segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Mais problemas de Socialismo - Foi esta teoria ultrapassada?

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Após termos considerado a situação das sociedades contemporâneas reguladas pela ideologia Capitalista ou as consequências produzidas por esta ideologia, não menos utópica e certamente mais irracional e insidiosa do que o socialismo, podemos passar a terceira questão, proposta nos seguintes termos:

"Não é - o socialismo - uma ideologia ultrapassada? A ideia de Marx daria certo no nosso contexto hoje?"

De minha parte começarei apontando um aspecto bastante curioso e contraditório da crítica direcionada o modelo socialista.

Curioso e sobremodo curioso que alguns adversários destes sistema acusem-no de utópico enquanto que outros acusam-no de ultrapassado. Mas como poder ser utópico, i é impossível de ser implantado ou realizado no mundo e ao mesmo tempo ultrapassado, logo até certo ponto trivial ou comum?

Seja como for a indagação posta nestes termos - Se foi ele, o socialismo, ultrapassado? - é importante na medida em que damos com ele em diversas situações geográficas e históricas não enquanto mera ideologia utópica mas enquanto práxis ou prática i é enquanto modelo de organização social.

Nem é como mera ideologia que deve ser avaliado, ele ou o capitalismo; mas na prática ou na aplicação.

Neste sentido é perfeitamente redarguir com outra pergunta: E o capitalismo, não é ele uma ideologia ultrapassada? Pelo simples fato de nos ter conduzido a beira de um colapso ambiental ou de um suicídio enquanto espécie? Pelo simples fato de ter acenado com o infinito num sistema que é finito? Por ter sancionada a tendência do indivíduo tornar-se lobo do outro? Por ter estancado a circulação das elites e criado um Império de medíocres (Reverto assim a crítica favorável dos elitistas mal informados)? Por ter ignorado supinamente a existência da dimensão ética da vida conforma as lições do positivismo? Por ter promovido um sem número de guerras fratricidas? Por não poucas vezes ter 'brincado' com o veneno do fanatismo religioso?

Por quanto mais nossa terra poderá resistir?

Não sabemos, mas intuímos que não nos resta mais muito tempo...

E tudo graças a quem?

A teoria segundo a qual o principal objetivo desta vida é obter dinheiro, lucro ou fortuna em máximo grau, SE POSSÍVEL, honestamente.

Dados os objetivos foram delineados os meios, os quais conhecemos muito bem...

E agora temos diante de nós os resultados - milhares de espécies de plantas e vegetais definitivamente extintos, a terra em estado de super aquecimento, os pólos derretendo, os oceanos subindo de nível, os tornados e ciclones tornando-se mais poderosos, etc, etc, etc E gente e mais gente dizendo que tudo isto é perfeitamente normal ou mesmo que não esta acontecendo absolutamente nada. Que somos uns tolos cooptados pela propaganda vermelha, cujo objetivo é massacrar a reputação do bom e velho capitalismo!!!

Diante de tudo isto que ouvimos por parte dos chefes ou das cabeças medíocres ou mesmo imbecis do sistema (Bush e ou Trump)???

Que o ritmo da economia Norte americana é mais importante do que a conservação do planeta ou que não podemos parar de produzir...

Tal a resposta que nos é oferecida pelo sistema da moda ou do momento.

Mas os tubarões estão atacando os banhistas nas praias do Recife, coisa que jamais se viu... Tudo efeito da propaganda socialista ou do PT, os tubarões foram certamente cooptados.

Por fim como falar na viabilidade ou no sucesso de um sistema responsável pela depredação do planeta no mais alto grau e que continua, após dois séculos, repetindo como mantra que devemos acumular, lucrar, produzir ou explorar ao máximo????!!!! Que nível de racionalidade pode existir neste padrão de pensamento???

Fomos enganados desde o princípio por um sistema falacioso que editou promessas em torno de infinitude ou ilimitação num espaço material que é finito e quantificável.

O que nos leva a sonhar com foguetes e colônias na lua ou em Marte onde possamos continuar a explotação após termos transformado este nosso planeta num cadáver um numa carniça ambulante, contaminado por um nível de poluição jamais visto no universo observável. Estamos no mínimo transformando a terra em que vivemos num imenso lixão, monturo ou depósito de resíduos, e ainda não podemos sair dela ou abandonada a semelhança dos ratos que saltam do convés.

Apesar disto o discurso é o mesmo e se mantém inalterado, havendo quem insista em tecer loas e dirigir aplausos ao deus capital.

Agora vou revelar ao amigo leitor uma verdade importante e a respeito da qual muito devemos meditar: E este nosso mundo todo infectado por sucessivas epidemias de socialismo não é o ambiente ou mundo ideal sonhado pelos liberais ou capitalistas...

Como é???

Isso mesmo. Devido ao maior ou menor grau de contaminação socialista produzida pela revolta ou pela resistência de tantos idiotas, o capitalismo jamais atingiu o seu nível ideal de desenvolvimento porque jamais foi de fato deixado livre e ao sabor de suas próprias forças!!!! Você compreendeu bem???

Diante disto temos de considerar a profunda reflexão do outro Karl, o Polayni: Via de regra desdouramos quanto a todo este grau de resistência experimentado pelas diversas sociedades face as aspirações do liberalismo, sem imaginar o quanto toda esta resistência desacelerou-o. Sabe-se lá em que estádio de degradação estaríamos agora caso não fosse a soma de toda resistência ao modelo do lucro máximo... Se ainda não chegamos ao fim da linha, agradeçam o odiado socialismo enquanto elemento de contenção.

Evidentemente que o Capitalismo desejaria ter feito mais e muito mais...

Tendo por modelo a clássica sociedade vitoriana da livre iniciativa, a qual esteve em vigor de 1830 a 1880, ou seja mais ou menos durante meio século na querida Albion. Temos ai a santa Genebra do capitalismo ou sua idade áurea com que jamais cessou de sonhar. Nem precisamos ler as obras dos rancorosos socialistas que tudo falseiam para conhecer a sociedade de Jack, o estripador; pois temos as obras clássicas e estilosas do britaníssimo Mestre Charles Dickens, condecorado por sua majestade. Nada muito distante do quadro pintado pelo odiado Marc Ferro em seu 'Livro negro'... Há quem diga e não sem fundamento que durante o período áureo do capitalismo os escravos brasileiros desfrutavam de uma condição pouco melhor do que os trabalhadores livres de Manchester... Os quais além de viverem em barracões de papelão sem água encanada, luz ou esgoto, comiam, quando tinham, um pedaço de pão duro, além de cobrirem-se com trapos, num pais em que o inverno é bastante rigoroso.

Estou falando em crianças de seis anos (alguns registros dizem quatro!), de octogenários e de mulheres no oitavo mês de gravidez, trabalhando nos corredores das minhas de carvão sem qualquer tipo de proteção, com um pedaço de pão velho no estomago (muitas vezes vazio) por até dezoito horas por dia e 364 dias ao ano. Tudo muito bem regulado em nome da liberdade de contrato... Afinal quem não quisesse bem poderia deixar de trabalhar PARA MORRER DE FOME COM SUA LIBERDADE!!! Bom insistir que tudo isto foi sustentado e mantido em nome da bela doutrina da livre iniciativa e da neutralidade do estado face a dinâmica natural do próprio Mercado. Mais, em nome de tudo isto, até foi formulada uma refinada doutrina a respeito do mínimo de insumos a serem oferecidos ao trabalhador em troca da força de trabalho, o qual lhe permitiria apenas conservar a vida! O que ainda hoje é seriamente discutido entre os acadêmicos liberais!!! Preciso entrar nos detalhes desta quantificação matemática em termos de pão, água e pano necessários ao trabalhador para permanecer vivo e trabalhando ou melhor produzindo para seu patrão???

Enfim nobre amigo leitor, este é o ideal ou a proposta clássica do Capitalismo, frustrada apenas e tão somente devido as ardilosas conjurações tecidas pelos socialistas frustrados e rancorosos, os quais recusaram-se - oh céus - a aceita-la. Aqui todos são vagabundos pelo simples fato de não quererem trabalhar intensamente, isto é, ao máximo - e a pão e água - por aquele empreendedor exemplar que é o patrão. E não venham com chorumelas pois esse negócio de 'mais valia' não existe rsrsrsrsrsrs

De fato o Capitalismo tem acenado não apenas com a circulação das elites mas também com a posse de riquezas para todos ou para a maioria dos membros do corpo social e ao menos para os mais esforçados, que adotem sua regra de vida, i é, trabalhar honestamente e economizar. No entanto quando examinamos mais de perto o que vemos? Vemos a maior parte dos trabalhadores ou assalariados - o capitalismo clássico é contra um salário mínimo fixado pelo estado em nome do maravilhoso livre contrato - enriquecerem??? Não. Então o que vemos??? Bem o que nós vemos é os herdeiros enriquecerem (mais e mais a cada geração)... Os que jamais põem as mãos na massa enriquecerem... Os trapaceiros sem consciência enriquecerem... Os bem casados enriquecerem... E acumularem cada vez mais riqueza.

Vemos quem não trabalha mas vive gozando a vida enriquecer ou acumular e quem busca ganhar o sustento com o suor do próprio rosto rojar na miséria... É o que amiúde vemos, e por que??? Porque, respondem-nos os advogados do capitalismo, os trabalhadores, os trabalhadores são esbanjadores - pelo simples fato de quererem provar vinho ou atum uma vez por ano ou uma vez na vida - enquanto que os patrões são sacrificados, morigerados, heroicos, disciplinados e praticamente, abençoados por deus rsrsrsrsrsrsrs Alguém se lembra de Max Weber e da 'Ética protestante...' Como se vê o capitalismo tem seu 'hagiológio' onde constam os nomes dos patrões morigerados, apesar do caviar, do Hanessy, dos banhos em leite de aveia, das cirurgias plásticas, iates, ferraris, heliportos, etc Quem não percebe que proporcionalmente este patrão gasta muito pouco para viver tão bem???

Agora por que acumula tanto é o que não explicam... Porque lá entra a mais valia ou a parte - colossal - do trabalho produzido de cada trabalhador abnegado, a qual fica com o senhor patrão. Imagine então o que sucede com quem explota o trabalho de dez mil operários abnegados... A cada ano mais dez fábricas ou filiais, apesar dos limitadíssimos gastos com festas e recepções a um milhão de reais cada!!! Enquanto o trabalhador ganha 900 pratinhas graças ao salário mínimo fixado pelo Estado ou pelo poder político... Pois a depender da maravilhosa ideologia capitalista passaria muito bem com cem reais por mês caso não morresse. Quanto aos filhos pequeninos - salário família ou o bolsa família correspondem a situações monstruosas para nosso asceta do capital - que se prostituíssem como nos velhos tempos da Rainha Vitória e fossem respeitosamente deflorados pelos membros da elite reinante.

A bem da verdade o que temos aqui é pura falácia (cf Henry George 'Progresso e pobreza) i é miséria acumulando-se de um lado na mesma proporção em que a fortuna acumula-se do outro em muito poucas mãos. E uma ampliação continua da separação social entre as classes. Uma minoria incipiente de milionários cada vez mais milionários e uma maioria de miseráveis cada vez mais miseráveis. O que nos conduz de chofre - na medida em que a religiosidade apaziguadora vai perdendo a força - a situações de conflito e violência e consequentemente a necessidade das elites terem as mãos um aparelho repressor - em certo sentido retornamos ao paradigma da coerção física na medida em que a alienação da fé vai perdendo sua força - muito bem organizado, tal e qual uma polícia militar.

Tal a situação entre as classes, mas não só entre elas; pois na mesma medida em que algumas sociedades vão abraçando a ideologia capitalista e atingido máximo desenvolvimento em seu espaço, tendem a lançar-se contra as sociedades mais fracas com o objetivo de coloniza-las ou escraviza-las gerando outras relações de dependência e uma situação de miséria social generalizada, assim o subdesenvolvimentos. Por outro lado na medida em que as sociedades exploradas vão tomando consciência de sua situação, mesmo quando não se tornam comunistas ou mesmo socialistas, tendem a insubordinar-se e a sacudir o jugo da dominação imperialista, resultando disto outros tantos conflitos extra nacionais ou mundiais i é as guerras.

No interior das diversas sociedades o capitalismo alimentando a revolta estimula a rebelião e a sedição, produzindo um clima continuo de instabilidade e insegurança. Externamente produz uma série de choques e guerras entre as diversas sociedades imperialistas e subdesenvolvidas. Outras tantas guerras que fogem a esta dinâmica são produzidas ou alimentadas tendo em vista as necessidades da indústria bélica ou mesmo da indústria civil - cujo objetivo premeditado é a reconstrução da infra estrutura destruída pelas guerras - enfim do Mercado. O Mercado precisa ser aquecido pelas guerras, as guerras são feitas e exploradas economicamente.

De tudo isto, tenho de parar por aqui ou de escrever uma Enciclopédia rsrsrsrsrs, ressalta claramente a inviabilidade do Capitalismo, observada desde as mais priscas eras i é desde Th Morus e Campanella. Melhor dizendo, desde Evemeros, Zenon e Jambulos. E desenvolvidas por Bacon, Harrington, Mably, Morelly, etc St Simon, Owen, Fourier... Não a poucos observadores qualquer uma destas utopias - que só é utopia enquanto não é realizada por algum homem mais atilado - é preferível a realidade acima descrita. Foi o desencanto - a expressão é de T S Elliot - ou a angústia produzidos pela nova sociedade do capital que lançou parte dos homens nos braços da utopia.

O socialismo no entanto, em maior ou menos medida, tendo existido concretamente e na maioria das vezes com sucesso, numa determinada conjuntura histórica, não nos parece nem ultrapassado nem inviável, mas absolutamente necessário enquanto única forma de oposição a realidade indesejável que temos, o Capitalismo.

Como poderia ser ou estar ultrapassado se no momento presente ou agora mesmo - e há mais de meio século - regula os destinos das sociedades mais civilizadas do planeta, no Norte da Europa ou Escandinávia? Como poderia ser ou estar ultrapassado sem em Cuba tem enfrentado com relativo sucesso um embargo imposto pela nação mais poderosa da terra? Como poderia ser ou estar ultrapassado após tudo quando tem realizado pela população mais humilde da Venezuela e na perspectiva de uma democracia semi direta? Como poderia ser ou estar ultrapassado se em parte contribuiu com o que a de melhor para as legislações trabalhistas da Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Espanha e Portugal tornando tais sociedade relativamente estáveis apesar dos progressos do capitalismo???

Já quanto as ideias de Karl Marx - já dissemos que o Socialismo não procede de K Marx mas de Urukagina, Akenaton, Faléas, Sócrates, Buda, Confúcio, Jesus, Paulo, Padres da Igreja, Escolásticos, Utópicos, etc - temos que distinguir seu duplo conteúdo: O conteúdo científico, de crítica formal ao modelo capitalista, vazado em sua obra clássica o capital. Temos aqui uma análise empiria e econômica de uma realidade dada, a qual revela sua inoperância ou seus defeitos estruturais. Neste terreno as críticas de Marx são tão válidas que tiveram de ser consideradas e incorporadas por J M Keynes. O capitalismo é viciado e inviável socialmente falando.

Já no 'Manifesto comunista' e obras congêneres temos um projeto de sociedade futura fundamentado em determinados princípios e valores, e portanto numa ética tomadas ao Cristianismo e ao Humanismo socrático. Concedemos sem maiores problemas - não somos positivistas - que este projeto seja mais ético, abstrato, metafísico, etc do que científico. Para além disto a proposta do Marx socialista costuma ser mais radical que as demais propostas socialistas de modo que ele é um tanto demolidor ou iconoclástico e isto a ponto de querer eliminar o regime assalariado - contaminado pela mais valia - e para tanto fazer uma 'reforma agrária' dos meios de produção, compreendido como os instrumentos ou aparelhos destinados a produzir algum bem de natureza econômica i é negociável. Naturalmente que isto, para nós - que não somos comunistas - é discutível. Por fim quanto aos meios embora Marx mesmo, tal como Engels, Kautsky e Berstein e nós mesmos, tenha em sua última fase optado pela via institucional (superando assim sua crítica um tanto radical assumida na 'Crítica ao programa de Gotha) devemos lembrar que Lênin, a partir de Sorel, elaborou uma mística revolucionária a partir da qual o conceito de Revolução passou a ser compreendido necessariamente e exclusivamente em termos de um conflito bélico sempre regado com sangue. Desde então os comunistas ou marxistas ortodoxos esforçam-se por atribuir esta opinião a Marx e isto a ponto de alguns deles acusarem já não somente Kautsky, mas o próprio F Engels e mesmo Eleonor - filha de Marx - de terem falsificado o pensamento do barbudinho e criado ou legalizado a social democracia compreendida como via institucional. Segundo esta visão artificiosa tantos quantos precederam Lênin teriam sido renegados ou falsificadores. No mínimo, nenhum deles teria penetrado e compreendido perfeitamente o pensamento de Marx antes do russo. O idealismo embutido nessa teoria salta a vista - É como se Paulo tivesse compreendido melhor a mensagem de Jesus do que Pedro, Tiago e João i é as testemunhas oculares da palavra ou como se os califas tivessem compreendido os ensinamentos de Maomé, melhor que a shahaba.

Claro que todo este projeto de Marx e mais ainda a metodologia canonizada por Lênin e jamais aceita acriticamente pelos sociais democratas e 'revisionistas' é mais do que discutível e eu não penso que a mística ou receita de bolo da Revolução armada e violenta ou da sedição, seja viável - abstratamente - em quaisquer sociedades. Os modos porque alcançar o socialismo são diversos ou múltiplos e a institucionalidade poderá ou não se possível, em muitas situações o é. Isto porém é discutir com Lênin não com Marx e tenho para mim que a cosmovisão de Lênin, segundo reconhece Engels numa de suas últimas cartas a Kautsky só é viável em situações não democráticas de exceção, assim como um golpe de estado semelhante ao qual estamos vivenciando hoje no Brasil. E não preciso ser comunista e nem mesmo socialista mas simples liberal (em política), democrata ou policrático para reconhecer que um governo ilegítimo ou golpista deva ser removido por meio da força ou das armas, este ensinamento não é de Marx ou Engels mas dos grandes teóricos da Revolução Francesa, de Alfieri, enfim de John Locke ou mesmo do Pe Jesuíta Juan de Mariana. Não é problema de socialismo ou marxismo mas de política e de liberalismo clássico face a tirania. A própria Constituição dos EUA é taxativa ao declarar que todo cidadão tem o dever de rebelar-se face a uma situação anti democrática de golpe. Salvo em tais situações anti democráticas que fogem a legalidade os socialistas, mesmo marxistas - não leninistas - aceitam o jogo democrático, embora os mais esclarecidos aspirem desconstruir a democracia burguesa ou formal ampliando-a e aprofundando-o na perspectiva de uma democracia cada vez mais direta, a exemplo do bolivarianismo venezuelano, do Demoex na Suécia, etc o que reporta a Gramsci, Polantzas e outros teóricos que seguem na vertente oposta a de Lênin. 

Penso que qualquer uma dessas propostas socialistas - excluída a da ditadura do proletariado, conceito tomado por Marx ao atrabiliário Blanqui e canonizado por Lênin - seja preferida a realidade capitalista. Não me refiro aqui ao comunismo enquanto solução futuro ou ao marxismo ortodoxo, mas apenas e tão somente a qualquer solução socialista nos termos de uma social democracia vinculada a implementação de uma democracia direta ou semi direta que permita ao povo desmassificado e esclarecido tornar-se agente de sua História. Sim eu acredito na viabilidade desta proposta. Temos aqui uma vasta gama de propostas socialistas a serem empiricamente testadas no corpo social e não podemos dizer que seja inviável antes de testa-las e esgota-las todas.

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