Aborto é o assunto ou questão do momento e por isso preferiríamos passar a largo dele...
No entanto após dar-mos em nossa 'time line' com algumas considerações expressas pelo amigo Maykon e as quais correspondiam exatamente com nosso ponto de vista, optamos por meter a colher e soltar o verbo...
Lançando farpas contra gregos e troianos...
Afinal, como o porco espinho, já se sabe que somos ásperos por todos os lados rsrsrsrs
Tornemos porém ao Maykon, o qual registrou estar impressionado com a miséria dos argumentos oferecidos pelos extremistas e fanáticos de ambos os lados.
Referi-mo-nos tanto aos apóstolos do abortismo quanto a seus críticos idealistas e hipócritas.
A uma lado damos com uma verdadeira mística capaz de encarar o aborto ou melhor sua legalização como uma espécie de alavanca destinada a guindar a espécie humana as alturas da evolução e do desenvolvimento, o que nos remete ao modo como os liberais economicistas encaram o Mercado e como os anarquistas encaram a extinção dos impostos!
Da cornucópia dourada do aborto saíra justiça social, espirito científico, emancipação, esclarecimento a apoteose da civilização enfim e todo um novo mundo fantástico e maravilhoso...
Do outro uma insensibilidade desumana e abstrata completamente incapaz de considerar as circunstâncias da vida alheia e de identificar-se com ela.
Uma superficialidade abissal a ponto de desconsiderar por completo os insumos materiais necessários a conservação da vida e a afirmação de sua dignidade.
Uma boçalidade tão ampla que jamais chega a refletir sobre as situações dramática que levam uma mulher e mãe humilde de periferia a optar pelo aborto e a suprimir seu próprio rebento tendo em vista a impossibilidade de cria-lo oferecendo-lhe uma vida decente e afortunada.
Pelos primeiros somos brindados por pérolas como do tipo: O feto é uma espécie de órgão do corpo da mulher ou mesmo uma espécie de parasita a semelhança de uma lombriga, de uma solitária ou de um ancilóstomo!!!
Quando a ciência biológica depõem e declarara que se trata duma nova forma de vida, distinta do corpo que a abriga inda que dependente dele.
Afinal dependência ou união não significa mistura...
Há os que declaram que o feto não é um ser vivo mas quiçá um cadáver ou um mineral...
Tendo dificuldade para compreender que é uma forma de vida.
Há os que cantam e descantam sua insensibilidade neuronal...
Nem por isso matamos aqueles que sobrem de analgesia crônica...
Há quem apele ao fato de não ser o feto consciente.
Como aqueles que encontram-se em coma ou algumas categorias de alienados mentais...
E por ai vai...
No entanto ali deixada entregue as leis da natureza mãe de todos, o feto desenvolve-se e adquire todas estas qualidades, pois todas já estão presentes potencialmente dele e ele só não virá a ser consciente, sensível, autônomo caso seus genitores não o queiram e interfiram positivamente decidindo que não terá a chance de tornar-se criança, jovem, adulto, idoso...
Interromper a gravidez é simplesmente interromper, negar curso a natureza e negar uma chance ou possibilidade de evolução ao feto.
É suprimir algo que haverá de vir a ser caso não seja impedido de ser por decisão de outrem.
Então a pergunta aqui é bastante simples: Tem uma outra pessoa o direito ou o poder de decidir sobre a vida alheia ou seu futuro???
Enquanto esta forma de vida implica decisão ou opção livre de duas ou ao menos de uma pessoa é evidente que sim.
Daí a razão do planejamento familiar racional e responsável.
É defeso ao homem escolher se deseja, como deseja e quando deseja ser pai... É defeso a mulher e faz parte efetiva de sua dignidade escolher se deseja, como deseja e quando deseja ser mãe; e ninguém tem o direito de meter o bedelho, nem mesmo a Sociedade, pois trata-se duma questão pessoal e livre.
Tendo em vista contemplar o exercício desta liberdade é que foram inventados os anti concepcionais e formuladas diversas formas e modos de evitar a gravidez.
Reforço que é característico e próprio do ser racional agir a priori ou antecipadamente evitando determinadas situações, projetando e planejando sua vida ou seu futuro.
Opinamos portanto que toda mulher instruída e economicamente bem posicionada, digamos de classe média (nem falamos na classe burguesa!) ou se quiserem todo casal ou família deva recorrer ao planejamento ou ao uso de contraceptivos tendo em vista evitar a gravidez ao invés de iniciar a geração de uma vida e interrompe-la bruscamente sem que nada signifique ou como se assemelha-se a um membro amputado.
A ideia de que casais bem informados e confortavelmente bem situados economicamente possam recorrer aos préstimos de um médio para interromper uma gravidez e extirpar um feto como se fosse um dente cariado pelo simples fato de não terem querido usar de contraceptivos e evitar o inicio do processo se nos parece de fato bizarro e monstruoso.
Portanto não comungamos da mística propalada por alguns machos canalhas e safados e por algumas patricinhas fúteis que defendem a legalização ou a descriminalização IRRESTRITA, o que para nós repete e reproduz a banalidade com que a burguesia e os liberais sempre encararam a vida.
Nem aleguem essas mocinhas que nosso ponto de vista, restritivo - não absolutamente negativo - seja essencialmente machista, opressor, etc Pois nós mesmos discutimos e dialogamos com machos 'revolucionários' ciosos quanto ao direito de transar sem maiores preocupações, fecundar suas parceiras e em seguida assassinar seus futuros filhos!!! Sim há bastante homem assim entre os jovens individualistas ou psicopatas... Os quais são capazes de discorrer serenamente a respeito de como seus filhos devem ser mortos!!! O que por sinal encaram como uma afirmação da liberdade!
Sendo assim tomemos uma arma e matemos o primeiro com que cruzamos na rua... Eis um belo exemplo de afirmação da liberdade individual. Pois se não posso matar a coisa que gerei não sou verdadeiramente livre mas oprimido pela Sociedade ou pelo Estado!!!
E vai por este caminho...
Nada feminista ao que me parece mas bastante cômodo para o macho procriador ou garanhão. Nada mais cômodo para o mito do 'pegador'... Isento de toda e qualquer responsabilidade por obra e graça do aborto...
Sendo assim já deixei bem claro que tudo depende das condições sociais, reais e concretas da mulher ou da mãe.
E que a questão do aborto é relativa a situação da mãe e mulher: se é instruída, se é desinstruída, se é próspera ou humilde, se é saudável ou enferma, se é ajuizada ou alienada mental, se foi ou não estuprada, etc Assim não podemos ignorar supina e cruelmente as circunstâncias e exigir que uma mulher simples, paupérrima, demente, enferma ou estuprada leve a frente sua gravidez. Pede isto reflexão, dialogo e apoio segunda a decisão da mulher quem merece sempre ser compreendida.
Por isso as mulheres que já tem muitos filhos, as meninas grávidas, etc não podem nem devem ser condenadas caso recorram ao aborto caso não haja uma contrapartida concreta por parte da Sociedade. A Sociedade assume e partilha com elas a responsabilidade e assiste-as ou não terá o direito de condena-las. Neste sentido aprovar o aborto em tais casos pode significar optar pelo mais barato e conveniente para um governo liberal...
Aos críticos do aborto cumpre considerar a necessidade de auxiliar tais mães e mulheres por meio de pensões e bolsas PAGAS PELO GOVERNO caso os parceiros não tenham condições ou não desejam colaborar. Não basta 'pregar' contra o aborto sem cogitar o futuro da criança e sua dignidade.
Então é necessário fazer alguma coisa ao invés de pura e simplesmente falar e condenar.
Caso os críticos aspire evitar a aprovação irrestrita do aborto comecem a pensar numa maneira de ajudar as mães e mulheres pobre de periferia a criar seus filhos sem que precisem se tornar escravas ou mão de obra vil!!!
Afinal se defendem que tais mulheres devam sacrificar-se e trabalhar como máquinas vocês não passam se hipócritas e fingidos que defendem não a sacralidade e dignidade da vida humana mas o mercado de reserva e interesse dos patrões.
A vida só vale a pena ser vivida quando dignamente vivida.
Especialmente a dos bebês ou criancinhas lançadas involuntariamente neste mundo.
Para que a condição de fetos abortados ou a inexistência não lhes seja preferível a uma vida de padecimentos e dores.
Assim a vida da crianças desnutrida, da criança enferma, da criança trabalhadoras, do jovem que não pode estudar, do jovem sem perspectiva, do adulto que não tem acesso a uma ocupação decente, etc
São vidas que avaliadas por seus protagonistas podem ser indesejáveis.
Trancafiar tais mulheres após terem sido levadas pelo homem safado, pelo desamparo, pela angústia, pela miséria extrema, etc a destruir seus sonhos e esperanças mais preciosas não resolve absolutamente nada. Afinal esta mulher já esta ferida e castigada pelas circunstâncias. Então se vocês são inaptos para auxilia-la preventivamente, se vocês não souberam ser solidários quando ela precisava, se vocês nada fizeram de efetivo para evitar semelhante calamidade cessem de critica-la ou de persegui-la, esta mulher é vítima que precisa de proteção e apoio.
Mais, esta mulher precisa de assistência médica e psicológica!
Esta mulher precisa ser acolhida e quem precisa de perdão é a Sociedade indiferente, egoísta, idealista e hipócrita que não lhe estendeu as mãos. Esta Sociedade que não sabe partilhar as responsabilidades é que precisa ser condenada. Esta Sociedade acomodada, hábil em falar e inoperante para ajudar é que pecou e é pecadora! ABORTO É PECADO SOCIAL PRODUZIDO POR SITUAÇÕES DE MISÉRIA, IGNORÂNCIA E INDIGNIDADE porque todos, todos somos culpados e não adiante isolar-se ou esconder-se no gabinete ou na sacristia porque lá esta a voz da consciência a indagar: QUE FIZESTE DE TEU IRMÃO???
Nada fizeste por aquela mulher pobre! Então tome vergonha e cesse de condena-la.
Perdoe-me o bom Papa Francisco e seus cardeais mas já venderam todo ouro e prata (e não me refiro a obras de arte) entesouradas no Vaticano ou negociaram o 'banco do espírito santo' (!!!) e repassaram dinheiro as jovens grávidas de origem humilde???
E esses demagogos religiosos e parasitas que vivem de dízimos, em que medida tem socorrido tais mulheres com dinheiro ou gênero.
Uma Sociedade que não esta disposta a auxiliar não pode cobrar e muito menos condenar e punir!!!
Então esta mulher não pode ficar sangrando num canto sem assistência e tampouco ficar sujeita a situações de vergonha... E isto precisa ser pensado.
É portanto mal menor e menos insidioso que as mulheres pobres - DIGO COMPROVADAMENTE POBRES E DE BAIXA RENDA - e desamparadas (sem companheiro ou pensão) e pouco instruídas sejam atendidas humanitariamente na rede pública de saúde após passar por aconselhamento e orientação psicológica. É o mínimo que se pode fazer nas circunstâncias atuais em que impera e prevalece a indiferença e a doutrina liberal do baixo custo, advogada inclusive por católicos sem consciência.
Crianças tem custos srs anti abortistas, vivem de leite, arroz, feijão, fraldas, etc e depois de sapatos, roupas, livros, cadernos, medicamentos, etc
Eis porque a condenação metafísica do aborto encarado como uma ato abstrato e isolado da vida social é sempre inútil e contra producente. Apenas a eliminação da miséria, a instrução, a justiça social, a elevação da qualidade de vida constituem preservativo eficiente contra o infanticídio.
A mulher estuprada pode ser proposta a geração para a doação. É nobre a iniciativa de buscar convence-la sobre a inocência do bebê, todavia em tais condições a gestação nem sempre pode ser encarada apenas e tão somente do ponto de vista racional entrando forte conteúdo emocional ou afetivo, pelo que a decisão final deve sempre ser reservada a mulher após aconselhamento.
Ademais a condição de fruto de um estupro não deve ser lá muito agradável para a própria pessoa, exceto em condições singulares.
Diga-se o mesmo da gravidez de risco em que a mulher tem fortes chances de vir a óbito.
Portanto são distintas condições que devem nortear a consideração de cada caso. E não dá prá juntar tudo num 'bolo' e apreciar do mesmo modo ou como querem liberar tudo ou liberar geral promovendo a irresponsabilidade dos jovens burgueses...
Aqui a única solução - e isto vale para diversos temas do direito - é considerar a situação social de cada mulher e indagar se tinha condição ou não de exercer sua liberdade porque o exercício da liberdade depende do nível de consciência e este de certas circunstâncias quais sejam a educação e os recursos materiais.
Por isso digo que um é o problema quando consideramos a clientela feminina pobre que aborta e açougues e morre de infecção e outro quando consideramos as patricinhas que desejam extrair fetos como quem extrai dentes e que já abortam em clínicas ou hospitais de luxo sem que sejam penalizadas como deveriam. Se o aborto já existe para essas mulheres e homens fúteis que podem pagar, que exista igualmente para a mulher pobre e para ela somente.
Que a mulher rica, mas também seu comparsa pegador sejam responsabilizados e chamados a barra dos tribunais. E tais clínicas e hospitais de luxo fechados e lacrados!!!
Arremato este parecer já demasiado longo censurando mais uma vez a leviandade e hipocrisia daqueles que condenam o aborto duma perspectiva idealista e deturpara, sem levar em conta os aspectos da vida real ou prontificar-se a ajudar concretamente.
Se vocês se preocupam com o ser humano ou com a vida apenas enquanto esta no ventre, vocês não passam de hipócritas e fingidos porque a vida é sagrada em todas as suas fazes.
EM QUE MEDIDA VOCÊS SE ESFORÇAM POR PRODUZIR UM MUNDO MAIS DIGNO, JUSTO, FRATERNO E ACOLHEDOR PARA ESSAS CRIANÇAS???
Pensem nisto ou nada farão além de sentenciar pessoas ao único e verdadeiro inferno na terra que é a miséria.
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