Anatólio, (01)Bispo de Laodicéia escreveu diversas obras sobre aritmética, geometria, física, retórica, dialética e astronomia.
Do mesmo modo Diodoro (02), Bispo de Tarso, compôs, no mínimo, uma obra sobre cosmologia, astronomia, cronologia, matemática e botânica, conforme testificam Suídas e Ebed Yeshua.
Sinésius, Bispo de Cirene (03), foi aluno de Hipácia, filha de Theon e dissertou sobre astronomia e matemática.
Agostinho de Hipona (04), ainda que tenha fugido a Ortodoxia, compôs duas obras notáveis: Primeiramente aquela que deve ter servido de modelo aos ensaios sociológicos (A Mukadima ou Prologômenos) de Ibn Khaldun, a "Cidade de Deus" e em seguida as "Confissões", primeira tentativa consolidada em torno de uma biográfica introspectiva de caráter psicológico, a qual deve ter sido calcada nas "Meditações" do Imperador Marco Aurélio.
Acontecimento significativo (No ano de 425) foi a criação da Universidade (Pandidakterium) de Magnaura, em Constantinopla, pelo Imperador Teodósio II. Tratava-se de um imenso complexo de instituições escolares superiores, com trinta e uma cátedras - Dez para Gramática grega e latina, dois para o Direito, uma para Filosofia e oito para Retórica, sendo que as de Direito e Filosofia foram criadas em 1046 por Constantino Monomachos. Haviam além disso Bibliotecas, academias de arte e oficinas práticas.
Um século depois, em 530, Yhoanna Bar Aftonia, de Pieria, fundou, em Qennechre (Ninho da águia) o monastério que trazia seu nome 'Aftonia, o qual por quase trezentos anos - Até cerca de 811 (Quando foi destruído e saqueado por muçulmanos.) funcionou como uma espécie de Universidade ou centro estudantil na alta Mesopotâmia. Foi esse mosteiro um bastião da Filosofia grega {Especialmente da corrente aristotélica.}no qual inúmeras obras do 'Filosofo' foram traduzidas para o siríaco e posteriormente para o árabe - Posteriormente tais obras seriam traduzidas (Na Espanha) do árabe para o latim.
Além disso, os monges da Aftônia e outras casas siríaca, também traduziram, para o siríaco e para o árabe, diversos comentaristas, como Alexandre de Afrodisias, bem como Euclides, Porfírios, Galeno e produziram inúmeros comentários próprios e exposições didáticas. Assim Paulo (05), o persa, o qual estando em Nusaybin, compôs diversas lições sobre Aristóteles. Assim Ibn Zor (06).
Nascido em 575 Mar Severios de Sebokht (07) foi o primeiro ocidental a mencionar os números arábicos ou melhor, indianos. Além disto ele compôs uma das primeiras obras sobre o astrolábio (Talvez tradução de Ammônio de Hermiae) e escreveu exposições sobre Aristóteles.
Parece que foram esses monges Cristãos nestorines e miafisitas que levaram o conhecimento da medicina clássica: Galeno, Dioscorides, etc A Gundishapour e em seguida a Bazra e Mossul criando uma tradição que, entre os árabes, prolongou-se até meados do século XII com Jó de Edessa (08), Sarkis de Reshain (09), Gabril Bakht Yeshue (10), Hunayn Ibn Ishaq (11), Isa al Kahhal (12), Ibn Khammar (13), Ibn Tayyib (14), Ibn Butalan (15), etc (O Baldac dos latinos) segundo podemos ler no 'Uyun ul anba fi tabaqat al atibba', a 'Enciclopédia' sobre os médicos do período islâmico e pré islâmico composta por Ibn Usaybi'a. Pois mesmo um ou dois séculos depois da afirmação Acharita (Da Ortodoxia sunita) os médicos Cristãos ainda rivalizavam com os médicos hebreus nas cortes dos califas (Como Harun Al Rashid, Mutawakkil, Al Mamun, etc). E foram eles que formaram as primeiras gerações de médicos infiéis.
Por isnads sabemos que Jó de Edessa verteu quase quarenta obra de Galeno para o siríaco e que Hunayn verteu-as ao árabe. Consta que o mesmo Jó teria traduzido diversas obras de Aristóteles. Jó foi um dos primeiros a escrever um tratado sistemático sobre a urina, o qual foi bastante citado pelos médicos islâmicos.
Gabril, a seu tempo, destacou-se nos campos da zoologia, fisiologia e psicologia.
O próprio Ibn Ishaq compôs um manual de Oftalmologia que é a primeira obra do gênero. Também escreveu uma das primeiras gramáticas árabes. E um exame dos assim chamados milagres. Por isso tornou-se um dos diretores da 'Casa da sabedoria' (Bayat al hikmah) criada por Al Mamun em Bagdad.
Antemius de Tralles (16) publicou um trabalho sobre as elipses, adicionando descobertas suas as 'cômicas' de Apolônio de Perge. Ele foi um dos responsáveis pela edificação da Hagia Sophia.
Isidoro Hispalense (17) idealizou a primeira Enciclopédia, as "Ethimologias", seguido pela colossal 'Suídas' (18)- Preparada pelos monges de Bizâncio - e enfim pelo "Speculum maius" de Vicente de Beuvais (19).
Beda de Yarrow (20), dito Venerável, foi apontado por Carlyle como o maior Historiador da Europa após Heródoto, devido a "História eclesiástica do povo inglês", sendo seu veredito corroborado por W Goffart. Antes dele o monge Gildas (21) havia composto o "Excidio".
Alias, quanto a pesquisa histórica devemos acrescentar a obra seminal de Eusébio de Cesareia (22), seguida pelas obras de Sócrates (23), dito escolástico, Sozomeno (24), Zacarias (25); o advogado e enfim de Teodoreto (26), Bispo de Cirro. Outra maior, ou melhor dizendo, monumental, elaborada por Filipe de Side (27), lamentavelmente perdeu-se. Cassiodoro (28), monde do Vivarium compôs uma "História Gothorum", cujo resumo, a "Gética" foi feito pelo Bispo Jordanes de Crotona (29). Temos ainda Zonaras (30), Estevão de Bizancio (31) e Jirjis Hamartolos (32), além de Anna Conmeno (33).
Em 787, o monge Alcuino de York (34), convocado pelo 'Imperador' Carlos Magno, deu inicio a principal empresa educativa do tempo: A criação das 'Escolas palatinas' junto aos condados e catedrais da Gália. Esse tipo e instituição tinha por base o Trivium e o Quadrivium. Foi ele que enviou Raban Maur (35) para civilizar o outro lado do Reno, de modo que Maur é até hoje cognominado "Preceptor Germaniae". Já os monges Cirilo e Metódios (36) criaram o alfabeto cirílico.
Inútil afirmar, como Hastings Hashdall, que as universidades medievais surgiram espontaneamente ao modo de corporações de ofício educativas e portanto sem autorização de imperadores, reis ou papas, etc uma vez que surgiram num ambiente permeado pela religiosidade, alias apostólica romana, sendo impossível dissocia-las desse contexto religioso ou dessa cultura. A primeira delas foi a de Bolonha (1088) seguida pela de Paris (1150) e a de Oxford (1167) e no século XV eram cerca de vinte e cinco.
O citado médico Nestorine Ibn Butalan de Bagdad foi o primeiro a empregar gráficos e tabelas em seus escritos.
O monge Guido de Arezzo (37), tomando por base o Hino dedicado a S João Batista, inventou as notas musicais.
O Papa romano Silvestre II ou Gerberto de Aurillac (38) - Além de ter inventado o relógio mecânico foi pioneiro quanto a divulgação dos numerais arábicos na Europa.
Fibonacci (39) deu continuidade e a iniciativa do papa romano e descobriu a sequência matemática que trás seu nome.
Simeon Seth (40), magister et vestitor, foi o primeiro a elencar provas sobre a esfericidade da terra. Miguel Psellos compôs um livro sobre as propriedades dos alimentos.
Roberto Grosseteste (41), Bispo de Lincoln escreveu textos sobre o som, a ótica, a geometria, a astronomia e as matemáticas, além de ser pioneiro quanto a fabricação dos primeiros óculos. Além disso preconizou a experimentação científica.
Roger Bacon (42) - Discípulo de Grosseteste. - Destacou-se nas áreas da mecânica, da ótica e da geografia. Ele descreveu minuciosamente a observação, a hipótese e a experimentação enquanto estádios da pesquisa científica. Foi um dos pioneiros quanto ao conceito de Leis naturais.
A respeito de Alberto magno (43) consta ter dominado a lógica, a física, a astronomia, a matemática, a mineralogia, a zoologia, a botânica, a geografia, a música, etc Além de ter escrito uma livro sobre os animais, em que lançou os fundamentos da moderna ornitologia. Era ensino seu que "A ciência não consiste em aceitar as opiniões alheias porém em conhecer as causas que atual por trás dos fenômenos."
Thomas Bradwardine (44), Arcebispo de Cantuária. Escreveu obras sobre matemática, geometria e física, especulando inclusive sobre o 'Vazio infinito' e dissertando sobre a 'Velocidade média' e sobre a 'Lei dos corpos em queda', além de corrigir a Lei do movimento de Aristóteles.
Jean Buridanus (45), tornou ainda mais acurada a 'Teoria do ímpeto' de Philiponos, a qual serviu como ponto de partida para a inércia de Newton.
William de Ockhan (46), notável lógico, divulgou o princípio da parcimônia ou economia, o qual tem sido convertido em mono causalidade crassa pelos positivistas. Foi seguido pelo bispo de Halberstadt, Alberto (47), o qual aprimorou ainda mais a 'Teoria do ímpeto' do citado Philiponos.
Nicolau de Oresme (48), Bispo de Lisieux foi precursor da Geometria analítica, antecipando-se a Descartes quanto a teoria das coordenadas. No tratado "Do céu e do mundo" (1377) antecipou o geocentrismo de Copérnico. Analisou ainda, antes de Galileu, a questão da queda dos corpos. E ainda lançou as bases da economia na obra "De mutationes monetarum".
Nicolau de Cusa (49) além de antecipar-se a Copérnico quanto o heliocentrismo, realizou a primeira experiência moderna e preconizou a experimentação na medicina. Teve por amigo o geografo Paolo Toscanelli (50), o qual havia sido discípulo do polímata Leon Battista Alberto 51), um polímata que fez importantes contribuições no campo das matemáticas.
Guttemberg (52), criador da imprensa, pertencia igualmente a religião romana e por sinal a primeira obra editada por ele foram as Sagradas Escrituras
Cristovão Colombo (53), foi outro sábio de grande projeção que floresceu antes da rebelião protestante e foi responsável por juntar ao velho mundo aquela quarta parte que chamamos América possibilitando a integração cultural de que ora desfrutamos.
Leonardo Da Vinci (54), de Florença, em determinado momento tomou a decisão de estudar profundamente a fé apostólica romana e merece destaque por ter questionado a crença 'idiota' num dilúvio universal. Polímata ou gênio universal da estatura de um Aristóteles cultivou ele a matemática, a engenharia, a ótica, a matemática, a anatomia, a botânica, a música, a poesia, a pintura, a escultura e a arquitetura, sendo precursor da aviação e da balística.
Regiomontanus (55) no "Algoritthmus demonstratus" foi uma das primeiras obras editadas no ocidente a conter álgebra simbólica.
Alberto Brudzewsky (56) - Primeiro sábio a constatar que a lua se move em elipse.
Nicolau Copérnico (57), polonês e diácono da igreja apostólica romana, foi o principal responsável pela divulgação do modelo heliocêntrico.
Em 1485 foi publicada na Alemanha, pelo médico Johann Wonnecke Von Kaube (58) o "Hortus sanitatis" primeira obra de História natural composta na Europa 'Cristã'.