Já me referi ao discurso dos Aristotélicos sobre o planeta como sistema fechado e recursos necessariamente finitos ou limitados. E também ao genial J S Mill e a doutrina da economia estacionária.
Decerto que o liberalismo econômico partilha do mesmo otimismo presente no positivismo\cientificismo, e que segundo A C Grayling, não passa de resíduo secularizado do Cristianismo. O que por sinal devemos ao iluminista francês Condorcet.
Condorcet porém, ao contrário de Malthus, não parece lá se ter impressionado muito com a finitude do mundo... Dando largas a imaginação e a fantasia. Para ele o progresso seria linear, continuo e infinito.
Temo portanto que bilhões de pessoas com aspirações ambiciosas ilimitadas não estejam em sintonia com a finitude dos recursos naturais. Pois aspirações sem controle ou regulação, aspirações demasiado amplas e livres, convertem-se bastante fácil em explotação descontrolada.
E enfim, a explotação descontrolada - resultante do excesso de população e da disputa pelo espaço com um meio natural quase sempre incapaz de defender-se, conduziu-nos a beira do abismo ou da sexta extinção em massa, a qual será antrópica ou provocada pelo único animal que ousa fazer alarde de sua racionalidade.
Estamos falando portanto no suicídio da espécie, uma vez que a meta posta pelo capitalismo: O máximo possível de acúmulo, por parte de uma multidão de seres humano, num cenário de livre disputa ou concorrência, é absolutamente irracional, inda que os meios sejam perfeitamente racionais. O fim ou a meta continua sendo clamorosamente irracional num sistema fechado e finito.
Nada de catastrofista e muito menos de utópico - Pois sucedeu-se já, se bem que em escala menor, na América, entre os Maias, os quais para erguer e decorar suas soberbas pirâmides escalonadas, esgotaram seu entorno > A cal dependia das fogueiras, as quais dependiam das madeiras, as quais dependiam da floresta, assim as plantações... Eliminadas as florestas cessaram as chuvas e, consequentemente a produção de alimentos, advindo a fome, as epidemias, as guerras e o fim desta tão avançada civilização.
Sucede, no entanto que os Maias não tinham a mínima ideia sobre o ciclo da água ou sobre a dinâmica da natureza, sendo portanto incapazes de prever, planejar e evitar. Nós no entanto estamos a par até mesmo da extensão e do peso da terra... Sendo perfeitamente capazes de prever as consequências de nossas ações.
Está nossa realidade posta de modo bastante claro: Um sistema individualista, materialista e irracionalista (Pelo que temos reproduzido aqui dois aspectos do protestantismo: O individualismo e o irracionalismo.) está conduzindo a espécie humana a extinção.
Ao estimular a multiplicação da espécie que satura já o planeta e a satisfação das ambições desmesuradas de cada representante seu, protestantismo e capitalismo decretam a destruição do mundo natural i é a eliminação da fauna e da flora, das matas, florestas, bosques e daqueles que os povoam.
A tendência levada a cabo pelo economicismo é cobrir o espaço como um todo i é todo solo do planeta com uma camada artificial composta por cimento e pedra, alumínio e vidro, plástico e borracha. A qual partindo do centro de cada cidade se vai estendendo, até conectar-se no que chamamos de megalópoles ou conurbações. A acelerar-se um tal ritmo em mais alguns milênios não mais restará palmo descoberto de terra em nosso planeta, ficando ele completamente encerrado numa capa fabricada por nós.
A bem da verdade, antes que tal designío seja consumado, teríamos também nós encontrado a morte certa em meio aos resíduos de nossa atividade ou dessa poluição que contamina águas, terra e ar, envenenando e, no devido tempo, matando. Pois como haveremos de respirar um ar empesteado por CO2... beber água misturada com mercúrio... ou pisar uma terra encharcada por nossos próprios dejetos... É de fato uma perspectiva terrível.
Porém os conspiracionistas não se abalam e as aspirações do liberalismo econômico se apresentam irredutíveis e inconciliáveis.
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