sexta-feira, 2 de julho de 2021

Católicos pela Democracia!


Ch. Maurras - Intelectual brilhante mas, péssimo Cristão!


Patente a existência de uma máfia anti democrática operando nesses tristes trópicos. De uma organização terrorista financiada as custas do erário. De uma conjuração totalitária.

Já o suspeitávamos e já o supúnhamos.

Investigada a 'denúncia' temos por absolutamente certo que o ilícito venha a luz, e como Cristãos, Católicos e Ortodoxos, em plena sintonia com o liberalismo político e com o espírito democrático, esperamos que os membros de tão sinistra organização sejam rigorosa e exemplarmente punidos.

Afinal é a democracia providencial custodiaria dos direitos essenciais da pessoa humana.

Nem podemos compreender como nossos Ortodoxos ou mesmo como os apostólicos romanos e os anglo 'católicos' possam pensar e crer diferentemente, flertando com o autoritarismo, com a dominação, com a tirania, com o despotismo, etc como sói um calvinista ou marxista, uma vez que Calvino e Marx, Marx e Calvino, o ateu e o herético, encontram-se na negação do livro arbítrio, fundamento basilar da vida Ética.

Por isso imaginava eu, em minha ingenuidade ou inocência, que a alma da conjuração ditatorial fosse algum membro da famigerada bancada evanjéguica, afiliado a assembléia de deus ou a qualquer outro alcoice fundamentalista... 

E eis que somos surpreendidos com a notícia de que o líder da seita é um certo Allan Santos, o qual folga pertencer a comunidade apostólica romana. No entanto o que mais nos surpreende é o fato de não ter a dita igreja excomungado tal elemento - A exemplo de Ch Maurras, ídolo de pés podres que nos tempos em que a dita Igreja era séria, mereceu ser brindado com a excomunhão.

Nos termos das comunhões históricas, seja no Catolicismo Ortodoxo ou nas igrejas romana e anglicana, quando topamos com o repúdio as instituições Democráticas - Que nos foram remotamente legadas pela veneranda antiguidade. - topamos geralmente com a Hidra integrista ou integralista, seita politiqueira que busca 'ajudar' ou vir em socorro da Igreja de Cristo, quando em verdade ataca-a não menos do que os arianos e muçulmanos. 

Temos de ir as fontes teológicas e desmascarar esse monstro de incredulidade que é o integrismo. E seus papas ou líderes seja aquele espanhol tosco chamado Donoso Cortês, Maurras ou o estúpido do Padre Murillo. Não sou em quem usurpará o encargo divino e julgará suas consciências, assim as de seus pupilos contemporâneos, alguns dos quais supõem estar ajudando a Cristandade, enquanto a atrapalham, decididamente - Pois há que ajudar da maneira correta ou da melhor maneira possível.

A bem da verdade é o integrismo um complexo de ideias ou de opiniões heterodoxas. Pois engloba em si diversos pressupostos moralistas ou puritanos, certo viés de fundamentalismo tolo e tosco, a assinalada politicagem, etc 

Importa saber que a base deste sistema ideológico não pode deixar de pagar tributo a Agostinho e a seu pessimismo antropológico. Daí imaginarem que o homem ou a comunidade dos homens são incapazes de gerirem a si mesmos, devendo ser tutelados ou contidos - Como eternas crianças - por uma estrutura ou máquina estatal superior e externa a eles. Velha a conexão entre o pessimismo antropológico de Agostinho e entre os sistemas despóticos e totalitários. O que deveria bastar, por si mesmo, para manter nossos Ortodoxos afastados de tudo isto... Mesmo os apostólicos romanos mais instruídos deveriam considerar que sua Igreja jamais assumiu integralmente o pensamento de Agostinho ou o Agostinianismo 'ortodoxo' - Como registrou o falecido João Paulo II (Aqui com propriedade) em sua carta 'apostólica' 'Augustinum Hipponensem' de 1986. 

De modo que o integrismo caberia melhor num calvinista, num luterano a 'moda antiga' (Dos de Flacius e Amsdorf) ou num jansenista do que num apostólico romano. Posto que a antropologia apostólica romana ou tridentina quanto ao homem 'pós pecado' - I é reconciliado com Deus - é bem mais amena e otimista, a ponto de dar suporte a vida democrática na sua expressão mais ampla, ou seja, mesmo quanto a Democracia direta ou policracia grega. Donde se vê que seres ou criaturas que tão mal presumem dos homens ou dos batizados - Como Norris, Cortês ou Maurras - são criaturas de Agostinho... Daí medrarem como cogumelos na Espanha e proximidades... 

E mergulham de tal modo tais mestres na lama maniqueísta (Como já diziam S Juliano de Aeclanum e S Teodoro de Mopsuestia.) que chegam a questionar até mesmo o caráter racional dos seres humanos, o que eu mesmo tive ocasião de perceber ao dialogar com um de seus líderes há alguns anos atrás. Curiosamente o mesmo 'concílio' ou sínodo ocidental que canonizou a falsa doutrina da Infalibilidade papal em 1870 - O Vaticano I - foi que lançou a última pá de cal no que chamavam de tradicionalismo epistemológico. Outro legado agostiniano sustentado pela seita e que se opunha a teodiceia expressa por Aristóteles, assumida por Paulo e defendida pela escolástica. Pretendendo os últimos campeões de Agostinho que o homem sequer poderia aduzir a existência de Deus e a Imortalidade da alma por via racional, ficando patenteado seu pessimismo epistemológico derivado do maniqueísmo. 

Resta esclarecer que tanto eles - Agostinianos, 'tradicionalistas' do século XIX, Luteranos e Neo Calvinistas - quanto parte de nossos Tortodoxos desorientados, por via do intuicionismo e da subjetividade chegaram ao que chamam noética, pagando tributo a essas sinistras seitas pentecostais que massacram a Mãe Igreja... E deste modo feita foi a volta do parafuso. A todos estes, a uns e a outros, com Clemente, Irineu, Orígenes, Eusébio e outros Mestres, afirmamos em alto e bom som o caráter propedêutico da Filosofia Grega ou melhor da Filosofia clássica inspirada em Sócrates, face a instituição Cristã, a capacidade do homem natural para pensar, a capacidade do homem reconciliado para atuar livremente e a capacidade de uns e outros para gerenciar suas vidas e a vida da Polis segundo princípios policráticos. 

Não deve o homem ser arbitrariamente coagido a praticar o bem e evitar o mal, mas participar da elaboração das Leis destinadas a regular a cidade. O que está de acordo com sua dignidade de Filho de Deus, no caso dos Cristãos. Ele não só pode como deve dar seu contributo a administração, servindo a República, já legislando com seus pares já tomando parte ativa no governo, ao invés de curvar-se ao capricho de um tirano. Sendo função precípua do Estado Cristão educar os cidadãos para tal fim, ministrando-lhes todos os subsídios necessários ao desempenho de tal encargo. E estado algum pode furtar-se a essa missão formativa, que é educar o povo para o exercício da Democracia.

Outro o caso do déspota ou tirano, o qual precisa criar ou consolidar o que chamamos de 'massas' para manter-se no poder como tutor. Sendo o quanto basta para qualificar esse modelo de governo como anti humano, por recusar-se a oferecer todas as oportunidades educativas aos cidadãos, impedindo-os de terem acesso a uma educação integral e de desenvolverem todas as suas potencialidades convertendo-as em habilidades ou virtudes. Temos aqui portanto um modelo ímpio e sacrílego, o qual não apenas contém mas mutila os seres humanos.

Toda essa estrutura despótica, tirânica e totalitária supõem a criação de capachos ou vermes não de homens na plena acepção da palavra. Pois a tirania receia da existência de autênticos seres humanos, racionais, cônscios de sua autonomia e hábeis. Outra coisa não pode querer a verdadeira religião ou o Cristianismo, pois onde está o Espírito ai está a liberdade e não a servidão abjeta. Ora a criatura racional, imagem e semelhança da divindade, não foi feita para a escravidão ou para a servidão.

Continua -

Ps Na segunda parte deste ensaio sobre o veneno anti democrático analisaremos o ceticismo religioso embutido no pensamento integralista e anti democrático, considerando inclusivo porque um intelecto tão brilhante como o de Maurras mereceu ser fulminado com a excomunhão pela igreja romana, o que muita falta faz a todo integralista ou totalitário: Ser excomungado! Assim se quanto a Teologia da Libertação algumas heresias periféricas são manifestas é o integralismo uma heresia ou veneno essencial, algo não menos sacrílego que o arianismo ou o islamismo, em que pese sua piedade dissimulada e falsa devoção. 

Palavra de quem já foi classificado como 'monge louco e perigoso' por ter comparado o integralismo com as demais culturas de morte como o comunismo, o capitalismo, o anarquismo, o fascismo, o nazismo, etc assim o integralismo - Fruto do mesmo saco podre, inimigo da verdade revelada, da piedade e da religião.  








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