menores e mais recentes concordar com as partes maiores e mais antigas de uma suposta revelação continua e unitária.

A questão das massas...


Todavia caso queiramos que nosso Evangelho concorde com certas partes de um registro que sequer concorda consigo próprio, teremos de sacrificar a Trindade de Deus, a Imortalidade, a Eucaristia, o Batismo, a Páscoa da ressurreição, etc Alias tal a desproporção de tamanho entre o antigo e o Novo testamento que aqueles que tomam um e outro como a mesma coisa tendem a concentrar-se no antigo testamento, pelo simples fato de ser maior. Particularmente entre as massas estúpidas do nosso tempo é perfeitamente normal que sintam certo mal estar face ao conteúdo metafísico ou abstrato do Novo Testamento e sintam-se atraídas seja pelos mitos grosseiros ou pelas normas e preceitos toscos do AT.

Isto se dá justamente pelo fato do judaísmo ser uma religião eminentemente prática - Não comerás isto, não beberás aquilo, não farás assim, não te vestirás desta maneira, executarás tais rituais, etc associada a um monoteísmo simples ou unipessoal e transcendente num grau absoluto (Assim o islã). Outro o caso do Cristianismo, o qual de fato não é acessível as mentalidades mais simples, a menos que exerçam uma fé cega. Religião abstrata, metafísica e rica não dependem ele de um certo nível de cultura ou de uma preparação intelectual.

Crenças como pluripersonalidade de Deus, Encarnação de Deus, Cristologia, presença real do Senhor no Sacramento, livre arbítrio, etc demandam uma exposição reflexiva, coisa de que o monoteísmo simples ou natural associado a alguns preceitos externos prescinde. 

Uma Ortodoxia exigente...

Aqueles que querem compreender sem o devido preparo, como o cultivo da Filosofia clássica, tendem a ficar frustrados e passar a formas mais simples, rudes e primitivas, como judaísmo e islã. De fato as massas pretenciosas ou apenas alfabetizadas, jamais estarão a altura do Cristianismo Apostólico, Católico ou Ortodoxo. Por isso o protestantismo calvinista e pós calvinista, com seu apelo a bíblia toda e sua atração mórbida pelo antigo testamento, os mitos antigos e as leis judaicas, etc tornou-se - Associada ao infernismo e ao fetichismo. - tornou-se a religião das massas...


A parlenga do 'Novo Israel'...

A relação, judaismo | calvinismo, no entanto, não é simples porém repleta de nuances, no mínimo interessantes. Basta dizer que apesar da ácida crítica encetada por João Calvino, no fim das contas, foi a alegoria de Origenes, filtrada por Agostinho, que num dado momento possibilitou aos sectários genebrinos identificarem a si mesmos como um 'Novo Israel' escolhido ou predestinado pelo deus. Nesta conjuntura mesmo quando os calvinícolas alegam ter substituído os eleitos anteriores e cheguem a encara-los como infiéis não deixam de encarar todos os diversos aspectos do nosso Cristianismo como desenvolvimento, continuidades, reflexos ou emanações do judaísmo.

Assim para os filhos de Calvino Jesus é javé ou jeová, a páscoa ainda é (De certa forma) a suposta travessia do mar vermelho ou saída do Egito, os espíritos são sempre diabos ou satanases, a restrição da convocação continua sendo restrição, nosso Domingo uma espécie de sábado, a morte de Cristo uma expiação sanguinolenta... Enfim o que temos aqui é uma estranha espécie de Cristianismo que evolve ao judaísmo e nele se revolve. Uma releitura do judaísmo antigo e não uma Revelação autônoma com significado próprio.


Cananeus a fina força.

Importante salientar que num determinado momento essa alegoria insípida (Como quiçá disse-se Calvino, num momento de sinceridade.) converte-se numa cosmovisão completa, e seculariza-se. Outro aspecto não menos interessante desse processo histórico. 
Pois na mesma medida que os Calvinistas e sem seguida qualquer seita protestante, por minúscula ou insignificante que seja, encara a si própria como o 'novo israel' cercado por um mundo hostil composto pelo pior tipo de gente (SQN) i é por pagãos e idólatras, tende a encarar seus adversários, opositores ou inimigos (Que resistem e não se deixam converter\dominar) como cananeus, jebuses, fereseus, filisteus, etc destinados a destruição.

Claro que os primeiros a serem encarados dessa forma foram os papistas e, consequentemente, os Cristãos Apostólicos Ortodoxos. Pós Mayflower no entanto, foi essa identificação posta sobre os indígenas Americanos, votados portanto ao extermínio (Do que resultou um dos maiores genocídios da História humana - cf Dee Brown "Enterrem meu coração na curva do rio" Ed Melhoramentos 1972) e na África do Sul sobre as tribos negras que ali habitavam, do que resultou o Apartheid. Curioso que entre os antigos hebreus, encadeados pelos pagãos, os cananeus logo cederam passo a um adversário espiritual e invisível chamado Diabo. Enquanto que no calvinismo o diabo sempre se corporifica num dado grupo étnico ou social, até secularizar-se.


Satanizar é preciso ou a produção do terror...

Seja como for não pode existir calvinismo sem adversário que sendo demonizado ou satanizado (O papa, os indígenas americanos ou os pretos africanos.) produza imenso terror e o desejo de ser protegido. Assim não existe americanismo (Em parte um calvinismo secularizado) sem adversário político que satanizado não produza terror - Tal o papel do Papado, do Comunismo, da Rússia de Putin, do Islã (Neste caso um inimigo real e perigoso.) etc 

Judaismo\calvinismo > Americanismo\Sionismo - Secularizações...

Chegamos aqui ao ponto em que cosmovisões rivais se encontram (Claro que também se encontram no capitalismo.) - Digo sionismo e americanismo. Pois se o americanismo é um calvinismo secularizado, com seus cananeus, filisteus, diabos ou satanazes remasterizados... É o sionismo um judaísmo secularizado, no qual a fé num Messias redentor é substituída pelo Estado de Israel > Aqui a oposição é exercida pelos palestinos, os quais fazem as vezes dos velhos filisteus e\ou do diabo.

E como o antigo testamento é plasmado por guerras sangrentas tanto para os sionistas quanto para os yankees a guerra não produz qualquer constrangimento - Como entre os Cristãos, para os quais as guerras sempre precisam ser justas e o ataque ou a agressão é vedado. - até converter-se, como já dissemos, num negócio lucrativo ou investimento.

O futuro da pobre américa latina...

Resulta desta cosmovisão, inclusive, um triunfalismo, em que os palestinos, muçulmanos, cristãos e pagãos serão esmagados pelo Estado sionista ou pelo império judeu em expansão. A partir do triunfo apocalíptico ou político dos judeus, os neo judeus norte americanos cunharam o termo 'Destino manifesto' (Do que é velada expressão a Doutrina de Monroe.) o qual pode ser definido como uma vocação histórica para civilizar e dominar, ou mesmo destruir, os povos mestiços da América latina, escravizados pela fé romana. Dia viria em que, com a ajuda de deus, da bíblia e dos pastores, a grande república protestante do Norte, estenderia suas imundas guarras até a Patagônia, do Alaska a Patagônia, formando um imenso império ou califado crentelho. 

Percebam como são, ambas as cosmovisões (Secularizadas) paralelas, haja visto que é o calvinismo um decalque do judaismo antigo. Assim é o sionismo um tipo de decalque do americanismo e v v v - Daí a trágica parceria entre ambos e a histeria de Israel no instante em que seu parceiro deste lado do Atlântico entra em colapso e perde o poder.