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segunda-feira, 26 de julho de 2021

A farra do Borba Gato... Bolsonaro... Nem Revolução nem origem periférica...

A esquerda cirandeira finalmente pegou Borba Gato, com quase trezentos anos de atraso...

Chegado no entanto o momento de acertar as contas foi o implacável bandeirante surrado como Judas em sábado de aleluia e em seguida atearam-lhe fogo.

Claro que o velho safado nada sentiu, posto que morto e apenas representado em sei lá o que. Pois não gastei meu precioso tempo com o saber se era a dita estátua de mármore, granito, pórfiro, etc

Tampouco me dei ao trabalho de averiguar se possuía ela algum mérito estético.

Afinal a tal estátua não me importa muito. 

Sim o ato da esquerda pós modernista comemorar sua destruição, prenúncio, segundo eles de uma Revolução que, pasmem, virá da periferia... Da mesma periferia a um lado dominada pelo crentismo e cada vez mais conservadora e a outro guiada pelos 'acordes' do Funk ou do Baile na Favela, alias, para a vergonha dos brasileiros musicalizados, executada nas Olimpíadas de Tóquio... - Tal a aurora da Redenção cósmica chamada Revolução, quiçá feita com as nádegas ou os peitos balançado, quiçá feita com gestos que aludam ao coito, pelos tigrões e pelas cachorras.

Os marxistas 'ortodoxos' com seu etapismo mecanicista, filho do vezo materialistas, decerto equivocam-se a respeito de muita coisa. Sem no entanto ser ser esdrúxulos como a degenerada esquerda pós moderna...

Com seu funk, sua queima de estátuas, seu identitarismo sectário (Não sou como os marxistas ortodoxos contrário ao identitarismo porém contra o identitarismo sectário cujos membros costumam olhar apenas e tão somente para o umbigo do próprio clã - O que encaro como inevitável abuso ou excesso.), etc

E no entanto, dirão eles, tais estátuas são símbolos de poder... 

Pera lá sr cirandeiro, símbolos do poder de quem ou de qual poder?

Do poder bandeirante ou dos bandeirantes?

Diga-me então onde está ele?

Onde estão os Anhangueras, os Gatos, os Fernão Dias, etc???

Só se exercem algum poder no cemitério, ou no além túmulo. 

Caso em que caberia uma intervenção espirítica e não uma intervenção material.

No entanto, diz o sr cirandeiro, teve tal poder continuidade...

Um momentinho sr cirandeiro. Sou educador e licenciado em História... Escusado dar-me aulas e expor-me como aos bandeirantes sucedeu - No estado de S Paulo pelos anos de 1890 ou mesmo antes. - uma venenosa cultura bandeirista e como inspirou ela a princípio o PRP, em seguida a ARENA, o PDS, o PFL e o nosso DEM... sendo alias incorporada elo PMDB e pelo PSDB. 

Efetivamente esse poder, apenas disfarçado ou maquilado, ai está representando pelo Jorge Dória, fabricante de inúmeras maldades... 

Agora em que fazer churrasquinho de Borba Gato atinge o PSDB ou o Dória.

Quando Getúlio Vargas foi trucidado pelos imperialistas em 1954 a gente simples foi não somente mais ousada como muito mais inteligente que nossos revolucionários da periferia, pois ao invés de queimar ou quebrar estátuas, monumentos, etc dirigiu-se a Sede dos Diários Associados do pulha Chateaubriand e passou tudo a ferro e fogo... Não deixando inclusive de quebrar as sedes de alguns partidos liberais anti varguistas. 

Enquanto Balsonaro e Dória, e L. Hang fazem suas maldades a esquerda cirandeira, vanguarda da tão sonhada Revolução, tira a desforra numa velha estátua posta num parque, e na estátua de um celerado morto há mais de três séculos, o qual por sinal, agia conforme o espírito bronco de sua época... E isto é celebrado nas tendas pós modernistas como prenúncio da Revolução... Diante disto chego até a compadecer-me dos comunistas ou marxistas sérios. De fato é algo humilhante...

Ao que parece está a esquerda cirandeira para o comunismo como os doidos carismáticos para a Igreja Tridentina ora molestada pelo papa Francisco...

Tudo delírios frenéticos de carismáticos, funkeiros, carnavalescos e demais irracionalistas. Sentido algum em tais atos. Como sentido haveria se os revolucionários periféricos se dirigissem ao Palácio do Planalto e chamassem Bolsonaro as contas em nome de toda nação, o que com o Pe Mariana SJ, temos de admitir: Seria justo e digno de apoio. 

Algo até certo ponto relevante caso se dirigissem os tais revolucionários cirandistas ao Congresso com o objetivo de apoiar ou cobrar a CPI ou ainda de enfrentar a brigada genocida lá entocada. Aqui ainda haveria alguma nobreza e valor.

Não sendo tão corajosos bem que poderiam nossos cirandistas toscos ir a qualquer loja da Havan e expurga-las dos elementos favoráveis ao imperialismo estado unidense, o que deveriam alias ter feito nos tempos do Trump... Por que não chamam as contas esse empresário pérfido, traidor de nossa cultura e sim a estátua do velho Borba Gato? Eis o que não possa entender.

Claro que nem por isso e nem de longe sou a favor de que o poder público financie estátuas e monumentos destinados a exaltar figuras anti éticas ou maléficas como os tais bandeirantes. Visar ergue-las no tempo presente é de fato coisa que não pode ser tolerada. Guardem portanto suas forças e entusiasmo para despedaçar e queimar futuros ídolos dedicados aos Aécio Neves, Alckmins, Serras, Dórias, Bolsonaros e a toda essa canalha degenerada. 

O que num passado de ignorância foi feito por pessoas sem consciência fique relegado ao desprezo até cair por si mesmo...

Ademais são documentos ou registros históricos que comprovam a existência de tais personagens sejam eles bons ou maus. 

Quanto ao deflagar da tão sonhada Revolução no tempo presente devo ser suficientemente claro e terminante: É o Brasil, em especial suas cidades, periferias e favelas, um pais em processo de protestantização, do que só pode resultar mesmo bolsonarismo... Jamais ocorreu qualquer Revolução em qualquer sociedade protestante pelo simples fato de serem elas ultra conservadoras. Marx, Lênin e Sorel erraram feio ao supor que o parto cósmico aconteceria na Alemanha, na Inglaterra ou nos EUA, o que não aconteceu nem poderia ter acontecido. Tomem pingo de vergonha e folheiem Max Weber ou Werner Sombart o qual há cem anos perguntava a si mesmo porque Revolução alguma estoura em qualquer país protestante. Caso o futuro do Brasil seja protestante a única 'revolução' que os senhores verão será a revolução fundamentalista ou teocrática cujo modelo é a Genebra de Calvino, onde Miguel Servet pereceu queimado - Tal o ideal de boa parte dos pastores fieis ao padrão bíblico, vetero testamentário ou judaizante.

Enfim quanto ao outro lado da periferia, ainda não cooptada pelo sectarismo protestante, não é a toque de Funk ou pancadão que fará sua querida Revolução. As novelas, o futebol e o carnaval não o permitirão... A maior parte dessas pessoas permanecerá em sua caixinha por força da alienação, apenas imaginando que por quebrarem ou ignorarem as regras da arte acadêmica porão fogo ao mundo. No entanto uma coisa nada tem a ver com a outra. E não será a arte moderna, a arte popular ou o funk que moverão a tal Revolução, na qual alias não acredito.

Resta dizer que tampouco esse sectarismo identitário a deflagará. Na medida em que divide e fragmenta os que são economicamente explorados, lançando nos olhos de muitos uma cortina de fumaça. Há mais de dois milênios o estrategista romano proclamava: Divide em impera, pondo a realidade em pratos bem limpos. Perdido aquele vínculo a que os comunistas atribuíam o termo de consciência de classe, o simples ideal de Revolução vai pro vinagre ou pelo cano abaixo. Digo isto porque o fato segundo o qual existem diversas formas 'sui generis' de dominação não é de forma alguma mais sério ou relevante do que o fato segundo o qual cada uma dessas formas são - No momento presente. - alimentadas e estimuladas pelo poder econômico. O que exigiria por parte de todos os oprimidos uma ação comum e articulada em torno do inimigo comum. Ora certas formas ou certo grau de identitarismo tem frustrado essa ação comum e tornando cada vez mais distante o vulto amado da tal Revolução.

Bastando que algum desses oprimidos seja aceito ou admitido, enquanto indivíduo, nos altos níveis do sistema - Assim por meio do esporte ou de medalhas olímpicas. - para perder o foco e abandonar o tal ideal Revolucionário. Quanto aos marxistas, comunistas, anarquistas e outros que folgam discursar contra o socialismo parlamentar ou verberar contra o imediatismo trabalhista, deveriam antes de tudo voltar seus olhos para o papel do esporte e da estrutura midiática como elementos aparentemente destinados a integrar os oprimidos e identitários, afastando-os decididamente do tal ideal revolucionário. 

Uma coisa é certa: Revolução alguma virá do BBB, do Funk, do Carnaval ou das Olimpíadas, eventos dos quis aufere o Mercado imensos benefícios, alias com a solidariedade dessa esquerda cirandeira, a qual chega a ser mais desprezível do que a seita dos comunistas. Como disse pelo menos os comunistas não chegam ao ridículo.

Da próxima vez pensem em gastar papéis, esqueiros, palitos de fósforo, etc com o Bolsonaro, o Dória ou o Hang, quero dizer no Palácio do Planalto, no Palácio dos Bandeirantes, nas Sedes do DEM, do PSL, do PSDB, etc Afinal, parafraseando Eça de Queirós, de tais lugares só sairá luz quando de fato arderem. 


quarta-feira, 11 de março de 2020

A escola pública e o proselitismo 'oculto'

NÃO versa este artigo sobre as aulas de religião na Escola pública, as quais me oponho decididamente, seja qual for sua forma. E caso me fossem atribuídas tais aulas delas declinaria... Aqui dou razões aos anarquistas e comunistas (O que aliás raramente faço!) - Neste caso por que não aulas de economia ou de política? POR QUE priorizar a religião ou a fé se temos imenso déficit de conhecimento político básico, em termos de formas e estrutura, como sistemas, regimes, Constituição, etc???

Aulas de teoria Política e de Psicologia seriam bem mais úteis aos adolescentes, aos pequeninos elementos se Sociologia e Filosofia seriam infinitamente mais proveitosos. Com Fustel de Coulanges compreendo o poder e a força social das Religiões, mas como economia e política factual é coisa que já se aprende nas aulas de HISTÓRIA ou GEOGRAFIA HUMANA.

Não examinei teor da decisão do STF (Não repeito DOGMAS 'seculares' pois dogmas só  vão bem com a religiosidade ou a fé!) a qual como disse oponho-me com base nas alegações acima. Creio todavia que não deve autorizar ensino confessional nas escolas públicas, assim o proselitismo. Penso que a educação pública ainda não tenha sido assaltada pelos pastores protestantes...  Ao menos com o apoio do poder público ou do STF. Em que pese os esforços malignos deste governo norte americanizantes e vendido aos charlatães bíblicos.

O proselitismo oculto a que me refiro, enquanto elemento sutil porém perigoso, outra coisa é.

Por isto narrarei genericamente um fato do qual tomei parte, já há algum tempo, na Escola estadual Paulista de que faço parte, como professor concursado ou efetivo já há quase quinze anos.

A narração será genérica já por respeito as atuais diretora e coordenadora, as quais em parte deram-me razão e compreenderam meu ponto de vista, além de terem feito um legítimo contraponto e me convidado, elas mesmas, para que eu examinasse o dito projeto sendo posto em prática.

Por isso não posso denunciar qualquer coisa ou trazer tais fatos a público, o que de outro modo já teria feito. Porém, por questão de justiça, tenho de examinar os fatos mais de perto e assim as alegações da outra parte.

Servirá no entanto, quanto aos traços gerais, para suscitar uma reflexão e orientar todos os professores numa grave questão de cidadania, da qual depende a sobrevivência ou não da própria democracia.

Há tempos algumas alunas 'Caxias' - Cujas identidades preservarei até o fim e jamais divulgarei - vieram até mim e disseram estar incomodadas porque sendo de cultos africanos tinham, ao fim de certo projeto, ouvir umas preces em nome de Jesus (Devo dizer que sou Cristão e adoro Jesus.) e parece alguns versos bíblicos. Estavam elas, como é natural constrangidas e isto me alarmou.

Imaginei se eu ou filho meu lá estivessemos, numa classe pública lotada e alguém lá fosse falar sobre Maomé e depois convidar-nos a recitar a fatiha...

Passou algum tempo. Eis senão quando vou entrar em minha aula é imediatamente antes de mim entra este grupo de projeto que fora acusado... Pelo sim pelo não, tendo em vista certos precedentes relacionados com outra equipe gestora, solicitei a inspetora que os fizesse sair para que pudesse entrar e ministrar minha aula - Direito meu. Adicionando que em caso de necessidade faria um BO.

Até aqui tudo bem. Sucede que perto da inspetora se achava um aluno do tipo 'crente fanático' o qual dirigiu-me a palavra apenas pata declarar que os religiosos tinham pleno direito de orar e pregar nas escolas públicas caso os alunos quizessem. QUAIS ALUNOS? TODOS??? Mencionei as leis, a CONSTITUIÇÃO, etc com o objetivo de esclarecer o dito jovem sobre a coisa pública, o laicismo, etc Ele no entanto mostrou-se irredutível e inclusive ergueu a voz, como típico é dos sectários... Respondendo eu no mesmo tom. ATÉ QUE os voluntários religiosos deixaram minha sala e lá pude entrar..


E nem havia iniciado minha aula quando me vem a Sra coordenadora querendo falar comigo. De fato pouco receptivo fui e até aspero tendo em vista o histórico da Unidade e os fatos imediatamente ocorridos, alias supondo que ela, a coordenadora, tentaria enfiar o tal grupo em minha sala. Iniciou-se uma discussão que lá foi parar na sala da Direção.

A diretora, aliás educada e paciente, tentou entender e esclarecer a situação. Relatei a denúncia feita pelas alunas sobre orações confessionais, aliás protestantes e possível citações de sei lá que versos bíblicos e declarei irredutível que tal era violação de consciência e crime contra nossa lei maior, a Constituição.

A coordenadora, aliás espírita, disse que a dinâmica em si nada tinha de religiosa ou credal mas que no entanto após o término havia uma espécie não de 'oração', com esse nome, mas uma reflexão em que cada aluno se dirigiria ao Sagrado nos termos da sua própria religiosidade... A qual insistia ela tinha outro nome...

Repliquei declarando que o nome era indiferente se a prática era a mesma e havia uma oração confessional, mencionando bíblia, Jesus e com mínimo conteúdo protestante ou exemplo de formas tipicamente protestantes fornecido pelos organizadores.

Como de praxe declararam que na sala ninguém era obrigado a aderir a reflexão e que sendo ela livre não violava a consciência de quem quer que fosse.

Respondi que está atitude era discriminatória e que certamente constrangida os possíveis irreligiosos, ateus, etc Politeísta - pois certamente ali não se falava em deuses... muçulmanos, etc mesmo aqueles que se sentem incomodados pelos gritos e berros dos pentecostais...

Claro que chegando aqui - FUI irredutível por questão de justiça - foi me assegurada a liberdade de cátedra dada por lei e nem me preocupo com Conselho, Equipe gestora, etc caso destoem da Lei maior da Constituição, garantia da liberdade de Consciência e da igualdade entre todos os cidadãos.

Por fim indagaram a respeito de meu manifesto nervosismo. Foi quando me referi ao jovem fanático, a respeito do qual elas certamente já sabiam porque - Pasmem! - ele, muito provavelmente, já se antecipara a mim, indo a diretoria denunciar-me por defender o laicismo e a Constituição e os direitos da Consciência livre. AGORA PAREM E ANALISEM ESTA POSSIBILIDADE MONSTRUOSA... Aquele jovem certamente cria que aquele espaço público, mantido com nossos impostos, fosse propriedade, líquida e certa, da seita ou grupo a que pertence!!! ONDE CHEGAMOS...

Terminei minha entrevista com a equipe gestora declarando em alto e bom som que quando ingressei naquela unidade há doze anos, pouco mais pouco menos, a equipe gestora (DIRETOR E VICE) não apenas cediam o espaço escolar para diversas organizações religiosas protestantes - A ponto de converte-se numa seita de células aos sábados e Domingos - como promoviam shows gospeis, palestras confessionais e mesmo cultos em pleno periodo letivo e com ampla atividade proselitista, com grave dano a CONSTITUIÇÃO, digo a lei. ISTO ocorreu numa Escola pública do Estado de São Paulo a partir de 2007 e há sobejos testemunhos ja de alunos que se sentiram incomodados, ja de professores que la trabalharam, nessa Escola dirigida por um fanático truculento...

Ora, alguns colegas até gostavam de ceder suas aulas a esses doutrinadores religiosos. Nem todos e menos ainda eu. Porém por fragilidade, estando no probatório e temendo retaliações, não pude denunciar - Ademais temia pelos demais, fossem alunos ou funcionários e havia ali um espirito SECTÁRIO e inquisitorial, bastante conhecido por mim...

Dai minha prevenção contra este novo projeto, do qual se haviam queixado duas meninas.

Até aqui os fatos. SEGUEM AS REFLEXÕES -

Sendo a prece ato pessoal dos que creem não há como os indiferentes ou incrédulos não se sentirem constrangidos. Assim como cristão devo fazer justiça aos ateus e incrédulos e reconhecer-lhes o direito de não querer participar de preces ou sequer presencia-las em espaço público. Posto que tal viola o santuário divino da Consciência.

Um ateu ou incrédulo tem pleno direito de sentir-se incomodado por uma prática cujo sentido desconhece ou ignora.

Mas há ainda os religiosos que não desejam fazer preces inter confessionais - Testemunhas de Jeová, 'Católicos' tradicionais, Adventistas, Mórmons, muçulmanos, hindus, etc decididamente tais grupos não desejam rezar na companhia de pentecostais fanáticos ou a moda deles porquanto as concepções de prece são diferentes.

Consideremos ainda que em tais classes ou salas os pentecostais costumam a sentir-se mais a vontade para rezar em público, como se estivessem em suas seitas e podem se por a berrar e gritar em alta voz como já presenciei. Para outros a prece é mais sóbria, interior, recatada... E as vozes e pensamentos deles ficam abafados pela gritaria pentecostal... QUE FAZEM DAS PRECES UM MEIO DE PROSELITISMO, por berra-las.

Ademais eles bem podem ser instrumentalizados pelos pastores neste sentido (Ex protestante fui criado nesse meio inescrupuloso.), a ponto de nessas preces ingênuas ou comuns produzirem um clone tipicamente pentecostal ou sectário.
Manipulam assim uma 'reflexão' a princípio voltada apenas para o Sagrado e inter confessional. Colocam isso no papel mas na prática podem distorcer, e exercer um proselitismo oculto ou sutil.

Daí surge fatalmente a revolta, por parte dos não crentes, conflitos, problemas, discriminações e preconceitos como já testemunhei. O que é deseducativo e choca-se com a harmonia que deve reinar no ambiente escolar. Para além disto disseminam ideias anti científicas e anti filosóficas como criacionismo, terraplanismo, etc Além de conteúdos moralistas e puritanos ou mesmo teocráticos e anti democráticos; o que dificulta imenso o trabalho escolar.

Por isso sou decididamente contra as preces em ambiente escolar, mormente quando promovidas por algum grupo religiosos, e, particularmente contra preces feitas e classe ou salas de aula.

Seria menos agressivo ou invasivo caso algum membro da equipe gestora apenas convidasse, a hora da entrada, quem quisesse - Sem convocação ou fila - para parar e recitar o Pai Nosso ou fazer uma prece silenciosa no pátio, enquanto os demais iam diretamente para suas salas... Aqui se poderia apelar a cultura ou ao costume e não haveria constrangimento. Mas poderia abrir precedente para justificar outras coisas, como a oração em sala...

Nós no entanto preferimos que a letra da Constituição ou da Lei seja observada, e que evento religioso ou prece alguma seja realizada em espaços institucionais, especialmente quando existem elementos proselitistas. Assim dentro da convivência vai bem o respeito.

Concluo dizendo que vivemos um momento arriscado ou delicado em que os pastores e suas ovelhas apoiaram este governo com o objetivo de obter vantagens e benefícios, como poder político ou a possibilidade de invadir e tomar nossas escolas públicas, consolidado seu poderio. Eles parecem querer usar a educação pública com o objetivo de converter nossos jovens e crianças e estabelecer uma teocracia moralista.

Há cento e trinta anos tiramos a educação das garras da Igreja Romana para torná-la laica e democrática ou para coloca-la nas unhas desses pastores enviados pelos EUA??? Caso nossos ancestrais tenham lutado para que a educação fosse, ao fim do processo, entregue a uma agremiação ainda mais insidiosa e mesquinha do que a Igreja Romana foram perfeitos idiotas, pois ao menos a Igreja Romana, com seus Pai Nossos e Ave Marias, fazia parte de nossa cultura... Que se deixasse tudo como estava. O que nossos ancestrais conquistaram em 1891 - A Escola laica, fundamento do Estado democrática - religosamente mantenhamos.




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Os cavaleiros do apocalipse ou a intelectualidade vs obscurantismo bíblico/protestante

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Como ex protestante ousarei declarar que a humanidade tem pegado pesado com o papismo ou com os catolicismos de modo geral, e pegado demasiadamente pesado com o protestantismo e o princípio estreito do biblismo, abismo que se abre aos pés de nossa civilização, ora arrancada de seus fundamentos.

Observe o leitor que a bíblia - mesmo o Evangelho, cujo tema é a transcendência e não a verdade imanente ou científica - ou o antigo testamento, que é um livro ou registro escrito, jamais poderá pronunciar -se objetivamente no sentido de reconhecer a Evolução biológica dos seres vivos. Outro o caso do papismo, o qual na pessoa de seu chefe ou líder, Pio XII, na Encíclica "Humani generis", pode posicionar -se claramente no sentido de permitir que suas ovelhas assumissem como empiricamente veraz a Evolução do corpo. Tal pode parecer muito pouco aos olhos de alguns, porém, em comparação com o descontrole protestante assume contornos bastante significativos.

PERMITIU o livre exame, superficial e imvecilmente exercido pelas massas, que elas firmassem e afirmassem uma cultura fetichista/criacionista tomada a letra do Genesis e mantendo a letra do Genesis ao invés de dar passagem a uma solução crítica e libertadora. O que daqui resultou não foi nada libertador mas servil no mais alto grau posto que, o protestantismo ortodoxo e sectário, que vomitou injúrias sobre a Igreja antiga e a Tradição Cristã jamais pretendeu ou ousou criticar a bíblia, quero dizer os escritos judaicas e isto pelo simples fato de, com Calvino, ter canonizado a tese de um Corão cristão, infalível de capa a capa sob todos os aspectos. Tal a doutrina da inspiração linear ou plenária, a quintessência do obscurantismo protestante.

A parte disto parte do catolicismo antigo foi, por tradição, aberto a especulação racional ou ao padrão de pensamento grego, daí o surgimento da Teologia sistemática com Clemente e Orígenes, em Alexandria, a sombra da grande Biblioteca e enfim da corrente escolástica, da qual resultou, mesmo a partir de uma postura crítica ou hostil, o ressurgimento da Filosofia enquanto atividade autônomo. Nem Erasmo, nem Bacon, nem Descartes, nem Montaigne foram queimados ou excomungados pela igreja antiga. Mesmo Pomponazzi e Telesio puderam construir seus ousados sistemas na terra dos papás romanos e tal deve ser considerado.

O protestantismo, sendo ferozmente racionalista com Lutero e estreitamente bíblico com Calvino, tendia a ser mais negativo, como tende até hoje. Por isso pricipia ele, na pessoa do próprio fundador Lutero - Tido por muitos em conta de progressista - condenando Copérnico e o heliocentrismo, por ext., nos termos mais severos e categóricos, setenta anos antes do Vaticano. Totalmente injusto e absurdo fazer clamor em torno da condenação de Galilei pelo papa e passar em branco a condenação destemperada de Copérnico - aliás diácono da Igreja Romana! - pelo pai do protestantismo.

Talvez por isso cientistas como Agrícola terem repudiado tacitamente a nova fé, cujo real conteúdo aquilatatam. Mesmo um pensador ousado como Erasmo acabou por fim voltando se contra ela. Tampouco fora endossada pelo condenado Galileu, o qual, num de seus livros, põem abertamente em cheque a crença supersticiosa na inspiração plenária, explicitando que a ciência não é objeto ou parte da Revelação divina.

Logrou o protestantismo posterior ludibriar a platéia pelo simples fato de se ter cindido em múltiplas seitas, e de, no contesto europeu, seus ramos históricos, terem adotado - ao menos em parte - uma crítica naturalista que reverteu contra a bíblia e produziu uma religiosidade não apenas liberal mas incrédula.

Confiados na fragmentação do protestantismo em múltiplas seitas e na aparição de um grupo liberal, - De que faziam parte materialistas e ateus inclusive - os pensadores e cientistas incrédulos, em sua maior parte, jamais se deram ao trabalho de combate-lo, quando não o encararam, ingenuamente, como um aliado.
O papismo ou os catolicismos, em sua unidade credal e extensão pareciam bem mais ameaçadoras.

Foi uma análise precipitada e equivocada, posto que as aparências enganam. O protestantismo sobretudo, por atribuir a gente semi analfabeta um método monacal e acima de suas forças, tinha mesmo de fomentar um sectarismo de massas e assim um ethos fundamentalista calçado numa visão unitária (Por isso cooranica do Lívŕo) e numa visão superficial. Nem a visão de mundo estreita e não científica que possuíam exigia mais deles.

Tenho declarado, em minhas polêmicas com os defensores do livre exame bíblico, que tal exame até pode encaminhar a fé Ortodoxa é Católica, que é o conteúdo da verdade revelada ou ao menos a algum sentido histórico do Cristianismo, na periferia da objetividade ou da tradição. Para tanto porém jamais poderia ser livre quanto a forma, mas estrito, metódico, erudito, técnico e cientifico. Claro que estamos falando de um método restrito e elitista, exportado dos mosteiros cristãos. O qual dependia de toda uma estrutura educativa difusa, ainda hoje inexistente, quanto mais aquela época. Não era e não é algo para ser posto no acesso da gente simples, analfabeta ou sumariamente letrada.

O erro cabal dos protestantes foi querer estender este método ao povo. Um método ainda hoje reservado a teólogos ou a estudiosos consagrados ao estudo dos Evangelhos. O exame dos Evangelhos em sua dimensão literária (Deus originais são gregos como a República e a Memorabilia) assim cultural, histórica, geográfica... é coisa de médico ou jurista. Imaginem só os leigos e semi letrados praticando direito ou medicina??? Foi exatamente o que o protestantismo fez no âmbito da religião ou das Escrituras promovendo uma versão superficial, subjetiva e distorcida quase sempre judaizante e anti Cristã, mas também anti científica e irracionalista, pelo simples fato de estar calcada nos antigos mitos do antigo testamento, cujas raízes sumerianas tocam aos albores da História.

Eis porque este livre exame voluntarista e irresponsável, estimulado pela reforma nascente, tinha de resultar por fim num robustecer da consciência mitológica e numa postura a princípio irracionalista e enfim anti científica.

Em tempos de racionalismo e empirismo ou de controle mecânico por parte da Igreja antiga, nada disto assustava. Muito pelo contrário mais temiam os cientificistas dos catolicismos, devido a coerência interna que tais sistemas apresentavam e a couraça escolástica, buscando não poucas vezes enfraquece-los com o auxílio dessas seitas bíblicas, aliás bem mais próximas do modelo norte americanista ou capitalista que acalentavam. Aliás as seitas ainda servem  este propósito cultural inserido na imanência...

Todavia em tempos de pós modernismo, - Quando pensadores é filósofos da ciência tornam a Hume e Kant, arrematado contra a experiência e o raciocínio, e arvorado as bandeiras do ceticismo e do relativismo, (Aliás semeados pela prática do livre exame protestante.) - inverteu-se a situação em benefício do irracionalismo, do emocionalismo, do voluntarismo, do moralismo e das citadas seitas, que mais e mais vão abrindo espaço e adquirindo poder.

Há no entanto algo ainda mais obscuro. A falharem miseravelmente quanto a sua ideologia por falta de um aparelho educativo que produzisse qualidade, os próprios reformadores canonizaram a degeneração na medida em que canonizaram o fetichismo e anteciparam a manobra pentecostal. Na medida em que preconizavam a iluminação ou inspiração individual, ensinando irresponsavelmente que as massas receberiam a instrução bíblica diretamente do espírito santo, sem a necessidade do estudo, santificaram a ignorância e conferiram-lhe uma chancela social. Hoje entre as massas livre examinadoras ser igorante ou sumariamente letrado equivale a virtude... Como levar consciência científica a este nicho?

Para ser povo livre é necessário mais que letramento formal ou elementar. É necessária uma educação de qualidade, que traga consciência. É consciencia ou sentido que qualifica um povo diz com razão Freire. Massas não podem ser livres e se a Igreja velha, por não ter educado com suficiência e dado sentido mais amplo, falhou e produziu ou manteve massas, ao menos ajudou o antigo regime elitista a controla-las. Da mesma forma o partido Comunista, quando falhou igualmente em produzir consciência. FOI O SECTARISMO PROTESTANTE, ESPECIALMENTE PENTECOSTAL, que viabilizou está horrenda rebelião de massas iconoclasticas mais do que o Comunismo ou o Anarquismo, a partir desta democracia formal que inconsequentemente admite o voto do analfabeto ou do analfabeto funcional. O clamor dessas massas é triplo - Aspiram pelo fim das liberdades e direitos fundamentais, o aniquilamento da ciência ou de uma visão mais naturalista do mundo e enfim o controle do poder - Moralismo puritano, fetichismo e teocracia são as três parcas para nós e palavras de ordem ou programas para eles.

É necessário revelar ainda o quanto estes sectários perversos, não menos do que a intifada cultural do islã tem se beneficiado dos erros táticos cometidos ainda a pouco e obstinadamente repetidos já pelos neo darwinistas ateus, cientificistas, positivistas, etc Já pelos comunistas e anarquistas ou até mesmo por espíritas e esotéricos mas avisados cujas críticas igualam todas as formas religiosas ou priorizam a velha e combalida igreja romana, em parte degenerada aliás pela influência protestante fundamentalista. É como chutar cão morto, enquanto o cão vivo se multiplica. Hoje porém é bem mais fácil cooptar um romano ou Católico medianamente instruido do que um crente raiz conformado com a própria ignorância. O protestantismo no entanto tem tirado largo proveito disto, no sentido de apresentar se as massas incultas como inocente e puro, como anjo de luz e mesmo amigo do progresso...

DAI  a necessidade extrema de expor seu caráter essencialmente obscurantista anti libertário, anti científico e anti policratico. Por isso nada melhor do que registrar tudo quanto ou ao menos parte do que os principais homens de ciência e pensamento, como Rousseau, Prestley, Darwin, Marx ou Freud tiveram de sofrer por parte das massas fanáticas, dos pastores e desta cultura bíblica anti humanista (Dale Nogare). EIS UMA HISTÓRIA OU CRÔNICA A SER ESCRITA E DIVULGADA NUM PAIS CADA VEZ MAIS SECTÁRIO E AZEDO!!!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Breve crônica do nosso tempo... Aetatis tenebrae!!!

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As trevas estão aqui... Vivas, densas e presentes. Mesmo quando temos nossos olhares voltados para as vidraças de nossos ancestrais medievos...

Ocioso declarar que não há democracia sem Ética. Além de algum preparo, é claro. Sócrates jamais criticou a forma democrática em si mesma mas o despreparo técnico e sobretudo Ético dos democratas. A democracia, mais do que qualquer outro sistema, demanda cidadãos intensamente éticos... Democracia sem Ética será sempre qualquer outra coisa: Plutocracia, Oligarquia, Oclocracia... menos Democracia. Não fosse aquela policracia aparente ou degenerada e Sócrates teria sido absolvido. Ele era o médico ou terapeuta, com o diagnóstico em mãos. Posteriormente as coisas só pioraram... Mas ele tentou fornecer um padrão seguro a Ética, assim a Democracia.

Diante disto como não ficar o homem estarrecido diante do que contempla???

Trump, após ter cometido patente crime, de abuso de poder, tão levianamente absolvido pelo Senado dos EUA quanto Dilma foi levianamente condenada pelo nosso. Aqui e lá os fundamentos da democracia sofrem rude abalo. Quando os homens públicos exercem juízos ideológicos e partidários em detrimento deste fundamento pétreo do Estado que é a justiça tudo esta perdido. Chegamos ao fundo do poço, mesmo quando nosso discurso seja aparentemente democrático. Também a geração que fez Sócrates ingerir a taça de cicuta ela hábil e eloquente em tecer discursos democráticos... E no entanto toda aquela aparência formalística foi rolando de abismo em abismo... Terrível lição que ainda não aprendemos. Pois não se trata aqui, como julgam os sectários e ideólogos, do PT ou do Partido Democrata... Você simplesmente não pode salvar ou redimir qualquer coisa partindo de uma perspectiva injusta.

O que aqui assistimos no Brasil, a partir das denúncias de alguém tão culpado quanto Eduardo Cunha, quanto o que lá assistiu-se: Uma absolvição precoce, movida por preocupações partidárias e a negativa escandalosa de se dar ouvido a testemunhas põem em choque os fundamentos espirituais de nossas instituições. Temos um edifício belo assentado sobre a areia ou o lodo! Não é contra Marx ou Engels que se peleja, mas contra Sócrates, Platão e Aristóteles, lídimos paradigmas da justiça e próceres de nossa cultura. É contra nossa herança grega, clássica e humanista que pugnamos em nome de preocupações artificiais e vazias!

Mais grave todavia que a absolvição leviana do demagogo Conservador N. Americano é o apoio que continua a receber por parte das multidões sem dignidade e consciência, sempre conduzidas por motivações imediatistas, pragmáticas ou financeiras: Se a economia vai bem, tudo está bem! - E depois ainda reclamam quando classificamos esta 'sifilização' como economicista e apóstata... De fato o homem econômico 'Nada sabe além de comprar e vender', como dizia Confúcio. E perdeu ele, por completo, o sentido da vida ou a noção de que sejam os fundamentos do convívio!

Se a economia vai bem podemos nos conformar com a injustiça... Especialmente de um petista ou democrata qualquer está do outro lado do banco. Com a mesma lógica maligna, infernal e desumana os sectários partidaristas que apresentam-se como Messias redentores mandariam seus desafetos, as toneladas, ao cadafalso. Em seguida apresenta-se Kelsen com sua turma para declarar: Deixai passar... Sem incomodar-vos com questões metafísicas em termos de justiça. Discordo de Grotius quando condena a neutralidade face aos juízos de qualquer organização humana, inda que supra nacional. Posto que não há organização incorruptível ou infalível. Mas concedo que não é digno manter-se neutro face a qualquer forma de injustiça, mesmo que para tanto nos devamos opor não apenas a juízes e tribunais, mas inclusive a parlamentos nacionais e supra nacionais, como o da ONU.

Não preciso ser petista para identificar-me com a injustiçada Dilma Russef ou estar matriculado no partido democrata para solidarizar-me com os cidadãos N. Americanos que se opõem aos abusos cometidos por Trump, basta-me ser humano, ter consciência, ser digno, buscar ver além das fronteiras partidárias ou ideológicas. Difícil é entender porque os demais seres humanos não podem compreender algo tão simples...

Enquanto tais atrocidades, alimentadas já pelo capitalismo, já pelo fundamentalismo religioso e cego, vão sucedendo por este pobre mundo, quase hospício, 'nossa' esquerda 'radical', infectada por um gérmen de morte vai embarcando mais e mais no barco furado do pós modernismo, a ponto de glorificar não apenas o Carnaval mas até mesmo, pasmem, o B B B... Da até então odiada Rede Globo, talvez agora convertida em instrumento de emancipação das massas ou do proletariado.

Haja visto que a Revista Fórum acaba de publicar referências embevecidas a este espetáculo massificador voltado para as massas. Como alguns dos competidores, buscando agradar a audiência e abocanhar o prêmio milionário, fizessem algumas declarações favoráveis ao feminismo, foi o quanto bastou para serem aclamados como gênios, intelectuais, heróis, etc enfim como protótipos do 'revolucionário', e quanto a este último elogio nada tenho a declarar ou que duvidar rsrsrsrsrs. Agora quanto a relevância intelectual destes moços muito teria a dizer... Mas a revista Fórum deu de imaginar que o B B B equivale a Acadêmia de Platão, o Liceu de Aristóteles, o Pórtico, o Concílio Ecumênico, a Sorbonne, a A B L ou sei mais eu ao que...

Bem poderia a dita publicação dar espaço a autênticos estudiosos ou intelectuais, envolvidos em pesquisas em inúmeras acadêmias... E desenvolvendo belos trabalhos as áreas de Ética, Ciências Políticas, Sociologia, Psicologia, História, Literatura, etc Não poucos em favor da dignidade humana, da promoção social, do bem comum, etc E no entanto onde vai ela beber 'sabença' no B B B, cujos participantes, servem-se de todo um aparelho conceitual ou vocabulário pós modernista e anti científico procedente é claro dos E U A, a pátria do irracionalismo (Bem como do Capitalismo, do fundamentalismo, do formalismo democrático e doutros tantos venenos!) ou do anti intelectualismo. E a esquerda carnavalesca do Brasil vai de comboio... A constatação é óbvia: Com essas babaquices ineptas como 'lugar de fala', apropriação cultural (Chamamos isto de circulação de cultura!), etc não se chegará a lugar algum, e não se deve esperar qualquer redenção desses falsos profetas.

Como queriam Platão, Quintiliano, Feltre, Russeau, Freire... dentre tantos outros, devemos investir é na Educação ou no esforço educativo, numa Educação destinada a questionar e superar o pós modernismo com sua sopa irracionalista: Cética, relativista, subjetivista, etc Somente questionando a epistemologia apresentada por uma civilização decadente e em crise poderemos chegar a algum lugar. Precisamos restabelecer a confiança do homem em si mesmo, em suas capacidades cognitivas, em sua percepção, em seu raciocínio... sob pena de sermos, em pouco tempo, engolfados pelo que há de pior: O fundamentalismo religioso. Ao sectarismo ideológico ou partidário inspirado por culturas de morte como o agostinianismo, o maquiavelismo, o capitalismo, o comunismo, o fascismo, o anarquismo, o nazismo, etc temos de opor a velha cultura clássica ou socrática posta para a verdade metafísica, seja gnoseológica, estética ou sobretudo Ética, em termos de uma Ética essencial, não ilusória ou aparente.

Enquanto finalizo estas linhas sou informado de que a mesma Gleisi Hoffman que repudiou qualquer aliança em torno de Ciro Gomes e do PDT teria sinalizado a possibilidade de alianças com DEM e PSDB... A notícia foi desmentida pela própria G. H há dois dias, mas a questão ficou mal esclarecida. Seja como for os petistas esqueceram de vetar PSC rsrsrsrsrsrs Mas que há para se admirar quando o próprio Lula, aos modos de macaco imitando o Freixo, declarou ser necessário aproximar-se dos 'Evangélicos' i é do mesmo setor religioso e fundamentalista que traindo o PT, promoveu ativamente o golpe contra Dilma entre as massas... Pelo jeito os esquerdistas folclóricos não aprenderam nada com a História recente e estão dispostos a repetir os mesmos erros funestos!!! Supondo-se a viabilidade da união com os fanáticos religiosos, que haverá de monstruoso em unir-se a DEM e PSDB ou PMDB, famigerados valhacoutos dessas ideologias abomináveis??? PT, PSOL e aliados não tem qualquer noção precisa em termos de cultura ou de dinâmica religiosa. Sequer leram Engels, quanto mais Max Weber... Triste, Triste... Buscar apoio nessas canas quebradas que são as seitas protestantes, pontas de lança culturais do Capitalismo e do Minimalismo. Mas PT não aprende mesmo e é inútil tentar convencer seus quadros...

Já o Paulo Guedes, afirmando seu compromisso ideológico e cultural com os E U A, apresenta os funcionários públicos deste pais, em parte consciência alerta deste corpo social, como parasitas ou vagabundos, como sanguessugas que sugam o erário... Como admirar-se em tempos de estado mínimo??? Tolo o funcionário público que esperava rosas ou algo de bom deste governo neo liberal economicista... A prioridade aqui é destruir qualquer tipo de consciência sócio intelectual e produzir massas no acesso do fanatismo. Só assim o P S L poderá manter-se ou florescer. PSDB e DEM assim já brincavam. Negócio é demolir a Educação pública convertendo-a em beabá. Para em seguida proletarizar o funcionário público, obstruindo sua formação educativa e humana. Assim é que fabricam-se massas anencéfalas ou eleitores servis e acríticos. Dos militares, políticos e juízes que fazem aprovar regularmente o aumento do próprio salário, já colossal, o nobre ministro bolsonarista não se lembra...

Cuida ele, que ocupa cargo designado e vive ora viajando pelo mundo afora, ora com o copinho de água geladinha debaixo do ar condicionado, que tal seja a condição de todos os funcionários públicos da República, em especial dos professores públicos. Comece comparando os salários sr Guedes, para constatar quem é o demagogo... Contemplando o concursado e o designado já em termos de salário quanto de regalias e privilégios clamorosos bem se vê quem seja parasita, quem onere os cofres públicos... E quem o Guedes quer que pague a conta. A mira do ministro americanizante são os funcionários públicos estaduais e municipais que não foram flagelados pela sinistra reforma da presidência. Eis a carne de fogueira cobiçada pelo grande inquisidor financeiro ou capitalista: O funcionário público concursado, contra quem ele, habilmente, espera lançar as massas arguindo privilégios... Olhem os cidadãos para os militares, políticos e juízes, isto é, para as verdadeiras castas que proliferam pelo pais afora, cuidando caçar seus privilégios que são monstruosos além de clamorosos.

Oxalá, diante de tanta insanidade poder dizer ao mundo: Pare mundo que quero saltar... Alias, mundo não, hospício...




quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Freixo, Lula... Bolsonaro, Edir, Malafaia - Rolando de abismo em abismo...

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Errar uma vez é cometer simples erro, porém errar repetidamente, diz o adágio, é burrice e rematada burrice.

E se na vida corrente ou comum a burrice produz sérios danos, quanto mais na vida política ou no gerenciamento do Bem Comum. Afinal é a política arte ou ciência de bem gerir o Bem comum, assegurando a todos os cidadãos máxima qualidade de vida. Tal a importância da política...

E por ser assim tão importante deveria ela estar a salvo das eventuais idiotices cometidas pelos mortais.

Isto do ponto de vista da idealidade.

Pois do ponto vista da realidade é o que não se dá. Temos uma política, ou pior, temos diversas políticas burras, independentemente da orientação ideológica.

Caso pudesse condensar meu pensamento em poucas palavras diria que eles não leram, que jamais leram Délcio Monteiro de Lima - Os demônios descem do Norte - e menos ainda Max Weber. E que se leram Marx e Engels, aos quais teem por gurus, nada compreenderam. Daí cometerem sucessivamente os mesmos erros. E comprometerem a Civilização.

Curiosamente cometem o mesmo erro na Europa, alias na França, onde a esquerda imbecil tem, tradicionalmente, defendido os interesses dos muçulmanos, em que pesem seus ideias assumidamente teocráticos e liberticidas.

Aqui e lá a esquerda desorientada busca apoiar-se na 'Cana quebrada' do fundamentalismo, aqui do bíblico, pentecostal ou protestante; importado dos EUA (A fé essencialmente burguesa descrita por F. Engels, a qual segundo o imortal Weber, seria responsável pela afirmação do modelo capitalista.) e do outro lado do Atlântico, do fundamentalismo sunita, hambalita, wahabita, salafita... com o eterno ideal da sharia e seu padrão cultural árabe. Cana quebrada que poderá furar-lhe as mãos, aqui ou lá... Aqui e lá...

Da curiosidade passamos ao enigma ao constatar que há quase meio milênio um autor francês: Guillaume Postel - Em obra que lamentavelmente passou em 'branca nuvem'- ja assinalava as semelhanças existentes entre o islamismo e o protestantismo nascente.

Tanto pior aqui nos rincões do Brasil. Onde a intelectualidade marxista sequer lê Marx e Engels. Que dizer então de Max Weber ou dos clássicos franceses???

Veja que estava folheando ainda ontem uma parlenga do Roger Garaudy - Pensador romano que após ter abraçado o marxismo Ortodoxo ou Comunismo acabou por aderir ao islã! - publicada em francês pelos idos de 1942 - "Comunismo e moral." (Em espanhol "Comunismo, moral y cultura"). Uma filípica dirigida aos críticos romanos ('Católicos') do materialismo, na qual Garaudy principia apresentando Descartes (Antonio Damásio teria um infarte ao ler isso...) como 'materialista' e Spinoza como ateu (Exatamente como os padres babões que estava criticando), e por ai seguem as monstruosidades ideativas... Concebidas pelo tal marxista, para quem os opositores 'católicos' do Comunismo ou de Stalin seriam todos Hitlerianos ou nazistas, mesmo quando assumidamente democratas. Em seguida, o destacado comuna falseia a noção da liberdade, asseverando que ela só é possível no âmbito coletivo e assim estatólatra, deixando bem claro que nada sabe a respeito daquela liberdade pessoal que delineia os atos morais, como qualquer nazista ou fascista totalitário.

Acho natural que certa parcela de comunistas identifique-se - por patético que possa parecer - com os muçulmanos ou com os calvinistas, i é, com os sectários religiosos que se opõem a noção de liberdade pessoal, esboçando algum tipo de determinismo religioso, em termos de destino ou predestinação. Tornamos a G. Postel e sua análise genial... Mesmo em 'terra brasilis' há tipos assim e eu já tive a oportunidade de dialogar com um Calvinista Ortodoxo que é, igualmente, formador comunista e, marcadamente, adversário da doutrina do livre arbítrio ou da liberdade pessoal.

Naturalmente que nem todos os comunistas tem consciência de tais 'afinidades eletivas', passando muito a largo delas. Tanto pior em nossa 'província'... Que dizer então de Freixo ou Lula... Os quais sequer são comunistas, sem que por isto sejam sociais democráticas ou pertencentes a qualquer escola socialista. Nem Lula é socialista nem Bolsonaro é fascista - Afinal este jamais leu uma página de B. Musolini como aquele jamais leu vírgula de Jaurés, Herr, Blum, etc Bolsonaro pratica autoritarismo militarista associado minimalismo, algo bem norte americano... Lula, durante muito tempo praticou um socialismo bem sucedido. No entanto mesmo seus críticos petistas e socialistas assumem que ele falhou em não produzir uma consciência socialista, que service de suporte a si e a seus sucessores. Lula nem poderia, alheio ao culturalismo, trabalhar a teoria da cultura ou formar uma consciência socialista e por isso mesmo seu projeto reverteu. Pois ele formou apenas consumidores, engrossando as fileiras de uma classe média alienada.

Votei nele por duas vezes e com mais razão em Dilma, teria votado nele uma terceira vez, como tive de votar - a contragosto - em Hadad, mas, tal e qual um grande amigo meu, pelo mesmo motivo, não votarei nele, Lula, pela quarta vez. Como não teria votado em Freixo.

Temo que pessoas como Lula ou Freixo se tenham apegado ao poder e adotado o lema do fim que tudo justifica. Salvo lhes mova apenas a ignorância crassa, o que, no caso deles ambos, não é menos grave.

Tanto Freixo quanto Lula conhecem por experiência que é a nociva bancada evangélica e quais são seus propósitos, em termos de teocracia ou de privilégios. Mesmo assim Lula optou ou optara por conceder-lhe mais poder e visibilidade, inclusive nomeando o atual prefeito do Rio M. Crivella, ministro de Estado. Sucedeu-se exatamente o que havíamos dito e previsto; obtendo ainda mais poder e força na gestão de Dilma nenhuma plataforma tornou-se mais hostil ao programa levemente socialista desta senhora do que a dita plataforma ou bancada evangélica, cujo líder, o pastor pilantra Ed. Cunha deu início ao golpe que acabou por derruba-la e por impor ao povo brasileiro, mais uma vez, um ideário liberal economicista. O que quero destacar é justamente o papel dos fanáticos religiosos, dos bíblicos e fundamentalistas neste processo que acabou por comprometer a ordem democrática e a institucionalidade, travando inclusive a reforma política...

Em todo este processo que sabotou o futuro de nossa sociedade estavam ativamente inseridos os políticos protestantes ou bíblicos. O que não foi novidade para mim, ex protestante que sou.

Em seguida trataram de instrumentalizar os neo católicos' (romanistas) ingênuos e em parte já protestantizados e de apoiar a candidatura do norte americanizante Bolsonaro, recorrendo para tanto, ao fabulário com que os pastores sempre atacaram ou satanizaram não apenas o Comunismo mas qualquer forma de socialismo existente (inclusive o Cristão). Marx foi apresentado como o anti Cristão, Engels como a Besta, Lula como possesso e os socialismos todos como a pura e simples apostasia. O liberalismo econômico como sempre foi canonizado e apresentado divino a partir da dita bíblia, com um empurrãozinho do livre exame... Por fim todas as questões puritanas ou moralistas foram lançadas aos quatro ventos, baralhando ainda mais o cenário. Com o livro negro nas mãos e um pouquinho de imaginação os sectários esmagaram o lulopetismo e encadearam ao que chamam luladrão...

O mais curioso face a este cenário doentio é que o próprio lulopetismo e setores psolistas representados por Freixo, falseando consciente ou inconscientemente a questão, declararam que apenas uma ínfima minoria de evangélicos havia tomado parte em tais eventos e que a maioria deles era progressista ou mesmo - pasmem! - socialista... Não podia crer no que estava a ler, mas lí... Bem, eu sou ex protestante e por experiência conheço relativamente bem o mundo e o ideário protestante. Não sei portanto de onde Freixo e Lula tiraram semelhantes impressões, exceto pelo propósito de agradar a todo custo e assim de obter apoio e poder.

Claro que também há progressistas no meio protestante, e até haveria um número significativo caso
admitissemos que a maior parte dos anglicanos ou anglo católicos, sejam protestantes; quando são episcopais, e, em número considerável, ideologicamente Católicos. Alias, tal distinção é irrelevante caso consideremos que no Brasil protestantismo é sinônimo de Pentecostalismo e não de protestantismo histórico. Daí a construção do mito do pentecostalismo progressista, afinal se é pentecostal é marcadamente 'ortodoxo', bíblico ou fundamentalismo. Basta entrar numa livraria protestante qualquer para dar-se conta de que para os pentecostais, em quase sua totalidade, o liberalismo teológico e moral - Assumido por algumas igrejas históricas da Europa ou do Norte dos EUA - nada mais é do que uma abominável heresia ou detestável apostasia. O imaginário coletivo dos protestantes brasileiros i é dos nossos pentecostais pouco se distingue do ideário vigente nas seitas do Sul dos EUA, donde foi importado.

Por isso a propaganda anti socialista ou anti Comunista forjada naquelas terras ter sido importada com tanto sucesso para esta. Até a destruição do projeto lulopetista... Não nos impressiona este fato, já o havíamos predito e assinalado!!! Admira-nos Freixo e Lula fantasiarem ou ocultarem o problema, afirmando ingenuamente que os fundamentalistas são nossos aliados e que os trabalhistas, petistas, comunistas, sociais democratas, comunistas e socialistas de toda casta deveriam associar-se a esta gente e buscar seu apoio. Isto sim é assombroso porquanto Lula e Dilma já foram atraiçoados por esse povo! E porque o recente golpe foi ativamente apoiado por eles, a ponto de - Como na Bolívia - ter sido batizado com o nome de 'golpe evangélico'. Leiam protestante ou pentecostal ou ainda fundamentalista e terão lido corretamente. Pois sem a cooperação de um Malafaia, de um Macedo, de um Feliciano e de outros tantos charlatães, escudeiros de Ed Cunha, tal golpe não teria tido chance de sucesso. Basta ver o quanto os 'crentes' empenharam-se a favor de Cunha e de Temer nas redes sociais!!! Os papistas sem dignidade, foram de carona - como fazer já a quase meio século graças a RCC e ao ecumenismo - num segundo momento, uma vez que já não dispõem de consciência própria e assimilam cada vez mais princípios e valores exógenos de origem protestante.

O que quero dizer ou repetir a exaustão é que toda esta dinâmica do insólito deve ser analisada, lida, interpretada e bem entendida a luz do culturalismo. O protestantismo, ao contrário do que supõem ou dizem Freixo, Lula e outros jamais poderá ser aliado de qualquer tipo de política socialista por ser uma fé 'essencialmente burguesa' (Fr Engels), a qual desde seus primórdios promoveu a afirmação das forças econômicas, materiais ou capitalistas na mesma medida em que pela negação da necessidade de obras Éticas, abandonou o cenário das relações pessoais, sociais e políticas para incidir apenas sobre a fé. Este vácuo ou esta lacuna aberta pelo protestantismo nascente - a qual interpretamos como um recuo do ideal Cristão primitivo - foi que deu espaço as forças econômicas em ascensão ou ao que chamamos economicismo, o qual veio a plasmar toda cultura subsequente, ao menos a partir do século XVIII.

Eis porque o liberalismo econômico teve de surgir e impor-se antes de tudo e primeiramente numa sociedade protestante ou numa sociedade disputada pelas inúmeras seitas advindas da Reforma, nenhuma das quais poderia capitanear uma possível resistência as forças econômicas ascendentes. Destarte tiveram as seitas de omitir-se ou mesmo de apoiar a nova estrutura em formação.

Na terra pura dos EUA, na qual as culturas ancestrais foram eliminadas ou empurradas e não havia resíduo de cultura Católica, pode ser elaborado o novo modelo de agregado social, mais ou menos equilibrado, sob a égide das forças econômicas, mas mantendo uma aparência de religiosidade, concentrada apenas no além e que jamais ocupasse em questionar e transformar a realidade. Eis o Cristianismo conformista, ora ocupando a função de servo ou lacaio, e assim justificando, defendendo ou mesmo canonizando certa forma de organização social, não tão antiga. Os Ortodoxo e papistas deveriam saber, antes de todos, qual o discurso habitualmente empregado pelos pastores yankes com o objetivo de apresentar sua fé como superior a nossa... É simples: Jamais qualquer ideia socialista logrou arraigar-se nos EUA!!! E jamais qualquer esboço de simples sedição... Jamais o espectro sangrento da Revolução, que tantas vezes assombrou, ameaçou e solapou essas sociedades Ortodoxas ou Papistas do Velho mundo - evidenciado que há algo de muito errado nelas, donde procede sua vulnerabilidade - obscureceu o céu azulado dos bíblicos e puritanos... E já foi isto objeto de investigação por parte dos sociólogos da cultura... Adivinhem qual tenha sido a resposta???

É a Sociedade Norte americana estável e invulnerável face a propaganda socialista devido ao - dentre outros fatores - o ideário individualista dos puritanos e sua relação com a predestinação e aquisição de riquezas e sucesso material, faceta alias marcante do calvinismo...

O que quero repetir é que a assimilação da fé protestante, bíblica, calvinista ou pentecostal por parte dos cidadãos brasileiros acarretará, cada vez mais, uma negação de nossas autênticas tradições culturais e a paulatina assimilação de princípios e valores protestantes, do que resultará uma nova estrutura ou constelação cultural bastante semelhante a que percebemos da grande república do Norte. Da mesma maneria e modo como a assimilação do Islã com sua sharia levará qualquer sociedade a uma arabização em termos de cultura a assimilação do fundamentalismo bíblico não poderá deixar de conduzir qualquer sociedade a uma americanização e consequentemente a afirmação de uma política cada vez mais formal (em termos democráticos), puritana, minimalista, etc Marcadamente conservadora em sentido moral ou moralista. Exatamente como estamos assistindo no Brasil de hoje, momento em que Freixo e Lula mais parecem duas belas adormecidas...

Despertemos antes que tarde seja e nos vejamos numa nova Genebra de Calvino ou numa nova Meca de Maomé, tornemos as fontes de nossa cultura e a nossas tradições, princípios e valores próprios.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

A paródia da Porta dos fundos e a Paródia de Jesus...

Caso esteja você a ler estas linhas saiba antes de tudo que foram escritas por um Cristão consciente e convicto. Por um Cristão atanasiano ou niceno, alias um dos poucos Cristãos atanasianos pertencentes aos altos meios acadêmicos. Por alguém que acredita piamente não apenas na divindade de Jesus mas também na Virgindade perpétua de sua mãe. Por alguém que lê o Evangelho todos os dias, que estuda a Tradição patrística, que julga ser estritamente Ortodoxo, que exerce um apostolado e estima a doutrina. Por alguém que recita as horas, faz a Páscoa e tem a seu encargo a instrução dos fiéis... Seja portanto mais rápido no ler do que no julgar. Pois certamente ficará bastante surpreendido com o que tenho a lhe dizer.

Afinal tenho quase 110% de certeza de que 99% dos cristãos que iniciarem esta leitura deste artigo julgarão que acusarei o citado grupo de comediantes ameaçando-o não apenas com os fogos eternos do inferno mas também com a violência do poder temporal... Por isso digo que vocês ficarão surpreendidos ou mesmo exasperados. Alguns ficarão indignados com o que estão por ler e da mesma forma como desejaram o câncer para os atores da porta, deseja-lo-ão para mim. E praguejarão... amaldiçoarão, etc

Sei que será assim porque nasci e fui educado como protestante. Porque tendo passado pela igreja romana conheço o que há de melhor e de pior nela. Enfim porque me tornei Católico Ortodoxo... Estando habituado a ouvir ameaças e escutar pragas por parte daqueles que deveriam antes de tudo ouvir, abster-se de julgar e abençoar; sim abençoar, pois Ele disse: "Abençoai os que vos maldizem!". Como disse: "Sereis perseguidos.", jamais: "Sereis perseguidores ou algozes." - Logo há algo de muito estranho neste novo cristianismo feroz, dos perseguidores e dos que amaldiçoam.

Partindo do princípio de que o programa humorístico em questão levou a paródia e assim ridicularizou a adorada figura de Jesus.

Não é a primeira vez que ouvimos semelhantes rumores - Caio Fábio fez-nos o favor de trazer-nos a memória 'Jesus Cristo super star'. Recordei algumas tiradas de Monty Phyton, outras tiradas bem mais agressivas do Charlie, o polêmico filme 'A última tentação de Cristo'... outras tantas personagens passaram-me pelos miolos: O Dr Binet Sanglé, Leon Tolstoi, Kazantzakis, M Mastroianni, etc De modo que bem poderia eu citar: "Nada há de novo debaixo dos céus." ou ainda "A História se repete primeiro como tragédia e em seguida como comédia."

Tudo quanto vemos e pensamos porém, em termos de distorção, blasfêmia, sacrilégio, irreverência, etc nada tem de original. Tudo 'palha' em comparação com o que tem feito os cristãos nominais no decurso dos últimos séculos. De fato a Porta nada fez ou faz além de devolver o presente confeccionado pelos cristãos nominais nas oficinas a que chamam igrejas. E já vou dizendo que não há maior nem melhor fábrica de blasfêmias e sacrilégios do que elas, e que todos os dias a humanidade tem sido levada a maldizer a pessoa de Jesus Cristo graças a tais organizações sectárias.

Nenhum Jesus mais falso do que este apresentado pelos neo Cristãos, no decurso do último século, por esta Escola de ateísmo chamada 'Teologia da prosperidade'.

Que pensar, com efeito, daqueles que pintam o Deus que aniquilou a si mesmo, despojando-se de sua glória, a semelhança de um nababo ou milionário?

Leem que seu Senhor nasceu numa manjedoura ou gruta e imaginam ter nascido ele num palácio ou berço de ouro...

Ouvem a exortação sagrada: Não junteis tesouros neste mundo... e utilizam-se de sua palavra com o objetivo de amealhar tesouros.

Escutam dia após dia: Não podeis servir a Deus e as riquezas. E acumulam riquezas em nome de Deus!

Recitam a todo instante: O que de graça recebestes, de graça dai. E cobram, e vendem, e traficam... em nome Dele.

Ouvem que Lázaro, o rico egoísta, foi lançado as chamas, e imitam-no.

Fingem acreditar ser mais fácil uma corda ou um elefante passar pelo fundo de uma agulha do que o rico entrar no paraíso celestial e tomam posse de imensa fortuna.

Sabem que ele deseja misericórdia, não sacrifício e declaram que ele deseja dinheiro! Cônscios de que ele demanda pelos corações dos homens ocupam-se apenas das bolsas e cofres...

Testemunham o Redentor conflitante com os escribas e fariseus, e cobram dízimos...

Observam o Justo ser suspenso nu, no alto de um madeiro, como espetáculo as nações; e declaram ter sido ele bem sucedido....

Percebem-no expulsando os vendedores do santuário e apresentam-no como empreendedor.

Ouvem-no proclamar Felizes os desapegados e proclamam que a verdadeira bênção é a prosperidade.

Duvidam de que Deus derrubara os poderosos de seus tronos e exaltara os pequeninos. Buscam as grandezas da terra...

Embora ele não tivesse uma pedra sobre a qual depor sua fronte cansada eles habitam em castelos.

E não tendo nascido num castelo é sepultado num túmulo emprestado.

Em sua maldade tem ousado comparar a jumenta com que entrou em Jerusalém a uma Ferrari, ignorando que seja um puro sangue árabe...

É até se esforçam por demonstrar que este nosso Jesus foi um milionário ou avarento.

Todas as bem aventuranças exaltadas pelo Senhor eles substituem pela posse de bens materiais e para eles o Mestre até Poderia ter sido um banqueiro ou Senhor de escravos.

Avançado pela senda da iniquidade autorizam a venda de toda sorte de amuletos e bugigangas, estabelecem taxas e proclamam feliz ou bendito o comprador.

Por fim, completando todas as medidas, afirmam que Deus ama e recompensa aquele que paga ou oferece dinheiro com sinais e prodígios; assim que o Santo comercializa seus dons e vende suas graças; embora ele diga e repita - NÃO FAÇO EU ACEPÇÃO DE PESSOAS.

Mas eles assegura que este Jesus favorece o rico e prefere o milionário.

Oferecem a pobre humanidade um Jesus que se vende, um Jesus corrupto, um Jesus venal, um Jesus avarento e prostituido!!! Eis o ídolo podre que tem eles oferecido aos tolos nestes últimos cem anos! Eis a paródia... Substituíram Jesus por Tetzel, o traficante de indulgências desmoralizado por Lutero, e este que seu mestre apresentou como ímpio e vil transformaram em Deus.

Que tem de concreto, histórico e real este novo Jesus 'empreendedor' e financeiramente bem sucedido, concebido a imagem e semelhança dos pastores avarentos? Nada.... Absolutamente nada.

Tendo recebido a oferta desse Jesus estranho, como uma espécie de tapa ou bofetada, a humanidade - insultada pelo pentecostalismo - revida por meio da Porta dos fundos...

Recebemos por paga uma paródia da paródia que fizemos. A nossa no entanto foi feita por supostos homens de fé...

Julgo que a paródia do Gregório seja depurada ou menos maliciosa e grosseira.

Esperneia agora esse mesmo 'bom cristão' ou cidadão exemplar que há mais de século assiste Jesus ser apresentado como vendilhao sem jamais ter pensado em protestar...

Pelo menos dos Católicos o protesto chega com atraso.

Acaso não tem eles engolido essa teologia podre da prosperidade... Sem soltar um suspiro ou dar um grito....

Verdadeira blasfêmia não é a porta dos fundos apresentar o Redentor como um homossexual, que isto não muda coisa alguma nem o atinge....

Verdadeiro sacrilégio é você Ortodoxo ou romano 'devoto' sem obras - é portanto de alma protestantizada - sair da liturgia ou da Igreja e passar pelo pobre ou pelo mendigo, batizado, membro de Cristo e irmão seu, sem sequer olhar para ele ou dar-lhe a esmola de uma palavra... Julgando ser ele um parasita ou vagabundo.

Se isso não é capaz de choca-lo ou de sensibiliza-lo julgo que Nosso Senhor poderia apontar para si e dizer aos atores - Maior pecado tem quem finge ou afeta crer em mim e NÃO crê ou NÃO vive...

Vivemos assim num tempo em que fariseus batizados continuam a coar elefantes e no qual os vendilhões, expulsos pelo Senhor do templo, parecem ter se refugiado na Igreja ou no corpo da cristandade nominal...







sábado, 27 de outubro de 2018

O pai e o avô do Leviatã... e o Cristianismo II - A Inglaterra hobbesiana...

 


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Homem algum produz ideias a partir do nada... As ideias de um homem são resposta sua a problemas existentes no meio em que vive. E como o homem busca superar ou solucionar o problema podemos compreender as coisas em termos de 'oposição' a um dado modelo social...

Já vimos como as coisas se passaram com Platão. Cuja obra maior é por assim dizer, uma reação face a anomia produzida pela corrupção do ideal democrático. Sem querer justificar Platão ou concordar com ele podemos tentar compreende-lo e não apenas a ele mas a Hobbes, a Rousseau, a Marx, a Freud, etc Com certeza, a busca desta compreensão tornará nossa inteligência mais sólida!

No entanto se em Platão damos com alguém que delineia um possível futuro, em Hobbes damos com alguém que em certa medida ao menos reporta ao passado e a um passado não muito distante. Uma vez que Hobbes escreve cerca de 1651 mas nasce em 1588. Portanto meio século após a morte de Henrique VIII. De fato após o pequenino Portugal converteu-se a Inglaterra no primeiro Estado unificado da Europa e logo num Estado total ou absoluto, como Portugal jamais fora ou seria. Sem ter sido feudal teve Portugal seus cavaleiros a combater os Mouros, teve a Igreja romana com sua poderosa hierarquia e teme inclusive cortes e liberdades municipais. De modo que o poder do soberano luso estava longe de ser absoluto...

Willian no entanto, após conquistar aquela Ilha, exigiu juramento de submissão a cada senhor. Tampouco havia o municipalismo romano ou como querem, a Djemaa árabe, naquele pais. A velha nobreza fora em parte dizimada pela recente guerra entre as duas rosas. O quanto restava fora de controle na Inglaterra as vésperas da reforma protestante eram as universidades, as guildas e acima de tudo a toda poderosa Igreja romana, com seus mosteiros espalhados por todo pais, de modo que o poder do monarca, inda que substancioso, não era absoluto ou ilimitado. De fato por poderoso que fosse, especialmente após o fim da guerra das rosas, Henrique VII sequer podia sonhar com o poder que um dia seria acumulado por seu segundo filho.

Antes de prosseguirmos sejamos justos. Henrique VIII jamais foi protestante ou reformador como declaram ridiculamente algumas publicações romanistas. Separando-se de Roma ele jamais rompeu com a fé Católica e se mandou dissolver os mosteiros é porque eram a um tempo fiéis a Roma papal e a outro imensamente ricos. Teólogo, jamais compactuou com os princípios canonizados por Lutero ou Zwinglio os quais encarava como hereges pestilenciosos e não hesitou em remeter os luteranos e zwinglianos ou protestantes de modo geral,a fogueira. Uma anedota refere que folgava amarrar um protestantes e um romanista no mesmo poste e incendia-los juntos. Diante disto não poucos concluíram que na verdade não passava de um incrédulo, o que por sinal é bem possível. Formalmente foi o que os papistas costumam classificar como cismático, o que aproxima-o de nós Católicos Ortodoxos... Tudo quanto ele fez foi aproveitar-se das condições provocadas pela reforma para separar a Igreja inglesa da igreja Romana, sem que com isto altera-se nimiamente sua estrutura. E permaneceu não apenas Católica quanto a fé, mas episcopal e hierárquica.

Teólogo como já dissemos ele certamente estava muito bem informado a respeito de Justiniano e dos demais basileus que tentaram usurpar o poder eclesiástico em Bizâncio. Tais seus modelos. E foi mais bem sucedido que eles, obtendo do clero inglês, com algumas poucas exceções, uma submissão reverente. Submetendo a Igreja nacional converteu-a em repartição de Estado, tal e qual descreve Hobbes no Leviatã. Desde então teve sua inquisição espanhola. E pode controlar não apenas as guildas e universidade como o Parlamento, convertendo-o em quintal seu. A partir daí exerceu um poder absoluto e inconteste, e tantos quantos ousavam objetar qualquer coisa perdiam a cabeça.

Sintomático que tenha feito passar mais leis pelo Parlamento do que todos os seus predecessores. Ele de fato tudo aspirava controlar. Assim sua filha Maria, a sucessora desta Isabel e por fim Tiago I, teórico absolutista. Todos estes monarcas avançaram na direção apontada por Henrique, embora Isabel tenha mostrado mais prudência ou pudor. Seja como for, desde Henrique as leis inglesas atribuíam tal poder ao monarca.

Enquanto os reis absolutos comandaram a Inglaterra contaram com o decidido apoio da Igreja Anglicana ou Anglo Católica e com a oposição marcada de dois grupos bastante ativos: Os romanistas, representantes da antiga religião e os protestantes, já calvinistas, já anabatistas chamados de modo geral não conformistas. Ambos os partidos assacavam constantemente as fileiras anglicanas buscando desfalca-las e obter a hegemonia. Os romanistas temiam a preponderância dos sectários não conformistas e os sectários não conformistas temiam a influência dos romanistas. Os anglicanos ou realistas eram considerados aliados dos protestantes pelos papistas e dos papistas pelos protestantes embora de modo geral fossem por si mesmos. Segundo diversos autores o grupo anglicano era mais político do que religioso e muito pouco sincero e comprometido, enquanto que os extremistas - de um lado e do outro - eram movidos por convicções fortes.

O quanto de pode dizer a respeito daquele tempo e do que aconteceu é que os anglicanos, que até então formavam o Centro, foram sendo paulatinamente conquistados pelos papistas e pelos protestantes, disto resultando um profundo desequilíbrio. O rei, a corte e a alta nobreza pendiam cada vez mais ao partido do papa, a burguesia ao calvinismo e pelo menos parte dos mais pobres ao não conformismo. Até que o próprio anglicanismo viu-se cindido entre as duas correntes: Alta ou anglo Católica e baixa ou puritana, reproduzindo-se a mesma cisão fora da Igreja oficial. Cerca de 1625 achava-se a Inglaterra cindida entre as duas facções extremistas. A partir daí romanistas e anglo Católicos a um lado (realistas) e sectários ou revolucionários do outro iniciaram as hostilidades que levaram a Guerra civil ou a assim chamada Revolução, contando Hobbes com cerca de trinta e sete anos. Esta situação prolongou-se até no mínimo 1660 - i é seja por cerca de trinta e cinco anos - ou, segundo outros até 1688, ou seja, até a deposição do rei Jaime.

Foram cerca de sessenta anos de turbulência e instabilidade. Período muito semelhante aquele que fora vivenciado por Platão de 404 até sua morte, em Atenas. Até o advento da Reforma protestante achava-se a Europa espiritual ou religiosamente unificada, enquanto separava-se politicamente. Após o advento da Reforma, interpretado por muitos como a decadência do Cristianismo ou ao menos do Cristianismo ocidental ou latino, a separação entre as nações europeias tornou-se total, i é a um tempo religiosa e a outro política.

Particularmente no que diz respeito a Inglaterra, o advento da Reforma protestante propício as circunstâncias necessárias para cimentar a Unidade Política e respaldar o Absolutismo. Pois o sagaz Henrique VIII, tornando-se 'cismático' (sic) sem tornar-se protestante, logrou, pela espada ou pela força extinguir as dissenções religiosas e manter o reino espiritualmente unido em torno do trono e do anglicanismo episcopal, o que foi um golpe de mestre. A bem da verdade Henrique VIII tirou proveito da politicagem que envolvia o papado aquela época, a qual desagradava inclusive parte dos Católicos. No entanto a partir do momento em que os tutores de Eduardo introduziram os princípios protestantes no pais os próprios Católicos fossem romanos ou anglicanos tornaram-se mais comprometidos. Desde então um grupo opoz-se tenazmente ao outro.

E este estado de oposição entre consideráveis minorias Católica e Protestante amortecidas por um anglicanismo ou episcopalismo formal jamais cessou. Isabel no entanto, reeditou com sucesso a solução de compromisso de seu pai, apelando já a espada, já ao patriotismo... E mais uma vez obteve a conciliação entre os partidos, embora não na mesma medida que seu pai, alias mais intolerante. Henrique certamente encarava os extremistas papistas e protestantes como fanáticos, enquanto estes encaravam-no como um incrédulo ou oportunista, o que talvez não fuja a verdade. Izabel era do mesmo tipo, conciliatória e sagaz, quiçá descrente.

No entanto durante todo seu reinado e durante os dois que se seguiram os 'comprometidos' ou crentes foram não cessaram de concentrar-se nos 'extremos' debilitando cada vez mais aquele centrão anglicano e predispondo a sociedade ao conflito iniciado em 1620. Desde então as facções Católicas - Romana e anglicana - congregadas sob o signo do realismo, e protestantes, chegaram as vias de fato, e a Inglaterra conheceu o inferno. Praticamente todo século XVII foi isto.

Alguém que, imaginemos Th Hobbes, ama-se a paz e a tranquilidade odiaria viver na sociedade Ateniense do seculo V, na sociedade romana do século I a C ou do século V d C, na Sociedade europeia dos séculos X e XI ou na Inglaterra do século XVII... Conhecendo a fundo as causas das situações problema enfrentadas por estas Sociedades nosso homem construiria soluções na direção radicalmente oposta. E como cada uma delas remete a dissolução e ao conflito nossos críticos promoveriam a unificação e a paz, pagando tributo a autoridade.

Platão incriminou a democracia e por isso delineou um estado despótico, em que os vigilantes exercem rigoroso controle sobre os demais setores da Sociedade, comandando-os. Hobbes face a turbulência promovida pela religião chegou, muito provavelmente a uma incredulidade que a seu tempo não era prudente assumir. Recriminou não apenas o protestantismo por ter canonizado o livre exame - Método que brilhantemente relacionou com a discórdia e a confusão doutrinal - mas o próprio sentido universal ou Católico da fé Cristã, o qual encarou como uma finalidade política e anti estatal inadmissível.

Hobbes deve ter pensando do Cristianismo o que a maior parte de nós hoje pensa sobre o Mercado. Que equivale a uma espécie de besta fera a ser enjaulada. Para ele a anarquia social de seu pais era fruto de uma religiosidade ou fé que fugira ao controle. Portanto Hobbes só pode conceber o Cristianismo como uma instituição submetida ao poder estatal ou seja nos mesmos e exatos termos que Henrique VIII ou Isabel reinados cujo histórico ele bem conhecia e para os quais suas vistas estavam voltadas, como que para uma Era de ouro.

Escrupuloso Hobbes tende a desconfiar, em menor medida, de todas as comunidades ou associações não políticas ou intermediárias, dando por certo que elas debilitam o poder do soberano, ameaçando, consequentemente a paz. A existência de guildas, universidades, colegiados, etc só pode ser admitida quando estritamente necessária e a guiza de concessão ou seja enquanto algo autorizado pelo soberano. De 'per si' não teem tais comunidades direito a existir. Frente ao Estado, corporificado no soberano, existe apenas o indivíduo, nenhum outro tipo de entidade.

Agora como justificar metafisicamente tal estado de coisas?

Diante do que testemunho no curso da primeira metade do século XVII, concluí Hobbes que o homem seja um lobo, um predador, uma fera; sempre disposto a devorar o outro homem. Como o Freud da maturidade ou da velhice, o totalitário inglês, postula que o homem é dominado por um impulso de agressividade. Onde estiver mais de um indivíduo a tendência será o conflito, não mero conflito classista, como queria Marx. Para o autor do Leviatã o conflito é individual e inevitável...

E no entanto este homem, e damos com Freud novamente, agressivo, aspira pela paz e pela tranquilidade.

Como chegar até ela?

Por meio do contrato as partes, tendo em vista este bem maior, que é a paz, devem abrir mão de suas liberdades e entregar-se a tutela de um soberano forte. Uma vez que todos sejam controlados com mão de ferro pelo soberano e nivelados pela submissão, o conflito generalizado cessará.

Encarado deste modo não é o Leviatã algo mau ou indesejável, mas algo verdadeiramente bom e desejável, enquanto caminho único para a aquisição da paz social ou da estabilidade. Da submissão ou obediência ao Estado e suas leis é que advirá o equilíbrio. Da servidão voluntária resultará a harmonia. A partir da qual a pessoa humana poderá cultivar suas habilidades. Já o exercício do que chamamos liberdade produzirá inevitavelmente a discórdia ou a guerra, a qual impedirá que o homem de realizar-se enquanto tal. Aqui uma espécie de denominação comum face a Platão: Qualquer situação de liberdade ou democracia resultará, necessariamente, em anomia, anarquia ou conflito. Diante disto a alienação da liberdade e o recurso a autoridade absoluta são requisitos exigidos por uma sociedade bem ordenada.

Por ai se vê que podemos discordar de Hobbes mas de modo algum duvidar de sua sinceridade ou negar a coesão de seu pensamento.

Nem podemos estar totalmente certos de que em situações sociais semelhantes as que ele ou Platão vivenciaram discordaríamos deles. A menos que nos presumamos mais habilitados ou inteligentes...




sábado, 23 de setembro de 2017

Cara a cara com os judaizantes - Que há de Cristão no antigo testamento?


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Dia após dia somos forçados a voltar ao tema do antigo testamento, da judaização, do fundamentalismo, do sectarismo bíblico, do calvinismo, da inspiração plenária, do 'corão cristão'... Tendo em vista a realidade social brasileira e a 'compreensão' de uma religiosidade que a um tempo apoiou ativamente um golpe de estado contra nossas instituições democráticas e que a outro busca tomar posse de nossas escolas públicas convertendo-as em máquinas de proselitismo...

Não se trata aqui de satanizar o antigo testamento.

Declarar que é o A T em sua maior parte ou quase totalidade um registro puramente humano é apenas dizer a verdade e dizer a verdade sempre será um bem.

Alias, ao contrário de alguns, nem avançaremos alegando que o A T seja mal em si mesmo. Enquanto fonte de conhecimentos históricos ou referência a uma cultura é ele bom.

Sim, caro leitor, ao contrário do que alguém poderia julgar, o antigo testamento, enquanto registro do passado humano é algo bom.

Então o que???

Não é ao antigo testamento que damos combate.

O que combatemos e denunciamos é a crença fundamentalista, protestante, pentecostal, calvinista, etc segundo a qual o A T, em sua totalidade ou em cada uma de suas partes corresponda a um registro de origem sobrenatural ou divina.

É contra a mentalidade biblicista ou judaizante que pugnamos, contra a crença supersticiosa e vã da inspiração plenária ou linear, contra s simples sugestão de que existe um 'corão' cristão de Gênesis a Apocalipse, visão predominante ou majoritária entre os protestantes brasileiros.

Para um pentecostal mediano, podemos dizer que via de regra o Novo Testamento ou o Evangelho nada é e que não há qualquer diferença significativa entre o Sermão do monte ou as Bem aventuranças e o primeiro capítulo do Gênesis ou o texto do dilúvio. É tudo uma coisa só, como que descida 'in totum' ou prontinha do alto do céu.

Claro que a consciência TRADICIONAL do Cristianismo, presa as palavras de Cristo ou ao Evangelho se rebela contra esta perspectiva grosseira e rebelar-se-a cada vez mais.

Não pode o Cristão episcopal niceno ou atanasiano admitir que as Palavras do Deus e Verbo encarnado Jesus Cristo seja em tudo igual a de quaisquer emissários, cuja condição era puramente humana. Esta doutrina da inspiração linear ou da bíblia una é boa para unitários ou arianos, para os quais Jesus é de fato um dentre muitos, mas não para atanasianos ou para os que encaram Jesus como um homem 'diferente', em que há algo a mais...

Como poderia ele ser algo a mais sem que sua palavra tivesse algo a mais?

Noutra situação social o confronto seria fastidioso e desnecessário.

Todavia num momento em que os sectários valem-se justamente do A T testamento com o objetivo de atacar ferozmente os dissidentes religiosos - Sejam papistas, espíritas ou esotéricos - além de levantar a bandeira de diversos preconceitos em pleno cenário político, a estratégia nos obriga a demolir as partes não santas ou divinas do A T e a demoli-las implacavelmente, isto pelo simples fato da 'Bíblia una' ser o coração do protestantismo e o antigo testamento a parte predileta dos sectários.

Disto decorre que o respeito supersticioso votado pela Igreja romana ao conceito acatólico de 'Bíblia una' e o endosso feito por ela em torno de tais tonterias ao invés de desarmar a crítica protestante, a tem de fato alimentado século após século. É como se a igreja de Cristo, estupidificada, colocasse ela mesmo armas a munições nas mãos de seu pior inimigo na mesma medida em que insiste a respeito da divindade do A T. Desacreditou-se apenas a Igreja e a maior prova disto é que quase toda gente simples foi conquistada pelo protestantismo e isto pelo simples fato de que ele certamente leva o antigo testamento bem mais a sério... Que o digna o iconoclasticismo...

No entanto se queremos conter este aluvião fundamentalista e teocrático temos de ir as pernas de barro do colosso e dilacera-las, temos de levar a cabo a crítica do A T, iniciada pelos próprios protestantes - liberais - e leva-la a cabo ou divulga-la. É chegado o momento em que as contemplações devem ser postas de lado e a doutrina da inspiração plenária descrita e classificada como deve ser i é como uma simples opinião teológica em nada favorável a nossa Santa fé Ortodoxa. É dogma sim, mas apenas para os protestantes na medida em que foi canonizada e santificada por seus líderes os reformadores. Nossa tradição, a tradição Católica, sendo muito mais rica e abrangente, brinda-nos com outras possibilidades bem mais condizentes com nossa fé (E nossos ícones rsrsrsrsrsrs).

Dissemos acima que o protestantismo tem levado o A T tanto mais a sério do que a igreja romana. (E a Igreja romana o tem levado tanto mais a sério do que a Igreja Ortodoxa - por isso também somos Ortodoxos). Afinal é o valhacouto das seitas judaizantes...

Onde senão no seio do protestantismo damos com as aberrações do unitarismo, sabatismo e do mortalismo???

Tal no entanto não basta, e nem de longe, para limpar a barra dos judaizantes e livra-los da justa pecha de leviandade e hipocrisia...

Pois dizer que levam o A T mais a sério do que as igrejas Católicas não equivale a dizer que o cumprem, vivem e observam em sua totalidade, como fosse uma LEI divina.

Afinal uma lei divina deve ser observada e vivida em sua totalidade.

Por isso um dos apóstolos assim se expressou: "Quem viola um dispositivo da LEI viola a lei em sua totalidade.". O que vale tanto para a lei dos antigos judeus - Caso seja tomada por lei divina - como para a LEI divina do nosso Evangelho.

Nada mais exótico do que testemunhar os comedores de carne de porco e toda este gente, escanhoada, tatuada ou com parte de seus corpos exposta, discutindo seriamente a divindade da Torá. E enquanto isso lá vai um pedaço de chouriço ou uma porção de Strogonoff guela abaixo do nosso judaizante! E come galinha a cabidela o nosso homem!
Mas cadê a refeição Kosher meu amigo???

Cadê os taliths, tefilins, franjas, túnicas, filactérios, burkas, etc???

É o protestantismo por natureza inconsequente e nem podem seus filhos discutir a validade da lei de Moisés sem que a discussão receba conotações neoplatônicas, descarnadas ou teoréticas na direção do solifideismo. Talvez devido ao inconsciente, os protestantes só se preocupem com o quanto seja teórico, descartando tudo quanto seja prático neste terreno. O que a nós Católicos sabe a conveniência ou oportunismo.

De fato mal um dissidente qualquer ousa observar que eles protestantes comem carne de porco ou ostentam seus corpos seminus na praia, já rebatem dizendo que parte da LEI de Moisés teria sido abolida.

Agora se algumas partes foram abolidas e outras não em que baseiam-se para distinguir umas das outras ou para declarar quais são e quais não são válidas??? Qual o critério ou padrão a que recorrem???

A malignidade ficará assente caso declarem que tal decisão - de distinguir as partes válidas das não válidas do A T - cabe a cada individuo, crente ou leitor da Bíblia. Dado que uma tal questão pertença a esfera da subjetividade como evitar que surjam tantas seitas quanto cabeças??? Se disser que cabe ao espírito santo não saímos do lugar e se disser que cabe a liderança da seita a que pertence só nos restará rir... O A T continuará sendo partido como um boi no açougue e cada fanático levará a peça que preferir...

Certamente a divisão foi realizada, tinha de ser realizada, mas por quem cabia, i é, pelo divino Mestre Jesus e não por qualquer outro...

Eis porque qualquer Cristão bem pode abrir as páginas do Santo Evangelho e por elas verificar que parte do A T foi reconhecida como divina por Jesus e quais foram desconsideradas.

Claro que esta decisão sobre as partes do antigo testamento só pode ser decidida por Jesus i é a luz do Santo e divino Evangelho. Portanto, ao contrário do que dizem os pastores, nós Ortodoxos temos um critério e um critério externo, objetivo e divino.

Tais as palavras: "Não cuidem que vim eu abolir a LEI. Nenhum traço ou pingo da LEI será revogado, eu vim para observar a LEI e cumprir a profecia."
Há gente tarda e imbecil que faça desta passagem cavalo de batalha... embora seja ela duma simplicidade extrema.

O amigo quer dizer que a passagem acima é de fácil compreensão?

Nem mais nem menos.

Mas como?

Observe - A expressão LEI neste contexto só pode comportar dois sentidos e não mais que dois.

Lei aqui é a TORÁ ou o pentateuco i é tudo quanto a tradição judaica atribui a Moisés ou alguma parte específica dela, no dado o Decálogo.

Ou a lei irrevogável e divina é a Torá como um todo - em cada uma de suas partes e com todos os seus incisos, normas e regulamentos - ou limitasse ao código escrito sobre as tábuas de pedra, nem mais nem menos.

Se é a Torá, já o dissemos acima, devemos viver como os judeus do século VII a C.

Se parte alguma da Torá por mínima que seja, deve ser posta em vigor, estamos obrigados a adotar a dieta judaica - distinguindo entre animais puros e impuros - os trajes judaicos, as festas judaicas, etc absolutamente tudo, sem exceção.

Conclusão: Todos os judaizantes estão condenados por pecarem contra diversos incisos da lei.

Por escanhoar a barba, por tatuar, por usar lã e linho, por comer strogonoff - Não poderás cozinhas o bezerro no leite de sua mãe - por não apedrejar os idólatras, por não enforcas os blasfemadores, por não queimar bruxas, por ir a praia, etc, etc, etc, etc

Afinal nem os amishes e menonitas, lograram o milagre de viver a integralidade da Torá e estamos aguardando o aparecimento do primeiro judaizantes coerente no seio da cristandade protestante...

Ah mas Jesus revogou este ou aquele ponto da Torá! Pois permitiu que os apóstolos comecem sem lavar as mãos... Tocou os leprosos... Ficou a sós com a mulher samaritana... Falou contra a dieta, etc

Veja sr judaizante se Jesus declarou que parte alguma da Torá podia ser ABOLIDA e em seguida aboliu algumas partes você esta insinuando que Jesus entrou em contradição consigo mesmo, que mudou de opinião ou que mentiu...

Portanto se Jesus declarou que a LEI não podia ser revogada - por ser divina e portanto eterna e imutável - e em seguida, no curso de sua pregação, desconsiderou diversas partes da Torá é justamente porque para ele essa lei eterna, irrevogável e divina não era a Torá ou a totalidade da Torá.
Mas aquela parte especifica da Torá que sempre foi observada pelos Cristãos desde a Era apostólica e durante todo curso da História, o Decálogo.

A LEI a que se refere Jesus como irrevogável e divina e cujo teor jamais criticou só pode ser o Decálogo e não qualquer outra parte.

O Decálogo é de origem divina enquanto expressão de uma LEI natural, as outras partes da Torá são se origem puramente humana, de modo que sequer foram abolidas ou revogadas - jamais tiveram validade universal - mas pura e simplesmente desconsideradas por Jesus. Devendo ser igualmente desconsideradas pelos Cristãos, pelo simples fato de não serem judeus.

Nada mais fácil do que citar levianamente o Deuteronômio contra os espíritas, esotéricos e católicos; como se fosse parte do Evangelho ou tivesse sido escrito por Jesus. Acham que o Deuteronômio foi escrito por Jesus???? ENTÃO POR QUE NÃO VIVEM O DEUTERONÔMIO EM SUA INTEGRALIDADE??? Se foi escrito por Jesus por que vocês pecam selecionando algumas passagens com que agredir os dissidentes e desprezando todas as outras??? Se o Deuteronômio é tão sagrado quanto nosso Evangelho por que vocês não o colocam em prática ao invés de profana-lo selecionando o que convém e o que não convém??? Quem são vocês para partir e selecionar a palavra de Deus ou uma instituição divina??? Claro que partindo a Torá em pedaços como um boi no açougue e escolhendo com base no 'mal me quer, bem me quer' vocês demonstram que não a levam muito a sério...

Em abono ao quanto alegamos, basta dizer que em pleno ano 170 desta Era, o autor Cristão Hegesipo na Ypoummenata declarou ter verificado - após ter visitado diversas igrejas apostólicas como Corinto e Roma - que todas essas congregações tinham por norma 'A lei e os profetas' expressão tomada ao Evangelho e que certamente não podia referir-se a integralidade da Torá, uma vez que desde o ano 70 i é uma século antes, os Cristãos e judeus seguiam regras de vida diferentes, aqueles observando a LEI moral do Decálogo e o Sermão do monte e estes apenas a totalidade da Torá. Portanto o emprego da palavra LEI por Hegesipo reflete como os cristãos do ano 170 compreendiam esta passagem do Evangelho, tomando-a não pela Torá - que não observavam vivendo como judeus - mas pelo Decálogo.

A exceção dos ebionitas, que eram judeus fanáticos, os Cristãos, advertidos pelo Salvador, jamais tentaram viver a Torá e menos ainda impo-la aos conversos do paganismo.

Somente após a canonização da bíblia una por João Calvino as massas incultas da Europa moderna conceberam a opinião monstruosa segundo a qual a Torá em sua totalidade jamais fora questionada, revogada, abolida ou desconsiderada por Jesus, aventando a possibilidade de restaura-la no contexto 'cristão' ou melhor dizendo reformado. Tal a origem do sectarismo judaizante com seus ideais precipuamente teocráticos e obscurantistas.

Cumpre advertir que de nossa parte nada temos contra a religião judaica professada e praticada por judeus i é por descendentes do suposto patriarca Abraão. Nossa questão não é contra os judeus ou sua fé. Não nos cabe julgar a fé alheia mas vivera nossa. Quanto ao povo judeu nos atemos ao que já foi decretado por Alexandre, Augusto e Constantino - São cidadãos como outros quaisquer no pelo gozo de suas liberdades, sendo-lhes defeso viver segundo suas tradições e costumes ancestrais, o que neles é digno de aplauso e louvor.

Agora que Cristãos aspirem viver sobre o costume judaico, afirma-lo como cristão e aspirar impo-lo aos outros tecendo acusações sórdidas, isto não toleramos nem toleraremos estando dispostos a vindicar o nosso Cristianismo, apoiado pelas tradições. Quanto as judaizantes, isto é aos cristãos aparentes e sectários, a estes não pouparemos por um instante, denunciando-os como incoerentes, levianos e confusos. Se eles reabriram as suturas alinhavadas por Paulo não seremos nós quem haveremos de fecha-las! Afinal professando a divindade de Cristo e a Trindade Excelsa, serão idólatras e politeistas para os verdadeiros judeus e afirmando a necessidade de vivermos a moda judaica, serão supersticiosos aos olhos dos verdadeiros Cristãos, de modo que religiosamente falando, a semelhança da sogra de Pedro, não serão coisa alguma, ficando suspensos entre a sinagoga dos infiéis (a que não pertencem) e a Igreja de Cristo. (a que tampouco pertencem).

Quanto aos verdadeiros Cristãos, que se deleitam no Evangelho, satisfazem-se no Decálogo e nas profecias referentes a futura manifestação do Verbo Jesus, recebendo-as como as únicas partes divinas ou reveladas do Antigo testamento e tendo todas as outras - com suas imoralidades, crimes, mitos, fábulas, etc - em conta de puramente humanas enquanto produto natural da cultura. Destarte não regularão suas vidas segundo a cultura dos antigos judeus mas segundo as palavras e ensinamentos de Jesus, tal a Lei dos Cristãos.