terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A nossos amigos e leitores






Vivemos tempos difíceis. Passamos por tempos difíceis. 'Tristia tempora' (R F Avieno). Como um barco que enfrenta uma terrível borrasca... Como um navio que passa por uma pavorosa tormenta... Qual pequenina embarcação face ao colossal Adamastor. Assim nossa Civilização (Não a Sifilização contemporânea ou americanizante - esta jamais foi ou será civilização verdadeira) passa por uma terrível crise de identidade, sentido e pertencimento...

Nos desencontramos - Religiosamente, metafisicamente, antropologicamente, eticamente, cientificamente, socialmente; ideologicamente enfim...

Centenas de autores nas mais diversas perspectivas analisaram e buscaram compreender este fato sem precedentes na História humana, devido a sua dimensão verdadeiramente global com suas decorrências ambientais ou ecológicas inclusive - Leiam Yuval HarariComo profetizou o 'gênio' mau de um Kierkegaard o processo informativo acelerou-se a ponto de não poder ser acompanhado pelo raciocínio ou pelo intelecto. No futuro dilúvio da informação, inundados por 'dados' que se nos apresentam por todos os lados, como diziam Broech e Huxley, não há tempo suficiente para refletir, ponderar, processar... Engolimos notícias como engolimos goles de chá ou café com leite e não digerimos. Mas a memória e a mente não vomitam, e todas estas informações ficam lá baralhadas e movimentando-se num turbilhão. O homem impaciente, como diz Marshal McLuhan lançou a razão de lado e mergulhou de cabeça no irracionalismo - Wallas e McDougall salientaram-no - e no tecnicismo, este - aqui Jacques Soustelle, Corção, Toynbee... - prenúncio inequívoco de decadência. Cientificismo, positivismo e tecnicismo são abordagens superficiais assumidas por uma cultura leviana, que renunciou atingir o mais profundo da realidade, as causas primárias, o ser, o sentido...

Quiçá se trate de uma cultura fatigada.

Fatigou-a esse abuso da razão ou delírio chamado idealismo?

Provavelmente.

E no entanto o abuso não tolhe o uso legítimo e nossa capacidade racional não se torna má, duvidosa ou impotente por ter sofrido abuso por parte de especuladores inescrupulosos.

Tornemos a razão sóbria. Tornemos a racionalidade. Tornemos a nós mesmos enquanto 'sapiens', seres que buscam saber ao menos algo.

Quanto ao saber ao menos um dado nos parece absolutamente certo e unívoco - A crise... Estamos em crise... Crise que para um Spengler, para um Berdiaeff e para um T S Elliot prenúncio do fim.

"Manes, tequel, feres.'

Nossa civilização esta com seus dias contados!

Há no entanto quem acredite que este trágico fim possa ser evitado ou quem creia que o fim comporte em si um novo começo e o começo de uum ciclo menos infeliz.

Há quem tenha esperança.

Freud ao escrever 'O futuro de uma ilusão' tinha alguma esperança. Perdeu-a totalmente nos últimos anos de sua vida, a ponto de classifica-la como um verme ou um delírio e clamar pela suprema paz do retorno ao matéria de onde saíra i é ao turbilhões dos átomos, espiritualmente falando, ao nada.

Então a pergunta que lhe faço meu amigo, minha amiga é se você tem esperança e o quanto a esperança é importante para você???

Tem esperança???

Eis aqui um Blog que não hesita em apontar-nos o mal estar da civilização contemporânea, a frustração, a 'quebra' da magia, a perda do sentido...  Mas que não deixa de ter e de infundir esperança!

Nossa mensagem, inda que realista quanto ao tempo presente é uma mensagem de esperança, por considerar a possibilidade de uma recuperação, desde que refaçamos ao inverso nossa rota e reconsideremos cada um de nossos passos até a reforma, a monarquia papal e o agostinianismo.

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Ass - Redação

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