quinta-feira, 11 de maio de 2017

Lutero, Locke e D Trump


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"Que mal pode causar se um homem diz uma boa e grossa mentira por uma causa meritória e para o bem da Igreja (luterana)" (Grisar: 522) tais as palavras, do 'reformador' (sic) da Cristandade, proferida numa roda de teólogos congregada em Eisenach para debater sobre o perigo da licença de bigamia concedida ao eleitor Filipe de Hesse tornar-se pública.

Diante de tais circunstância optou o doutor Lutero por santificar a mentira como já havia abençoado e santificado muitos outros pecados.

Acaso não havia ele ensinado que: "Nenhum pecado pode nos separar d’Ele, mesmo se estivéssemos a matar ou cometer adultério milhares de vezes por dia."??? Saemmtliche Dr. Martinho Lutero Schriften, Carta n º 99, 1 de agosto de 1521

Aqui não foi melhor do que Maquiavel, o qual já havia introduzido a mentira na ordem política. Mas mil vezes pior, pois introduziu a mentira na obra daquele que disse: "Eu sou o caminho, a VERDADE  e a vida." 


E também:

"Todo aquele que mente procede do maligno." 


O profeta dos alemães no entanto aquilatou que era a verdade bem pouca coisa, e que podia oculta-la, obscurece-la ou nega-la sem maiores problemas.

E chegou inclusive a introduzir a mentira e o dolo nas coisas que encarava como sagradas. Assim em sua tradução do antigo testamento, obra em que emprestou os nomes pelos quais os sacerdotes eram conhecidos na Alemanha de seu tempo, aos sacerdotes do antigo Israel e até mesmo termos com que os romanistas distinguiam seus paramentos, alfaias e cerimônias, e isto com o premeditado intuito de identificar o clero romano com o clero israelita, fazendo aquele passar por assassino de Cristo.

De modo que a gente simples e semi analfabeta dos países protestantes foi levada a crer que Cristo havia sido morto por ordem do papa, dos cardeais, Bispos e padres Cristãos???!!!???

Além de explorar fábulas e narrativas em que ele mesmo não acreditava e de cuja autenticidade duvidava como a carta de Ulrich de Augsburgo. 
Enfim parte significativa de sua obra consistiu em falsear e mentir em nome de Cristo. Coisa que nem mesmo Maquiavel havia feito.

Assim o demagogo Donald Trump como bom protestante, mostrou-se excelente imitador de seu pai, M Lutero principiando por enganar sordidamente seu eleitorado ao qual prometeu não interferir na questão Síria ou seja não insistir a respeito da deposição de Assad, contrariar a Rússia e fortalecer ainda mais aquela calamidade que é o califado do ISIS.

Em semelhante conjuntura eu mesmo aquilatei sua proposta como sensata.


No entanto, mal o homem sentou seu traseiro imundo e sujo, na cátedra da casa branca (A qual tem derramado tanto sangue sobre a face da terra que deveria chamar-se Red house ou casa vermelha) e já se pôs a tramar contra Assad até bombardear a Síria e a 'apoiar' indiretamente o ISIS. Pois tudo quanto enfraquece a autoridade o líder sírio, fortalece o exército de fanáticos treinado pelos EEUU (!!!).

Tais os fatos!

A questão aqui consiste em saber que acontece a um determinado líder político, seja Yankee ou brasileiro (Pois estamos passando por uma situação ainda pior do que a que tem sido enfrentada pelos Norte americanos, a saber uma situação de golpe e ilegitimidade), quando descumpre as promessas feitas a seu eleitorado, atraiçoando o povo que deveria representar???

Quando alguém se elege enganando o eleitorado, que fazer?

Segundo os formalistas absolutamente nada.

Pois após a transferência do poder garantida pelas eleições livres, o povo fica sem poder algum... Passando o poder aos políticos eleitos por um certo prazo fixado por lei.

Ainda segundo esses pulhas, ao povo cabe apenas aceitar passivamente tudo quanto os traidores executam em seu nome durante este prazo ou seja a conformar-se. Tal a solução democrática, e como é 'bela'.

Quem não perceber que esses fariseus hipócritas concedem poderes ditatoriais aos políticos eleitos por um determinado prazo??? De modo que chegamos a um ditadura provisória ou limitada pelo tempo, apenas isto e nada mais que isto.

Apenas não é considerada ditadura porque é provisória, extinguindo-se em determinado tempo.

Mas, não podendo ser reprimida, corrigida ou removida de algum modo, é ditadura com 'prazo de validade'.

Em tais circunstância pode o parlamento fazer tudo quanto quer, mesmo operando em oposição a vontade popular.

Ueh Mas como pode representar a vontade popular sem estar de pleno acordo com ela?

E como pode haver democracia e legitimidade sem representação???

Afinal para que foram constituídos os tais políticos profissionais: Para representar ou para trair???

Se a transferência eletiva tem por base e fundamento da representação, que acontece quando entram em cena a infidelidade e a mentira?

Qualquer contrato de casamento, mesmo sobre o rígido regime da igreja antiga seria dado por anulado e roto.

Os advogados do formalismo no entanto, ao menos aqui, esqueceram ou fingem ter esquecido as preciosas lições fornecidas por John Locke, o pai da democracia burguesa ou representativa. O qual, nem por isso, havia mergulhado no pântano do formalismo...

Baseado no que acabamos de registrar logo acima, considerada Locke que na medida em que a vontade de um Parlamento ou de um governante eleito qualquer, conflita com a dos eleitores ou seja, com a autoridade do povo - A qual é por assim dizer a fonte do poder e da legitimidade - deve o Parlamento ceder, exercendo fielmente a representatividade para que foi constituido ou...

Nada mais importante na obra de Locke e nada mais atual do que este ou...

Nos casos em que o Parlamento se arvorasse em poder supremo contra a vontade popular era defeso aos cidadãos livres - Por meio doutra instância governativa ou DA FORÇA (isto mesmo 'Da força) - dissolve-lo.

Agora porque raios Locke atribuia ao povo o direito de dissolver um Parlamento legitimamente eleito?

Simples, porque a finalidade da eleição era constituir representantes ou seja elementos que conhecessem os pontos de vista de seus eleitores e fossem fiéis a eles, encarnando tais princípios. Sem o que as eleições e a representatividade perdiam sua razão de ser. Afinal para que eleger dominadores absolutos???

Aos olhos do teórico inglês da democracia caso o Parlamento resistisse a vontade popular e continuasse e a legislar em prejuízo dela, teríamos como já foi dito uma ditadura provisória, ficando caracterizada a ilegitimidade e estabelecido o direito de revolta, segundo o qual era defeso ao povo por os demagogos para correr.

E considere o leitor que aquele tempo não eram os tais representantes pagos para representar como o são nos EEUU e Brasil de hoje. Hoje são pagos para cumprir com seus deveres, pagos com nosso dinheiro, pagos com o provento de nossos impostos, pagos para - Como quaisquer outros funcionários - cumprir com seu dever que é representar, o que supõem honestidade e fidelidade. Evidente que a exemplo de todos os outros funcionários e servidores públicos, os cargos políticos correspondam a determinados condicionantes... No caso dos políticos eleitos este elemento condicionante é representar os eleitores. Em cessando a representação política cessa a legitimidade dos titulares, devendo ser removidos de seus cargos, de um modo ou de outro... Do contrário teremos uma ditadura, e o que é mais cômico, financiada ou paga por nós mesmos!

Observe agora o leitor que dissolver um parlamento infiel ou derrubar um tirano não constitui apenas um direito sagrado e inalienável derivado das fontes democráticas. Do ponto de vista da cidadania e da liberdade constitui um dever.

A essas horas o demagogo Donald Trump já deveria estar sendo convocado ou mesmo processado pelo Senado de seu pais...

Que dizer então de um país em que um elemento golpista, leva a cabo, arbitrariamente, uma reforma sacrílega - Da previdência - sem o apoio do povo??? De um governo imoral, que exime certas categorias da Reforma, estabelecendo um estado de exceção??? Privilegiando aos próprios políticos, a casta militar e aos policiais, como se tais elementos fossem superiores e os demais cidadãos de categoria inferior ou de segunda classe??? Que tem se estribado em mentiras e falsa propaganda??? Que tem ousado reprimir cidadãos livres no exercício sagrado de seus direitos assegurados pela Constituição??? Quem tem por único fim aquecer o mercado e a iniciativa privada? Que locupleta-se por meio dos cargos que detém e prevarica sordidamente???

Se Trump merecia ter sido reprovado ou corrigido pelo parlamento de seu pais caso John Locke fosse levado a sério, que pensar dobre o 'governo' do Brasil???

Que pensar sobre um governo que não foi diretamente eleito pelo povo? Sobre um governo empossado após a derrubada de uma presidente honesta por um bando de ladrões e corruptos liderados por um mafioso como Eduardo Cunha? Sobre um governo cuja tacha de aprovação não chega a dez porcento? Sobre um governo cuja pauta principal consiste em impor, a toque de caixa, toda uma série de reformar anti populares? Sobre um governo voltado exclusivamente para as necessidades artificiais impostas pelo Mercado financeiro? Sobre um governo imposto pela FIESP???

Julgue você, leitor benevolente, o que um povo livre e soberano já deveria ter feito com um governo desse tipo???

Isto é claro se John Locke fosse conhecido e levado a sério...

Enfim se foi para constituir essa ditadura provisória, mas tão abjeta quanto as velhas monarquias, por que não mantivemos a monarquia???





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