sábado, 14 de outubro de 2017

Os custos e benefícios do 'mal estar'

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Se por um lado não somos daqueles que se opõem as Revoluções 'a posteriori' advogando a repressão, por outro também não somos daqueles que aplaudem-nas entusiasticamente acreditando que sejam as vigas mestras da civilização. Não, não somos daqueles embiocados que recebem a Revolução como uma espécie de penitência religiosa. Penitência social ah isto é e portanto algo a ser evitado por meio do planejamento efetivo.

A 'profilaxia' revolucionária exige reformas sociais.

São portanto os conservadores empedernidos, inimigos das reformar, que promovem, inconscientemente, a Revolução.

Tanto mais uma Sociedade foge as reformas de que precisa e tanto mais aproxima-se de uma solução final em termos de Revolução.

O dilema esta posto - Reforma ou revolução.

Conservar o que não funciona e manter o que não tem sentido é pura idiotice. E então a mentalidade conservadora é idiota, alias um extremo que leva a sociedade a outro extremo.

Afinal Sociedade não é formação ociosa ou algo que se pareça com um enfeite.

Civilização é coisa que tem custo, como demonstrou cabalmente Freud no ensaio sobre o 'Mal estar da civilização'. Algo que impôs e impõem limitação, esforço e sacrifício tendo em vista, certamente, um bem maior, conforme a consagrada relação: Custo/benefício.

Se a Civilização teve ou tem Custo só pode ter sido aceita ou melhor construída tendo em vista alguns benefícios.

O próprio Sig teme estar repetindo frioleiras, tal a obviedade de sua demonstração, nem por isso menos verdadeira. Apenas desconsiderada pelos condutores do sistema...

Civilização se constrói com esforço conjunto ou comum ou seja com trabalho. O Trabalho costuma a ser mais fecundo quanto executado em comunhão ou comunitariamente. Tal dimensão do trabalho no entanto implica, necessariamente, numa maior ou menor restrição quanto a esfera privada da vida, assim não apenas da busca pela satisfação prazerosa ou da sexualidade, mas inclusive do convívio ameno e também do ócio. Introduz-se novo modelo organizacional com relação ao tempo, e dispendem-se as energias humanas noutro campo. Implica menor fruição em termos de prazer. O trabalho nem sempre é reconfortante mas muitas vezes desagradável.

O homem no entanto impôs a si mesmo esta tarefa. Não o 'homem' isolado, não o indivíduo mas determinadas sociedades. Tornaram-se mais coesas por meio da aproximação até a intimidade e assumiram uma meta comum qual seja drenar pântanos ou irrigar desertos. O que despendeu, já dissemos, tempo e energia; em detrimento não apenas dos apetites mas do próprio repouso.

Então por que raios assumiram as diversas sociedade tal tarefa?

No dealbar da História escrita estava já o homem em posse de um estádio de consciência capaz de fazer com que percebesse a produtividade superior ou melhor a fecundidade da dimensão social do trabalho em comparação com sua dimensão pessoal. Podendo deduzir a partir daí o quanto seria capaz de auferir em termos de conforto ou de benefícios caso se associasse a outros tantos homens tendo em vista determinados fins. Num determinado momento de sua trajetória sobre a terra este homem foi capaz de perceber que seria muito mais fácil submeter as forças da natureza na medida em que o trabalho assumisse cada vez mais uma conotação social. Atuando ou agindo isoladamente seria muito mais difícil ou mesmo impossível atingir tal escopo. Noutras palavras descobriu o princípio segundo o qual 'A união faz a força'.

No entanto a questão da proximidade ou da Unidade entre os homens não era assim tão simples. A bem da verdade como mamífero ou primata nasce já o homem numa dimensão social e não isolada. Sucede porém que a administração de uma pequena comunidade ou grupo familiar, digamos de um clã, não oferece lá tantos problemas devido a pequena quantidade de contatos num contexto cultural homogêneo. Outra no entanto é a situação que envolve sociedades tanto mais complexas e maiores como as Sociedades pré urbanas ou urbanas aparecidas ao longo do neolítico.

Em semelhante contexto os contatos humanos entre pessoas oriundas de tradições familiares distintas tornam-se cada vez mais frequentes e intensos, pelo simples fato de terem de trabalhar juntos. Naturalmente que uma situação como esta só tende a potencializar o conflito. Caso cada qual aspire comportar-se como numa comunidade menor ou segundo as normas e regras peculiares a pequena comunidade, conflitos estourarão aqui e acolá. Pois cada família ou comunidade tem seus princípios e valores, princípios e valores divergentes. Chegamos assim a incompreensão. A menos que a macro comunidade em formação busque estabelecer princípios e valores comuns por meio da lei, dela excluindo aqueles todos que não quiserem se submeter.

Muito dificilmente naquele período determinada Sociedade estaria em posse de um aparelho repressor capaz de manter as pessoas submissas impedindo-as de fugir. Afinal nem estavam as tais sociedades unificadas em províncias ou nações nem possuíam os governantes uma noção realista em termos de espaço geográfico. O campo ou a floresta eram bem maiores e, caso quisessem, os homens sempre poderiam desertar da cidade em formação e retomar o modo de vida ancestral. Caso a vida nas primeiras sociedades urbanas ou civilizadas fosse desinteressante este homem sempre poderia retornar ao clã ou a família, resultando disto um êxodo urbano...

Não foi o que aconteceu. As cidades baixaram leis restritivas e dentro delas criaram aparelhos coercitivos sem que no entanto passassem por qualquer tipo de crise demasiado grave. A qual pusesse em risco tal tipo de existência. Mesmo tendo de abrir mão de uma liberdade mais ampla ou da peculiaridade de seus costumes, a maior parte dos homens parece ter decidido permanecer na cidade. Mesmo sob a pena de ter de se submeter a uma autoridade não poucas vezes arbitrária este homem decidiu ficar.

Mas o que motivou-o a ficar apesar de tantas restrições???

Já aludimos aquilo que o fez ficar na cidade.

As alterações impostas na natureza traduzidas em termos de maior comodidade ou se preferirem de menos sofrimento.

As condições do mundo externo não hostis. Fazia-se mister suaviza-las, o que só era possível a partir do esforço comum e consequentemente de restrições já em termos de fruição de prazeres, já em termos de liberdade.

No contexto das primeiras cidades, explica do profo V Gordon Childe, e que pela primeira vez na História houve o acúmulo de excedentes alimentícios. Implica isto na primeira reserva econômica de que temos notícia, e a qual foi empregada com o objetivo de dispensar algumas pessoas do trato direito com a terra, possibilitando que se exercitassem numa técnica qualquer como a marcenaria, a panificação, a tecelagem, etc A cidade converteu-se em paraíso da técnica, adquirindo cada serviço mais qualidade ou excelência. No fim das contas toda cidade foi beneficiada com o surgimento de vocações específicas como a do pedreiro ou a do sapateiro...

Especialmente os que conservando algum excedente de terra ou produção podiam pagar por tais serviços. Os demais contentavam-se com a esperança ou com o beneplácito episódico dos governantes. De um modo ou de outro esta forma de vida apresentou-se desde logo como mais amena ou sedutora do que a vida vivida nas pequenas comunidades agrárias ou clãs dispersos pelo campo.

Desde o primeiro impulso a urbanização ou a vida civilizada foram surgindo outros tantos impulsos. Sempre no sentido de tornar mais comoda ou menos sofrida a vida humana. Restrições, limitações, esforço e trabalho convergiam para uma meta comum que era eliminar cada vez mais o desconforto oriundo já do mundo externo já da nossa própria condição.

Uma vez que a vida comum ou civilizada dispende imenso gasto de energia, além de certa restrição em termos de liberdade, temos que considerar que só foi aceita tendo em vista sua contrapartida ou os benefícios auferidos pela coletividade. Seus membros permaneceram unidos, coesos e fiéis porque julgaram essa coesão oportuna, vantajosa ou interessante. Destarte podemos definir os vínculos sociais na esteira de S Freud ou seja enquanto LUCRO em termos de benefícios. A Sociedade só fará sentido na medida em que seus membros estiverem conscientes de que o custo pago por eles, em termos de limitações ou de restrições, será concretamente excedido pelos benefícios. Caso não haja excedente de benefícios a Sociedade humana perder seu sentido ou razão de ser.

Uma Sociedade inoperante em termos de qualidade de vida ou se preferem uma Sociedade mínima, que não faça qualquer diferença para a maior parte dos cidadãos perde por completo seu sentido, na medida em que perde sua função. Enquanto aparato inútil para a maior parte das pessoas a Sociedade tende a ser encarada como onerosa para elas. Enquanto organismo voltado para as necessidades artificiais de um reduzido número de pessoas ou a serviço de uma elite econômica a Sociedade perde sua credibilidade ou razão de ser. Em tais situações as pessoas passam a questionar cada vez mais os motivos pelos quais permanecem presas a determinada estrutura social, e vão perdendo por completo a sensação de pertencimento. Tendem a aspirar por uma hipotética situação de individualismo crasso ou de isolamento, a qual cogitam lhes concederia mais liberdade. A reflexão sobre uma Sociedade ineficaz ou onerosa tende a alimentar a ideologia individualista.

No momento em que as pessoas, que deveriam se sentir protegidas e seguras passam a sentir-se oprimidas pela estrutura social é necessário repensar as origens e os fins, melhor dizendo, o sentido da Sociedade. Uma Sociedade que faz as pessoas sentirem-se oprimidas de modo algum corresponde a seus fins. Mas a Sociedade mínima, inoperante, eticamente diferente e desumana tende a isto mesmo, a desacreditar-se e vivemos uma Era de descrédito social cujo fundamento mais remoto é a ideologia liberal economicista.

Sobretudo nossa Civilização ocidental ou capitalista, sobretudo ela tornou-se absolutamente indesejável. Aos sucessivos encantos, até chegarmos ao positivismo ou ao cientificismo, sucedeu-se o desencanto ou o fim da magia. Mesmo para parte dos que perderam a esperança e concluíram que o capitalismo é o ponto final da civilização e consequentemente seu inglório fim tudo isto soa imensamente trágico. Não como o começo de uma Nova Era de Luzes mas como a agonia do mundo, e os cristãos acomodados, perplexos e frustrados - porque sua proposta ético social não foi realizada ou ao menos mantida - vão até aos confins do catastrofismo... Nem preciso chegar a essa negra noite ou eclipse da cultura perceber que a avaliação da Sociedade, em termos gerais não é boa. Prevalece a insatisfação. Por fim o fato de parte das pessoas não aspirarem pelo Comunismo - motivos não lhes faltam - ou mesmo pelo Socialismo ou por qualquer solução nítida não significa que querem o Capitalismo ou que apreciam-no. Grosso modo o Capitalismo só é amado pelos milionários ou pelos idiotas, o homem médio apenas suporta-o como suportaria um supositório ou quinino... Naturalmente que não se trata duma perspectiva social atraente... Uma sociedade supositório...

Nosso Civilização esta desacreditada e por que?

Simples. Por que o homem comum chegou a conclusão de que os atuais benefícios ou vantagens que lhe são oferecidas por esta Sociedade não excedem e sequer correspondem aos esforços dispendidos pala mante-la. Pior; uma quantidade cada vez maior de cidadãos tem chegado a conclusão segundo a qual o modelo social vigente agrava a o desconforto ou sofrimento experimentado por eles ao invés de suaviza-lo. Não poucos acreditam que nosso modelo social é prejudicial ou danoso.

O homem antigo receava ter o outro contra si. Um clã vivia atemorizado face a outro até que a formação das grande cidades - ao menos por algum tempo e enquanto o número delas não era lá muito grande - acenou com estabilidade, segurança e paz... Hoje o homem do século XXI, sente todo peso de uma máquina social contra si mesmo e julga-se esmagado por ela desde que esta sociedade foi cooptada pelo Capital passando a servir, não mais o homem, mas a interesses privados ou a uma elite financeira. Desde que o produto do trabalho tem sido em sua maior parte subtraído ao trabalhador temos assistido a produção da miséria numa escala cada vez maior, a qual sequer é coisa digna de ser vista...

Foi o calcanhar de Aquiles desta civilização moribunda e decadente exposto a mais de um século pelo ensaísta Americano Henri George: A um lado podemos observar um acumulo de bens cada vez maior nas mãos de um grupo de pessoas cada vez menor e a outro uma restrição no acesso aos bens por parte de uma multidão cada vez maior de modo que as grandes fortunas aumentam na mesma proporção que a miséria social. Tendência esta a que não fugimos, exceto nas Sociedades em que foi adotado o modelo de bem estar social preconizado primeiramente por Lorenz Von Stein e em seguida por J M Keynes, assim no Norte da Europa, contexto em que a Sociedade recobrou seu sentido e importância.

Este abismo social que se abre cada vez mais sob nossos pés é que ameaça engolir nossa sociedade. Irrelevante e inútil apelar a doutrina da circulação das elites de Pareto se no contexto do capitalismo o próprio nicho ocupado pela elite econômica se torna cada vez mais restrito enquanto a população mundial aumenta. Caso esta elite não amplie sua esfera é ocioso aludir a ela. Pois ela jamais consegue ou conseguirá servir de obstáculo a intensificação de desigualdade. E o que o capitalismo tem feito é justamente ampliar, não as oportunidades ou chances gerais, mas a desigualdade social.

Diga-se de passagem o que já foi dito em artigo precedente - Que esta circulação de elites no topo do Capitalismo é absolutamente artificiosa e injusta. Pois mesmo admitindo que os indivíduos revezem-se no topo do sistema econômico e consequentemente no comando da Sociedade economicista, prevalece no topo como padrão ou tipo a mediocridade e não a genialidade. O Liberalismo econômico não franqueou, como parecia ter franqueado, ao homem superior ou aos gênios ou acesso ao poder seja político ou econômico. Em certo sentido muito pouco mudou desde que o velho Confúcio vinculou o comércio ou as finanças de modo geral mais a esperteza - e a vulgaridade - do que a excelência, esta peculiar ao Filósofo ou ao Cientista, ao intelectual enfim.

Não será o Capitalismo que agora satisfará os justos anseios de um Confúcio ou de um Platão no sentido de colocar o cérebro no controle do corpo. Nosso corpo social é controlado por mãos e pés sem talento superior, não pelo cérebro ou pela mente; afinal nos domínios do capital o cientista ou filósofo é sempre subalterno ou pau mandado de empresários e banqueiros imbecis. Não passam da técnica ou da execução, que decide praticamente tudo, nos domínios da política e da sociedade por sinal, são os burgueses ou patrões i é aqueles que tem capital. Diante de tão abominável e monstruosa inversão, que é um corpo comandado pelas mãos e pés, como esperar algo de positivo?

Em tais conjunturas o intelectual, relegado a funções subalternas, em que pese seus talentos e sensibilidade, tornar-se-a rancoroso até a medula dos ossos e fará causa comum com o operário e com todos os párias não apenas contra este modelo econômico mas contra o próprio ideal de civilização. Lançará o nosso legado greco romano ao monturo e tornar-se-a primitivista! Afinal este legado ético e humanista há muito que foi calcado pelos pés do economicismo! O capitalismo como um ácido feroz ou cancro maligno corrompeu das bases de nossa cultura ancestral e tornou nossa civilização indigesta aos olhos da multidão. É uma vereda ou uma via suicida.

O capitalismo com sua produção de misérias, injustiças e conflitos tem tornado não apenas a Civilização mas a própria vida social insatisfatória ou indesejável e certamente não se trata de um bom negócio.

A dar Freud por certo - e não há como deixar de da-lo por certo - só existe um caminho possível caso aspiremos resgatar nosso sentido sentido de pertencimento face a Civilização e este caminho consiste em assumir a doutrina do bem estar social ou da qualidade de vida como finalidade social. É necessário que a Sociedade democrática ou popular se faça cada vez mais presente na vida do cidadão criando uma situação de segurança, estabilidade e conforto ou seja uma situação compensatória face as energias dispendidas tendo em vista sua manutenção. O homem comum tem de sentir o impacto do benefício excedente em termos de habitação, saúde, cultura, lazer, etc e não sentir o impacto da miséria generalizada como tem se sentido até hoje... E jamais se sentir ameaçado por esse rolo compressor a serviço de Indústrias, Bancos e Corporações. E jamais se sentir infernalizado pela arbitrariedade de poderes econômicos. A Sociedade não pode nem deve servir a interesses econômicos privados mas ao que Aristóteles definiu como 'bem comum' ou média de insumos necessários a realização pessoal de cada indivíduo. Evidente que o Capitalismo não cogita no bem de todos os cidadãos na perspectiva da igualdade...

Segundo a solução radical dos Comunistas para sanar o mal pela raiz deveríamos atuar na estrutura material dessa Sociedade suprimindo a propriedade privada DOS BENS DE PRODUÇÃO (Marx jamais postulou o roubo ou a supressão da propriedade privada DOS BENS PESSOAIS advindos do trabalho - Pequena propriedade) e do regime assalariado. É uma solução possível, embora drástica, o que mais uma vez reporta a relação custo/benefício especialmente em termos de uma Revolução. Em termos de democracia direta ou de Plebiscitos e referendos é uma hipótese a ser discutida como outra qualquer e a ser implementada caso aprovada.  O problema quanto supressão da propriedade privada dos meios de produção e do regime assalariado não é questão de essência, afinal não são necessários mas contingentes, mas de ocasião ou método e jamais poderia ser encarado como solução total ou definitiva, como observou Freud. 
Temos de lidar obviamente com o estímulo cultural e educativo a avareza ou ao egoísmo e de planejar uma educação socializadora para o desenrolar da vida. Temos de manter o instinto de afirmação ou de realização em seus saudáveis e naturais limites e impedir que a Cultura transforme-o em qualquer outra coisa em termos de individualismo, avareza, egoísmo, rivalidade mórbida, etc Eis uma tarefa que transcende os limites simplórios da materialidade ou das estruturas produtivas e suas relações. O buraco, como costumavam dizer os antigos, é mais embaixo ou também embaixo. A escola de Franckfurt bem o percebeu, com rasgos de genialidade.

Destarte, enquanto não pudermos experimentar ou implementar democraticamente a solução comunista radical temos de adotar um outro modelo, talvez provisório, talvez não, o qual em todo caso terá de ser avaliado pelos membros das diversas sociedades que o adotaram. Claro que me refiro ao já aludido modelo de recolhimento de impostos - tomados aos 'empreendedores' - por meio do Estado e de sua redistribuição entre os cidadãos por meio de investimentos no domínio do social: Educação, saúde, habitação, lazer, etc Destarte a Sociedade civilizada, a partir de seus mecanismos democráticos, interfere ativamente na realidade econômica com o objetivo de impedir a produção da miséria. O resultado concreto dessa política e manutenção de uma relativa igualdade social ou de um saudável equilíbrio econômico. O resultado de tais esforços é a construção de uma sociedade relativamente sã vivenciada por pessoas satisfeitas e não por pessoas revoltadas.

Tal o ideal proposto por nós tendo em vista a manutenção das condições civilizatórias. Temos de sacrificar algumas coisas para manter o essencial. Temos, no mínimo, de rever o ritmo do mercado, da economia, da produção; abandonando a ideologia economicista e colocando em primeiro lugar as necessidades vitais da pessoa, não da pessoa abstrata mas da maior parte das pessoas concretas. Do contrário um número cada vez mais de descontentes passará a encarar a civilização como onerosa e a desertar dela ou melhor a investir contra ela e a investir com violência. Revoluções estourarão e sobrevirá o 'caos' com todas as consequências decorrentes, as quais tão bem conhecemos. Melhor poupar sangue, suor, lágrimas, patrimônio cultura, recursos, etc e tomar o caminho das reformas sociais.

Cumpre dizer por fim que no Brasil existe todo um aparato material e imaterial sujo objetivo é impedir que a Sociedade Política funcione e recupere sua credibilidade. O que poderia levar-nos justamente a implementação de um Estado de bem estar. Bem, não querem um estado de bem estar... Então que aguardem pela Revolução. Como registramos no começo deste artigo nós não acreditamos na mística ou na mágica da Revolução, mas estamos convencidos a respeito da imensa e colossal burrice dos conservadores, acima de todos os primeiros promotores da Revolução. Nós somos pela solução intermediária ou como dizem conciliatória, por via de reformas institucionais ou democraticamente implementadas. O recurso a força ou a sedição, como registrou F Engels reservemos a situações de golpe i é a ditadura, ao totalitarismo, do despotismo... E por falar em ditadura vai bem um FORA TEMER GOLPISTA!

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