Como Católico Ortodoxo sempre fui e sou favorável não a missa tridentina porém a Missa medieval, de S Pedro ou de S Gregório, filho da tradição, fiel, coerente e portanto adversário de qualquer inovação ou mudança no plano da adoração ou do culto.
Distingua-se - Sempre encarei com franca simpatia o ideário tradicionalista ou lefrevista em torno da adoração tradicional. Porém, quanto os tridentinos em si há muito que cessei de simpatizar com eles, chegando as vias da ojeiriza.
Pois me parecem semelhantes as árvores estéreis e secas, as quais não produzem frutos bons. Paradoxalmente por via do moralismo ou do puritanismo de matriz calvinista tornaram-se eles estéreis quanto as obras legitimamente Cristãs... E a beleza do ritual, sendo malbaratada, não tem produzido frutos neles.
Leitor de Lefrevre, de George de Nantes e outros tradicionalista, inclusive do velho H Delassus, ao qual, ao menos em parte não faltava razão, assumi a tradição 'in totum', condenando o sifilização em sua totalidade e não apenas pragmática ou fingidamente ou seja quanto ao que me agradasse ou desagradasse. Compus apenas com a democracia ou com o liberalismo político (Que tornou-se exacerbado em mim.) após ter lido Leão XII (Refiro-me a sua 'reprimenda' a Albert de Mun.) e acompanhando-o e, em seguida com o liberalismo religioso ou com o direito dos seres humanos exercerem a liberdade religiosa, isto por força da Tradição, graças a meus estudos quanto a literatura patrística.
Quer dizer isto que com Lefevre e fiel ao pensamento lefreviano ou tradicional jamais assimilei este elemento exógeno e estranho do 'liberalismo econômico', alias parte essencial da cultura moderna e protestante. Isto ao contrário da oportunista e leviana TFP, que serviu de modelo a este tradicionalismo incoerente e enfermiço florescente no Brasil. Venenosa foi tal inspiração...
Triste saber que entre nos Brasileiros foi o ritual antigo adotado por questões de exterioridade ou ritualismo e não de vida espiritual. Uma vez que a autêntica fé e a religiosidade apostólica não faz negociações... Entre nós no entanto os adeptos da seita, distorcendo por completo os ensinamentos de Leão XIII e da tradição da Igreja como um todo, mancomunaram-se com o liberalismo econômico, assumindo seus postulados anti Cristãos e ocupando-se em criticar apenas o comunismo. Digo, não apenas pouparam como apoiaram ativamente este modelo econômico materialista de origem protestante. O que não foi feito sem graves consequências em termos de proximidade com concepções e métodos protestantes ora importados dos EUA, os quais evidentemente fogem por completo a Ética Cristã e a lei do Evangelho.
É como se para dar combate a Marx ou melhor a Lênin tivessem recorrido a Maquiavel... O que equivale a expulsar Belzebu com Belzebu. Pois não precisamos de mentiras, calúnias ou difamações com que reprochar o comunismo ou quaisquer culturas de morte e quanto damos combate ao comunismo e a quaisquer culturas de morte, devemos faze-los como Cristãos Católicos i é com ética ou honestamente. Sintomático que nossos 'tracidionaleiros' do Brasil tenham reproduzido o que há de pior numa propaganda calvinista que se torna luterana. (Quem for capaz entenda o trocadilho.) - Nossos TFPentelhos trocaram a solida crítica dos Pes Chambre e Calvez por toda essa miséria protestante e sectária. E a geração atual segue pelo mesmo caminho tenebroso.
Afinal a questão da TFP e de todas as seitas que dela procedem era conservar a todo custo o monopólio da terra ou a propriedade improdutiva das famílias ricas e não pugnar pela fé de nossos ancestrais e, menos ainda, assumir a vida Cristã em sua totalidade e profundidade - O que tampouco parece ser pauta dos nossos Tridentícolas de missa dominical.
Por mais que como Ortodoxos defendamos o ritual ou o ofício litúrgico e, entre nós a missa tridentina ou a Missa petrino/gregoriana jamais defenderemos um Catolicismo Ortodoxo (Ou um romanismo.) de missa dominical. Uma coisa é ir a missa aos Domingos quando não haja impedimento sério, outra dizer que tal e suficiente para ser Bom Cristão ou resumir a prática religiosa a ida da família a missa, isso seria bom para o Luteranismo, jamais para o Cristianismo antigo, Católico, Ortodoxo ou tradicional... Tampouco seria Ortodoxia ou Catolicismo (ou sequer papismo) assumir uma moralidade pessoal estrita ou puritana advinda do protestantismo, pois o que teríamos a qui e o que temos aqui é Calvinismo e ainda protestantismo.
Digo isto, marco e pontuo, porque sob auspícios da cultura protestante e individualista (Muito próxima do liberalismo econômico.) já a partir do século XVIII mas principalmente a partir do século XIX, surgiu no seio da igreja apostólica romana ou entre os apostólicos romanos uma ideia nova e essencialmente falsa segundo a qual bastava ao papista (Insinua-se isto hoje no seio do Catolicismo ortodoxo com grande sucesso.) ir a Missa, sozinho ou em companhia da família, aos Domingos ou mesmo diariamente, rezar, comungar e viver uma moralidade individual no seio de sua família, ou isolado face a comunidade, para ser um excelente Cristão. Tal a gênese do que começa a esboçar-se como Ideologia libera economicista 'católica' (A expressão é absurda, ímpia e herética!).
No entanto - Afirmo-o como Bacharel em História - remonta esse novo modelo ou ethós 'católico', a reforma protestante (Cujo teor foi, desde o princípio individualista.) jamais a Idade Média e menos ainda a Antiguidade, ao padrão apostólico, ao Evangelho ou mesmo a antiga cultura israelita... períodos e modelos sócio culturais nos quais nada encontramos em termos de isolamento ou individualismo. A começar pelo século XVII, caso recuemos cada vez mais no tempo, vamos deparando com um romanismo cada vez mais social, gregário, solidário, fraterno... Ou com o papista integrado em sua comunidade e em comunhão orgânica com sua comunidade. O que é perceptível no mesmo no Anglo Catolicismo até o século XVIII ou ainda até meados de 1830, tendo sido memorável primeiramente a briga do arcebispo Laud contra as ambições da burguesia calvinista no século XVII e ainda a luta das paróquias e do espírito paroquial face a movimentação de pessoas exigida pelas fábricas até 1830. Isto quando a um modelo em parte contaminado pelo individualismo protestante. Que dizer então de um Portugal ou de uma Espanha nos século XVI, XV, XIV - Nada, nada de liberalismo econômico ou mesmo de isolamento social por parte dos Cristãos e sim de profunda conexão.
Foi dissimuladamente ou por meio da literatura protestante que o ideal sacrílego, anti tradicional e anti medieval do isolamento burguês ou das famílias burguesas em seus 'paraísos artificiais' desconectados da realidade social infiltrou-se na igreja romana - Partindo daí inclusive o modelo de guetos, digo, de bairros luxuosos onde passaram a viver os ricos, distante dos pobres, isoladamente, como que para não ve-los. O que entre nós culminou nas favelas onde os demais batizados morriam de fome sem que os bons Cristãos se preocupassem. Esse ideal egoísta e criminoso de isolamento foi assimilado. Não partiu nem podia ter partido da igreja romana. A partir do século XVIII e principalmente do século XIX (Com um modelo vitoriano posterior a 1830) que consolidou-se a ideia perversa de um Cristianismo de missa dominical i é limitado a algumas horas de reza ou de cerimonial separado da vida Cristã.
Lamentavelmente os papistas (Como nossos Ortodoxos do tempo presente.) não tardaram a concluir - Com Lutero e Calvino, e os protestantes - que não precisavam ser Cristãos enquanto patrões, mas apenas dentro de seus lares ou apenas nos templos durante as missas... A abominável constatação é que não era necessário ser Cristão com o vizinho, com o funcionário público ou com o empregado. E criou-se uma moralzinha cristã apenas para a família ou os parentes. Quanto segundo a doutrina Cristã pelo batismo somos todos parentes ou irmãos, membros da mesma família e obrigados a fraternidade. Toda essa atmosfera cultural protestante, individualista e liberal destruiu o sentido tradicional da vida Cristã, por sinal, quanto a este quesito, muito próximo do judaísmo e do islamismo.
Sob influxo da cultura protestante foram os Cristãos, antes de tudo os apostólicos romanos, alienando-se paulatinamente uns dos outros e afastando-se dos ideais vigentes na antiguidade ou na Idade média, estes autenticamente Cristãos e patenteados pela Tradição. Até ousarem os apóstatas, a partir de apelações pífias com base nos socialismos naturalistas ou no comunismo, conceberem um capitalismo 'católico' i é apostólico romano, chegando ao cúmulo da monstruosidade. Tanto pior a situação da Igreja romana por ter ela, em seus documentos oficiais, condenado o comunismo; e descuidar de condenar o 'éthos' capitalista, por já estar condenado pela tradição sob o termo avareza ou por tocar - A condenação, apenas a sua intencionalidade e não a sua estrutura. A partir disto, parte dos apostólicos romanos concluiu, que seu éthos ou intencionalidade é aceitáve; o que não está de acordo com o ensinamento dos padres da Igreja. Seja como for essa omissão ou falta de profundidade favoreceu a manipulação que agora testemunhamos - Quanto a alguns papistas como o sr Paulo Cogos quererem batizar ou Crismar uma doutrina herética e uma prática pecaminosa, já por ser a ideologia liberal economicista materialista e individualista. Ora é o materialismo uma erro filosófico ou metafísico equivalente a heresia e o individualismo ou egoísmo um vício pecaminoso.
Seja como for o citado Cogos chegou ao desplante de indigitar S João Crisóstomo - Do qual possuímos diversos Sermões contra os ricos ou avarentos! - como partidário de uma entidade cultural que originou-se a partir da heresia protestante, incorrendo por isso mesmo em anacronismo. E foi tão anacrônico quanto K. Marx ao transplantar o conceito de classes para a Antiguidade ou a I Média...
Remetemos ao sr Cogos a obra 'Porque a igreja condena os ricos' publicada pela Ed Paulinas nos anos oitenta ou a qualquer Patrologia como a Badenhawer, a Tixeront, a Cayré, a Altaner/Stuiber, a Drobner, etc se é que já folheou alguma dela. Afinal quem escreve estas linhas teve já a oportunidade de folhear a L. E. Du Pin, Lipomanno, Possevino, Tricalet, etc sem jamais deparar com misera linha em torno do liberalismo economico.
E quem diz que os antigos padres tinham conhecimento dessa ideologia bem poderia escrever, com a mesma seriedade, que entendiam os padres de programas de computador ou ainda que usassem aplicativos...
Sr Cogos, nos bancos da academia aprendi que posso discordar de determinado autor ou mesmo antipatizar com ele porem jamais atribuir a si o que jamais ensinou, pois e deslealdade.
Melhor seria o sr assumir com os neo papistas ou com um neo ortodoxo impugnado por mim, que a tradicao da igreja ou melhor que a Divina Revelacao, e por ext., a autoridade de Jesus Cristo, do Evangelho, da Cristandade, nao toca a producao ou as relacoes economicas. Ficando tudo isto num setor afora ou aparte da Religiao, qual, portanto, regularia a si mesmo. Destarte sua face de positivista (E portanto de heretico.) viria a plena luz do dia. Na medida em que o sr estaria assumindo o principio anti Cristao e anti etico do MNI.
Nao fundamentalista, sr Cogos, admito a vigencia do MNI quanto as ciencias de fato exatas ou nao humanas e mesmo assim no plano da Teoria. Pois as certas experiencias cientificas que tocam a vida humana ou animal embrenham-se pelo caminho da etica, assim pelo caminho da etica revelada. Deveria portanto o sr comecar demonstrando que a economia sob aspecto algum e uma ciencia humana, o que foi ensaiado ja, em que pese a miseria, por um colosso como Pareto. Por que o sr nao gasta seu precioso tempo desenvolvendo as teses de Pareto ao inves de perde-lo invadindo terreno que nao e seu, como o da Patristica e o da Patrologia. Por isso vou responder-lhe - Como se diz `Na lata` - Sapateiro, nao passe dos sapatos... Outra possibilidade fecunda para o sr e alegar que sua igreja ou qualquer outra igreja apostolica (Nao me venha com seitas protestantes e claro.) ou o Catolicismo Ortodoxo como um todo, jamais pretendeu exercer sua autoridade no campo da economia ou regular as atividades economicas executadas por seus filhos. Advirto-o no entanto que entrando o sr por essa outra via, como Historiador ecelesiastico que sou, vou remete-lo ao Bulario de Jaffe... Compreende???
Liberalismo economico. Que piada sr Cagos, perdao, digo Cogos... Das duas uma> Como pessimo aluno de Socrates ou do Estagirita o sr nao sabe conceituar o que seja liberalismo economico ou jamais leu palha dos Padres da Igreja ou das Enciclicas de seus lideres, os papas... o que seria leviandade de sua parte. Caso essa atividade humana que e a economia nao tocasse a etica e assim a divina revelacao `Rerum novarum` nao passaria de inutilidade... Da mesma forma Pio XI teria gasto toneladas de tinta e resmas de papel em vao. Percebe como o sr apresenta os membros mais ilustres de sua religiao como beocios, por discorrerem amplamente sobre algo que foge a compentencia deles???
Por que seus papas nao se contentaram em recomendar aos fieis a leitura de um Ricardo ou de um Bastiat... Por que nao rechearam suas Enclicas com luminosas citacoes de Molinari ou Mises??? Tens a resposta da Igreja nas entrelinhas sr Cagos, digo Cogos... Igreja apostolica alguma, Igreja tradicional alguma, Igreja historica algum pode deixar de revindicar autoridade no plano da Economia ou da etica, por avalia-la como uma atividade humana conectada as outras e nao sob o falso prisma positivista do isolamento. Pelos simples fato que a ciencia e o conhecimento de modo geral nao e produzido de forma compartimentada como imaginam os filhos de Litree.
Torno no entanto ao inicio de minha critica - Sua afirmacao e monstruosamente anacronica. Nem o sr poderia apontar-nos seriamente qualquer modelo social individualista anterior ao protestantismo no entorno do Mediterraneo ou na Asia. O desafio esta lancado e o sr deve ser um excelente historiador, do contrario consiga um bem bom para debater publicamente comigo, pois ja lhe digo que nao sou comunista ou anarquista (O que alias e publico e obvio - Pois sou bem reconhecido como culturalista!).
Desde ja no entanto ensaiarei uma aula gratis - Tendo se manifestado o Verbo Encarnado Jesus Cristo para criticar ou censurar os israelitas e suas crencas ou para demolir o judaismo antigo, ao menos quanto a um ponto esteve nosso Jesus de pleno acordo com eles, i e, com os antigos judeus e precisamente quanto a organizacao social deles que era gregaria, fraternalista ou solidaria. Conhecida e a preocupacao do hebreu para com outro hebreu, o sentido de conexao ou de identidade, enfim a dimensao social da vida... Notorio que esse ideario tenha sido assumido pelo Cristandade e transmitido de geracao em geracao a todas as epocas e idades futuras ate o advento do protestantismo no Norte da Europa, o qual rompe com a autentica tradicao Crista, inventa ou cria um novo modo de ser e produz um outro padrao cultural cada vez mais assumido pela igreja papa e enfim pela ortodoxia, o que alias podemos descrever com uma simples palavra> Apostasia.
Sr Cagos ou melhor Cogos, a infiltracao do principio espurio do egoismo ou do individualismo na Cidade de Deus ou na Republica Crista a partir da reforma protestante corresponde a Historia de uma apostasia, nem mais nem menos. Pois toda distorcao do ideal Cristao, qualquer abreviacao em torno do sentido Cristao ou ainda qualquer tentiva reducionista em termos de consciencia Crista devera ser definido em termos de apostasia essencial, e o protestantismo e seu comeco ou ponto de partida.
Foi do protestantismo que partiram absolutismo, jansenismo, capitalismo, kantismo (Subjetivismo e relativismo), moralismo puritanismo, etc enfim todas essas poluicoes. Dai o ecumenismo pratico e perverso dos tridenticolas em termos de cultura - Hipocrita, fingido e ainda mais grave que o ecumenismo teorico da TL. Ecumenismo de esquerda e de direita, tudo farinha do mesmo saco e anti papista ou anti Catolico. Ortodoxo ou papista jamais assume idearios, principios, valores, elementos ou projetos protestantes, como bem sabia o Duque de Guise ou Garcia Moreno. O Cristao apostolico jamais apoia uma politica inspirada no americanismo ou um presidemente associado a um bando de pastores parasitas e venais. Aqui nao ha aproximacao, negociacao ou acordo possivel.
Concedo aos romanos e quica a alguns ortodoxos o privilegio da neutralidade, do afastamento, da alienacao. Enfim o direito de nao se intrometer ou de nao opinar. Como ex protestante jamais cessarei, por um instante, de denunciar como falsos os romanos ou os ortodoxos que assumem pautas ou elementos da cultura protestante, uma vez que nos Cristaos temos nossa propria orientacao, nossa pauta e nosso ideario. Ou ja viram os srs misturar a agua com o oleo???
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