# A terra, a região ou o meio. - Montesquieu e Ratzel.
O comportamento pessoal ou coletivo é determinado pelas condições geográficas, assim pelo solo, pelo relevo ou pelo clima. Homem e sociedade não passam de frutos de um determinado espaço.
# A interação entre o homem e a terra - Vidal de La Blache, Jean Brunhes e E Huntington.
A Sociedade é fruto de uma interação entre fatores geográficos e fatores étnicos ou humanos, e portanto resultado de uma síntese entre um determinado meio e determinado povo. Essa teoria recebeu o nome de possibilismo ou condicionalismo.
# O contrato social associado ao medo ou temor da violência e ao padrão da autoridade -Th Hobbes.
O a. supõem um estado original de anomia ou anarquia, assim de confusão, violência e instabilidade generalizadas que teria levado os homens a estabelecerem um contrato segundo o qual transferem o exercício da autoridade ao soberano e, por ext., ao Estado, sob a condição de que este preserve suas vidas e propriedades.
# Soberania política como única estância social de poder - Jean Bodin.
Planteia este a. que a soberania política deva ser sempre única, de modo que as demais estâncias sociais de poder, que porventura rivalizem com ela e busquem limita-la (A universidade, a Igreja, as côrtes, o parlamento, etc) devam ser eliminadas. Serve de base a doutrina absolutista.
# Sentimento de patriotismo ou nacionalismo - Ch Maurras, M Barrés, etc
Partem sempre da ideia abstrata de pátria, considerando certos elementos sócio culturais comuns ou aglutinantes como a etnia, a lingua, a escrita, a fé religiosa, etc
A partir dai pretendem negar as diferenças e antagonismos de classe introduzidos pela economia liberal ou capitalista, por perceberem-nas como capazes de destruir por completo a unidade social e política através do conflito interno a que chamamos guerra civil.
O que os leva a tentar fortalecer a unidade social interna (E espantar o fantasma da guerra cívil.) por meio do conflito externo ou da guerra levara a outros países, sociedades e culturas.
Tal e qual os revolucionários, os nacionalistas também apelam ao padrão da força ou da violência embora com objetivo distinto, pois enquanto os revolucionários buscam potencializar a luta de classes ou o conflito e alimentar o ódio dos oprimidos, os nacionalistas aspiram esconder a sujeira debaixo do tapete ou disfarçar o conflito ao invés de ameniza-lo ou liquidar com ele. Tal e qual o cientificismo e o revolucionarismo o nacionalismo já foi definido como uma mística capaz de substituir o éthos religioso.
Efeito cumulativo das reformas sociais: Bouchez, Adler, Bernstein, Lucien Herr, Jean Jaurés, Leon Blum, M Deat, etc
A soma total das sucessivas reformas políticas e econômicas tem a capacidade de, a longo prazo, alterar radicalmente a estrutura social, assim de conter o liberalismo econômico ou capitalismo, fazendo recuar e estabelecendo na prática uma imensa classe média face a qual os extremos sociais das grandes fortunas e da miséria são paulatinamente eliminados, do que resulta um equilíbrio social duradouro. Sorel declara que esse ideal é medievo e portanto inspirado no padrão ético Cristão.
# Anarco primitivismo ou reacionarismo natural, retorno a uma economia agrária, modelo alimentar ou dieta alimentar, etc - Scott Nearing.
Representante do anarquismo naturalista ou anarco primitivismo voltado para modelos pré capitalistas, o qual por isso mesmo vai na contra corrente do progressismo, do futurismo, do evolucionismo linear, etc São partidários da economia estacionária de J S Mill e como observou Nisbet estão na proximidade do monaquismo beneditino e do franciscanismo, ideologias de inspiração Cristã.
# Evolucionismo não linear. Victor Gordon Childe.
Ao invés de evoluir avançando sempre a dinâmica social admite recuos ou retornos que a semelhança do repuxo de um arco impulsionam a evolução adiante. São portanto as crises que preparam o desenvolvimento posterior.
# Pacifismo radical e desobediência civil - Tolstoi, Thoureau, Gandhi, etc
Condena intrinsecamente qualquer apelo a forca ou a violência, ainda que circunstancial e controlado, preconizando outros meios de luta como a desobediência civil, codificada por Thoureau.
# O contrato social - Rousseau.
Do contrato social de Rousseau resulta a Vontade geral da nação, conceito equivalente a Razão de Estado em Maquiavel, o qual confere a democracia um aspecto totalitário e alheio ao liberalismo politico, cujas pretensões são bem mais humildes e limitadas.
Para Rousseau a trama de relações sociais ou políticas é que torna o homem mau ou contamina-o, assim o próprio Contrato social. Como o homem não pode existir alheio a tal contato esse tipo de percepção resulta sempre num patético sentimento de melancolia, análogo aquele que se experimenta face a qualquer determinismo absoluto. Pois em um passo o homem, bom por natureza, converte-se em presa de uma malignidade inevitável. E de uma hora para a outra passamos do otimismo crasso ao pessimismo crasso.
# A simpatia - Adam Smith.
Opinião derivada de um otimismo antropológico semelhante ao de Rousseau.
# Dinâmica social - Th Malthus.
Percebeu Malthus que em última análise a questão da justiça social e da própria existência humana tem por estorvo a multiplicação vegetativa ou não planejada da espécie.
# A organização do trabalho - F Le Play.
Para esse a. a organização do trabalho é que molda tanto o comportamento ou a personalidade quanto as formas de organização social.
# Distinção entre labor e trabalho - Hannah Arendt.
Para essa a. o Labor corresponde aos movimentos ou esforços que nos são naturais ou impostos pela condição humana > Assim mover-se, comer, beber, procriar, etc Já o trabalho corresponde a nossa existência social, sendo até certo ponto artificial e assim a tudo quanto criamos ou produzimos, inclusive em termos de bens.
# A tradição ou o costume - Tocqueville, De Maistre, De Bonald, E Burke, R Kirk, R Scruton, J Gray, etc
Representa a visão dos conservadores ou contra revolucionários.
Para os quais o principal bem é estabilidade absoluta (Uma utopia) e eles não querem que a sociedade se mova, altere ou transforme. Apesar disso a maior parte deles recusam-se a ver o liberalismo econômico como o principal gatilho em termos de mudanças sociais, inclusive quanto a destruição do ambiente natural e do patrimônio histórico e cultural.
# A economia ou o modo de produção. - K Marx.
Marx é materialista e economicista.
Define a sociedade em termos de infra estrutura: O modo de produção; e super estrutura, a qual corresponde a totalidade da cultura imaterial ou ideal.
Assim o modo de produção específico determina as formas de consciência ou os elementos da cultura: A fé religiosa, sistemas jurídicos, concepções metafísicas, expressão estética, organização política, etc
Seguindo esse esquema traça K Marx um roteiro histórico mecânico, fechado e inexorável que começa com o comunismo vigente na idade primitiva, entra na História - Aberta pelo conflito entre proprietários e escravos. - passa pela I Média com seus senhores e servos e chega a I Moderna com patrões e operários.
Com o triunfo final dos operários, que compõem o proletariado, saímos da História e chegamos - Através do socialismo ou melhor do capitalismo de Estado (Cristalizado na ditadura do proletariado.) - ao Comunismo, o qual corresponde a cessação do movimento, ao retorno ao uno e assim ao fim da História.
É o marxismo tributário de três fontes: A econômica clássica ou liberal inglesa (D Ricardo), os socialismos utópicos franceses (Fourier, St Simon, etc) e a Filosofia alemã representada pela dialética de Hegel e o materialismo de Feuerbach - O materialismo histórico nada mais é que a associação ou mistura entre os ensinamentos de Hegel e Feuerbach. Tais as três fontes.
# Materialismo dialético, o conflito como motor da História ou do processo histórico. - F Engels.
O materialismo dialético de Engels corresponde a um aperfeiçoamento conceitual da inversão já feita por Marx quanto a Dialética de seu mestre Hegel, que era idealista ou espiritualista.
Engels ao aperfeiçoa-lo torna-o ainda mais mecanicista e fechado. Pois não se pode fugir a determinação dialética, pular ou saltar etapas. E temos aqui um etapismo ditado por necessidades internas ou orgânicas no dizer de Sorel.
Destarte cada premissa ou síntese convertida em nova premissa trás em si mesma os germes de sua corrupção. O senhorio que impõem e impulsiona o feudalismo porta em si o germe da burguesia qual fosse uma herança genética. A burguesia do mesmo modo carrega em si mesma o germe do futuro paraíso comunista.
Desse modelo linear de evolução social resulta que para qualquer sociedade chegar ao paraíso comunista deverá passar antes pelo inferno capitalista. Pois esse inferno capitalista é passagem ou via de acesso necessária ao comunismo e jamais haverá paraíso comunista que não seja precedido pela ordem capitalista. Portanto, segundo a visão de mundo comunista, deve o liberalismo econômico avançar livremente e desenvolver ao máximo suas forcas, assumindo o que os burgueses creem ser sua vocação ou virtude i é a o egoísmo e a dominação; e não ser atenuado ou contido por reformas políticas. De modo que o comunismo aceita sem questionar a doutrina da auto regulação. Pelo avanço da discórdia até a luta e o ódio e que se chegará a tão sonhada revolução e a nova terra sem males...
Tal a teoria, ao menos em essência completa, de Marx e Engels.
# A economia ou o modelo de produção, sem o conflito - D Ricardo, W Petty, Bastiat, Molinari, Hayek, etc
Ninguém descreveu melhor o processo justificado por esses ideólogos do que Karl Polanyi. Polanyi simplesmente dissecou a gênese da ordem materialista economicista em que estamos inseridos. É ele completado pelo marxista heterodoxo Hobsbawm.
De modo geral esses ideólogos tentaram racionalizar em torno do sistema econômico liberal - Tanto que Wrigth Mills, tomando tal alegação por verdadeira, condenou o paradigma da razão como falacioso, o que, como já dissemos, por via do agostinianismo, é admitido pelos conservadores. Hayek no entanto, notável pela sinceridade e concordando com Kant, declarou que toda e qualquer tentativa de planejamento ou controle em torno dos fenômenos ou fatos econômicos é absurda posto que não obedecem eles uma ordenação racional. Concluí esse teórico liberal que o erro de seus predecessores foi justamente tentar racionalizar em torno do irracionalizável - Tal a origem de todas as crises econômicas ou de sua piora! - o que conduz inevitavelmente ao erro socialista. É a prática e a intuição que preparam o homem para lidar com tais fenômenos até certo ponto imprevisíveis.
# O conflito entre os liberalismos i é entre o Liberalismo Político e o Liberalismo economicista. Harold J Laski.
Na medida em que os rumos de uma democracia cada vez mais direta e popular pode desagradar aos senhores do capital e em que os distúrbios sociais provocados pelo liberalismo econômico podem chegar a um ponto de saturação, corre a ordem democrática serio perigo.
Laski até poderia ter aprofundado a análise e planteado por que diversas sociedades democráticas ou liberais reverteram a padrões autoritários e totalitários inspirados por culturas de morte antes da segunda grande guerra ou até que ponto as condições necessárias a afirmação do nazismo e do fascismo, e do comunismo foram preparadas por um liberalismo econômico extremo.
Hannah Arendt também constatou o quanto o liberalismo econômico ou o economicismo absorvendo a esfera do político colaborou para que ele perdesse em qualidade.
# A violência e o conceito de Mito - G Sorel. Assim Frazer quanto ao homem e a cultura primitiva no que diz respeito mito.
Após ter repassado a História e analisado diversas situações, como o mito de prometeu entre os antigos gregos, o mito da luta contra o diabo; explorado pelos cristãos fundamentalistas, o mito do progresso continuo entre os europeus do século XIX, etc chegou Sorel a conclusão de que a ação das massas é quase sempre impulsionada ou potencializada por algum mito. Após ter tirado tal conclusão Sorel pretendeu oferecer ao proletariado sindicalizado o mito da greve geral concebido por seu amigo F Pelloutier.
# Massas, Rebelião de Massas - Ortega y Gasset.
Num aporte genial o sóbrio pensador espanhol juntou diversos elementos e perguntou a si mesmo até que ponto uma democracia meramente formal - I é sem qualquer espírito ou habilidade (O que nos ela a critica de Sócrates aos democratas despreparados e vazios de seu tempo!) - é apta para franquear o acesso ao poder as massas despreparadas e transformar-se numa oclocracia. O que já havia sido intuído por outro excelente observador: Alexis de Tocqueville.
A critica não é ácida mas tão lúcida, oportuna e necessária quanto a de Sócrates no sentido de formar democratas conscientes e trazer certo conteúdo Ético a democracia por meio da formação/Educação. Somente passando do formalismo tosco a autêntica vida democrática, cristalizada na virtude, na solidariedade e no amor a justiça, poderemos salvar este precioso tesouro que é nossa democracia. Pois uma metafisica desbragada em torno das estruturas democráticas não nos conduzirá a lugar algum. Homens precisam ser preparados para as lides democráticas por meio de princípios e valores saudáveis. Pois o melhor dos automóveis é inútil caso não contemos com um excelente motorista.
# A competição, rivalidade ou luta pela existência - Herbert Spencer, Murray Rothbard e M Friedman.
Implica transferir os postulados de Darwin quanto a Evolução das espécies, assim a competição ou rivalidade traduzida em termos de força, para a sociedade dos homens, assim para os terrenos da politica e da economia. Embricou com o individualismo e com o egoísmo 'moral' e acabou servindo de base a ideologia ANCAP.
# O cientificismo ou o potencial libertador da ciência - Condorcet, Comte, Bunge, Dawkins e Dennett.
Com Littré negam a existência ou ao menos os fundamentos da Ética enquanto atividade metafisica e vazia de sentido (Ayer). Dai postularem - Como fez Dawkins recentemente - que 'Um dia' (Apelando ao futuro como qualquer profeta marxista ou anarquista!) a ciência produzirá ou nos dará uma Ética (E também arte ou estética assegura o opinólogo inglês)!
Os cientistas adeptos desse tipo de mística recusam-se a admitir que possa existir qualquer tipo de controle ou regulação ética exterior a ciência (Revindicando a mesma graça revindicada pelos economicistas - A auto regulação.) ou acima de suas vontades, encaradas como instância decisória suprema. E se troca um papa ou uma dúzia de escolarcas por milhares de papas ou escolarcas - O que torna a condição ainda pior uma vez que a investigação científica atinge em cheio a condição de vida das pessoas, e o mínimo que se poderia exigir dela, i é, da ciência e dos cientistas é (Em lugar do papado ou dos mestres de Filosofia) uma organização democrática responsável por determinar democraticamente os limites de tal prática. Os cientificistas no entanto preferem acenar com a ilimitação...
# A solidariedade social - Emílio Durkheim
Durkheim julgava que o ator social era irrelevante, já por ser seu comportamento determinado pela estrutura social ou por jamais poder ele interagir socialmente - Com os fatos sociais - e alterar ainda que no mais ínfimo grau as estruturas. Pelo que chegamos a um determinismo social absoluto e tão fechado quanto o de Marx.
No entanto ao contrario de Marx e Sorel, Durkhiem encara a Sociedade como algo que se mantém pela coesão, pela unidade ou ainda pela solidariedade; de modo que o papel da edução é sempre inserir ou integrar o individuo, e pela educação fica ele moldado, tornando-se apto a cooperar. Tudo isto se perde nas situações de anomia, de modo que toda e qualquer tendência ao conflito social deve ser contida. Daí nosso homem encarar com temor e suspeição as consequências de um liberalismo social desbragado e do desenvolvimento da luta de classes, sendo o sociólogo apaziguador tantas vezes injuriado por Sorel nas reflexões sobre a violência. Durkheim era um dos que sem avançar quanto as causas, aspirava por um capitalismo latino ou francês ou seja por um capitalismo tão ameno e contido pelo poder político que bem poderia equivaler a um socialismo largo, baseado no esquema da Idade Média e posteriormente codificado por Keynes, Galbraith e Giddens. O qual Sorel associava aos socialistas parlamentares e a doutrina social dos clérigos embatinados.
Foi Durkheim que formulou o conceito de fato social, procurando objetivar o fenômeno, o que foi já objetivo de exposição neste Blog.
# A guerra - O Spengler, Von Moltke, etc
Estes a. - Que serviram como ponto de partida para nazistas, fascistas e mesmo anarquistas - conferem a guerra diversas virtudes, como a de diminuir a densidade populacional, a de estimular a coragem, a de selecionar líderes habilidosos, etc É doutrina próxima do darwinismo social.
# A Mímesis - A J Toynbee
Elemento (s) da cultura ou constelação cultural que atinge e contagia todos os grupos de uma determinada Sociedade partindo do superior e chegando as mais baixos, de modo que todos acabam sendo animados pelo mesmo ideal, o que proporciona fundo para uma ação integrada, social, coletiva ou comum.
# A circulacao das Elites - V Pareto, G Mosca, R Michels, etc
Segundo tais autores o modelo liberal econômico ou capitalista possuiria estruturas capilares (Arsene Dumont) capazes de permitir que os mais aptos, dignos ou merecedores galgassem os postos de comando naturalmente. Decorrendo dai a meritocracia.
É ingenua por confundir as virtudes éticas ou as virtudes políticas com a administração de uma empresa e o resultado deste equívoco tem sido levar o modelo empresarial a administração pública, apenas para preceder e facilitar as privatizações. A bem da verdade o controle das empresas por atribuição da herança passa geralmente a figuras apagadas ou ineptas que acabam por imiscuir-se, com grave dano, na esfera da política. Quanto aos administradores, por assim dizer, são formados nas universidades a partir de uma ética que dizem ser particular e que, partindo do já assinalado darwinismo social e do maquiavelismo, chega a autorizar a trapaça, com terríveis consequências para toda ordem social.
# As crenças ou ritos religiosos - F de Coulanges, E Voeglin, C Dawson, H Butterfield, R Graves.
Salientam as bases religiosas das mais antigas organizações politicas e sociais. A 'Cidade antiga' de Coulanges ainda parece ser a obra mais significativa produzida por essa corrente. Afinal o Código reformista de Ur Namu é fruto de uma ideologia religiosa, assim o solidarismo social Inca e mesmo a superação das lutas sociais em Roma.
# A liberdade, inclusive a libertação feminina - J S Mill.
J S Mill, um dos maiores pensadores de todos os tempos, também é responsável por ter cunhado o termo 'Economia estacionária' contra os delírios futurescos dos positivistas e cientificistas de seu tempo, partidários da crença num progresso infinito.
Posteriormente A C Grayling classificou os delírios positivistas como mera secularização da escatologia Cristã. Noutras palavras, apenas como mais uma oferta oferta de paraíso na terra ou de terra sem males, a exemplo das que já haviam sido oferecidas pelo comunismo, pelo anarquismo, pelo nazismo, pelo fascismo e por tantas outras ideologias.
De modo que a apreciação feita por Arendt, Eliade, Gaxotte e alguns outros quanto o caráter místico ou religioso do comunismo aplica-se da mesma maneira ao cientificismo.
# A contenção da libido ou repressão - Freud.
Segundo Freud a energia necessária para edificar nossas instituições sociais foi fruto da restrição feita ao sexo ou ao prazer de modo geral pelos diversos esquemas de moralidade. Faz a humanidade tais sacrifícios pelo simples fato de avalia-los como compensadores face a seu estado de vulnerabilidade decorrente das ameaças representadas pelo mundo externo.
# Princípios Ideológicos ou ou valores metafísicos - Hegel, C Baur, Strauss, E Duhring, C Bougle, P Sorokin, etc
Salientam a prevalência de determinados princípios e valores de ordem metafisica, sejam lógicos, estéticos, éticos ou ainda pré racionais, irracionalistas, etc na formação das diversas instituições sociais
# As relações intra culturais ou a cultura como um sistema criado por afinidades eletivas - M Weber, F Boas, Ruth Benedict, Talcot Parsons, etc Marcel Mauss na Franca aproximou-se do culturalismo. (O weberianismo não é determinista pois reconhece a ação humana no plano social e a interação agente/ator - estrutura.)
As ideias acima expressas no tópico anterior tendem a estruturar-se organicamente em torno de núcleos fundamentais dando origem a constelações que impõem-se ao intelecto pelo sentido. O que não significa que os núcleos fundamentais sejam necessariamente racionais, sendo comuns estruturações sistemáticas e orgânicas em torno de postulados irracionais a exemplo das que estruturaram-se em torno do agostinianismo ou do calvinismo. Quer dizer que a cultura forma agregados a exemplo de tecidos, órgãos ou estruturas corporais.
# Ciclos de civilização - J B Vico, A J Toynbee e O Spengler.
O 'Corsi i ricorsi' de Vico serviu de ponto de partida para as ulteriores formulações de Toynbee e Spengler quanto a ciclos de civilização que se sucederiam regularmente. Toda essa abordagem remonta a Políbio, Aristóteles e a Platão.
# Funcionalismo, ação humana e interação social - Max Scheler, Georg Simmel, Talcot Parsons e (A partir de M Weber) Karl Mannheim (idem).
Aqui há paralelo com as teorias epistemológicas de Wallon, Piaget e Vigotsky, as quais são interacionistas por considerarem o papel da estrutura e do sujeito cognoscente.
# Sociedade da informação - M Mcluhan.
Graças aos avanços da tecnologia, a velocidade das informações e seu volume torna díficil sua assimilação pela maior parte dos agentes sociais.
Podemos nos dispersar em meio a tantas informações antes de saber o que e verídico ou não, com consequências deveras graves no momento de tomar decisões, assim em meio a uma pandemia.
# Relações líquidas - Z Bauman.
As próprias relações digitais, que podem servir como pontes, podem também, em contrapartida, tornar mais fáceis as rupturas ou impedir a criação de vínculos afetivos estáveis; o que pode repercutir a nível de contato social. Seja como for parece que a tendência do contato social seja assumir o mesmo ritmo que atribuímos as comunicações, acelerando-se.
# Etapas ou estádios sociais - Lord Kames, Conde Saint Simon, A Comte, K Marx.
Esquematizações abstratas da dinâmica social com pretensões de serem absolutas, assim aespaciais e atemporais.
# As leis da imitação - Gabriel Tarde.
Conjunto de leis que Tarde acreditava fazerem parte da Sociologia, contra a opinião de seu rival, Durkheim, e que parecem pertencer a Psicologia social. Foram aplicadas a Gustavo Le Bon e outros as massas e as Revoluções.
# Não intencionalidade da ação dos atores/agentes - Adam Ferguson. Parte da ação social fecunda exercida pelos agentes humanos é inconsciente ou não intencional. Evoca a doutrina metafísica de Hartmann.
# Utilidade pública dos vícios na perspectiva do lucro ou do liberalismo econômico - Bernard de Mandeville.
Advertência lúcida e honesta aos moralistas ou puritanos incoerentes que fazem causa comum com o capitalismo. Pois segundo este a. os vícios propiciam lucros ao sistema. Assim a embriagues de uns alimenta o consumo da bebida, incrementa esse mercado e enriquece os vendedores de bebida, tal e qual a dependência do fumo e das drogas enriquece os fabricantes de cigarros e traficantes. Assim o vício do jogo... Outro o caso da compulsão sexual ou alimentar, estimulada igualmente pela propaganda.
Parece que o parte do consumismo que alimenta o mercado esteja fundamentado no que os moralistas classificam como vicioso e os psiquiatras como compulsivo.
De modo que o mercado não seria apenas conivente com a imoralidade, mas apoiante, na medida em que tira amplo proveito dela.
- Utilidade provada e prejuízo público advindo dos vícios.
Outra a perspectiva de Platão, para o qual, na República, os distúrbios de saúde causados pelos vícios ou pelos excessos onerariam os cofres públicos, isto numa época em que não havia SUS. Evidente quem na conjuntura social do Brasil os mesmos vícios e excessos que estimulariam a felicidade privada ou a fortuna de uns onerariam o SUS e assim os cofres públicos, de modo que ficam as coisas postas em ordem.
O defeito aqui é que Mandeville, como bom liberal, confunde inadvertidamente o sucesso individual ou particular com o bem público.
Nótulas pessoais sobre 115 autores lidos.
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