quarta-feira, 4 de julho de 2018

Nazismo, protestantismo e catolicismo ou qual ideologia religiosa inspirou o nazismo?

tabela

"Se a Alemanha, que é um baluarte contra o comunismo, cair, toda a Europa se tornará comunista" disse Weizsacker ao cardeal Luigi Maglioni. A isso, o cardeal respondeu: "Que desgraça essa Alemanha com suas políticas antirreligiosas, ter suscitado tais preocupações."



No artigo anterior, dedicado aos 'católicos' mal orientados que se aproximam do nazismo ou de soluções parecidas com ele, reproduzimos certo número de testemunhos sobre os sentimentos acalentados pelos líderes nazistas a respeito da igreja romana e vimos que não nutriam qualquer simpatia para com ela.

Resta-nos analisar as relações entre o nazismo e o protestantismo, o que por sinal ja fizemos noutro artigo.

Principiarei declarando que a linguagem do principal ideólogo Nazista, Alfred Rosenberg, não é de modo algum a de uma papista, mas a de um protestante. Cita Lutero em diversas sessões do 'Mito' ou faz alusões a ele, inclusive contra o papado, o qual acusa por ter forjado um Jesus fraco e amoroso... Já aludimos a clássica marchinha nazi - O papa e o rabino fora!

Pudera - Não foram os Bispos, o papa romano ou o patriarca de Constantinopla que compuseram um panfleto intitulado - "Os judeus e suas mentiras.", mas o CRIADOR, INVENTOR E PAI DO PROTESTANTISMO, O Doutor Martinho Lutero, a quem chamam reformador, braço direito de Cristo, profeta das Alemanhas, Luz do Cristianismo, etc Ele foi quem compôs os primeiro panfleto nazista de que se tem notícias, aconselhando que os judeus fossem deportados, que suas sinagogas fossem queimadas, suas toras apreendidas, etc

Simples fiéis ou membros das igrejas Ortodoxa e papista já de haviam expresso equivocadamente a respeito dos judeus, embora jamais tivessem chegado a semelhante estado de agressividade. Diga o que disserem, tais homens não haviam fundado a Igreja Ortodoxa ou mesmo a igreja papista... eram simples fiéis e como simples fiéis falavam e suas palavras não constituiam leis para aquelas comunhões. Lutero não é simples membro da comunhão protestante, é seu mestre, fundador e guia! É o inventor e pai do protestantismo que pugna e clama contra os judeus assumindo uma postura marcadamente anti semita... Os antigos haviam concentrado sua carga contra a religião e a cultura dos judeus ou contra a influência que exerciam sobre alguns Cristãos. Lutero investiu contras pessoas dos judeus e aqui vai larga diferença.

De fato nós mesmos - e somos descendentes carnais dos judeus - nos opomos a sua fé a sua cultura e acima de tudo ao Cristianismo judaizado e judaizante; em nome da essência do Cristianismo. Mas não questionamos os direitos dos judeus ou a dignidade de suas pessoas... E reconhecemos a condição humana deles, e veneramos a liberdade deles.

Lutero no entanto, ao propor que fossem submetidos a trabalhos forçados, deportados, multados e perseguidos lançou os fundamentos da ideologia nazista - merecendo ser repetidamente citado como mestre e guia por Hitler, Streicher, Rosenberg e outros monstros.


NOSSO HITLER NADA MAIS FEZ DO QUE CONTINUAR A OBRA DO GRANDE REFORMADOR LUTERO. eis as palavras de Julius Streicher, ditas ao Tribunal de Nuremberg, mas costumeiramente ocultadas por essa 'benção de deus' chamada 'imprensa'...


Direi mais, apelarei as estatísticas -


Observe amigo leitor que em 1925 os protestantes correspondiam a 2/3 da população alemã, coisa de 60%. Já os papistas correspondiam a 1/3 i é a pouco mais de 30%. Conclusão a população protestante alemã constituia o dobro da população papista. Sendo para esperar que - admitido o pressuposto de que a relação entre o nazismo e ambas as comunhões fosse igual - as mesmas cifras representassem a relação entre o nazismo e as duas facções. É justamente o que não ocorre... Bastando para tanto examinar o quadro publicado acima.


Aqui a situação misteriosamente se inverte, assim os elementos Católicos relacionados com a resistência ao Nazismo na Alemanha chegam a 73 - caso adicionemos dois Ortodoxos, entre os quais S Alexandre Schmorell - enquanto os elementos protestantes (deveriamos esperar o dobro ou 146) não passam de 68.


Longe de nós, não é este o propósito, negar o mérito ou valor dos protestantes que resistiram ao nazismo. O que questionamos é o fato do protestantismo i é a doutrina ou a fé protestante ter suscitado menos resistência e o papismo mais, mesmo quando esta última fé era minoritária no pais. Eis um fato que precisa ser devidamente explicado ou esclarecido -


Leio nos processos de Nuremberg - ed 1968 Bruguera p 283 e encontro que em Dachau estavam internados 480 clérigos de lingua alemã, e que destes apenas 45 eram protestantes (!!!) - MENOS DE DEZ POR CENTO. Os clérigos papistas alemães perfaziam mais de 90% do clero aprisionado em Dachau, embora a fé protestante fosse, aquele tempo, a fé de 63 % dos alemães. Então como se explica que os pastores não comportassem pelo menos 63% dos clérigos aprisionados? Acaso teria sido o nazismo leniente face aos clérigos luteranos? O grande Niemoller o diga e os mártires Bonhoeffer!

Que o clero papista tenha se mostrado muito mais resistente que o clero protestante/luterano, demonstram todas as estatísticas -

The Clergy Barracks of Dachau : Statistics by main Nationalities[157]
Nationality Total number Total Catholic Total Released Total Transferred Total Liberated 29 April 1945 Total Deceased
Poland 1780 1748 78 4 830 868
Germany 447 411 208 100 45 94
France 156 153 5 4 137 10
Czechoslovakia 109 93 1 10 74 24
Netherlands 63 39 10 0 36 17
Yugoslavia 50 35 2 6 38 4
Belgium 46 46 1 3 33 9
Italy 28 28 0 1 26 1
Luxembourg 16 16 2 0 8 6
Total 2720 2579 314 132 1240 1034

Lay resistors

Note que segundo este quadro a situação não muda. 447 clérigos resistentes, 411 papistas e 36 apenas protestantes, menos de 10 % do total. E o protestantismo contava com a adesão de 63% de pop alemã, como já foi dito.

Passemos a Holanda (Netherlands) outra sociedade protestante, que aquele tempo contava com cerca de 60% de protestantes e 40% apenas de papistas. Esperamos também aqui que a resistência ao nazismo corresponda a divisão religiosa. E damos novamente com a mesma constatação - A situação de inverte na hora de se opor ao nazismo, aqui 60% dos clérigos são papistas e apenas 40% protestante. Como entende-lo? Como compreende-lo em aduzir, nos termos de Max Weber, que haja alguma 'Afinidade eletiva' ou vinculo essencial em termos de ideologia/cultura entre protestantismo e Nazismo???

Vou citar aqui apenas o cardeal Faulhaber autor de "Judenum, Christentum, germanentum." e adversário implacável do Nazismo - Foi este grande homem que ajudou o rabino mor de Munique a salvar os objetos sacros da sinagoga antes que fosse atacada e destruída pelos diabos nazistas. Passando a ser o primeiro dentre os desafetos do anti Cristo Adolf Hitler! Foi ele ainda que enviou 3000 judeus convertidos ao Brasil durante o governo Vargas. Antes disto havia declarado que todas as vidas humanas eram preciosas, inclusive as dos judeus.

Já em 1923 os nazistas haviam respondido a Roma declarando que Faulhaber se obstinava em denunciar suas ações contra os judeus, classificando-as como persecutórias e acrescentando que fariam a igreja sangrar! Faulhaber responde aos hitleristas dizendo que eram continuadores da Kulturkampf - Foi uma análise profunda, afinal o anti semitismo e o nazismo só poderiam ser bem sucedidos caso os ideais Católicos fossem infectados ou poluídos na fonte... pelo simples fato de derivarem dos panfletos de Lutero.

Pouco depois declarou que Católico algum deveria apoiar a perseguição feita aos judeus alemães. Mesmo Scholder admite que em seus sermões Faulhaber tentou barrar a introdução do que chama anti semitismo racial ou ideológico na igreja papista alemã. Dando a compreender que esta ideologia não estava presente na dita igreja, tendo sido elaborada por ateus, incrédulos e protestantes, na esteira de Lutero. Yves Congar tem plena razão de ver nos sermões daquele grande homem uma oposição ao nazismo e ao racismo, ao lado da velha oposição espiritual ou religiosa ao judaísmo, um tanto deturpada por culpar os atuais judeus. O que não torna sua posição menos anti racista e anti nazista como pretende G lewy. Temos de distinguir uma coisa da outra...

Cego pelo moralismo/puritano ele equivocou-se redondamente ao associar-se por algum tempo a um governo que condenava a embriagues e o fumo. Antecipou o erro dos anti abortistas de hoje, que confunde o catolicismo com o anti abortismo ou fazem da questão do aborto uma questão político/social, quando é antes de tudo uma questão pessoal. O que deve servir de lição aos Católicos, de modo a que jamais venham a imolar seu ideal social face a injunções moralistas, puritanas ou individuais. Seja como for, ele percebeu seu erro e corrigiu-se. Os nazistas compreenderam melhor o sentido dos sermões de Faulhaber do que Lapide e Martin Rhonheimer pois primeiramente invadiram e devastaram seu escritório e posteriormente sua casa, gritando: "Levem o traidor a Dachau."...

Ehler e Rychalak concluem sensatamente que dos Sermões de Faulhaber se deduz muito claramente o princípio da tolerância rcacial  e da tolerância religiosa quanto o judaísmo. O próprio Martin Niemoller reconheceu a grandeza de Faulhaber e descreveu-o como um homem audaz. Por isso agora é seu palácio episcopal que arde em chamas. Mais uma arte dos Nazis... O Rabino Dalin descreveu-o como 'Denodado adversário dos nazistas.' enquanto o rabino Stephen Wise descreveu-o como autêntico prelado Cristão que levantou sua voz destemida para proteger o povo judeu. O grande historiador anabatista Latourette referiu-se ao cardeal germânico como a "Um dos mais destemidos clérigos alemães que denunciaram em termos inequívocos o racismo, o tratamento dispensado aos judeus e demais doutrinas nazistas.". in The twentieth century in Europe - Taylor and Francis 1973 Marschall Dill apresenta-o como "O mais articulado anti nazista inserido na hierarquia Católica." in Germany: A modern History - Michigan press 1970Foi o pernicioso discurso anti comunista ou bolchevista (parcial e insuficiente) que levou o episcopado, ao menos durante algum, tempo, a esperar algo de Hitler. Os Bispos alemães tinha diante das vistas não só o calvário da Igreja Russa após o triunfo dos leninistas, com seu fanatismo anti eclesiástico como a situação da Alemanha após a primeira grande guerra. Assim quando Hitler assumiu um discurso tão anti comunista quanto os discurso de nossos capitalistas e protestantes de hoje, os Católicos tontos e apavorados, caíram como patos ou ficaram hipnotizados como um pássaro diante da víbora. Por um tempo os nazis iludira a igreja, evitaram sua ação saneadora e impediram-na de cumprir com sua vocação que é denunciar o mal. Hitler era um homem dissimulado e por algum tempo conseguiu conter uma igreja amedrontada. Enfim foram os nazistas que mandaram remover os crucifixos das escolas... das escolas Católicas???!!!

Em 1949 os hebreus da Bavaria agradeceram Faulhaber por ter "Salvo milhares de judeus o terror e da violência letal."

FACE A NAZISTAS, COMUNISTAS, ANARQUISTAS E CAPITALISTAS queremos ser e seremos, como Faulhaber REACIONÁRIOS CATÓLICOS!!!

Passemos ao Bispo Von Galen que fez uso da criticada concordata para impedir que a doutrina anti semita fosse introduzida nas escolas Católicas, advertindo ainda que aquela doutrina estava em oposição ao dever sagrado de amar o próximo como a si mesmo. Como resposta os nazistas mandaram retirar os crucifixos nas escolas... Ele ousou criticar a teoria da pureza racial e o Mein Kampf num de seus sermões.

Ao Card Preysing, a respeito do qual disse Hitler - Eis que os meus piores inimigos são esses homens vestidos de sotaina... - apoiou ativamente o trabalho de Margueritte Sommer em favor dos judeus, disto resultando o resgate de centenas de vidas preciosas.

Em 1933/ Dezembro os Bispos da Áustria se manifestaram nos seguintes termos: "A igreja Católica jamais concordou com os três erros fundamentais do Nazismo - A loucura racial, o anti semitismo virulento e o nacionalismo extremado." Diante de tudo isto, em que pesem as atitudes dos Bonhoeffer e de Niemoller, se me parece que o protestantismo não conseguiu articular-se suficientemente e assim suscitar uma resistência mais efetiva ou a altura da catástrofe nazista.

Estatisticamente o número de apoiantes nos levaria a mesmíssima constatação.

Temos nas atas do processo de Nuremberg 12 condenados a forca.

Destes três são citados como papistas, por terem confessado e comungado. Via de regra omite-se que Hans Frank, o mais resignado dos condenados a morte havia se convertido ao papismo após a prisão e que outro deles Kaltenbrunner - filho de pais anti religiosos - também se havia convertido algum tempo antes. É portanto desonesto atribuir a estes dois uma origem Católica - Ambos converteram-se a igreja para após terem cometido seus crimes, portanto não haviam sido inspirados por aquela fé.


Dentre estes doze criminosos condenados a morte, o único católico por nascimento e formação era Seyss Inquart. Sobre Julius Streicher algumas fontes declaram que seu pai era Católico, mas não sabemos adotou as crenças de seu pai ou de sua mãe... Na dúvida adicionamos Streicher, teríamos assim dois Católicos, mesmo sabendo que antes de morrer Streicher pediu uma Bíblia e não os Sacramentos. Mesmo adicionando Streicher temos aqui 15% de Católicos - Eles eram 31% na Alemanha de então.

Por questão de justiça adicionemos a estes doze - Goebels, Himmler, Eichmann e Hess, os quais parecem ter sido os grandes pilares do nazismo.

Teríamos assim 16 elementos.

Analisemos.







Goebels
e Himmler são comumente apresentados como Católicos pelos panfletários e de fato procediam de famílias papistas e esta era sua formação.

Goering e Bormann no entanto eram luteranos, Eichmann calvinista e Hess protestante. No caso deste último, o 'padre' que assistiu seus últimos momentos em Israel nada tinha de padre.
William Lovell Hull era um 'reverendo' protestante, um pastor. Eichmann por sinal não deu mínima mostra de culpa ou de arrependimento por ter trucidado milhares de poloneses, ciganos, russos e judeus; enquanto o acima citado Hans Frank - após sua conversão ao papismo - ofereceu sua vida como expiação, reconhecendo que sua sentença de condenação era justa.

Temos assim - ao menos em tese - doze criminosos nazistas de origem protestante (Hans Frank mais Eichmann e Hess) e quatro de origem romanista - Himmler, Goebels, Streicher (duvidoso que fosse Católico) e Seyss Inquart (Já dissemos que Frank e Kaltenbrunner CONVERTERAM-SE NA PRISÃO, APÓS SEUS CRIMES).

Em termos de estatística teríamos - 25% (1/4) dos grandes criminosos nazistas citados - nos baseamos no Trib de Nuremberg e adcc outros grandes líderes - seria DE ORIGEM papista (O que sequer significa que fossem papistas quando se tornaram nazistas como veremos abaixo) enquanto 75% seriam de origem protestante. Mais uma vez temos - agora entre os apoiantes do nazismo - que os protestantes foram mais vulneráveis do que os papistas... Afinal o papismo era a religião de 32% dos alemães aquele tempo. Mas nos quadros da liderança nazista não passavam de 25%. O protestantismo era a fé de 63% dos alemaẽs de então, nos altos quadros do nazismo porém, sua presença chega a 75%, 12% a mais...

Insistirão ainda os protestantes e os incrédulos que os apoiam que tudo isto é mera coincidência: O quadro da eleição, o número de clérigos aprisionados, o percentual de católicos resistentes, o percentual de papistas e protestantes apoiantes, etc  Nenhum destes nichos foge a regra, demonstrando cabalmente que as relações entre protestantismo ou luteranismo e nazismo eram bem mais próximas ou íntimas que entre o nazismo e o papismo, ideologias que por diversas vezes quase chegaram a um conflito aberto ou as vias de fato. Havia uma Kirchekampf e seu principal alvo era a igreja romana...

Agora, preciso dizer algumas palavras a respeito de Goebels e Himmler, os monstros de origem Católica. Incrédulos e protestantes mais ainda - querem tirar o próprio rabo da reta! - costumam dizer e declara que ambos eram nazistas e Católicos ou ainda (os fanáticos protestantes chegam a dize-lo!) que seus crimes foram inspirados por aquela fé. Será verdade?

Toda gente que não tem o costume de estudar ou ler, pode espiar os artigos em alemão ou inglês da wikipédia, com bibliografia seleta. Lá encontrarão a informação inconteste de que Himmler foi Católico devoto até aproximadamente os 23 anos de idade - Não era Nazista ainda. Quando envolveu-se com literatura ocultista e desertou da igreja. Pouco tempo depois aderiu ao nazismo - antes convivia com os judeus - e ao neo paganismo, declarando que a igreja devería ser aniquilada.

Goebels era igualmente de origem Católica e sua trajetória é similar a de Himmler. Antes não nutria sentimentos racistas, i é enquanto fora Católico e também se relacionava com judeus. Perdeu a fé pouco depois de ter completado 20 anos, apostatando. Após ter apostatado leu Spengler, Chamberleim, Marx e Lênin, sentiu-se confuso, foi cooptado pelo 'Mein Kampf' e como Himmler se tornou anti clerical ferrenho.

Como se vê nenhum deles tomou o racismo da igreja ou da fé em que haviam nascido ou sido criados, mas após terem perdido a fé e desertado da igreja receberam a ideologia do partido nazista, o qual recebera-a do ex luterano Rosenberg e de Julius Streicher, caluniador do Bispo Konrad Grober e inimigo declarado da Igreja romana. Como o próprio Hitler eles indicam amiúde sua fonte comum - O DOUTOR MARTINHO LUTERO, fundador do protestantismo. É sempre a ele que se reportam as fontes cristalinas do nazismo... Ao 'profeta alemão'...

Resta verificar se os que nasceram protestantes e assim foram criados, permaneceram protestantes e nazistas. Aqui a verificação torna-se difícil. Tudo quanto sabemos é que dos dez justiçados em - Goering se suicidou e Bormann não fora localizado - Nuremberg, a exceção dos três Católicos (Os dois convertidos de última hora mais Seyss Inquart) e do incrédulo Rosenberg, todos os outros pediram Bíblias. Quiçá dando a entender que a fé protestante jamais morrerá neles... A Bíblia é a religião dos protestantes, declarou Chilligworth no século XVII. É natural que os protestantes peçam Bíblias antes de virem a ser executados. Os Cristãos pedem um sacerdote, confessam e comungam; embora também possam pedir um exemplar do Santo Evangelho, o essencial para eles no entanto são os sacramentos, inclusive a Unção final. Não sei se tais homens sempre conservaram a fé ou passaram por alguma crise de consciência. Só sei que 60% deles manifestou seu protestantismo... o mesmo protestantismo que os levara a abraçar aquela infame causa.

Tanto Kaltenbrunner quanto Seyss Inquart proferiram palavras sábias e equilibradas antes de morrer, embora aquele tenha desejado boa sorte a Alemanha e este dito acreditar nela. Este último no entanto além de conformar-se com sua sentença declarou que após aquela Guerra fatídica 'A paz e o entendimento mútuo deveriam prevalecer entre as pessoas civilizadas.". Kaltenbrunner reconheceu que os líderes nazistas haviam cometido crimes indignos de um soldado.

Sobre o citado Hans Frank temos ainda este belo testemunho:

"Hans Frank foi o próximo no desfile da morte. FOI O ÚNICO DOS CONDENADOS A ENTRAR NA CÂMARA COM UM SORRISO EM SEU SEMBLANTE.... Esse homem, que se havia convertido a fé romana após sua prisão, parecia reconfortado com a perspectiva de expiar sua culpa pelos atos maléficos que havia cometido... Ele disse num suspiro: 'Agradeço pelo tratamento que tive durante o cativeiro e peço a Deus que me receba com misericórdia." Howard K Smith, reporter da CBS


Este homem já havia dito, logo após sua condenação: Eu o mereço, esperava por isto e estou satisfeito por ter tido a oportunidade de defender-me.Quanto as demais mortes. Dos que pediram as Bíblias...

Não me referirei a Sauckel, pois me parece que tenha sido injustiçado, ao menos em comparação com R Hess, e que quiçá merecesse prisão perpétua ou uma grande temporada na cadeia, mas não a morte. Por isso não reprovo sua indignação e estado de espírito.

Streicher morreu berrando 'Heil Hitler' como um energúmeno, pois fora arrastado de ceroulas.

Keitel morreu gritando 'TUDO pela Alemanha, a Alemanha acima de tudo.'

Ribbentrop também morreu dizendo: 'Salve a Alemanha.' E mesmo após ter assistido pelo pastor luterano Gerecke declarou: "Mesmo sabendo de tudo isto, caso Hitler entrasse nesta cela e dissesse 'Faz isto', eu o faria."
Jodl exclamou: 'Eu te saúdo Alemanha eterna', antes de subir ao patíbulo. Embora sua sentença tampouco tenha sido justa.

Frick por fim: 'Vida longa e eterna a Alemanha.'

Ao que parece nossos luteranos morreram renitentes e pensando na idolatrada Alemanha, apesar do pastor e da Bíblia.

Como se vê, o luteranismo não logrou desprender seus súditos do veneno nazista mesmo aos pés da cova. Tanto as atitudes como as palavras dos condenados papistas são de outro tom, mais comedido, ou mesmo penitente, como no caso de Hans Frank.

Por todas estas evidências argumento que o grau de resistência a ideologia nazista foi significativamente maior por parte da igreja para e seus aderentes do que por parte das orgs protestantes, em especial do luteranismo. Em que pese o encanto dos católicos ingênuos e tontos pelos discursos anti comunistas, editados naquele tempo por Hitler e hoje pelos protestantes e liberais. O poder de sedução sobre os imbecis, parece ser o mesmo. Que os Católicos aprendam com as lições da História e não repitam os erros de seus ancestrais, sendo ainda mais zelosos não apenas contra o comunismo, mas contra o anarquismo, o nazismo, o capitalismo e sobretudo contra as teocracias protestante e sunita. Nós não temos aliados porque nosso projeto é único.








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