Apesar deste grande esforço, que prolongou-se por dois ou três séculos, as instituições democráticas jamais foram assimiladas pelos povo da Ásia.
Grosso modo podemos definir o helenismo como uma espécie de troca ou permuta em que o Oriente assimilou a lingua, as formas religiosas, a filosofia e o sentido da arte grega; sem todavia abrir mão da forma e espírito monárquicos. Em termos políticos foi a Grécia quem sacrificou até certo ponto o ideal da liberdade e da igualdade, aderindo a forma monárquica.
Até certo ponto a situação cultural do Leste do Mediterrâneo estava indefinida quando o Império Romano iniciou suas expansão e veio a assumir a forma monárquica.
Sucessivamente foi o ideal democrático diluído num caldo de cultura persa, sírio, romano... até perder-se totalmente de vista.
A contrapartida foi a fixação em tais regiões, do sentido de liberdade pessoal até então mais ou menos ignorado pelas monarquias divinas. Sentido reforçado ainda mais após o advento do Cristianismo.
Apesar de todos estes progressos conheceu o helenismo um adversário formidável no judaismo antigo ou proto farisaico dos Macabeus.
Ao que tudo índica o judaísmo antigo alimentou e inspirou a única ou a principal revolução anti helenística de que temos notícia e, semelhante revolução não podia deixar de inspirar-se em fontes religiosas, ou de beber no fanatismo incutido pela religiosidade mórbida dos antigos judeus.
Tudo começou quando alguns judeus, sem se afastarem da fé ancestral, aderiram ao modo de vida helenístico, substituindo as pesadas túnicas por clâmides, aderindo a prática de esportes, expondo o corpo livremente, abdicando da barba, abandonando a dieta, etc Foi o quanto bastou para que os demais judeus, cognominados Ortodoxos, denunciassem a apostasia de seus irmãos e passassem a persegui-los e a extermina-los sem misericórdia.
Os helenizantes não só resistiram como chamaram em seu socorro os pagãos ou helenistas da Síria. Resultando disto uma guerra aberta entre as duas partes! A princípio triunfaram os helenizantes, com apoio de Antíoco, rei da Síria. Posteriormente os Macabeus assumiram o controle da situação, destruindo o partido rival, lançando as bases da monarquia asmoneana e produzindo a cultura a que chamamos de farisaica.
Desde então a cultura farisaica carreou consigo um ódio cego a tudo quanto fosse pagão. Do que resultou as rebeliões de 70 e 134 d C, a destruição do Estado de Israel e a dispersão do povo judeu. Somente ao cabo de mil anos de convivência uma parcela dos judeus - liberais e moderados - logrou assimilar o pensamento 'Ocidental' em termos de democracia e laicismo.
No entanto enquanto os judeus, por meio dum processo tão lento quanto complexo, tornavam-se 'civilizados' conhecia o mundo outras erupções fundamentalistas. A primeira delas na Árabia do século VII desta Era e a segunda da Alemanha do século XVI. A primeira por meio da afirmação de um livro e a segunda por meio de um retorno a um livro.
Tal o caráter do islamismo e da reforma protestante enquanto sucessivos recuos face aos ideais helenísticos, especialmente face ao ideal libertário ou policrático.
A primeira delas ocorreu no coração mesmo da Ásia tomando por base o Corão. A segunda, embora tenha ocorrido no Norte da Europa toma por base ideológica a Tanak ou a Torá, iniciando ou acelerando ou processo de judaização ou sectarização do Cristianismo, em detrimento de seus ideais Católicos.
Ao que tudo índica o judaísmo antigo alimentou e inspirou a única ou a principal revolução anti helenística de que temos notícia e, semelhante revolução não podia deixar de inspirar-se em fontes religiosas, ou de beber no fanatismo incutido pela religiosidade mórbida dos antigos judeus.
Tudo começou quando alguns judeus, sem se afastarem da fé ancestral, aderiram ao modo de vida helenístico, substituindo as pesadas túnicas por clâmides, aderindo a prática de esportes, expondo o corpo livremente, abdicando da barba, abandonando a dieta, etc Foi o quanto bastou para que os demais judeus, cognominados Ortodoxos, denunciassem a apostasia de seus irmãos e passassem a persegui-los e a extermina-los sem misericórdia.
Os helenizantes não só resistiram como chamaram em seu socorro os pagãos ou helenistas da Síria. Resultando disto uma guerra aberta entre as duas partes! A princípio triunfaram os helenizantes, com apoio de Antíoco, rei da Síria. Posteriormente os Macabeus assumiram o controle da situação, destruindo o partido rival, lançando as bases da monarquia asmoneana e produzindo a cultura a que chamamos de farisaica.
Desde então a cultura farisaica carreou consigo um ódio cego a tudo quanto fosse pagão. Do que resultou as rebeliões de 70 e 134 d C, a destruição do Estado de Israel e a dispersão do povo judeu. Somente ao cabo de mil anos de convivência uma parcela dos judeus - liberais e moderados - logrou assimilar o pensamento 'Ocidental' em termos de democracia e laicismo.
No entanto enquanto os judeus, por meio dum processo tão lento quanto complexo, tornavam-se 'civilizados' conhecia o mundo outras erupções fundamentalistas. A primeira delas na Árabia do século VII desta Era e a segunda da Alemanha do século XVI. A primeira por meio da afirmação de um livro e a segunda por meio de um retorno a um livro.
Tal o caráter do islamismo e da reforma protestante enquanto sucessivos recuos face aos ideais helenísticos, especialmente face ao ideal libertário ou policrático.
A primeira delas ocorreu no coração mesmo da Ásia tomando por base o Corão. A segunda, embora tenha ocorrido no Norte da Europa toma por base ideológica a Tanak ou a Torá, iniciando ou acelerando ou processo de judaização ou sectarização do Cristianismo, em detrimento de seus ideais Católicos.
Por meio da primeira a cultura anti democrática e anti liberal como que retoma seu espaço original que é o Oriente ou a Ásia. De modo que as fronteiras da civilização recuam para a Europa. Islamização aqui é sinônimo de monarquia divina, teocracia ou califado. É o paradigma absolutista reconquistando seus territórios. É a aniquilação total do helenismo, a arabização.
Não erraram os analistas que perceberam um conflito irredutível entre Ocidente e Oriente, Europa e Ásia, Civilização e barbaridade; NÃO EM TERMOS DE RAÇA OU ETNIA mas certamente EM TERMOS DE CULTURA. Entre a cultura grega ou helenística com seu conteúdo humanista (que reconhece a liberdade humana e os direitos que dela decorrem) e a cultura asiática das monarquias divinas. Entre a visão democrático socialista e a visão hierárquico escravista de mundo.
O fiel da balança tem pendido para a Ásia ou para a cultura totalitária por ter esta recebido triplo reforço de natureza religiosa fornecido pelo judaismo antigo, pelo islamismo e pelo pentecostalismo. Cujo imaginário comum é essencialmente teocrático. Por meio do islã, como já dissemos, é o ideal da monarquia divina reafirmado no Oriente, por meio do luteranismo e do pentecostalismo principia a fazer seus estragos no Ocidente.
Não erraram os analistas que perceberam um conflito irredutível entre Ocidente e Oriente, Europa e Ásia, Civilização e barbaridade; NÃO EM TERMOS DE RAÇA OU ETNIA mas certamente EM TERMOS DE CULTURA. Entre a cultura grega ou helenística com seu conteúdo humanista (que reconhece a liberdade humana e os direitos que dela decorrem) e a cultura asiática das monarquias divinas. Entre a visão democrático socialista e a visão hierárquico escravista de mundo.
O fiel da balança tem pendido para a Ásia ou para a cultura totalitária por ter esta recebido triplo reforço de natureza religiosa fornecido pelo judaismo antigo, pelo islamismo e pelo pentecostalismo. Cujo imaginário comum é essencialmente teocrático. Por meio do islã, como já dissemos, é o ideal da monarquia divina reafirmado no Oriente, por meio do luteranismo e do pentecostalismo principia a fazer seus estragos no Ocidente.
Folgo apresentar judaísmo antigo, islamismo e biblismo como três sucessivos tsunamis culturais que por muito pouco não submergiram por completo da civilização humanista.
Nem posso deixar de pensar nos progressos feitos pelo islã na Europa como uma espécie de helenização invertida ou ao contrário. Trata-se duma reversão das cruzadas ou duma anti cruzada cujo fim é institucionalizar a sharia e converter o que chamam de Garb num novo califado. Desde o advento da democracia, cerca do século VII a c, estamos diante de um conflito de culturas ou de um embate ideológico entre o sentido da liberdade e o sentido da servidão.
Aqui a miséria dos nazistas consiste em compreendes este conflito em termos estritos de raça, quando na verdade estamos diante de um contesto ideológico que é multi racial ou pluralista. O que temos aqui é o conflito entre dos espaços caracterizados por duas culturas. A primeira delas, após afirmar-se como democrática, buscou reproduzir, consolidar ou perpetuar os princípios democráticos por meio da educação, fomentando um tipo de educação para a liberdade ou a democracia.
A outra, por falta de um aparelho educacional laico e democrático jamais conseguiu superar sua visão limitada de mundo. Na medida em que a religião manteve controle sobre o aparelho educacional, o Oriente jamais conseguiu produzir uma cultura democrática ou implementar espaços de liberdade. O fanatismo religioso esterilizou por assim dizer o intelecto das massas humanas espalhadas pelos confins da Ásia menos. Mais do que a qualquer fator é a ele que devemos o estado de apatia política comum aqueles povos!
E se é certo que Alexandre obteve relativo sucesso ao implantar as formas religiosas, a lingua e o sentido da liberdade pessoal, típicos da cultura grega, em tais rincões; a condenação dos estudos filosóficos pela ortodoxia acharita associada a eliminação do Catolicismo Ortodoxo não tardou a substituir o grego pelo árabe, a erradicar o sentido a liberdade (substituído pela crença supersticiosa no destino ou decreto) e em aniquilar por completo não só as formas religiosas pagãs, mas até mesmo a totalidade das artes plásticas. Do que resultou, em certo sentido, a retomada dos ideais proto farisaicos construídos em torno da doutrina da transcendência absoluta e da indignidade da imanência.
Então, o que assistimos no momento presente é o estádio final do recuo helenístico iniciado a cerca de quatorze séculos e uma revanche por parte do ideal asiático de Sociedade, alimentado sobretudo por um padrão semítico de pensamento misticamente forjado nas areias escaldantes dos desertos. O que presenciamos hoje é uma espécie de duelo cultural cujas raízes ideológicas tocam um lado ao regime popular inaugurado por Clístenes em Atenas e a outro ao proto farisaismo judaico. Este atualmente representado pelo islã sunita ou ortodoxo, aquele pelos que buscam ampliar a democracia meramente formal que nos foi dada por J Locke.
De um lado concentram-se as forças anti libertárias que aspiram por forjar um mundo essencialmente totalitário e do outro as forças que pretendem aprofundar e ampliar as instituições democrática, restaurando o modelo político que nos foi legado pelos antigos gregos.
Não nos achamos diante de quinhentos ou de mil e quatrocentos anos de combates, mas de vinte e cinco séculos de batalhas! Quem vencer norteará os rumos deste mundo por outros vinte e cinco séculos!
Nem posso deixar de pensar nos progressos feitos pelo islã na Europa como uma espécie de helenização invertida ou ao contrário. Trata-se duma reversão das cruzadas ou duma anti cruzada cujo fim é institucionalizar a sharia e converter o que chamam de Garb num novo califado. Desde o advento da democracia, cerca do século VII a c, estamos diante de um conflito de culturas ou de um embate ideológico entre o sentido da liberdade e o sentido da servidão.
Aqui a miséria dos nazistas consiste em compreendes este conflito em termos estritos de raça, quando na verdade estamos diante de um contesto ideológico que é multi racial ou pluralista. O que temos aqui é o conflito entre dos espaços caracterizados por duas culturas. A primeira delas, após afirmar-se como democrática, buscou reproduzir, consolidar ou perpetuar os princípios democráticos por meio da educação, fomentando um tipo de educação para a liberdade ou a democracia.
A outra, por falta de um aparelho educacional laico e democrático jamais conseguiu superar sua visão limitada de mundo. Na medida em que a religião manteve controle sobre o aparelho educacional, o Oriente jamais conseguiu produzir uma cultura democrática ou implementar espaços de liberdade. O fanatismo religioso esterilizou por assim dizer o intelecto das massas humanas espalhadas pelos confins da Ásia menos. Mais do que a qualquer fator é a ele que devemos o estado de apatia política comum aqueles povos!
E se é certo que Alexandre obteve relativo sucesso ao implantar as formas religiosas, a lingua e o sentido da liberdade pessoal, típicos da cultura grega, em tais rincões; a condenação dos estudos filosóficos pela ortodoxia acharita associada a eliminação do Catolicismo Ortodoxo não tardou a substituir o grego pelo árabe, a erradicar o sentido a liberdade (substituído pela crença supersticiosa no destino ou decreto) e em aniquilar por completo não só as formas religiosas pagãs, mas até mesmo a totalidade das artes plásticas. Do que resultou, em certo sentido, a retomada dos ideais proto farisaicos construídos em torno da doutrina da transcendência absoluta e da indignidade da imanência.
Então, o que assistimos no momento presente é o estádio final do recuo helenístico iniciado a cerca de quatorze séculos e uma revanche por parte do ideal asiático de Sociedade, alimentado sobretudo por um padrão semítico de pensamento misticamente forjado nas areias escaldantes dos desertos. O que presenciamos hoje é uma espécie de duelo cultural cujas raízes ideológicas tocam um lado ao regime popular inaugurado por Clístenes em Atenas e a outro ao proto farisaismo judaico. Este atualmente representado pelo islã sunita ou ortodoxo, aquele pelos que buscam ampliar a democracia meramente formal que nos foi dada por J Locke.
De um lado concentram-se as forças anti libertárias que aspiram por forjar um mundo essencialmente totalitário e do outro as forças que pretendem aprofundar e ampliar as instituições democrática, restaurando o modelo político que nos foi legado pelos antigos gregos.
Não nos achamos diante de quinhentos ou de mil e quatrocentos anos de combates, mas de vinte e cinco séculos de batalhas! Quem vencer norteará os rumos deste mundo por outros vinte e cinco séculos!
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