Impossível amar a Deus sem amar o que dele procede.
Impossível amar verdadeiramente a Deus sem amar os seres que chamou a existência.
Impossível amar autenticamente a Deus nosso Pai sem amar igualmente a mãe natureza.
Pois é a mãe natureza uma manifestação da mente divina.
E nosso lar expressão de sua sabedoria eterna.
Apesar disto há teístas, há religiosos e Cristãos há que odeiam a natureza, e que profanando-a cometem o mais nefando de todos os sacrilégios.
Odeiam-na porque fazem dela objeto de intensa e irracional explotação. A ponto de nós últimos milênios terem conduzido a extinção milhares de espécies de animais e vegetais, cada uma delas única.
Conduzir uma espécie a extinção outra coisa não é que aniquilar um projeto do Espírito Sagrado ou destruir um pensamento divino - Repito: Profanação e Sacrilégio.
Como pode o homem amar o Criador que não vê e odiar as criaturas que vê. Contraditório e impossível.
É pelo amor que dedicamos as obras de Deus que se mede o amor que dedicamos a Deus.
Quem diz amar a Deus que demonstre amar as obras de Deus, a primeira das quais é a natureza, a fauna e a flora, os animais e as plantas.
E no entanto temos de nos alimentar deles dirás tu.
De fato a natureza estabeleceu um laço de dependência entre nós e os demais seres vivos, os quais devemos consumir.
Todavia por sermos seres racionais e livres bem podemos escolher os seres de que nos havemos de alimentar ou selecionar, dentre muitos, os que melhor nos convém.
Não somos obrigados a consumir tudo, digo todos os tipos de animais e vegetais.
Portanto se algum deles apresentam sensibilidade e auto consciência sempre nos podemos abster de consumi-los. E é exatamente o que devemos fazer.
Por consumir camarões, mariscos, siris, berbigões, etc os quais acredito não serem dotados de conexões neuronais elaborados - E portanto de sensibilidade a dor - não sou obrigado, por qualquer via, a consumir cães, gatos, bois, ovelhas, cabra e outros animais cuja sensibilidade e auto consciência está suficientemente demonstrada. Há portanto que ser criterioso e selecionar: Nem consumir tudo, como os que são movidos apenas pela sensibilidade do paladar, pela gula ou pela vontade, e tampouco tudo rejeitar a exemplo dos veganos, embora o veganismo - Verdade seja dita - a ninguém prejudique e corresponda a um ideal nobre quando livremente assumido por pessoas humildes (Outro o caso dos veganos ensimesmados e arrogantes!).
Aos que me perguntam por que costumo a bater repetidamente na tecla do vegetarianismo ou da dieta ética respondo que o ser racional não pode tomar suas decisões por base no gosto ou no paladar assim na vontade. Ao 'Como porque tenho vontade' ou 'Como porque quero' qualquer um poderia opor 'Mato porque tenho vontade' ou 'Roubo porque quero'... Sem que pudéssemos condenar os assassinos e ladrões... Para não falarmos nos canibais!
E, no entanto, quando colocamos qualquer consumidor de carne contra a parede tal é a resposta que obtemos.
Como carne porque a carne é saborosa ou porque meu paladar exige.
E assim fica decidida a questão.
Comemos porque gostamos, porque queremos e porque podemos.
Diante disto como poderíamos condenar um Hanibal Lecter ou um Andrei Chikatilo?
Canibais acham-se no direito de consumir a muito saborosa carne humana, japoneses se acham no direito de caçar baleias porque são gostosas, coreanos comem cães e vietnamitas comem gatos pelo mesmíssimo motivo!!!
Nós condenamos os canibais, os indígenas, os coreanos e os japoneses enquanto mastigamos bife de 'vaca'.
E no entanto o boi (Ou a vaca), a ovelha, a cabra e especialmente o porco não são menos inteligentes do que nossos cães e gatos, golfinhos e baleias... Alias os porcos, cabras e ovelhas não nos dariam animais de estimação inferiores. Mata-mo-los e come-mo-los apenas porque não convivemos com eles, tomando-os por animais de estimação. Pois como disse nossos cães e gatos nada tem de superiores
se comparados com eles... Nós é que estabelecemos, hipocritamente, uma distinção que não existe entre cães, gatos, porcos, coelhos, cabras e ovelhas. Do ponto de vista da natureza são praticamente iguais, e todos auto conscientes e sensíveis. Uma ovelha sabe que é uma ovelha e que vive enquanto que um porco pode dar-nos tanto carinho quanto um cão - Nós no entanto queremos assassinar ovelhas e porcos por exigência de nosso paladar. Quem nos pode assegurar no entanto que um gato ou um cão não sejam tão saborosos quanto?
Difícil entender como o mesmo homem que se recusa a consumir carne de cão, de gato ou de qualquer outro humano tome o paladar por critério na hora de consumir a carne de um porco ou de um boi.
Afinal se não consumimos carne humana ou praticamos canibalismo é por saber que os outros seres humanos são tão sensíveis e auto conscientes quanto nós mesmos.
E se não consumimos nossos pets é por saber quem tem sentimentos e nos dão carinho.
Quanto a tal 'ciência positiva' ou os testes, está já fartamente demonstrado que elefantes, golfinhos, macacos, cavalos, camelos, porcos, bois, etc não são apenas sensíveis e auto conscientes mas inteligentes.
Já quanto aos cães e aos gatos todos o sabemos igualmente e há muito por obra e graça do convívio.
Portanto a velha desculpa segundo a qual tais seres não pensam, são desprovidos de inteligência, não sentem, etc não é de hoje que mostrou-se falaciosa - Pelo simples fato de ter sua origem na crença dos antigos hebreus, os quais nada sabiam sobre espírito ou alma; bem como nas suposições absurdas do Estagirita, excelente lógico e Filósofo, péssimo ou raso psicólogo. De fato, verdade seja dita, a psicologia Aristotélica - Se é que podemos por a coisa em tais termos. - é tão grosseira quanto as crenças dos primitivos israelitas. Avaliar a condição dos animais partindo de tais fontes chega a ser aberrante...
De quantas distinções estabelecemos por puro preconceito nenhuma é mais frívola e tola do que esta, segundo a qual os grandes mamíferos de que nos alimentamos sejam desprovidos de auto consciência, sentimentos e inteligência...
E no entanto usa-mo-la ou usam-na com objetivos puramente econômicos, culturais, sociais e políticos. Com o objetivo de dar suporte ao carnivorismo, e justificar nossas consciências.
É pelo churrasco, pela kafta, pelo Steak tartar ou pelo molho a bolonhesa que nos apegamos seja as baboseiras religiosas do Oriente ou as lucubrações ineptas do Perípato.
Pois admitir que os animais de que nos alimentamos após termos matado tem espírito vivo como nós ou a simples capacidade para sentir e amar equivale a assestar o mais duro golpe na prática carnivorista com os decorrentes reflexos na deusa economia.
Não nos iludamos ou busquemos enganar nossas consciências! - Afinal matar criaturas que sabem que existem, que temem a morte, que sentem dor, que pensam e criam laços de afeto não pode deixar de ser o que é: Puro e simples assassinato.
Lamento dize-lo assim tão sem cerimônia querido leitor, porém, não nos limitamos a matar bois como quem mata pulgas ou baratas, assassina-mo-los como nossos ancestrais, os índios, assassinavam seus contrários para degustar-lhes a carne. Nem mais nem menos...
Nada mais estranhos que admirar-se dos festins canibalescos descritos por Staden, Thevet, Lery, e outros, enquanto se degusta uma bife mal passado respingando sangue...
Agora me diga, qual a diferença entre você e um caribal?
A única diferença é que contra todas as evidências e contra o testemunho da ciência, você consome a carne de seres que conhecem, sentem e são capazes de corresponder ao afeto que porventura lhes dedicamos - Enquanto que os indígenas nada sabiam em termos de pesquisa e ciência... Acreditando inclusive que os outros povos fossem resultados de criações a parte. Quando sabemos nós que todos somos aparentados e que os mamíferos são nossos irmãos: Mesma carne, mesmo sangue, mesma estrutura óssea e as mesmas capacidades cognitivas ainda que num grau inferior.
No entanto, tirar a vida de seres conscientes, sensíveis, inteligentes e afetivos será sempre assassinar.
É exatamente por isso que temos o desplante de permanecer voluntariamente nos domínios da ignorância, quando como geocentristas e terraplanistas não ousamos negar, pura e simplesmente, o testemunho da ciência para apelas a crenças obscuras ou a psicologias isentas de fundamento.
Tudo isto é puro voluntarismo.
Queríamos ter escravos - Justificávamos o racismo. Queríamos explorar o trabalho feminino - Justificávamos o machismo. Queríamos aniquilar os judeus - Compusemos imensos volumes com dissertações sociológicas, econômicas, etc Queremos continuar comendo carne vermelha - Assim, numa época em que a ciência não mais pode ser manipulada só nos resta nega-la... Para refugiar-nos na caverna, na caverna do mito ou dos fundamentalismos. O Churras bem vale um mito!!!
Podendo ou tendo força matamos e matando em tais circunstância pomos em prática a lei do mais forte.
Matamos os bois porque aspiramos come-los e porque somos mais fortes.
Matamos os bois porque os bois não se podem defender.
Matamos os porcos porque os porcos não fabricam rifles.
Matamos porque queremos, porque nos agrada, porque somos mais fortes...
Fugindo assim ao conceito racional e ideal de justiça - Justiça que sacrificamos ao gosto ou ao paladar.
Afinal desde quando pode um boi ou um porco clamar por justiça?