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quarta-feira, 21 de julho de 2021

Crônicas de uma subida... De Santos a São Paulo - SP

Como frequentemente faço embarquei pela manhã, alias manhã ensolarada, no Terminal Rodoviário de Santos - SP, rumo a S Paulo Capital. 

Trajeto que há dois séculos passados levaria mais de um dia e nos séculos XVI/XVII cerca de dois dias.

Horrendo era o caminho do Pe José, o qual parece que subia de penedia em penedia através de colossais torrões de barro... As coisas só vieram a melhorar no final do século XVIII com a calçada do Lorena e, em seguida, com o aterra do Cubatão e o caminho novo ou do Imperador, embora D Pedro I tivesse seguido pela calçada do Lorena. Depois vieram a Estrada velha, a Anchieta e enfim a nova Imigrantes, pela qual fazemos o mesmo percurso em menos de uma hora e sem quaisquer solavancos.

Excepcionalmente - Ao menos para mim que subo algumas vezes por mês - era possível contemplar, em meio ao azul oceânico, a distante Ilha da Moela. Na qual Paulo Freire de Andrade assentou o primeiro Farol do Estado de São Paulo em 1830, isto sobre um cômoro de noventa metros de altura. Uma bela e grandiosa visão. - A qual não tardou a desfazer-se...

Pois assim que chegamos ao Planalto pudemos observar ao lado esquerdo, praticamente dentro da Mata Atlântica uma espécie de bairro cuja presença ainda não havíamos detectado, o qual pela extensão e pela visão do barro remexido nos pareceu ser recente. Tenho certo para mim que aquele espaço é de preservação. Pois como disse é uma espécie de ilha no meio da Mata... 

E assim, de uma visão celestial, produzida pela natureza, chegamos a uma visão infernal produzida pelos seres humanos: A destruição da natureza...

Pois é enquanto alguns parasitas sem consciência tomam um foguete e vão passear pela estratosfera é esta terra, sobre a qual pousamos os pés, diariamente agredida e desfigurada.

Afinal se ao subir a serra do Mar, no curso da nova Imigrantes, e, de dentro de um ônibus, somos capazes de perceber o crime abominável, como crer que as policiais - Ambiental, militar ou civil não o percebam? Ou será o caso - Mais grave ainda - de que o tenham percebido e, se omitido, nada tenham feito? Agora se nada querem fazer por que raios não acionaram as autoridades ambientais, o ministério público, etc Não se sentem seguros para realizar uma operação? Por que então não recorrem ao Exército, a propósito do qual é costume recorrer a propósito de qualquer coisa neste país?

Hábeis para agredir e surrar professores, trabalhadores, cidadãos que protestam contra o governo tirânico, alienados mentais, etc, etc, etc por que temem defender a mãe natureza e, se necessário for, remover aqueles que porventura tenham ocupado espaços de proteção ou reservas?

A resposta face a omissão do Estado, da Sociedade e dos poderes públicos parece ser simples: A natureza não fala, a flora não grita, a fauna não berra... É a natureza muda e nós surdos face a seus clamores. Ficando ela sujeita a toda sorte de abusos e crimes monstruosos.

Inútil criar leis e estabelecer decreto se a natureza não pode clamar por proteção, assim falar, gritar, berrar, denunciar os crimes cometidos contra si e clamar por providências. Quem deveria fiscalizar, falar, gritar, berrar e clamar por ela somos nós... E por isso vai mal e muito mal a situação.

Pois a maior parte de nós ou daqueles que se dizem Sapiens ainda não conectaram nossa sobrevivência a sobrevivência do planeta.

Cegos pelo antropocentrismo cultural acreditamos pertencer a uma espécie a parte e poder viver sem a natureza. 

De fato a maior parte de nós é ignorante, burra, desinformada, estúpida, imbecil, tola, idiota... semi alfabetizada, etc tendo muito dificuldade para compreender o ciclo do ar ou da água. Mais fácil imaginar nosso Bom Deus lançando água a terra com um regador gigante ou fabricando ar... 

Tais os alienados, que se preocupam mais com a sexualidade alheia, com o cardápio alheio, com o traje alheio, etc do que com o que realmente importa: A condição da natureza, o crescimento populacional e a miséria - Já por que a miséria interage com o crescimento populacional, estimulando-o... e dando origem a um ciclo vicioso mortal. O que deveria chocar os seres verdadeiramente humanos, racionais e conscientes não é nudez alheia mas a extinção de qualquer espécie vegetal ou animal, o que infelizmente, encaramos como algo trivial... Sim, para nós o desaparecimento de uma forma de vida que levou milhões e milhões de anos para manifestar-se não passa de banalidade> A novela, o futebol, o carnaval e o frenesi religioso parecem bem mais importantes do que condição da terra nossa mãe.

Classificarei socraticamente a gente acima como parte das massas alienadas.

Há no entanto aquele outro perfil ou tipo de gente, ignorado pelo moralista grego. 

Refiro-me aos malvados i é aos voluntariamente maus.

Asim aquele que diante deste grande problema, que é o problema ecológico (O mais premente dentre todos!), limitam-se a dar com os ombros e a cogitar: Após mim o dilúvio, julgando que quando a catástrofe começar não mais estarão por aqui. Aqui o pior tipo de gente, a gente individualista, egoísta e desalmada, a qual não se importa sequer com o futuro de seus próprios filhos, netos e descendentes. Pouco se lhes dando que vivam em cercados por uma atmosfera poluída, em meio a excessos de calor, caminhando sobre uma terra contaminada, servindo-se de água suja, sujeitos a situações de fome e contemplando um cenário de imensa feiura... Tais os arquitetos do inferno, do inferno concreto, do inferno real, que desde alguns séculos aperta seus tentáculos em volta desta pobre terra.

Essas pessoas respeitáveis, que pensam somente em trabalhar, vencer, lucrar, enricar e desfrutar. Essas pessoas maravilhosas que pouco se informam sobre as condições do planeta e se recusam a criticar o sistema. Essas lindas e mimosas criaturas que folgam em negar o óbvio, estão condenando os homens e mulheres do futuro próximo a uma morte lenta, indigna e dolorosa num cenário de horror. Pois estão sujando, poluindo, emporcalhando e devastando nosso ambiente, nossa casa, nosso lar... Mesmo quando sabem muito bem que não dispomos de outro, ao menos fora da ficção científica.

Aquele que se recusa a considerar o futuro de seus próprios filhos, carne de sua carne e sangue de seu sangue, só pode ser visto como pérfido mau caráter, como canalha e como sacripanta. Afinal quem não tem compaixão de seus próprios descendentes, recusando-se a pensar neles, como haverá de se preocupar com os demais seres humanos? Desde que eu esteja bem, os demais que se ferrem... Tal o lema dessa gente para a qual a causa a ecologia é ociosa. Pois aqui já não estamos mais diante dos devaneios metafísicos de comunistas e anarquistas em torno da querida revolução, e sim diante de um problema palpável e real, que diz respeito ao futuro da espécie. 

Curioso que os marxistas ortodoxos, sejam comunistas ou anarquistas, tenham de fato admitido tão estúpida e cruel premissa segundo a qual deve o capitalismo desenvolver-se ao máximo sem quaisquer empecilhos ou atenuantes, quando de tal desenvolvimento só poderia resulta a calamidade e ora temos a desdita de contemplar: O colapso da mãe natureza, a agonia do planeta, a destruição de Gaia... Do desenvolvimento estrondoso das forças de produção capitalistas - Em que pese o imenso esforço de reformistas de toda casta no sentido de conte-lo. - o quanto resultou foi termos acionado a sexta grande extinção em massa. A qual, não fossem o empenho de gerações e gerações de socialistas parlamentares, reformistas utópicos, sociólogos de gabinete e humanistas de casta, teria já explodidos há dois ou três séculos, essa bomba mais letal do que milhares de bombas de neutrons.

Sejam os créditos atribuídos ao capitalismo, mas também aos marxistas etapistas, materialistas e deterministas, com sua política diabólica do 'Quanto pior melhor' ou de dar corda ao capitalismo e sabotar o reformismo. 

A bem da verdade o capitalismo, esse monstro de avareza e irracionalismo, jamais devería ter vindo a luz do sol. Deveria ter permanecido trancafiado no abismo em que fora posto pela Igreja antiga e lá ficado, contido e preso. A Reforma no entanto destampou a caixa... Enquanto os etapistas julgaram proveitoso contemplar o crescimento da Hidra... O que vemos hoje é, repito, a mãe natureza agonizando. Chegamos as portas do abismo e nada de gatilho metafísico ou de transformação mágica. Nem depois, nem antes, posto que a URSS foi o que tinha de ser: Um estrondoso fracasso. Assim o México e a China... Enquanto tais peripécias aconteciam era a natureza atacada por todos os lados, como continua sendo atacada hoje, uma vez que não pode defender-se ou gritar.

A força ou melhor dizendo a violência foi aplicada na direção errada. 

Pois poucos cogitaram ou cogitam defender os vegetais e animais que sofrem violência por parte dos homens irracionais.

Poucos, muito poucos tem cogitado não em revolução mas em algo bem mais simples, i é em proteção, em proteger a natureza nossa mãe contra o terrorismo do capital.

Capitalistas, comunistas e parte dos anarquistas são culpados face da destruição do planeta e o extermínio de tantas formas de vida. 

Bem, tornando a serra do Mar, a Baixada, a S Paulo, devo dizer que antes de chegar ao Planalto, ainda na Baixada ou Cubatão também pude observar que a comunidade carente que fica localizada a esquerda da Imigrantes se tem alastrado ainda mais em direção do Manguezal, que é um bioma protegido por Lei. Mas quando não se trata de bater em professores ou grevistas onde está a Lei? Quem ousa ir até lá fiscalizar, conter, remover??? Ninguém... Ninguém... Pois o manguezal não fala, não grita, não pede socorro - Agoniza lentamente... E para muitos sequer passa de um lugar lamacento ou sem importância alguma.

Cadê o exército? A polícia civil? A política ambiental? O ministério público? Os políticos gananciosos por votos? Os cidadãos??? 

Ao subir a baixada e observando como ocupações ilegais proliferam de cima abaixo fico a pensar sobre quanto tempo o entremeio i é a mata existente na escarpa da Serra sobreviverá - Pois houve ou há ali uma Vila Parisi... Quanto tempo levará para que, face a conivência das autoridades, passem os desterrados a ocupar as as margens do Rio Quilombo, o Vale e em seguida todos os declives daquela selva ou melhor, daquele paraíso terrestre tão poeticamente descritos por um Mawe, por um Pinck, por um Zaluar, etc Naquele triste dia, graças a omissão geral que lavra neste tempo, as árvores e cachoeiras se tornarão tão históricas quanto as figuras de um Anchieta ou de um Pedro I, e existirão apenas enquanto vestígios do passado. Será que ainda existiremos nós enquanto espécie? E qual será a condição de nossos filhos?



domingo, 27 de junho de 2021

Como transformar vermes em homens e uma carcaça num planeta...




Estimulada já por um Mercado insaciável na dependência de um 'exército de reserva', já por instituições religiosas ambiciosas e sem consciência tem nossa espécie se multiplicado de forma irresponsável e comprometido, quiçá de maneira irreversível, a existência da vida, como um todo, em nosso planeta.

Guiada pelo espírito da avareza, aqui aberta ali dissimulada, a criatura racional, projeto grandioso, foi revertendo ao que fora em seus primórdios, assim a condição de predador.

De fato nossos ancestrais, tendo se multiplicado em demasia e atingido certa cifra, não mais podiam manter sua dieta habitual sem levar a mega fauna a extinção. 

Do que resultou a extinção de um sem número de espécies e a invenção da agricultura, resultado de uma mudança em termos de dieta imposta pela necessidade.

Em não havendo mais brioches tiveram nossos ancestrais de comer pães ou melhor plantas, folhinhas, mato, couves... A falta de mamutes e rinocerontes lanudos teve a salada de entrar no cardápio.

Nem bastavam os sobreviventes do reino animal para nutrir-nos sem os dons de Ceres e nos tornamos mais onívoros. Houve existência e sobrevivência e até mesmo algum equilíbrio.

Nós no entanto, por milênios não nos abstemos de procriar ou, melhor dizendo, não cogitamos e sequer poderíamos ter cogitado, em limitar a procriação - Que um Malthus primitivo era inimaginável. 

Não poderia um Malthus ter surgido tão precocemente. Tampouco deveria ter chegado meio atrasado.

No entanto o uso indiscriminado de madeira e a criação de bois foi restringindo cada vez mais o espaço da natureza 'in natura' i é das matas e florestas. 

Substituíram a madeira, que é orgânica, pelo plástico, pela borracha e pelo alumínio... Saindo a emenda pior do que o soneto. Do que resultou imensa sujidade até no espaço, sem falar no fundo do mar. Emporcalhamos tudo pois ou damos cabo com a madeira ou acumulamos outros tantos resíduos caso não reciclemos.

Imperativo é reciclar. Reciclar porém é paliativo que não toca o fundo da ferida ou o âmago da questão.

E nos humanos não apreciamos atingir o âmago da questão.

Como disse, afirmada a falsa segurança ou a segurança aparente, nos tornamos mais e mais carnívoros. A ponto de sermos assombrado pelos peidos dos bois.

Parece anedótico mas não é.

Somos bilhões de carnívoros ou predadores. Na dependência de centenas de milhões de cabeças de gado, ou seja de uma hoste de bovinos.

E os bovinos peidam i é excretam algo parecido com o metano. O que reflete nas condições do clima...

Imaginem então os pastos!

Imaginem em seguida quantos pastos, campos de cultivo, bosques plantados são necessários para suprir as necessidades de sete bilhões de seres humanos.

Muitos dos quais vivem já como miseráveis.

E nem estamos falando em qualidade de vida para todos mas somente em pura e simples sobrevivência.

Agora onde enfiaremos os resíduos por nós produzidos?

Mesmo fumaça ou cinzas...

Para onde irão tantas cinzas e tanta fumaça, somada alias a fumaça expelida por nossos automóveis?

Percebe que o quadro já é mais do que tenebroso?

Considere agora que ainda precisamos encontrar espaço para a natureza 'in natura'.

Então já são pastos, bosques artificiais, campos de cultivos, lugares de despejo, espaços naturais e é claro locais onde possamos viver ou morar - E são sete bilhões de pessoas... E sete bilhões. 

Quem não vê e percebe que com o aumento da população em milhões, 8, 10, 12 ou 15 a demanda por alguns destes espaços aumenta enquanto outros espaços diminuem...

É o vegetarianismo outro paliativo, como a reciclagem...

No entanto onde haveis de conseguir espaço para cultivar vegetais destinados a alimentar 12 ou 15 bilhões de seres humanos???

De modo que os campos serão tudo, e não restará espaço para mais nada.

Bem, paliativos temos, quiçá a macheia. 

Reciclagem, vegetarianismo, naturismo...

E todavia caso nosso ritmo de crescimento populacional continue sendo o mesmo paliativo algum fará a diferença.

Dezenas de milhões de veganos, recicladores, naturistas, etc dá na mesma. E não poderá a mãe terra sustenta-los.

Assim é o socialismo, bem entendido como uma economia voltada para o homem ou para a justiça social, será também um ideal instável caso não solucionemos, antes de tudo, o problema da procriação. Embora muitos sociólogos considerem que a própria miséria estimule a procriação, hipótese que nos levaria a um sinistro círculo vicioso. Pois não é menos verdade que o excesso de pessoas agrava, senão produz a miséria...

Então temos de botar o dedo lá no fundo da ferida que é um abismo.

E tornar a Malthus. 

Tudo vai em progressão aritmética, produção de alimentos, políticas públicas, tomada de consciência - Alias tomada de consciência vai a galope de lesma ou a passos de tartaruga.

A população no entanto cresce em ritmo exponencial e o pouco que cresce torna a situação mais grave.

Menos espaço para animais e vegetais, mais lixo, mais poluição, mais resíduos, mais miséria, mais fome, mais sofrimento... E mais consumo, o qual irracionalmente estimulado converte-se em pregação. Enchemos nossas bocas para falar em progresso mas, enfrentamos o mais terrível dos retrocessos ou crises já experimentadas pela espécie... Anunciamos o paraíso sobre a terra e estamos as portas do único inferno, o inferno do calor, da sujeira, da fome, da violência, da fealdade...

Pois mais que os catastrofistas (Que com isto aspiram apressar - Acredite se quiser - o retorno do divino Mestre Jesus.) vibrem e aplaudam a situação não será nada agradável, e as únicas coisas que os arrebatará a fome, a peste e a guerra...

Contra uns e outros: Demagogos religiosos, fanáticos, avarentos, políticos maquiavélicos, etc temos d bradar em alto e bom som: O crescimento populacional terá de ser contido, a família planejada e a natalidade controlada. Eis o único meio capaz de converter os vermes em homens, em seres racionais, éticos e virtuosos - Dispostos a viver em comunhão com a mãe natureza.

Caso o ritmo do que chamamos progresso econômico não seja condizente com a condição do planeta teremos de adotar um postulado oposto ao de Bush e Trump: Sacrifiquemos o mercado, a economia, o ritmo do progresso técnico e salvemos o planeta, a fauna e a flora, a mãe terra, a nossa casa e nosso lar. Como Ulisses e os seus tapemos os ouvidos face ao canto falacioso das sereias...

E como lamentavelmente a consciência não avançará tão célere como gostaríamos neste direção teremos de pensar na força das leis, democraticamente sancionadas pela parte mais consciente ou sensível ao problema.

Quero dizer que é defeso a espécie e a sociedade humana, tendo chegado ao ponto a que chegamos, por meio de leis e coerção, determinar o planejamento familiar e o controle de natalidade.

Como diante de uma peste, praga ou epidemia não há que se considerar os caprichos da 'liberdade' individual. Todos os elementos da sociedade humana devem ser convocados a colaborar, tendo em vista a contenção populacional. 

Trouxe-nos a maldita pandemia uma cara lição.

Doutrinas e opiniões há que por afetarem drasticamente as vidas de milhões de pessoas não devem ser toleradas mais reprimidas, assim esse 'pensamento' conspiracionista infenso a vacina. Relacionado de perto com as pérolas do terraplanismo, do geocentrismo, etc Pois nenhuma dessas crenças imbecis é ingênua. Como não é ingênuo o criacionismo, o qual - Ao menos - já devia ter sido condenado firmemente pelas Igrejas apostólicas e históricas. e condenando por um poder espiritual, tendo em vista suas cominações aberrantes.

Neste soturno quadro encaixasse muito bem a pregação ou ideologia 'procriacionista', a qual avalio como uma das mais graves ameaças ideológicas a conservação da espécie. Multiplicando-nos, não duvidemos, pereceremos por completo.

Pondo filhos e mais filhos no mundo, irresponsavelmente, chegaremos ao colapso, pois a natureza não mais poderá suportar tal hoste de consumidores, de predadores, de vermes vorazes.

Por hora os gafanhotos somos nós e só deixaremos de se-lo quando contermos não somente nossa propagação mas também nossas aspirações financeiras e tecnológicas. Teremos de analisar e rever todo nosso modo de vida, de produção, de distribuição e sobretudo de relação com o ecúmeno. Se o Comunismo, por falacioso, não funciona, o funcionamento do capitalismo é mais do que péssimo.

Homens ilustres penaram por não terem encontrado qualquer solução para tal impasse, o problema do século, ou melhor, do milênio - Que digo - da História. 

De fato não cogitaram em Anarquismo, Comunismo, Fascismo, Nazismo, etc - Tampouco nós, que não cremos em quaisquer dessas ideologias de morte, como não cremos no capitalismo, pois estaríamos a crer no anti Cristo, no sedutor, no falso profeta, na besta imunda; filha de Lúcifer. Honremos o primado do espírito e confessemos: O Capitalismo é isto, embora alguns o cubram com vestes de anjo de luz e o disfarcem. Mas é isto e disto não passa: Pois separou os irmãos uns dos outros, instilou egoísmo e estimulou a avareza.

Onde estará então a solução?

Falemos em Ética, ou melhor, nas fontes da Ética. Olhemos para trás e façamos a verdadeira revolução, com a munição do espírito!

A solução está nas singelas lições do Evangelho e também da Memorabilia sobre Sócrates e nas obras do divino Platão a respeito deste Mestre excelente. Olhemos ainda para Aristóteles, Buda, Confúcio, Basílio, Bento, Francisco e alguns outros mestres do passado. 

Os quais nos ensinaram a não sermos acumuladores de quaisquer coisas e a não juntar tranqueiras em demasia sejam edifícios, automóveis, moedas, papéis, etc mas apenas e tão somente boas ações. Os quais nos ensinaram a pensar no outro, a colocar-nos no lugar do outro, a ajudar o outro e sobretudo a ama-lo. Os quais nos ensinaram a ser sensíveis, justos, fraternos... E a viver na dimensão do bem, da verdade e do belo, em comunhão com nossos irmãos animais e no respeito pela mãe terra - Enfim os quais nos ensinaram a viver racionalmente e a planejar o futuro!

Cada um destes homens é um Salvador ou Redentor para esta vida, para a vida social, o convívio e a sobrevivência neste mundo. Cada um deles é profeta e pregoeiro da verdade. Cada um deles nos convida a reforma da mente e a peleja do espírito.

Podemos progredir sim, mas noutras direções, que não na da matéria, da economia e da técnica apenas. Podemos estabelecer outros roteiros, mais sensatos, mais simples, mais humanos e não menos ricos. Foi para viver em comunhão com a mãe terra e em sintonia com o planeta que viemos a luz da existência. Foi para caminhar e crescer juntos que nos manifestamos não para devorar, predar, devastar e destruir - Quem compreende-lo será humano, ser racional e digno da liberdade. Quem não o compreender continuará sendo vil gusano rastejante, guiado pela fome insaciável. A partir de então teremos um planeta para nossos filhos, netos e descendentes, para que vivam bem e com qualidade de vida.


quinta-feira, 12 de março de 2020

O sentido político do proselitismo protestante nas escolas públicas do Estado de São Paulo

No artigo interior fizemos uma denúncia bizarra... Se não há, certamente houve, há alguns anos, exercício de proselitismo religioso em certas escolas públicas do Estado de São Paulo. Estou averiguando para saber se tal situação ainda ocorre... Assim se determinados projetos 'laicos' ou 'éticos' realizados nas Escolas por voluntários religiosos exercem qualquer tipo de propaganda, direta ou indireta visando converter os alunos ou levar-lhes sua fé. O exercício de proselitismo na Escola pública, com o apoio de aparelho estatal, é crime líquido e certo, alias, julgo eu, sem atenuantes.

Incluo aqui as orações. Orações em alta voz, instrumentalizadas por líderes, bem pode ser ser utilizadas como forma de proselitismo, pelo simples fato de produzirem certo clima psicológico, tipicamente eclesiástico, na escola pública. O que é inadmissível numa cultura democrática.

Importante, acima de tudo, saber que este assalto religioso tem um significado político. É um proselitismo em favor de certa política e uma política favorável ao proselitismo, uma mancebia Estado/Religião, uma troca de favores, uma máfia espiritual e um ataque ao estado Laico, assim a Constituição, Lei maior deste país.

Que querem os políticos ou demagogos???

Votos - De preferência a toneladas... toneladas de votos...

Mas como obter toneladas de votos empacotados???

Tudo isto tem uma História. Perpasse-mo-la!

Como todos sabem foi a Proclamação da República uma espécie de golpe ou motim, não algo espiritual ou ideal, que tenha partido do povo. Sequer povo havia naqueles tempos, mas massas analfabéticas, quiçá não tão estúpidas e degradadas como as nossas, mas, em todo caso massas, não povo, em termos de cidadania consciente. O povão só soube da República, em alguns casos, meses ou mesmo anos após sua proclamação (Como diz o conto do Chernovicz), só lhe restando aceitar e aplaudir. O senso comum era sinceramente monarquia e quem representava o pensamento 'popular' (Se assim posso escrever) era o Antonio Conselheiro.

O povo devia permanecer, como sempre ou até mais, sob controle. E já se disse que o Pedro barbudo (O filho - segundo II) fora mais democrático que os primeiros presidentes, como o ditador Floriano. Bem, era necessário criar uma ficção democrática ou dar ao povo a ilusão de que a si governava quando era governado, mais até do que sob o antigo regime... Para tanto prestaram-se os coronéis. Os coronéis foram o creme de chantilly daquele 'Café com leite'. Era eles que arregimentavam os sufrágios para seus compadres ou apadrinhados políticos e moviam toda estrutura da primeira República. Ocupavam a base e mantinham o sistema, amedrontando ou coagindo fisicamente os eleitores. Esse voto dirigido pelos coronéis foi chamado voto de cabresto e vencia o pleito quem tinha o apoio e as bençãos deles.

Essa festa ou orgia coronelesca durou até 1930 quando o gaúcho valente desarticulou a máfia. Desde então apenas a valsinha ficou com saúde desses coronéis babões e pedófilos tão bem pintados por Jorge Amado...

O Estado de S Paulo, no entanto, tendo sido alijado do poder e posto a margem dele, insistiu que o coronelismo era sinônimo de democracia e que tudo iria muito bem 'obrigado', não fosse o 'odioso' ditador Vargas... E levantou-se contra ele com o objetivo de defender a velha ordem do pão, pão; queijo, queijo... Getúlio no entanto não abalou-se... E paradoxalmente uma ditadura foi que criou o primeiro impulso democrático neste estranho país. Trazendo a tona temas como 'bem como', 'justiça social', 'direito do trabalho', etc A educação conheceu seu primeiro salto qualitativo sob Gustavo Capanema... E por isso aquele ditador 'odioso' era amado pelos trabalhadores, camponeses e por toda gente simples.

Para os liberais economicistas - Liderados pelo Lacerda - comunistas e anarquistas no entanto era Vargas um déspota, por isso fizeram um pacto - a Oposição - com o objetivo de derruba-lo, mas ele, mostrando brios: Saiu da vida para entrar na História... E sua política, para desespero dos sediciosos e da 'nova' elite militar, continuou. Carlos Lacerda bem que tentou realizar seu eterno sonho de tornar-se presidente (Foi o modelo do Aécio Neves!) mas não conseguiu enganar o povo e ser aceito.

Quando o Jango ganhou foi um 'disparate' e de pronto as forças e poderes sinistros tentaram remove-lo. E até teriam conseguido não fosse o herói Leonel Brizola.

Herdeiro da política e do ideário getulistas Jango jamais flertará com o Comunismo, aqui representado por meia dúzia de gatos pingados, inda que sediciosos. Era Jango no máximo Social democrata ou adepto do bem estar social, noutras palavras, trabalhista, reformista ou algo assim. Otimista, imaginou ele que dava para avançar e saiu-se com a tal Reforma agrária, reforma implementada em quase todos os países civilizados - Na França por exemplo desde 1789, pela grande Revolução... Foi quando alguém berrou comunista e o povo ficou atemorizado, por lembrar-se das cagadas feitas por Lênin e Stalin... Foi como recorrer ao 'mito' de Sorel. O grito 'bolchevista' eletrizou gregos e troianos, numa nação em que os Católicos alienados nada sabiam sobre a doutrina social de sua própria igreja... Com um empurrãozinho dos EUA o pobre jango foi derrubado e substituído pelos militares, digo pelos novos militares, não pelos companheiros de Getúlio, os quais a exceção de Teixeira Lott estavam já quase todos mortos e enterrados.

Rachel de Queiroz (F S P 1999) anti getulista confessa, declarou: Agora nós eramos o poder ou a ditadura! Nós, os adversários de Getúlio e os novos militares.

Esclareço - Os militares do tempo de Getúlio i é seus companheiros, eram pelas tradições nacionais e cultura brasileira. Os novos militares, desde 1945 - i é da segunda grande guerra - morriam de amores pelos EUA e derretiam-se todos por aquela potência estrangeira e sua cultura. Era decididamente pró capitalistas e tecnicistas. Para eles os EUA representavam o progresso e o Brasil, o atraso... Era quase todos americanistas e nada tinham de nacionalistas, exceto por um culto de símbolos e aparências. Nossas tradições, costumes e cultura era para eles dignos de riso. E tínhamos de assimilar ou afetar os costumes Norte americanos caso quiséssemos avançar. O programa era transformar isto aqui em província cultural dos EUA ou num país vassalo (Colônia).

A bem da verdade tais ideias não eram novas ou recentes, remontando ao antigo regime. Já pelos idos do segundo império principiou Tobias Barreto a endeusar antes de tudo a cultura alemã e em seguida a cultura inglesa (Apesar do 'deus' Comte ser francês e admirador do Catolicismo!). Foi seguido por Sílvio Romero (E na Argentina houve um Domingo Faustino Sarmiento)... Os quais opinavam que a suprema desgraça de nossos países era terem sido colonizados por latinos, i é portugueses e espanhóis e não por alemães ou ingleses como os EUA, o país que dera certo... Graças as virtudes inglesas. Era o que diziam eles, proclamando a superioridade da cultura anglo saxã, em cuja base estava o protestantismo, 'cornucópia donde manavam todas as joias da civilização'...

Em última análise todas as nossas desgraças - Como a 'Idade das trevas' (Outro mito construído pelos protestantes!) - deviam-se a velha igreja romana i é da religião vigente nos países latinos como Portugal e Espanha... Todos os progressos vinham do protestantismo, como postulará apressadamente o Belga E Lavellaye e ainda era repetido pelo gramático e pastor Eduardo Carlos Pereira em "O problema religioso na América Latina" (1920), ensaio em que repetia as pérolas do Lavellaye e dos nossos germanófilos. Afinal se assim o era a solução era protestantizar a América Latina, o que alias era intensamente desejado pelos EUA. Quanto a E C Pereira foi completamente pulverizado pelo jesuíta Leonel Franco em sua obra "Igreja, Reforma e Civilização" umas das melhores obras religiosas já escritas no Brasil. Lamentavelmente o erudito jesuíta abordou prioritariamente o tema religioso ou espiritual, deixando de desenvolver mais o tema político e social.

Tal e qual no vizinho Chile, o protestantismo avançou bastante no Brasil durante o período militar, e Décio Monteiro de Lima nos explica porque. Claro que o Vaticano II tem grande parte de culpa... E todavia o discurso americanista dos novos militares não era nada inocente. Se assimilar a cultura N Americana significava progredir esta assimilação tinha de passar pela adesão ao protestantismo cujas seitas aqui introduzidas produziam grande clamor.

Seja como for durante este período não se precisava preocupar com votos, uma vez que a ditadura havia dado cabo da democracia. Por outro lado, nem mesmo a igreja romana seria capaz de produzir algo semelhante ao velho coronelismo, intimidando e manipulando as massas.

Os resultados da Ditadura são bastante conhecidos por todos: Investimento considerável numa alfabetização sumária ou elementar (De encontro ao protestantismo e o soletramento da bíblia), empobrecimento quanto a educação superior ou crítica, renúncia a justiça social e sistemática violação de direitos, com certo saldo de mortes e tortura; enfim a destruição do espírito ou da consciência democrática.

Mas havia algo ainda pior por vir! E no final dos anos 80 - A retomada de uma forma democrática sem espírito, consciência ou cultura, e com matizes de liberalismo econômico é claro. Nos anos 90 foi restaurada a estrutura democrática, e posta a serviço do economicismo neo liberal. Aquele tempo nem as pessoas sabiam votar nem havia qualquer cabresto... havia um despreparo geral, agravado ainda mais pelo voto dos analfabetos. Disto resultou tremendo Caos e o funesto período FHC... Uma vez expulsos os trabalhistas juntamente com os sectários comunistas, foi a retomada das formas democráticas intencionalmente posta nas mãos dos liberais e neo liberais, os quais assumiram o status de heróis, bem como suas agências partidárias como PMDB, PDS, PSDB...  FHC aspirava fazer nos anos 90 tudo quanto Boi Sonoro agora faz, i é as ditas reformas, mas foi sucessivamente barrado pelos getulistas e petistas. Hoje os getulistas estão mortos...

Até que chegou o Lula e com ele e o PT, o dilúvio... Uma vez que as tais reformas foram dadas por enterradas ou engavetadas. No mínimo o ritmo delas se tornaria bem mais lento. Diante disto o Mercado ficou enfurecido...

Os liberais precisavam retornar ao poder e impor seu programa aos brasileiros, prestando com isto imenso serviço ao mercado... Mas não podiam voltar ou consolidar-se sem as toneladas de votos fáceis ou empacotados, como no tempo dos coronéis. Tampouco podiam eles ressuscitar os coronéis ou contar com eles. O cabresto da chibata ou do revólver estava findo, definitivamente.

Haviam no entanto os pastores... Os quais também sonhavam com o poder político, uma vez que já tinham o poder de guiar as consciências e orientar votos. Bastava então saber usa-los, como material de troca. Os pastores criariam - como criaram de fato - um novo cabresto, espiritual, e forneceriam toneladas de votos aos políticos sem consciência, em troca estes lhes abririam as portas das Escolas públicas, de modo a controlarem a Educação, cooptando mais e mais consciências e controlando mais e mais eleitores...

Foi exatamente assim, com o apoio das mafias religiosas e dos fanáticos, que o PSC, PSL, PSDB, PMDB, DEM e outros partidos removeram o PT e chegaram ao poder, fazendo acordos, traindo o laicismo e oferecendo a educação pública de mãos beijadas aos pastores ou as pessoas por eles instrumentalizadas. O que é absolutamente necessário, se se quer que a dita máfia aumente e o esquema continue vigorando... Numa palavra cidadão brasileiro: Fomos todos vendidos aos pastores e fundamentalistas... Aos quais o Boi Sonoro distribui os cargos que pode, assim o Dória e outros governadores. Em posse do poder eles forçam a Constituição, interpretam, burlam e se esforçam por introduzir mais e mais grupos religiosos na Escola pública, com o objetivo de exercer um sutil proselitismo.

Na medida em que crescem e obtêm mais fieis as seitas convertem-nos em eleitores do Dória, do Boi sonoro ou do PSC, ou votam nos candidatos indicados ou irão para o inferno declaram os pastores. Votam nos candidatos de Jesus ou não obterão graça alguma. Com esse tido de cabresto, digo, de voto, que fica sendo da democracia??? Nada... Pois o pastor manipula o pobre do eleitor como o vidraceiro manipula a cera quente...

Neste momento as seitas protestantes são imensos celeiros de votos com que contam os liberais e neo liberais... E podem fazer cálculos e contar antecipadamente com eles, posto que não são menos controlados do que os votos de nossos ancestrais sob o jugo da primeira república. Apenas o cabresto de hoje é mais apertado porquanto interno, mental ou invisível; o que mantém as aparências, sem torna-lo menos eficaz. É cabresto porque há imposição por parte de um lider religioso.

Resta declarar que os fanáticos religiosos negociam apenas porque ainda não constituíam ampla maioria no exercício do poder. Fossem eles maioria e já teriam legislado em favor próprio, obtendo privilégios e vantagens. Daí a dissimulação e o ocultamento ou mesmo prudência com que dirigem-se as escolas públicas alegando oferecer projetos que não violam a laicidade - Ainda que hajam orações em sala, e orações tipicamente protestantes. Julgo que o STF ou qualquer órgão da justiça devesse estar investigando isto há muito tempo, pois não é novidade para quase ninguém. Caso as autoridades sejam coniventes ou se omitam que cada um faça sua parte e cada cidadão promova a resistência.

Caso você retruque e me diga que a Escola pública jamais foi laica - Nos anos 70/80 e 90 eu conheci uma escola pública 100% laica! - ou que a igreja romana sempre desejou exercer certa influência sobre ela, devo dizer, a guiza de resposta, que a Igreja romana, em que pese seus vícios e defeitos, jamais foi moralmente tão invasiva, pretensiosa e arrogante quanto o protestantismo bíblico vindo dos EUA, o qual tudo pretende dominar e pautar pelo antigo testamento com seus milhares de tabus e preconceitos. O sectarismo protestante me parece mais estreito e sufocante, digo-o como ex protestante. Por isso o crítico, não enquanto fé ou crença religiosa mas enquanto fonte de poder e dominação.

quarta-feira, 11 de março de 2020

A escola pública e o proselitismo 'oculto'

NÃO versa este artigo sobre as aulas de religião na Escola pública, as quais me oponho decididamente, seja qual for sua forma. E caso me fossem atribuídas tais aulas delas declinaria... Aqui dou razões aos anarquistas e comunistas (O que aliás raramente faço!) - Neste caso por que não aulas de economia ou de política? POR QUE priorizar a religião ou a fé se temos imenso déficit de conhecimento político básico, em termos de formas e estrutura, como sistemas, regimes, Constituição, etc???

Aulas de teoria Política e de Psicologia seriam bem mais úteis aos adolescentes, aos pequeninos elementos se Sociologia e Filosofia seriam infinitamente mais proveitosos. Com Fustel de Coulanges compreendo o poder e a força social das Religiões, mas como economia e política factual é coisa que já se aprende nas aulas de HISTÓRIA ou GEOGRAFIA HUMANA.

Não examinei teor da decisão do STF (Não repeito DOGMAS 'seculares' pois dogmas só  vão bem com a religiosidade ou a fé!) a qual como disse oponho-me com base nas alegações acima. Creio todavia que não deve autorizar ensino confessional nas escolas públicas, assim o proselitismo. Penso que a educação pública ainda não tenha sido assaltada pelos pastores protestantes...  Ao menos com o apoio do poder público ou do STF. Em que pese os esforços malignos deste governo norte americanizantes e vendido aos charlatães bíblicos.

O proselitismo oculto a que me refiro, enquanto elemento sutil porém perigoso, outra coisa é.

Por isto narrarei genericamente um fato do qual tomei parte, já há algum tempo, na Escola estadual Paulista de que faço parte, como professor concursado ou efetivo já há quase quinze anos.

A narração será genérica já por respeito as atuais diretora e coordenadora, as quais em parte deram-me razão e compreenderam meu ponto de vista, além de terem feito um legítimo contraponto e me convidado, elas mesmas, para que eu examinasse o dito projeto sendo posto em prática.

Por isso não posso denunciar qualquer coisa ou trazer tais fatos a público, o que de outro modo já teria feito. Porém, por questão de justiça, tenho de examinar os fatos mais de perto e assim as alegações da outra parte.

Servirá no entanto, quanto aos traços gerais, para suscitar uma reflexão e orientar todos os professores numa grave questão de cidadania, da qual depende a sobrevivência ou não da própria democracia.

Há tempos algumas alunas 'Caxias' - Cujas identidades preservarei até o fim e jamais divulgarei - vieram até mim e disseram estar incomodadas porque sendo de cultos africanos tinham, ao fim de certo projeto, ouvir umas preces em nome de Jesus (Devo dizer que sou Cristão e adoro Jesus.) e parece alguns versos bíblicos. Estavam elas, como é natural constrangidas e isto me alarmou.

Imaginei se eu ou filho meu lá estivessemos, numa classe pública lotada e alguém lá fosse falar sobre Maomé e depois convidar-nos a recitar a fatiha...

Passou algum tempo. Eis senão quando vou entrar em minha aula é imediatamente antes de mim entra este grupo de projeto que fora acusado... Pelo sim pelo não, tendo em vista certos precedentes relacionados com outra equipe gestora, solicitei a inspetora que os fizesse sair para que pudesse entrar e ministrar minha aula - Direito meu. Adicionando que em caso de necessidade faria um BO.

Até aqui tudo bem. Sucede que perto da inspetora se achava um aluno do tipo 'crente fanático' o qual dirigiu-me a palavra apenas pata declarar que os religiosos tinham pleno direito de orar e pregar nas escolas públicas caso os alunos quizessem. QUAIS ALUNOS? TODOS??? Mencionei as leis, a CONSTITUIÇÃO, etc com o objetivo de esclarecer o dito jovem sobre a coisa pública, o laicismo, etc Ele no entanto mostrou-se irredutível e inclusive ergueu a voz, como típico é dos sectários... Respondendo eu no mesmo tom. ATÉ QUE os voluntários religiosos deixaram minha sala e lá pude entrar..


E nem havia iniciado minha aula quando me vem a Sra coordenadora querendo falar comigo. De fato pouco receptivo fui e até aspero tendo em vista o histórico da Unidade e os fatos imediatamente ocorridos, alias supondo que ela, a coordenadora, tentaria enfiar o tal grupo em minha sala. Iniciou-se uma discussão que lá foi parar na sala da Direção.

A diretora, aliás educada e paciente, tentou entender e esclarecer a situação. Relatei a denúncia feita pelas alunas sobre orações confessionais, aliás protestantes e possível citações de sei lá que versos bíblicos e declarei irredutível que tal era violação de consciência e crime contra nossa lei maior, a Constituição.

A coordenadora, aliás espírita, disse que a dinâmica em si nada tinha de religiosa ou credal mas que no entanto após o término havia uma espécie não de 'oração', com esse nome, mas uma reflexão em que cada aluno se dirigiria ao Sagrado nos termos da sua própria religiosidade... A qual insistia ela tinha outro nome...

Repliquei declarando que o nome era indiferente se a prática era a mesma e havia uma oração confessional, mencionando bíblia, Jesus e com mínimo conteúdo protestante ou exemplo de formas tipicamente protestantes fornecido pelos organizadores.

Como de praxe declararam que na sala ninguém era obrigado a aderir a reflexão e que sendo ela livre não violava a consciência de quem quer que fosse.

Respondi que está atitude era discriminatória e que certamente constrangida os possíveis irreligiosos, ateus, etc Politeísta - pois certamente ali não se falava em deuses... muçulmanos, etc mesmo aqueles que se sentem incomodados pelos gritos e berros dos pentecostais...

Claro que chegando aqui - FUI irredutível por questão de justiça - foi me assegurada a liberdade de cátedra dada por lei e nem me preocupo com Conselho, Equipe gestora, etc caso destoem da Lei maior da Constituição, garantia da liberdade de Consciência e da igualdade entre todos os cidadãos.

Por fim indagaram a respeito de meu manifesto nervosismo. Foi quando me referi ao jovem fanático, a respeito do qual elas certamente já sabiam porque - Pasmem! - ele, muito provavelmente, já se antecipara a mim, indo a diretoria denunciar-me por defender o laicismo e a Constituição e os direitos da Consciência livre. AGORA PAREM E ANALISEM ESTA POSSIBILIDADE MONSTRUOSA... Aquele jovem certamente cria que aquele espaço público, mantido com nossos impostos, fosse propriedade, líquida e certa, da seita ou grupo a que pertence!!! ONDE CHEGAMOS...

Terminei minha entrevista com a equipe gestora declarando em alto e bom som que quando ingressei naquela unidade há doze anos, pouco mais pouco menos, a equipe gestora (DIRETOR E VICE) não apenas cediam o espaço escolar para diversas organizações religiosas protestantes - A ponto de converte-se numa seita de células aos sábados e Domingos - como promoviam shows gospeis, palestras confessionais e mesmo cultos em pleno periodo letivo e com ampla atividade proselitista, com grave dano a CONSTITUIÇÃO, digo a lei. ISTO ocorreu numa Escola pública do Estado de São Paulo a partir de 2007 e há sobejos testemunhos ja de alunos que se sentiram incomodados, ja de professores que la trabalharam, nessa Escola dirigida por um fanático truculento...

Ora, alguns colegas até gostavam de ceder suas aulas a esses doutrinadores religiosos. Nem todos e menos ainda eu. Porém por fragilidade, estando no probatório e temendo retaliações, não pude denunciar - Ademais temia pelos demais, fossem alunos ou funcionários e havia ali um espirito SECTÁRIO e inquisitorial, bastante conhecido por mim...

Dai minha prevenção contra este novo projeto, do qual se haviam queixado duas meninas.

Até aqui os fatos. SEGUEM AS REFLEXÕES -

Sendo a prece ato pessoal dos que creem não há como os indiferentes ou incrédulos não se sentirem constrangidos. Assim como cristão devo fazer justiça aos ateus e incrédulos e reconhecer-lhes o direito de não querer participar de preces ou sequer presencia-las em espaço público. Posto que tal viola o santuário divino da Consciência.

Um ateu ou incrédulo tem pleno direito de sentir-se incomodado por uma prática cujo sentido desconhece ou ignora.

Mas há ainda os religiosos que não desejam fazer preces inter confessionais - Testemunhas de Jeová, 'Católicos' tradicionais, Adventistas, Mórmons, muçulmanos, hindus, etc decididamente tais grupos não desejam rezar na companhia de pentecostais fanáticos ou a moda deles porquanto as concepções de prece são diferentes.

Consideremos ainda que em tais classes ou salas os pentecostais costumam a sentir-se mais a vontade para rezar em público, como se estivessem em suas seitas e podem se por a berrar e gritar em alta voz como já presenciei. Para outros a prece é mais sóbria, interior, recatada... E as vozes e pensamentos deles ficam abafados pela gritaria pentecostal... QUE FAZEM DAS PRECES UM MEIO DE PROSELITISMO, por berra-las.

Ademais eles bem podem ser instrumentalizados pelos pastores neste sentido (Ex protestante fui criado nesse meio inescrupuloso.), a ponto de nessas preces ingênuas ou comuns produzirem um clone tipicamente pentecostal ou sectário.
Manipulam assim uma 'reflexão' a princípio voltada apenas para o Sagrado e inter confessional. Colocam isso no papel mas na prática podem distorcer, e exercer um proselitismo oculto ou sutil.

Daí surge fatalmente a revolta, por parte dos não crentes, conflitos, problemas, discriminações e preconceitos como já testemunhei. O que é deseducativo e choca-se com a harmonia que deve reinar no ambiente escolar. Para além disto disseminam ideias anti científicas e anti filosóficas como criacionismo, terraplanismo, etc Além de conteúdos moralistas e puritanos ou mesmo teocráticos e anti democráticos; o que dificulta imenso o trabalho escolar.

Por isso sou decididamente contra as preces em ambiente escolar, mormente quando promovidas por algum grupo religiosos, e, particularmente contra preces feitas e classe ou salas de aula.

Seria menos agressivo ou invasivo caso algum membro da equipe gestora apenas convidasse, a hora da entrada, quem quisesse - Sem convocação ou fila - para parar e recitar o Pai Nosso ou fazer uma prece silenciosa no pátio, enquanto os demais iam diretamente para suas salas... Aqui se poderia apelar a cultura ou ao costume e não haveria constrangimento. Mas poderia abrir precedente para justificar outras coisas, como a oração em sala...

Nós no entanto preferimos que a letra da Constituição ou da Lei seja observada, e que evento religioso ou prece alguma seja realizada em espaços institucionais, especialmente quando existem elementos proselitistas. Assim dentro da convivência vai bem o respeito.

Concluo dizendo que vivemos um momento arriscado ou delicado em que os pastores e suas ovelhas apoiaram este governo com o objetivo de obter vantagens e benefícios, como poder político ou a possibilidade de invadir e tomar nossas escolas públicas, consolidado seu poderio. Eles parecem querer usar a educação pública com o objetivo de converter nossos jovens e crianças e estabelecer uma teocracia moralista.

Há cento e trinta anos tiramos a educação das garras da Igreja Romana para torná-la laica e democrática ou para coloca-la nas unhas desses pastores enviados pelos EUA??? Caso nossos ancestrais tenham lutado para que a educação fosse, ao fim do processo, entregue a uma agremiação ainda mais insidiosa e mesquinha do que a Igreja Romana foram perfeitos idiotas, pois ao menos a Igreja Romana, com seus Pai Nossos e Ave Marias, fazia parte de nossa cultura... Que se deixasse tudo como estava. O que nossos ancestrais conquistaram em 1891 - A Escola laica, fundamento do Estado democrática - religosamente mantenhamos.




domingo, 12 de janeiro de 2020

A porta da frente da inquisição ou da sharia.

 Gregório Duvivier e Fábio Porchat no 'Especial de Natal Porta dos Fundos: A primeira tentação de cristo' Foto: Divulgação




Em diversas publicações e miríade de autores, dou com a informação de que 'no passado não muito distante 'eram os homens proibidos de tecer a mais leve crítica a religião vigente. Os que ousavam, eram, não poucas vezes condenados a morte e antes de morrer torturados com requintes de sadismo (Os blasfemadores por exemplo, tinham suas línguas perfuradas por pregos ou alfinetes, quando não arrancadas). Tudo em nome do BOM DEUS... E imagine só se NÃO fosse bom...

Eis o que lemos nos livros de História... E posso responder 'Uma ova'. NÃO porque não tenha acontecido até a vulgaridade, mas justamente porque ainda acontece em grande parte do mundo por nós habitado.

Assim onde impera a sharia e o fundamentalismo sunita/hambalita/wahabita/salafita - perdoem o monstro conceitual - se você ousar tecer críticas ao Corão ou negar a missão sagrada de Maomé, dizendo ser ele um homem comum, seu destino será o apedrejamento ou a forca, conforme a receita do ISIS...

Aqui no Oeste decadente há quem sinta saudades de semelhante regime e sonhe com fogueiras ou barrotes....

Aspirando punir meras palavras ou opiniões - que a DEUS certamente não atingem - hoje com o silêncio forçado, amanhã com fogueiras, uma vez que não as podem reascender da noite para o dia...

Cristão, Católico e Ortodoxo 'um tanto conhecido' ou famigerado, vanglorio-me de ter composto umas boas defesas da fé, da metafísica, da credibilidade dos Evangelhos, dos motivos e fundamentos da fé, etc Por isso deploro que a Excelsa Trindade ou o Verbo encarnado tenham de sofrer injustos ataques por parte dos que não professam nossa fé. Aos que sinceramente creem e amam é certamente doloroso ver o que se ama ridicularizado. Não que seja Deus atingido. OS ATINGIDOS SOMOS NÓS...

E no entanto conhecemos muito bem os Cristãos, em especial os sectários e fanáticos que ditam moda aos tempos... Então parece que há coisa muito mais séria que a porta dos fundos... E a justiça começa sempre em casa. "Por causa de vós o nome é blasfemado!". Palavras sábias e prudentes, escritas NÃO por mim...

Cristão com espírito judaico ou islamizado. Trocando palavras por vidas... apenas porque seus delicados ouvidos sentem se feridos. Mas... ao contrário do BOM Samaritano, nosso cristão devoto - fazendo companhia ao sacerdote e ao levita- passa a largo do irmão, do pobre, que vê largado a beira do caminho... E pau na porta dos fundos! Acaso não é isso querer soprar o cisco da vista alheia tendo um poste na própria??? Então se a porta dos fundos responder e perguntar pelo essencial: AMOR, JUSTIÇA, MISERICÓRDIA, PAZ, COERÊNCIA... Como não dar razão a porta dos fundos e merecer o título de fariseu hipócrita.

Direi mais é irei além!

Cristo, se algo o abala, deve sentir-se bem menos abalado ao ser apresentado como homossexual, prostituto ou bêbado do que ver seus adoradores e servos associando seu augusto nome a uma das mais degradantes formas de idolatria conhecidas: A avareza, o culto de Mamon, o capitalismo! Apenas porque SEU FILHOTINHO, o comunismo, esta errado. Desde os dias do falso profeta Calvino vocês tem professado esse binarismo maligno ou falso dilema e se nosso Deus e redentor fosse pintado pela Porta dos fundos como um empresário vitoriano bem sucedido ou como um Scroge, definido por S Ambrósio ou S Basílio como bandido (entre nós homem de bem!) todos assistiram e aplaudiriam encantados.

TIVESSE o Jesus da Porta três mil funcionários miseráveis, sem direitos e vivendo de salário. Como a família Raferty, descrita no Vale da decisão vocês nada veriam de estranho. E acharam cristianissimo o quadro das mães esqueléticas e crianças ranhentas chorando por uma côdea de pão velho... enquanto nosso Jesus empreendedor estaria badalando em Paris ou NY... Seria um fracasso porque vocês não ririam e jamais compreenderam o verdadeiro sentido de blasfêmia ou sacrilégio. Por que a mentalidade de vocês nada tem de Evangélica mas de farisaica.

É o eterno coar mosquitos...

Vocês só se interessam pelo que as pessoas comem, bebem, vestem ou fazem em matéria de sexualidade, mas desprezam a vida e a dignidade do próximo, que é um filho de Deus batizado... E nem mesmo diante de cenas pintadas por um Dostoievski, por um Dickens ou por um Gorki vocês se comovem e fazem penitência. Lavam o exterior dos vasos e poluem o conteúdo, quando não o destroem. E não a pingo de consciência Cristã nesse puritanismo afetado. Deseja Cristo empatia e não esse moralismo insensível, digno do espírito das trevas.

Vocês com a mesma língua viperina louvam Jesus e no instante seguinte sancionam a agressão, o julgamento, a arrogância, o morticínio, o ódio gratuito... Tudo quanto ele anatematizou! Além de apoiarem decididamente a opressão, a injustiça e descuidarem da vida! Nada mais ímpio do que essa anti ética, fundamentada na avareza e no egoísmo. APENAS ALMAS ESPIRITUALMENTE OCAS OU VAZIAS PRECISAM JUNTAR BENS MATERIAIS ATÉ O INFINITO...

Isto quanto a ética, que vocês subverteram.

E quanto a fé???

Se o muçulmano facilmente tomará a Evolução das espécies como heresia, sacrilégio e blasfêmia, a honestidade nos constrange a reconhecer que nossos Ortodoxos não se sairiam melhor associando a Trindade Excelsa, a Encarnação do Verbo e aos Sacramentos frioleiras tais como 14 mil (rsrsrs) Santos inocentes ou as 11 mil (kkkkkkkk) companheiras de S Úrsula, e mais ícones que vertem mel ou sangue, que choram, etc Os neo papistas canonizado todos os delírios dos pastorinhos, da irmã Faustina, do Pé Gobbi, de Jacarei... igualariam todas essas aberrações ao Evangelho e se mataria uns aos outros, acusando os que não creem ou os mais cautelosos de heresia...

Então se você ousasse criticar algumas dessas lendas toscas sobre os Santos e supostos milagres ou falsas revelações, seria forçado por lei a calar-se do que resultaria o triunfo, não dá fé esclarecida e sóbria, que honra Jesus Cristo, e sim da credulidade e da superstição.

Afinal qualquer grupinho de fanáticos sente-se melindroso ao ser criticado. A divina Revelação porém não tem o que temer e tampouco pode ser atingida por qualquer crítica. É portanto benéfico a comunicação da verdade que todos possam ser criticados ou mesmo expostos ao ridículo por seus oponentes. Exatamente por isto o Cristianismo nascente sempre reivindicou o direito de criticar ou mesmo de escarnecer certos aspectos do paganismo antigo. E não podemos ser dúplice ou hipócritas - Tal direito estende se a todos, inclusive a nossos adversários e não podemos reivindicar a liberdade apenas para nós, como se monopólio fosse.

Ou imitaremos os antigos pagãos, com os judeus e maometanos???

Por isso a todos os homens, concordem ou não conosco, atribuímos o exercício da liberdade, a liberdade de pensamento e de expressão. Sem quaisquer limites ou pretensão de domínio.

Imagine agora então se o cristianismo protestante dá de canonizado politicamente  bíblia inteira ou todo velho testamento, pondo Moisés na carcunda de Jesus??? Alegando que é sacrilégio, é portanto ilegal, tirar sarro da mulher costela, do tal dilúvio cobrindo os Himalaias, da burra falante, etc POIS É EXATAMENTE AQUI QUE OS PROTESTANTES QUEREM CHEGAR - TORNANDO SEU LIVRO INVULNERÁVEL OU INATINGÍVEL POR LEI.

E isto teria consequências infinitamente mais catastróficas do que as bobagens ou tolices da Porta dos fundos.

Num prazo bastante curto a nova Genebra de Calvino - com que vivem a sonhar nossos pastores fanáticos - deveria lugar a sharia dos sunitas e ao fim de nossa sociedade tão precariamente civilizada. Toda e qualquer ordem repressora ou inquisitorial seria a porta da frente do salafismo. Por isso a liberdade - mesmo quando redunde em injustiças- é nossa suprema garantia.

POR ISSO COMO CRISTÃO DEVOTO, CONSCIENTE E MILITANTE aplauso de pé a decisão do STF, que consolidando os fundamentos da democracia, garantiu os direitos da Porta dos fundos e dos que desejam assistir o que ela tem a oferecer-lhe. Ninguém está sendo obrigado a assistir, como ninguém ou estância alguma, tem o direito de decidir por outrem. QUEM NÃO QUISER ASSISTIR NÃO ASSISTA - DESLIGUE A TV E PRONTO.... OU FILIE-SE AO ISIS E VÁ PRA MEDINA, MECA, BAGDA, DAMASCO...

Pois o grande perigo não é a porta dos fundos ou suas piadas mas o sectarismo intolerante dos nossos cristãos 'bíblicos', o fundamentalismo islâmico, as inquisicoes, a sharia, a teocracia... Tais os espectros arrepiantes que assombrarão nosso futuro.

O mais - Nossos grandes pecados: avareza, injustiça, egoísmo, insensibilidade, arrogância, hipocrisia, etc - já conhecemos muito bem.

sábado, 17 de novembro de 2018

A passagem do estado social para o político

Desde que os dominicanos e jesuítas levantaram a questão sobre qual fosse a condição natural dos seres humanos, antes que fossem levados a criar a vida política inúmeras respostas tem sido fornecidas sendo a mais conhecida ou clássica a do contratualismo divulgada pelo pensador suíço J J Rousseau em meados do século décimo oitavo.

A bem da verdade Rousseau, ao contrário dos estoicos e de parte dos humanistas jamais chegou a conceber o homem como uma criatura isolada ou como um ser vagante que em determinado dia optou por associar-se a outros homens formulando um contrato social. O termo é inexato ou enganoso. Rousseau admite que o homem surge já como animal social e portanto que não cria a sociedade por meio de um contrato. Sabe ele no entanto que a convivência produz conflitos, o que o faz avaliar negativamente este convívio social. Socialmente o homem não tem paz e sossego, por isso estabelece um contrato que limita as liberdades individuais e estabelece uma Sociedade Política com senhores, súditos e leis positivas.

É a formulação que ele dá ao contratualismo em 1762 posto que Grotius, Hobbes e Locke já haviam divulgado a tese.

Antes deles os jesuítas empregavam terminologia distinta com que exprimir um conceito similar pois postulavam um 'assentimento geral'.

O problema diz respeito justamente ao que existia antes ou sobre como os homens viviam em estado de sociedade natural.

E não é difícil imaginar que viviam em pequenas comunidades familiares as quais chamamos clãs. A autoridade aqui era biológica ou exercida pelo Pai e/ou pelos familiares mais velhos num contesto familiar, quiçá recorrendo a costumes e tradições. Também não podemos excluir, a priori, algum tipo de autoridade procedente da religião... a qual era certamente arbitrária ou oportunista. Certo é que não havia qualquer instância política em termos de uma autoridade natural que não fosse biológico/paterna ou episodicamente religiosa.

Via de regra eram tais comunidades pequenas porquanto nômades, ao menos até o advento da agricultura. Não tinham a preocupação de transformar o ambiente ou sequer meios para tanto e por isso acompanhavam o movimento da comida ou melhor da caça. E conforme a seca, as chuvas ou as estações se iam transferindo de um lugar para outro.

Desde que a agricultura é inventada tais comunidades estabelecem-se e certamente aumentam de tamanho. Surgem o que poderíamos chamar de aldeias, mas se mantém a estrutura biológico/familiar, a qual inclusive torna-se matriarcal e assume formas sui generis.

Agora qual a condição destes homens?

Desde Suarez, passando por Grotius, Locke, etc muito se tem falado na fruição da liberdade ou da autonomia deste homem primitivo e portanto de sua satisfação. Se bem que Hobbes e Rousseau tenha mencionado o atrito, o conflito, o choque, etc quiçá exagerando um pouco, no caso de Hobbes. Pois já estas sociedades matriarcais e agrícolas não eram caçadoras e guerreiras como as do passado distante. Claro que ainda haviam sociedades nômades, caçadoras, guerreiras e patriarcais espalhadas pelo mundo afora, 'causando' como se diz atualmente...

No entanto a vida política num contesto urbano mais largo, surgirá, é claro em culturas de larga tradição agrícola, sedentária e quiçá matriarcal e nem poderia ter sido diferente.

Então é sobre este homem inserido nas pequenas comunidades agrícolas tradicionais que nos perguntamos. E sobre sua vida, suas condições...

Obtendo quase sempre uma resposta em torno de liberdade.

Esta visão das culturas primitivas ou de tradição familiar é totalmente equivocada. Duas coisas atormentavam aqueles homens - Primeiramente um universo religioso caótico e arbitrário dominado pelo Tabu. O qual é magnificamente descrito por S Freud em Totem e tabu. Outra questão a ser considerada é posta por Nisbet quando declara que as comunidades familiares eram sufocantes, ao menos para os membros mais jovens, devido ao controle das tradições. Havia tabus religiosos e tradições familiares a serem observados. Não era um clima de idílico de liberdade.

Que teria alterado tais condições?

Natural que a fertilidade de certas regiões próximas as margens e deltas dos grandes rios tenham passado a concentrar uma população cada vez maior, somando clãs, aldeias, vilas e criado as primeiras unidades urbanas.

Suponho, e é apenas para dar uma pincelada de romantismo... Que não poucos jovens tenham deixado suas comunidades de origem ou fugido e buscado instalar-se em tais sítios.

Num determinado momento alguém ou alguns tiveram uma percepção altamente revolucionária, isto a nível de ideia e de técnica.

Caso as pessoas se aproximassem umas das outras e trabalhassem juntas podiam transformar o meio numa escala bem maior e assim de aumentar a produção agrícola, alcançando algo além da mera subsistência i é juntando excedentes. Claro que excedentes de alimento, aquele tempo, significava o que para nós dignificam petro dólares ou coisa parecida.

A simples ideia de transformar o meio numa tal escala e de obter suprimentos em abundância foi o que serviu para aglutinar aquela gente toda.

E é exatamente aqui que entram Hobbes, Rousseau e a Política ou o surgimento das primeiras sociedades políticas num ambiente urbano.

Pois esta ampliação do convívio não podia deixar de produzir ou de potencializar o que chamamos de conflito. Assim, o sentido das primeiras sociedades políticas foi gerenciar situações de conflito, agressão, violência... impedindo que se generalizassem e assumissem as proporções pintadas por Hobbes. Provavelmente jamais atingiram, justamente porque nossos ancestrais, prevendo o que poderia acontecer constituíram a Sociedade política, mais para evitar o conflito generalizado do que para soluciona-lo.

Foi apenas neste momento que HOMENS QUE SEMPRE VIVERAM EM SOCIEDADE - e jamais isoladamente - por meio do mútuo assentimento estabeleceram um contrato, a partir do qual abriam mão da autonomia individual para passar a viver sob a tutela da Lei ou seja de um regulamento comum. Já se congregavam em assembleias familiares ou tribais há centenas de milhares de anos... pelo que foram capazes de estabelecer uma assembleia urbana e de acordar.

Assumiu este primeiro Estado político uma forma monárquica constituindo um soberano ao qual delegaram poder?

Difícil responder a esta pergunta.

A antiga figura do decano familiar, o prestígio do sacerdote e a necessidade de especialistas que coordenassem os trabalhos de drenagem e irrigação... Tudo faz supor a quase que imediata afirmação do rei. O qual no entanto - A menos que sua origem tenha sido e onde tenha sido, religiosa - deve ter exercido suas funções juntamente com a sucessora da assembleia tribal e predecessora das cortes e parlamentos. Ademais nem poderia este poder político emergente, deslocar por completo a velha sociedade biológico/familiar, a qual veio apenas a sobrepor-se.

Enfim, dado que nossos ancestrais tenham delegado poder a reis, é extremamente duvidoso que estes - salvo num contexto religioso determinado - tenham açambarcado o poder todo, por completo, fazendo-se absolutos. A menos que afirmado a partir da religião e escorado no poder das divindades, o processo porque surgiram as primeiras monarquias absolutas deve ter sido bastante lento. Assim quando o Egito é unificado por Narmer as cidades existiam já há dois ou três mil anos e o mesmo se pode dizer da Suméria, onde até Sargão e Naram Sin, não gozaram os reis de um poder divino ou mesmo absoluto.

Quanto ao mais, lamentavelmente, nada podemos saber a respeito desses reis, líderes ou chefes primitivos. Mas eu adoraria saber se podiam ou não ser depostos pela comunidade, ao menos em alguns casos... No Egito antigo, mesmo depois de se terem convertidos em deuses vivos ou em filhos do Sol podiam os faraós serem depostos desde que não cumprissem com sua parte no 'contrato' ou seja mantendo a ordem do mundo, assim as cheias e as estações... Desde que este controle não funcionasse bem, sucedendo-se cheias, secas ou calamidades ao menos os senhores feudais - Senão elementos do próprio povo - chegavam a rebelar-se (Nos três períodos intermediários) questionando o poder e a legitimidade do Faraó reinante... E isto pode apontar para tradições mais antigas e consistentes em termos de questionamento da autoridade.

Eis o quanto temos a registrar sobre tão interessante tema.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Consultório pedagógico - Como explicar a evolução das espécies a nossos alunos?

Resultado de imagem para evolucionismo vs criacionismo
Um, sendo humilde observa a realidade, o outro sendo cego confia em mitos indefensáveis.


Uma das tarefas mais difíceis e ao mesmo tempo mais importantes para um bom professor de Biologia ou de Ciências consiste em fazer com que seus alunos compreendam o processo evolutivo porque passaram todas as formas de vida ora existentes, ou seja, a Evolução das espécies.

Especialmente se levarmos em consideração que os fundamentalistas religiosos são habilmente treinados em suas seitas com o objetivo de fazer perguntas capciosas e desmoralizar seus professores. O que é suficiente para intimidar os educadores mais inseguros. Todo um clima de polêmica é artificialmente produzido pelos alunos fanáticos com o premeditado intuito de desestabilizar estes profissionais, o que é bastante grave.

Afinal professor algum costuma dirigir-se a qualquer conventículo religioso com o objetivo de questionar e desmoralizar o pastor. E menos ainda de treinar alunos e envia-los as reuniões religiosas com o objetivo de sabota-las. Afinal professores tem ética. Pastores não - Claro que há raras e por isso mesmo nobres exceções - e por isso estão dispostos a 'assaltar' a escola pública e laica com o objetivo de nela introduzir o querido Gênesis e o dogma criacionista. Tal a gravidade da situação!

Daí a necessidade premente de se estar muito bem preparado para enfrentar a crítica obscurantista e supersticiosa que invade nossas escolas e esmaga-la. Mesmo porque, hoje infiltram-se nos domínios da Biologia, amanhã nos da geografia, da História... De modo a instilar; 'catastrofismo geológico', História 'sagrada' (???), etc E o fim de tudo isto é substituir todas as disciplinas do currículo e o conhecimento científico como um tudo pela Bíblia ou melhor dizendo pelos mitos, fábulas e lendas do antigo testamento.

Há quem sonhe com o dia em que todos os compêndios escolares - de Química, Física, Bilogia, História, Geografia, Sociologia, etc - serão substituídos pela Torá ou pela Tanak segundo a versão JFA.

Em termos de Biologia - Que é a porta de entrada! - urge, mais do que nunca, partir para o afrontamento, afirmar em alto e bom som a veracidade do processo evolutivo e, acima de tudo, expô-lo com máxima exatidão e clareza, dirimindo todas as dúvidas.

Antes de tudo é necessário deixar bem claro que as discussões a respeito de como o processo evolutivo teria se dado, de modo algum atingem ou invalidam o processo enquanto tal.

Cientificamente não há nem existe a mínima dúvida a respeito do processo evolutivo, cuja demonstração já foi realizada por Haldane, Dobzhansky e Mair, os pais de teoria sintética a praticamente oitenta anos. As discussões dizem respeito apenas a detalhes ou quanto a certos aspectos do processo.

Do ponto de vista da ciência a evolução das espécies é um fenômeno dado ou um aspecto da realidade natural que não se discute e algo não menos verdadeiro do que o heliocentrismo ou a lei da gravidade, mesmo em se considerando que não seja um fato ou uma lei.

Comecemos portanto definindo com objetividade e precisão, os conceitos principais conceitos, os conceitos mais elementares, em termos de ciência:

  • Fato - Define-se o fato Biológico como correspondendo a menor unidade perceptível ou observável em termos de natureza. Assim o fato é percebido ou captado pelos sentidos, sem que haja, necessidade de demonstra-lo. Fatos são axiomáticos e impõem-se por si mesmos. Não preciso fazer declaração alguma com o intuito de demonstrar que o gelo seja água em estado sólido.

    Exemplos - O aspecto quadrupede do cão, o aspecto mamífero do gato, o aspecto ovíparo da galinha, os espinhos do cacto, a flor da roseira, etc

  • LEI - lei é uma relação constante de causa e efeito existente entre dois fatos (Relação constante de causa e efeito que parte da própria natureza das coisas). A relação e a constância podem ser observadas evidenciando que a Lei existe objetivamente no plano da natureza e não apenas como construção mental de caráter puramente subjetivo. No entanto sua formulação ou expressão em termos de linguagem humana, dispende certo esforço racional, o qual foge a experiencialidade pura. Não podemos pesar, contar ou medir uma Lei embora os resultados da relação possam ser quantificáveis. E sequer podemos negar que uma lei qualquer pudesse ter sido formulada ou expressa de maneira mais exata ou mais claro Exemplo - O Fototropismo > Fato um: A luz do sol. Fato dois: O crescimento dos vegetais. Relação constante ou Lei: Os vegetais crescem sempre voltados para a direção da luz.

  • TEORIA - De modo geral os leigos (E Até mesmo um bom número de professores e articulistas> O que é assustador) ignoram qual seja o conceito científico de TEORIA, julgando que corresponda a ideia vulgar de sugestão, opinião ou HIPÓTESE (A hipótese é algo duvidoso e provisório) e imaginando que a Evolução das Espécies ainda não tenha sido cabalmente demonstrada!

    Aproveitando-se disto os religiosos desonestos com o propósito de alegar que o relato mitológico e fetichista do gênesis (Criacionista) corresponda a uma outra teoria ou opinião tão digna quanto. O que além de desonesto é absurdo.

    Afinal não temos na Teoria evolucionista mera hipótese ou suposição questionável imaginada pelos cientistas e tampouco no criacionismo uma informação que parta da observação dos fenômenos naturais uma vez que nem os sacerdotes do antigo israel e tampouco seus professores sumerianos deram-se ao trabalho de examinar a natureza 'in situ' buscando uma resposta plausível. Limitando-se assim a imaginar ou a fantasiar a respeito de como as coisas teriam se passado, exatamente como os poetas e artistas ou como o criador do Mikey mouse ou do pato Donald.
          Neste caso que vem a ser TEORIA segundo o vocabulário científico?



Da mesma maneria como uma determinada lei busca expressar uma relação constante existente entre um determinado número de fatos, tirando-os de seu isolamento, a TEORIA busca encontrar uma explicação unitária para todas as leis ou relaciona-las todas a partir de um determinado aspecto.

Resulta disto que a formulação de uma teoria deve ser precedida por análise minuciosa de uma imensa gama de fatos para poder explica-los todos sem exceção. O que exige um grau bem maior de observação e, quanto a sua formulação - A formulação da teoria - uma dose bem maior de raciocínio lógico. Teoria é algo que não se pode formular partindo de um único fato ou le, mas que se deve inferir a partir do conjunto.

Daí os positivistas - com quem os fanáticos religiosos costumam pegar carona - e neo positivistas, apegados a um sensorialismo chão e sempre desconfiados quanto a qualquer formulação especulativa de caráter mais geral - a exemplo de K Popper - impugnarem o caráter objetivo e científico do Evolucionismo para apresentarem-no como construção filosófica ou metafísica.

Compreendem por que até o Malafaia pode sair-se bem com um manual positivista entre as mãos?Afinal para eles ciência nada mais seria do que a coleção (Descritiva) interminável de fatos imediatamente perceptíveis a qual nos autoriza a formular, com bastante cuidado, algumas Leis. Nada mais...

Felizmente encontra-se o positivismo completamente ultrapassado, especialmente após das formulações propostas por W Dilthey, Kuhn, etc Ademais, o citado Popper sequer mostrou- se fiel a mentalidade positivista, caminhando sempre na direção do Ceticismo e do Relativismo de Hume e da negação da objetividade do conhecimento científico. Os fanáticos religiosos agradecem a demolição da verdade no plano da natureza para substituírem-na por seus delírios e baboseiras!

Uma coisa no entanto é certa: Conceito de teoria não é mesmo brincadeira mas coisa séria. Do mesmo modo a teoria de Evolução das espécies enquanto produto social resultante do esforço comum empreendido por diversas gerações de cientistas a exemplo de Ch Darwin, Wallace, Mendel, Batenson, De Vries, Weissman, dentre outros, muitos outros.


         Exemplos de teorias:

         A T da gravidade geral de Newton
         A T atômica de Bohr
         A T da relatividade de Einstein
         A T uniformitária de Hutton
         A T das placas tectônicas de Wegener
         A T dinâmica da mente de Freud
         As teorias sociais de Le Play, Marx, Durkheim e Weber

         Todas sem exceção absolutamente relevantes.


Vejamos agora porque consideramos a teoria da Evolução como algo real, suficientemente demonstrado e acima de quaisquer dúvidas. Consideremos pois o rol das evidências -


  1. Evidência embriológica da Recapitulação.
    Diz respeito a existência de estádios homólogos na ontogenia dos seres vivos, ou ao desenvolvimento de um ovo até sua fase adulta. Assim o cérebro de um embrião humano com cinco semanas de vida é idêntico ao de um peixe. Já entre o cérebro de um feto com sete meses e meio de idade e o de um macaco não há diferença alguma. Não apenas nossos cérebros mas cada um de nossos órgãos refaz durante a gestação toda a história evolutiva dos seres vivos, de modo que poderiam exclamar unanimemente: Fui peixe, fui réptil, fui macaco...
    Será ociosa esta recapitulação ou pretenderá dizer-nos alguma coisa a respeito de nossa própria História?
  2. Evidência das estruturas homólogas
    "Quando estudamos um grupo de animais como, por exemplo, os vertebrados, verificamos que a estrutura dos representantes de duas espécies distintas - homem e cão ou gato - suponhamos, encarada sob um aspecto geral, apresenta relações muito estreitas entre si. Os braços de um homem e os membros anteriores de um cão ou de um gato apresentam as mesmas peças esqueléticas gerais: um osso no braço e dois ossos no ante braço, vários ossos no punho e cinco fileiras de ossos nas mãos. Semelhanças correspondentes encontram-se do mesmo modo nos músculos, nos nervos e nos vasos sanguíneos."

    De modo que até mesmo a asa de um pássaro assemelha-se bastante a uma espécie de braço.
  3. Evidência dos órgãos vestigiais.
    Órgãos vestigiais são remanescentes de órgãos que no decorrer do processo evolutivo perderam suas funções, sem que no entanto fossem suprimidos ou deixassem de existir. Com efeito, inseridos no interior do ventre da Baleia, encontram-se os ossos de suas patas traseiras, evidenciando claramente a origem terrestre - Alias mamífera, como é indicada por outros aspectos de sua morfologia - deste animal, ora marinho. Externamente desapareceram, sequer convertendo-se em nadadeiras, mas internamente... Encontram-se lá, bastando tais ossos para esmagar o criacionista. 
  4. Evidência do registro fóssil numa perspectiva comparativa.
    Para tanto basta recolher os fósseis de determinada espécie animal, como o cavalo ou urso, data-los e comparar os mais antigos com os mais recentes. O movimento será sempre o mesmo em qualquer um dos casos: Estruturas bastante simples dando lugar a estruturas cada vez mais complexas. O que por si só basta para apontar a direção tomada pelo processo, do mais simples para o mais elaborado. Os fósseis mais antigos sendo sempre mais simples e os mais evoluídos cava vez mais sofisticados.

A menos que nossos corpos almejem enganar-nos ou pregar-nos uma tremenda peça tais evidências devem ser seriamente consideradas. A natureza não conhece outra linguagem que a da evolução. Digo mais; sem a evolução no plano da biologia nada faz sentido. Destarte negar a Evolução equivale sempre a negar a própria percepção, a experiência e o raciocínio enquanto dádivas que nos foram comunicadas pelo próprio Deus. Implica negar a realidade fixada pela divindade. 


    quinta-feira, 17 de março de 2016

    Condução coercitiva de Lula, mas um abuso de poder cometido pelo juiz Moro







    "O homem virtuoso mais sofre cometendo uma injustiça do que sendo vítima dela." Platão


    Sou leigo em matéria de direito, mas nem por isso desinteresso-me por ela.

    Julgo alias que todo cidadão consciente deveria tomar ciência das leis que regulam a sociedade em que vive.

    Por isso desde moço tenho buscado ler e estudar, o quanto possível, nossa Carta magna, o CDP, o CDC, o CPP e outros códigos legislativos.

    Eis porque fiquei perplexo diante da ilegalidade cometida pelo juiz Moro, líder da assim chamada operação Lava a jato, espécie de 'caça as bruxas' que jamais atinge a totalidade do covil...

    Nada tenho contra a operação Lava a jato em si mesma.

    Faz-se mister investigar, apurar, certificar e em seguida punir todos os políticos envolvidos em esquemas de corrupção.

    Urge criticar todavia a maneira parcial, tendenciosa e demagógica como tem sido conduzida. O que chega a torna-la aberrante.

    A impressão que se tem é que os juízes envolvidos selecionam arbitrariamente, partindo de afinidades partidárias ou preconceitos ideológicos, detre os mesmos atos, alguns apenas, para classificar como criminosos.

    No entanto selecionar é manipular a justiça e manipular a justiça pode ser, algumas vezes, até mais danoso do que a prática da injustiça.

    Temos observado que apenas um lado é investigado, interrogado, processado e punido; enquanto o outro pura simplesmente 'blindado'.

    O que é inadmissível num estado democrático de direito.

    Da maneira como tem sido direcionada a lava a jato mais tem parecido um tribunal político nos moldes inquisitoriais da Espanha 'Católica' ou da Genebra de Calvino... e seu chefe assumido ares de grande inquisidor. Dir-se-ia que o sr Juiz Moro encarna um Torquemada dos trópicos ou um Carpzovius Tupiniquim, cujo único objetivo é exterminar ops heréticos petistas ou as bruxas de esquerda.

    A situação chega assumir ares de comicidade.

    Há no entanto ares dramáticos. Durante os quais nossas leis são pura e simplesmente burladas justamente por aqueles 'heróis' que deveriam observa-las...

    Tal a patética condução coercitiva do Sr Luis I Lula da Silva, por determinação do juiz Moro...

    E como já disse não preciso ser um Dalmo de Abreu Dallari, um Bandeira de Mello, um Yves Gandra, um Marco Aurélio de Melo ou um Alberto Toron para aquilatar que os ritos não foram devidamente observados e que toda ação era ilegal ou mesmo criminosa do princípio ao fim, caso consideramos que um Juiz deve conhecer as leis melhor do que ninguém e observa-las ao invés de por-se acima da lei.

    Mesmo sem ter um décimo de Rui Barbosa ou um quinto de Teixeira de Freitas ou um terço de Evaristo de Morais... mesmo sem compor meio Pontes de Miranda, sei e muito bem que alguém só pode ser conduzido coercitivamente ou 'sob o jugo da vara' tendo sido previamente intimado e recusando-se a obedecer a intimação dada!

    E com a Constituição nas mãos desafio qualquer rábula de meia tigela ou sofista togado ao contradizer-me.

    Sim porque é a intimação que informa o acusado sobre a produção do ato jurídico.

    Nem precisa o acusado tomar ciência da intimação desde que seja enviada ou publicada oficialmente.

    No entanto a intimação, segundo nossas leis, não pode ser omitida...

    Agora sendo desconsiderada pelo acusado, poderá este ser conduzido 'sob a vara' ao magistrado, para ser ouvido ou justificar-se.

    Agora se não há a intimação, que é a causa, como pode haver resistência que é seu efeito.

    Segundo nossas leis resistência ou recusa supõem sempre intimação.

    E aqui esta o veneno ou a matriz de todo erro, pois Lula, como sabemos, sequer foi intimado.

    Pelo que não poderia ser acusado de resistência e consequentemente conduzido em semelhantes circunstâncias. Todos estes atos são muito claramente dispostos pela lei brasileira e não há como ignora-los sem se por fora da lei ou na ilegalidade.

    E nem pode alguém fazer ou deixar de fazer qualquer coisa senão em virtude da lei.

    Portanto Lula jamais poderia deixar de ter sido regularmente intimado e só poderia ser conduzido nas circunstâncias descritas pela imprensa, caso tivesse se recusado a obedecer a intimação.

    Nada disto foi feito. Pelo que não podia ter sido conduzido de tal forma para onde foi, constituindo tal condução notório e patente abuso de poder com objetivos de natureza política.

    Nem poderia alegar o dito juiz qualquer receio de tumulto...

    "Dura lex sed lex."

    A lei é dura mas deve ser cumprida.

    As leis e ritos processuais devem ser executados sem consideração das circunstâncias.

    Alias se havia ou há receio de tumulto buscasse o magistrado perquirir as razões ou motivos do tumulto. E talvez aprendesse alguma coisa...

    Nem vou entrar aqui na chicana nazista da necessidade que não conhece lei, porque quem define a necessidade é sempre alguém, algum homem, algum sujeito, alguma pessoa partindo de seus princípios e valores para definir subjetivamente o que é necessidade....

    Para além das necessidades básicas relativas a manutenção da vida e dos direitos inerentes a pessoa humana, as demais supostas necessidades caem todas no domínio arbitrário da subjetividade podendo ser usadas com propósitos políticos, partidários, demagógicos e opressores que destroem a própria essência do direito.

    Pelo que afirmamos a legalidade do que esta escrito em nossa carta magna, insistindo na necessidade imperativa dos magistrados serem os primeiros a observar rigorosamente as leis e cumprir todos os passos dos ritos processuais ao invés de colocarem-se acima de lei assumindo as funções de árbitros ou de deuses sobre a terra porque, francamente, este tempo dos deuses e inquisidores plenipotentes já passou!

    Fica portanto certificado e patente que todos os atos jurídicos relacionados coma condução coercitiva do ex presidente foram absolutamente nulos, infecundos e improdutivos, senão criminosos e que tais manobras deveriam ser levadas a todas as instâncias jurídicas não só nacionais mas também internacionais tendo em vista a punição e dedignação deste juiz.

    Eis o que todos os cidadãos brasileiros sem considerações ideológicas ou partidárias deveriam exigir.

    Um juiz que exorbita de suas funções cometendo atos infecundos e improdutivos em matéria de direito com o objetivo de criar situações políticas e tumultuar a vida de uma nação inteira não seria tratado doutro modo em Londres ou Paris.

    Então veremos até onde este circo 'Leva jeito para golpe' vai e até onde chegam suas traquinagens e travessuras!