III - Os fins ou objetivo do anarquismo: estado, autoridade e poder; Sociedade ou Individuo???
SOCIALISMO OU INDIVIDUALISMO???
Chegamos agora a questão dos fins ou do objetivo do anarquismo e é questão crucial porque se define quem é anarco socialista ou socialista libertário e quem é anarco individualista; enfim quem pertence a uma ou outra destas correntes opostas, incompatíveis e rivais.
Durante das discussões entre meus amigos anarquistas não poucas vezes ouvi (por parte dos individualistas) a tese de que todos eram anarquistas e que portanto deveriam trabalhar juntos. Isto porque os individualistas parecem conhecer muito melhor suas fontes e seus objetivos do que os 'socialistas', quase sempre demasiado ingênuos ou superficiais, ou mesmo confusos.
Como o socialismo esta cindido em duas correntes: autoritária e liberal, libertária ou democrática também o anarquismo esta cindido em dois partidos: o socialista e o individualista ou stirneriano.
E tal divisão diz respeito aos fins.
Ambos declaram aspirar pela destruição do que chamam de Estado.
Agora enquanto os socialistas pretendem substitui-los (tomo por guias a Bakhunin e Kropotkin) por algum outro tipo de organização social os individualistas, tomando ESTADO POR SOCIEDADE ou GRUPO SOCIAL tenciona aniquilar o estado para transferir o poder e a autoridade para os indivíduos. Observe-se que esta diferença é radical! Para Bakhunin e Kropotkin deve ser substituído por outro tipo de modelo ou organização social, para Stirner, Rand, Rootbarth, etc será substituído por individuos ou por organizações de carater puramente econômico.
Talvez, prezado amigo anarquista voce imagine que Bakhunin e Kropotkin tomavam Estado por Sociedade ou que, a semelhança de Stirner e seus sequazes cogitavam em abolir todo e qualquer tipo de autoridade. Há em certos anarquistas uma forte tendência para hostilizar e negar todo e qualquer tipo de autoridade. Mas tal tendência não esta presente em Bakhunin ou Kropotkin nem esta de acordo com o anarquismo socialista ou 'russo'.
Os alemães legatários de Lutero e sua tara anti eclesiástica é que conceberam a ideia de abolir todo e qualquer tipo de autoridade colocando o individuo acima de todas as coisas ou acima de tudo. E negando, consequentemente a existência da Sociedade (ou proclamando sua destruição) tal e qual o despadrado alemão negava a existência da igreja visível, No entanto apesar do despadrado a igreja de Roma continuou a existir visivelmente, como existe visivel e materialmente a Sociedade.
De fato o que Bakhunin e Kropotkin aspiram por destruir é o Estado concebido como um governo arbitrário exercido por um ou vários ou como a estrutura hierárquica de um macro estado. Neste sentido buscam a fragmentação do macro estado e sua substituição por pequenas unidades, comunas ou municípios e isto por uma razão bastante compreensível: Para que o governo arbitrário de um ou vários: a monarquia, a aristocracia ou a democracia formal e indireta pudessem ser substituídas pela democracia direta ou pura a semelhança do que temos no Landsgemeine suiço.
Durante das discussões entre meus amigos anarquistas não poucas vezes ouvi (por parte dos individualistas) a tese de que todos eram anarquistas e que portanto deveriam trabalhar juntos. Isto porque os individualistas parecem conhecer muito melhor suas fontes e seus objetivos do que os 'socialistas', quase sempre demasiado ingênuos ou superficiais, ou mesmo confusos.
Como o socialismo esta cindido em duas correntes: autoritária e liberal, libertária ou democrática também o anarquismo esta cindido em dois partidos: o socialista e o individualista ou stirneriano.
E tal divisão diz respeito aos fins.
Ambos declaram aspirar pela destruição do que chamam de Estado.
Agora enquanto os socialistas pretendem substitui-los (tomo por guias a Bakhunin e Kropotkin) por algum outro tipo de organização social os individualistas, tomando ESTADO POR SOCIEDADE ou GRUPO SOCIAL tenciona aniquilar o estado para transferir o poder e a autoridade para os indivíduos. Observe-se que esta diferença é radical! Para Bakhunin e Kropotkin deve ser substituído por outro tipo de modelo ou organização social, para Stirner, Rand, Rootbarth, etc será substituído por individuos ou por organizações de carater puramente econômico.
Talvez, prezado amigo anarquista voce imagine que Bakhunin e Kropotkin tomavam Estado por Sociedade ou que, a semelhança de Stirner e seus sequazes cogitavam em abolir todo e qualquer tipo de autoridade. Há em certos anarquistas uma forte tendência para hostilizar e negar todo e qualquer tipo de autoridade. Mas tal tendência não esta presente em Bakhunin ou Kropotkin nem esta de acordo com o anarquismo socialista ou 'russo'.
Os alemães legatários de Lutero e sua tara anti eclesiástica é que conceberam a ideia de abolir todo e qualquer tipo de autoridade colocando o individuo acima de todas as coisas ou acima de tudo. E negando, consequentemente a existência da Sociedade (ou proclamando sua destruição) tal e qual o despadrado alemão negava a existência da igreja visível, No entanto apesar do despadrado a igreja de Roma continuou a existir visivelmente, como existe visivel e materialmente a Sociedade.
De fato o que Bakhunin e Kropotkin aspiram por destruir é o Estado concebido como um governo arbitrário exercido por um ou vários ou como a estrutura hierárquica de um macro estado. Neste sentido buscam a fragmentação do macro estado e sua substituição por pequenas unidades, comunas ou municípios e isto por uma razão bastante compreensível: Para que o governo arbitrário de um ou vários: a monarquia, a aristocracia ou a democracia formal e indireta pudessem ser substituídas pela democracia direta ou pura a semelhança do que temos no Landsgemeine suiço.
Logo, no pensamento de um e outro há bastante espaço para um grupo social ou sociedade em termos de COMUNA, a qual sobrepõe-se a todos os individuos e exerce autoridade com a participação de todos i é numa perspectiva democrática. E tal é o poder desta autoridade social ou democrática em sua esfera ou espaço que aqueles que negam-se a admiti-la - afirma Bakhunin - podem ser postos fora dela, abandonados a solidão ou exilados. Assim, para viver a anarquia de Bakhunin é necessário conviver ou viver em sociedade. Apenas o tamanho desta sociedade é reduzido e por uma questão funcional: permitir a participação de todos no processo decisório, segundo o modelo da democracia pura ou direta, da POLICRACIA ENFIM.
Claro que Bakhunin e outros teóricos reservam um espaço para a pessoa humana. Espaço de direito natural que encontra-se para além da forma democrática e acima dela. Eles não eram menos inteligentes que Russeau nem tinham Russeau em conta de tonto. Isto em termos de personalismo. Pois a esfera pessoal ou particular das escolhas humanas contrapunham a esfera comum ou pública do político, buscando um sadio equilíbrio. Assim o espaço da pessoa com suas garantias e direitos não implicava na inexistência ou negação de um espaço comum ou seja da Sociedade. Antes implicava a busca duma concepção harmoniosa.
Claro que Bakhunin e outros teóricos reservam um espaço para a pessoa humana. Espaço de direito natural que encontra-se para além da forma democrática e acima dela. Eles não eram menos inteligentes que Russeau nem tinham Russeau em conta de tonto. Isto em termos de personalismo. Pois a esfera pessoal ou particular das escolhas humanas contrapunham a esfera comum ou pública do político, buscando um sadio equilíbrio. Assim o espaço da pessoa com suas garantias e direitos não implicava na inexistência ou negação de um espaço comum ou seja da Sociedade. Antes implicava a busca duma concepção harmoniosa.
Com Kropotkin (vide artigos contra Stirner e Spencer na Enciclopédia Britânica) penso que em tais termos não haja acordo possível. O ideal de Stirner é um caos de indivíduos separados, dispersos e isolados (o que nos leva necessariamente a um estado de luta ou ao darwinismo social - lei do mais forte, super homem e outros delírios) ou a anomia, império de arbitrariedades e injustiças; numa palavra o Leviatã de Hobbes. O ideal dos anarco socialistas russos é a convivência fraterna dos antigos gregos.
O fundamento da primeira cidade é o individualismo peculiar aos povos do Norte, afirmado e alimentado pela reforma protestante. A negação da Igreja, a negação da Sociedade, a negação da Comunhão e da Convivência... O fundamento da segunda cidade remonta a Clistenes e ao modelo helênico. São duas cidades não apenas distintas mas rivais. Uma busca a liberdade na convivência com as pessoas e num clima de respeito mútuo e fraternidade. A outra busca afirmar a ação descontrolada dos individuos... como se ve não há acordo possível entre as correntes individualista e socialista do anarquismo. São reinos tão distintas quanto os socialismos democráticos e o socialismo autoritário dos comunistas.
O fundamento da primeira cidade é o individualismo peculiar aos povos do Norte, afirmado e alimentado pela reforma protestante. A negação da Igreja, a negação da Sociedade, a negação da Comunhão e da Convivência... O fundamento da segunda cidade remonta a Clistenes e ao modelo helênico. São duas cidades não apenas distintas mas rivais. Uma busca a liberdade na convivência com as pessoas e num clima de respeito mútuo e fraternidade. A outra busca afirmar a ação descontrolada dos individuos... como se ve não há acordo possível entre as correntes individualista e socialista do anarquismo. São reinos tão distintas quanto os socialismos democráticos e o socialismo autoritário dos comunistas.
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