sábado, 31 de julho de 2010

Acerca o "blogar"













Outro dia estava lendo as tirinhas do meu amigo Chris Robers, (ele foi responsável pelo Layout deste blog) e numa de suas séries, ele tratou dos blogueiros de forma divertida e irreverente.




O título de sua postagem é: 9 Ilusões de blogueiros amadores.




E o Chris Robers conhece 9 ilusões de blogueiros amadores. É interessante como ele aborda esses enganos em suas tirinhas. Creio que antes de ser uma irreverência, suas tirinhas servem de lição e de alerta aos blogueiros amadores.
Algumas considerações sobre as referidas tirinhas:
Tirinhas 7 e 9: A tirinha 7 fala que blogar é fácil, é só escrever qualquer besteira e pronto! Mas não é bem assim, eu comecei a blogar há dois anos e sei como é difícil ser interessante neste rico mundo virtual. Quantas vezes eu não tinha ideias para escrever, quantas vezes tive que devorar livros e e-books para poder abordar um certo assunto. Quando eu não tenho nada de útil para escrever não escrevo, porque meus leitores não merecem perder seu tempo com idiotices.
A tirinha 9 diz que para ser blogueiro basta copiar e colar, fazer o Ctrl+C e o Ctrl+V, e por incrível que pareça há blogueiros que fazem isso!!!
Tirinhas 4 e 5: A tirinha 4 aborda os blogueiros que tem o doce ilusão de ficarem ricos com seus blogs. Escrevem, postam febrilmente na esperança de que um editor fique interessado em seus escritos ou desenhos e possa publicá-los num livro, ou pensam que podem ficar famosos e trabalhar em algum programa de TV como o CQC.
Eu não escrevo para ficar rico, até porque não quero ser explorador de meus semelhantes, escrevo porque sinto necessidade de transmitir minha ideias, de aprofundar meus argumentos e de melhorar minha escrita. Acredito no que escrevo, e odiaria ser contratado para escrever sobre o que me pedem como aquele colunista da Veja(Diogo Mainardi), que repete a mesma coisa toda semana tal e qual um disco arranhado.
A tirinha 5 fala daqueles blogueiros que publicam algo hoje e passam meses, anos sem publicar algo, com a desculpa esfarrapada: "O blog é meu e publico quando me der na telha". Tudo bem que o blog pertence ao blogueiro, todavia ele tem seguidores que apreciam seu estilo, e isso é uma falta de respeito com seus leitores. É evidente que muitos blogueiros trabalham, estudam, então o fator tempo é crucial, e quando dispõem de tempo não tem ideias. Eu sei como é complicado. Mas para ter ideias é preciso antes de mais nada, ter leitura assídua.
Tirinha 3: Essa tirinha diz respeito ao internetês, que é usado no msn e transferido para os blogs, de modo que certos blogs ficam ilegíveis, deselegantes e pedantes. Um blogueiro tem o dever de escrever bem, de ser claro e conciso posto que ninguém é obrigado a entender internetês.
Conclusão: Ser blogueiro não é ficar no Ctrl+C e Ctrl+V, não é escrever besteiras e nem escrever num idioma estranho inventado por alguns sem noções da internet.



Teleshowrnalismo


O telejornalismo (como mostra a feliz tirinha acima feita por meu amigo Ravick) mostra notícias sem elo umas com as outras. Quantas vezes me peguei assistindo ao Jornal Hoje por exemplo, vendo seus apresentadores passando de notícias tristes para notícias fúteis como se maquiar depois de ter mostrado um desastre, ou após ter veiculado notícias relativos a crimes hediondos.

O Ravick foi muito feliz ao elaborar essa tirinha, pois ela carrega profundos questionamentos filosóficos.
Por que a TV nos faz chorar num momento e minutos depois nos faz rir? Por que as notícias são fragmentadas? Por que o telejornalismo fica insistindo num assunto ad nauseam? (até a náusea).

Parece-me que o telejornalismo cita as notícias tristes, primeiro para colocar medo em seus telespectadores e mostrar como o mundo é ruim, etc... O medo é um ótimo meio de se dominar a sociedade. E se os que mandam não tem aparelhos suficientes para produzir medo, então dão à TV a incumbência de fabricar o medo. Daí termos os Datenas da vida, daí os telejornais insistirem tanto num crime de modo que fique gravado no inconsciente das pessoas e criem uma sociedade medrosa, infeliz e desconfiada. Todavia para que os teledependentes (tomei a liberdade de tomar o termo emprestado de um livro pedagógico) fiquem incapacitados para refletir sobre o tema da violência, os mesmos telejornais, misturam notícias das mais diversas como: futebol, shows, modas, economia doméstica, etc... Desse modo seus escravos mentais ficarão com medo e ao mesmo tempo anestesiados pelo consumismo, frivolidades e coisas do gênero. São tantas notícias desvinculadas umas das outras que os cidadãos nem sabem o que realmente assistiram. Mas algumas mensagens ficam claras: "Tenha medo, não confie em ninguém, bandido bom é bandido morto, encastele-se" e muitas outras coisas mais.

Por outro lado a TV mostra que as pessoas da classe média baixa, são esbanjadores e vira e mexe certos telejornais contratam um economista para ensinar certas famílias a serem econômicas. Pois essas famílias gastam mais do que ganham. Sabe qual é a mensagem disso? A classe média baixa não ganha mal, ganha bem, o problema não é o salário é que as famílias da classe média desperdiçam dinheiro com o supérfluo. E os teledependentes aceitam isso sem questionar, afinal se a TV disse, então ela tá certa.

Com o atual telejornalismo as pessoas ficam informadas, saturadas de informações, o que não significa que elas foram formadas. Melhor seria ter poucas informações e ter uma visão crítica. O telejornalismo informa e deforma, porque sabe que a formação é uma ameaça para seu status quo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Marx, marxistas, marxólogos, e marxachistas

Karl Marx foi um grande filósofo e cientista político, isso ninguém pode negar, mesmo que seja contrário as suas ideias. Marx desvendou os segredos da exploração do homem pelo homem, tornou acessível ao trabalhador a filosofia, a economia, etc...

Marx foi tão grande e genial que deixou uma escola (linha de pensamento), mas não só isso, Marx foi titânico pois faz com que até seus inimigos leiam suas obras. Mas é uma pena que tantos seus discípulos como seus adversários deturpem seus conceitos, há também discípulos fiéis e adversários que respeitam sua pessoa. É o que veremos a seguir.

Há três tipos de pessoas que se relacionam com Marx:

1º) Marxistas - Os marxistas subdividem-se em dois grupos:
a) Ortodoxos ou marxólatras: São os marxistas sunitas do talebã, que encaram Marx como uma espécie de papa que goza da infalibilidade em todas as coisas, para não dizer pior, encaram Marx como um deus e sua obra como a Bíblia ou o Corão. Os marxistas ortodoxos são fanáticos e acham que a revolução deve ser armada e nos moldes do que Marx e Lênin falaram. Eles situam Marx além do tempo e do espaço como se sua obra fosse universalmente necessária, verdadeira e irreformável em si mesma.
Fui a um curso de formação marxista organizada por um movimento de esquerda e pensei que iria aprender coisas interessantes, mas em lá chegando deparei-me com a milícia talebã marxista. Um dos conferencistas a quem tive o desprazer de ouvir atacou Paulo Freire ininterruptamente por mais de meia hora. Eu ouvi toda aquela "logorréia" de forma estóica, pois não quis polemizar com o fanático. Mas o cidadão afirmou que Paulo Freire não era marxista, que não era revolucionário, mas reacionário. Que mudou o significado do vocabulário marxista que são proletário e burguesia por oprimidos e opressores (como se realmente fizesse diferença) e outras coisas do gênero. E em seu ódio contra tudo o que não é marxolatria, disse que o método Paulo Freire é uma babaquice e que não funciona, mas não apresentou nenhum dado oficial, nem mesmo extra-oficial. Logo vi que não entende nem de Paulo Freire nem de Marx;

b) Marxistas heterodoxos ou revisionistas: São aqueles que acreditam que o marxismo é um instrumento de luta e não uma Bíblia ou um Corão, não encaram Marx como um Messias ou profeta, mas como homem genial que foi com seus erros e limitações, mesmo porque Marx era um homem de seu tempo e por isso não podia transcendê-lo. Dessa corrente podemos citar os seguintes nomes: Karl Kautsky, Rosa Luxemburgo, Plekhânov, Antônio Labriola, Carlo Rosselli, Antônio Gramsci, Paulo Freire entre outros.

2º) Marxólogos: São aqueles que estudam a obra de Marx e podem ser marxistas ou não. Uma boa definição de marxólogo pode ser vista no blog reacionário Depósito do Maia.

3º) Marxachistas são aqueles que encontramos em botecos e nas redes sociais como o Orkut, Facebook e outras redes. Nunca leram Marx, mas odeiam Marx por diversos motivos ou porque são capitalistas ou porque são beatinhos de capela que acreditam em tudo o que dizem os padres. São aqueles que ouviram falar de Marx e põem-se a fazer falsas citações de Marx e procuram mostrar-se ilustrados, mas a profundidade de seus estudos é o mesmo que o de um pires.

Para concluir, eu sou marxista heterodoxo, porque acredito na síntese, porque acredito que a virtude está no meio e que os extremos se tocam, é isso.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Democracia?

Hoje vou falar um pouco sobre democracia. Mas para falarmos precisamos recorrer à sua etimologia. Não pense o leitor que democracia é o governo do demônio, como afirmaram alguns desavisados ao associar a palavra demo com demônio, por causa da semelhança, na verdade os que afirmam isso são boçais e não merecer crédito nenhum. A palavra democracia tem sua origem no grego: demos=povo + krátos=poder. Então ao pé da letra democracia significa poder/governo do povo.

E desde quando o povo tem o poder aqui no Brasil? Esse poder é fictício que foi inculcado nas massas pela mídia. Muita gente diz que democracia é liberdade, e o contrário é ditadura, ora se não vivemos na ditadura então estamos na democracia. Mas será que nós cidadãos gozamos da liberdade mesmo?

Vou citar apenas dois motivos pelos quais não temos liberdade e por conseguinte democracia:

1º) O alistamento militar obrigatório. Como se pode obrigar a um jovem a se alistar obrigatoriamente num país que se diz democrático? Penso que o alistamento deveria ser voluntário e não obrigatório. Pois se é obrigatório é contra a liberdade e se é contra a liberdade é contra a democracia;

2º) Voto obrigatório. Todo eleitor é obrigado a votar ou a justificar a ausência no dia das eleições. A maioria não justifica, logo é obrigada a votar, nem que seja para votar em branco ou votar nulo. E se diz que esse é o poder do povo. O povo não tem poder para se abster de votar? Não, não tem. O que acontece com quem deixa de votar? Quem tem o título cancelado pode ficar impedido de prestar concurso público, de ter registro em carteira, fazer financiamento bancário ou tirar passaporte. Democrático não? Seria, se o voto obrigatório fosse decidido através de um plebiscito ou referendo.

Que democracia é essa que obriga as pessoas a fazerem o que não querem? O serviço militar deveria ser voluntário e não obrigatório. Voto tem que ser consciente, voto tem que ser espontâneo e não imposto, porque de imposto já bastam os impostos. É isso, acerca deste assunto não sei se estou certo ou errado, mas sinto-me bem ao provocar o leitor para que reflita comigo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Blogueiros do Science Blogs Brasil dão surra no reacionário Diogo Mainardi





O Diogo Mainardi aquele escritor daquela revista do PSDB, digo, da editora abril, se pôs a escrever suas habituais besteiras, até aí tudo bem, não é nenhuma novidade, mas acontece que o jornalista que pensa que é cientista tomou boas bordoadas de quem realmente entende do assunto.

Isso é bom, porque mostra claramente que Veja não informa, pelo contrário desinforma. Infeliz é a pessoa que assina essa revista com seus artigos panfletários. Gasta dinheiro à toa e fica mais burra ao ler, coisa singular!

Paula Signorini, bióloga deu-lhe umas bordoadas em seu blog Rastro de Carbono com uma postagem divertida e esclarecedora. De igual modo apanhou do biólogo Carlos Hotta dono do blog Brontossauros em meu jardim com uma postagem impecável, demonstrando a má fé e/ou a ignorância do "vejista". Esse Mainardi parece ser masoquista, posto que também apanhou do psicólogo e professor Felipe Epaminondas, dono do blog Psicológico, numa postagem breve e objetiva.

Mainardi é daqueles "filósofos" que tudo sabem acerca de coisa nenhuma. Mas cada leitor tem o autor que merece.

Café Filosófico - Mente e Realidade











sábado, 17 de julho de 2010

Apenas uma mera teoria?


Um católico romano afirmou o seguinte: Não custa lembrar, que tanto a Teoria da Evolução como a da Seleção das Espécies, ainda que geniais e ainda que amplamente aceitas, não passam de Teorias.Não estou negando-as, quero deixar bem claro.Mas nego o caráter de verdade científica indiscutível que desfrutam.
É isso o que acontece quando desavisados se põem a falar da Teoria da Evolução. Isso demonstra que o palpiteiro de plantão não sabe nem o que é a Teoria da Evolução, nem Teoria, nem hipótese, enfim é um analfabeto científico.
O problema de certos religiosos é que eles pretendem acomodar a ciência à teologia para que o seu Javé, deu Éden, seus Adão e Eva fiquem salvaguardados. Isso para não falar da meia evolução, que é a doutrina que postula que a igreja aceita a evolução da matéria, mas não a do espírito, esse é posto por Deus diretamente no corpo. Pelo menos nesse caso, para os católicos romanos, Deus não fica de braças cruzados sem fazer nada.
Mas para quem realmente deseja saber o que é uma teoria, recomendo o artigo da Wikipédia e este outro artigo aqui.
A Teoria da Evolução é uma "mera" teoria né? E a infalibilidade do papa que nem é mera hipótese?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Acerca do fanatismo

Outro dia, um amigo e leitor deste blog pediu que eu abordasse o problema do fanatismo. Pois bem, é o que farei.
Primeiro temos que definir o que seja fanatismo.

A palavra fanático vem do substantivo fanum que significa templo, por tanto, fanático queria dizer pertencente ao templo e teve um tempo em que chegou a significar protector do templo.

Segundo sua etimologia fanático é aquele que pertence ao templo. Uma definição mais do que feliz. Pois o fanático não é dono de si mesmo, é um alienado, pertence a um outro que o manipula através de uma ideologia. No entanto o fanático pensa que é livre, pois se soubesse que é um escravo, não se conformaria com o seu estado.

Ele é um objeto da religião, ele foi feito para a religião e não o contrário, isto é, a religião não foi feita para ele. 
Por ser alienado, o fanático não pensa, deixa que outros pensem por ele, e este apenas reproduz aquilo que vê e ouve.

Exemplos de fanatismo: Criacionismo - doutrina que ensina que o todas as criaturas foram feitas imediatamente por Deus em seis dias, literalmente. 
O criacionismo não admite a teoria da evolução, porque esta vai de encontro a interpretação literal do Gênesis. E  não adianta demonstrar para esses fanáticos que o Gênesis não é um livro de ciências ou que se pode interpretá-lo culturalmente. Também não adianta mostrar evidências de que houve uma evolução de todas as espécies.

A guarda do sábado: Os adventistas do sétimo dia, são capazes de faltar no emprego ou mesmo preferir ficar desempregados do que "profanar" o sábado.  A razão do sábado já não é o descanso, mas a idolatria de Saturno, Saturday (inglês - dia de Saturno).

Outro exemplo de fanatismo, ver uma pessoa morrer num culto e não tomar nenhuma providência como mostra o vídeo abaixo.


Outro tipo de fanatismo bem mais grave:


Acredito que apesar da brevidade do texto consegui definir o que seja o fanatismo. Sem mais, deixo o leitor entregue as suas reflexões.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Rap como ferramenta de protesto

Acredito que boa parte de minha revolta contra o sistema capitalista advêm dos raps que eu curtia em minha adolescência. Sim, eu escutava rap, adorava. Escutava Racionais Mc's, Pavilhão 9, Thaíde e mesmo Gabriel Pensador.

Certa vez na escola eu me inspirei numa letra dos Racionais MC's. E até hoje gosto de raps, acho um som bonito, com suas rimas, mas o que mais me atrai nos raps é sua forma de protesto, tentando abrir os olhos das pessoas para a realidade.

O rap surgiu na Jamaica em bailes, e eles convidavam mestres de cerimônia que discursavam ao som de músicas eletrônicas, os mcs mandavam seus recados através de frases rimadas e assim abordavam a violência nas favelas, problemas das comunidades, etc...

Muitos jovens jamaicanos imigraram da ilha para os EUA, e para lá levaram o rap, caso o leitor queira saber mais sobre o assunto pode clicar na palavra wikipédia que o redicionará para um ótimo texto sobre rap.

Deixo aqui dois vídeos de raps que gosto muito:




quarta-feira, 7 de julho de 2010

A religião é o ópio do povo?

A única coisa que os comunistinhas de bosta 5ª categoria conhecem é a célebre frase de Marx: "A religião é o ópio do povo". Primeiro se faz necessário saber quando Marx disse isso e porque. De acordo com Michael Löwy: "De fato, quando Marx escreveu a passagem mencionada era ainda um discípulo de Feuerbach, e um neo-hegeliano. Sua análise da religião era, por conseguinte, “pré-marxista”, sem referência a classes e a-histórico"[*]. Além disso, se Marx  entendesse que a religião é o ópio do povo em todos os tempos e lugares, ele mesmo estaria em contradição com a dialética da qual tanto se valeu, posto que a dialética é movimento. E segundo Löwy Marx não foi o primeiro a sintetizar esse pensamento, muitos outros o fizeram antes dele: A mesma frase pode ser encontrada, em diversos contextos, nos escritos de Immanuel Kant, J. G. Herder, Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer, Moses Hess e Heinrich Heine. Por exemplo, em seu ensaio sobre Ludwig Börne (1840), Heine já a usava –de uma maneira positiva (embora irônica): “Bem-vinda seja uma religião que derrama no amargo cálice da sofredora espécie humana algumas doces, soníferas gotas de ópio espiritual, algumas gotas de amor, esperança e crença”. Moses Hess, em seu ensaio publicado na Suíça em 1843, toma uma postura mais crítica (mas ainda ambígua): “A religião pode tornar suportável [...] a infeliz consciência de servidão […] de igual forma o ópio é de boa ajuda em angustiosas doenças”[*].

 A religião é sim o ópio do povo quando ela desvia a atenção das pessoas para o céu e não para melhorar e transformar este mundo. O pai de Marx que era judeu, se "converteu" ao luteranismo para evitar perseguições. Marx bem viu que o luteranismo pouco ou nada estava preocupado com os sofrimentos de seus filhos, pelo contrário pregavam a resignação a não revolta contra seus patrões, numa esperança de paraíso etéreo.

Mas não é e nunca foi o cristianismo uma forma de ópio do povo, mas certas formas de cristianismo surgidas de interpretações errôneas e má intencionadas.
O Cristo, seus apóstolos e os Padres da Igreja provaram ser muito mais revolucionários do que os comunistas ateus.

Rosa de Luxemburgo mesma citou passagens do Evangelho e os nomes dos Padres da Igreja para mostrar que o socialismo e o cristianismo tem algo em comum que é a luta contra a exploração. ela denunciou a Igreja Ortodoxa, pois estava apoiando a burguesia, ou seja, traindo os seus princípios.

O próprio Engels escreveu sobre o cristianismo primitivo e comparou a Associação Internacional de Trabalhadores com as comunidades cristãs do 1º século.  Então é fato que nem Engels nem Marx criam ser a religião o "ópio do povo" a não ser aquelas formas de religiosidade estereotipadas que tornam o ser humano individualista e resignado com sua situação pensando ser isso um decreto divino.

Mesmo o comunismo ateu, quer queiram os comunistas quer não, bebeu em fontes cristãs e granjeou adeptos dentro do cristianismo ortodoxo e do católico romano. Sim o cristianismo é uma força contra as potências maléficas do capitalismo e fora o comunismo não vejo outras forças que possam enfrentar esse sistema desumano.

Ontem eu assisti ao documentário de Michael Moore "Capitalismo Uma História de Amor" e o cineasta revelou de onde vem sua revolta contra a injustiça. sua revolta contra a injustiça advém de sua formação católica. Em seu documentário ele entrevistou padres e um bispo acerca do capitalismo, e eles foram unânimes em taxar esse sistema como cruel e inimigo dos ideais de Jesus Cristo. Ao final do filme um bispo vai apoiar trabalhadores que se fecham numa fábrica para exigir seus direitos.

E para fechar com chave de ouro faz-se mister falar do padre Jorge Camilo Torres revolucionário colombiano que lutou contra as oligarquias de seu país, pois este acreditava que estava seguindo os mandamentos de Cristo Jesus. Caso o leitor queira saber mais sobre o padre clique na palavra linkada. Sem mais fico por aqui e deixo ao leitor a pergunta: a religião é o ópio do povo?

Notas: [*] Marxismo e religião: ópio do povo? - Michael Löwy

terça-feira, 6 de julho de 2010

Povo corrupto, políticos corruptos

Certamente o leitor já ouviu queixas como esta: "Político é tudo ladrão", "Político não presta", etc. Mas quem é que os elege? Pois se lá chegaram não foi por obra e graça de Deus.
Bom, hoje à tarde fui visitar o meu pai que mora numa favela e está com glaucoma, e estava a me falar que se tal político conseguir um bom médico oftalmologista para que possa resolver sua situação, ele votará e fará campanha a favor de tal candidato. Esse é apenas um exemplo dentre muitos.

Meu pai é um homem simplório e o voto em suas mãos é uma arma contra a democracia. E não há democracia quando se põe o voto nas mãos de pessoas que vendem seu voto.

O problema de grande parte dos eleitores é que eles são imediatistas, eles não querem soluções a médio e longo prazo, eles querem o aqui e o agora, mesmo que seja um paliativo. Por causa de um emprego para o filho, de um médico grátis, de uma cesta básica, de materiais de construção, essas pessoas elegem os corruptos, e depois essas mesmíssimas pessoas com a maior cara de pau reclamar desses seus representantes!  Se os vereadores, deputados e senadores são corruptos, mais corruptos são aqueles que venderam seus votos a preço de banana, ou falando numa linguagem bíblica, trocaram sua primogenitura por um prato de lentilhas, tal e qual fez Esaú.

Ora se um candidato antes das eleições não apresenta propostas, mas apenas compra votos, como querem essas massas imbecilizadas que depois das eleições, caso tenham seus candidatos tenham sido eleitos se tornem honestos?

São pessoas assim que ajudam a perpetuar a corrupção, depois não adianta dizer que "fulano, beltrano e sicrano são corruptos", "que político é tudo igual" ou "não gosto de política". Essas massas imediatistas, pensam que os parlamentares se tornam corruptos no momento que são eleitos, não conseguem enxergar que já eram corruptos quando compraram seus votos, e que elas são tão corruptas quanto seus candidatos, e corrupção é crime.

Os imediatistas são em geral egoístas, ou melhor, individualistas, pensam primeiramente em si, depois pensam de novo em si e assim sucessivamente, nunca pensam no coletivo, ou seja, pouco ou nada ligam para seus iguais ou para a posteridade.

E todo ano de eleição é a mesma conversa: "Vou votar em fulano porque ele prometeu uma vaga na escola x para meu filho", "vou votar em beltrano porque conseguiu que eu me aposentasse", etc... Ou seja, o voto é apenas uma troca de favores, o eleitor recebe uma esmola do candidato e em troca o candidato eleito recebe uma verdadeira fortuna dos cofres públicos.

Se o povo não fosse imediatista e soubesse votar, não teríamos tantos políticos corruptos, sendo assim teríamos um SUS melhor, escolas de qualidade, e segurança para todos. Mas não temos e nem teremos essas coisas porque os corruptos não estão interessados no bem geral mas em seu próprio bem e o dos seus. Então, essa política forma um círculo vicioso e só poderá ser quebrado quando o povo for educado para votar e não para trocar o voto por um favor como se fosse um vale refeição ou  coisa parecida.

Um vizinho meu, nas últimas eleições queria que eu votasse num sujeito que vende tapiocas, e perguntei de que partido era e quais as propostas. Sabe que o sujeito me respondeu?
- Cara, se ele ganhar ele vai me colocar como acessor dele.
- Ah, parabéns - disse-lhe - mas eu não voto num cidadão porque ele me prometeu isso ou aquilo, voto não só por mim mas por todo o povo sofredor.

Enfim para concluir, nossos políticos são apenas imagens, reflexos da vida do povo, nem mais nem menos.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Euspelho - Acerca do transtorno bipolar

Um curta-metragem muito inteligente que aborda a vida de uma pessoa que sofre com o transtorno bipolar.

HORÓSCOPO E UTILITARISMO PRÁTICO



Folheie o jornal atento as matérias de maior força nas páginas, afeito a arte que também pratico, detive-me mais demoradamente na charge e nas tiras do dia, por fim detive-me para ler atentamente o meu horóscopo. Horóscopo??? Alguns devem ter ser perguntado, ou ainda, outros antes mesmo de terminar a leitura já julgaram e sentenciaram: besteira isso de previsão!
Antes de prosseguir me desvio um pouco do curso normal ao texto e passo a um caso contado por Nietzsche em seu livro “Crepúsculo dos Ídolos, ou a filosofia a golpes de martelo”.
“De passagem por Atenas, um estrangeiro fisionomista disse frontalmente a Sócrates que ele era um monstro que ocultava todos os vícios e maus desejos (e que na cultura grega eram representados por entidades bem definidas). Sócrates respondeu simplesmente: "Conheces-me, meu senhor".” 
E segundo alguns teria completado: Mas dominei todos! Interessante, mas e o horóscopo? Prossigo: Quantos de nós pode “atirar a primeira pedra”, quantos podem dizer não carregar dentro de si um “anjo e um demônio”, “vícios e virtudes”? Somos todos o monstro.
O horóscopo, — e não entendam aqui que esteja eu discutindo sua validade, sua verdade ou não — trás de um modo geral um conselho para o dia, uma ação que deva evitar ou realizá-la para ter um dia melhor, ou mesmo uma semana, até mês.
Onde o horóscopo fundamenta seus conselhos? Quais os valores por trás da orientação? A filosofia por trás do horóscopo diz que temos bons e más tendências e que nossa evolução ou equilibrio depende de combater as más e usar as boas, em resumo.
Logo meu caro leitor, posso não acreditar na previsão do futuro apregoada pela astrologia, mas leio o conselho, e naquele dia ele me fala sobre um dos vícios ou virtude,  uso o exercício para prestar a atenção em um dos demônios ou dar vazão ao anjo do dia, enquanto não consigo com um heroismo socrático dominá-los todos. É como aqueles livrinhos de conselho que comumente se abre numa página ao acaso e buscasse um conselho por dia.
Resignifico o que leio e mesmo quando o que me é apresentando não me apetece simplesmente olho-o por meu prisma e reinvento para meu benefício. Já pensou quantas vezes uma situação, ou um texto, um livro, foi condenado por você. Quantas vezes você criticou algo e na realidade estava em você a incapacidade de usar a seu favor? Pense nisso, pode fazer toda diferença.