Jamais me esqueci de uma ilustração vista numa Enciclopédia ainda quando garoto - A qual mostrava Goethe com o olhar perdido diante das ruínas do fórum romano.
E no entanto Goethe contemplando o passado longevo e glorioso dos Césares e memorando os feitos de Scevolla, Furius, Cincinato, Cléia, Cornélia, etc sabe a um Homero, pois tem grandiosidade Épica.
Outro o caso de Nietzsche, o qual possuído pelo espírito dionisíaco assemelhava-se mais aquele profeta judeu que aspirava tudo arrancar pelas raízes para depois replantar; tudo abater para em seguida reconstruir, começando pelos fundamentos. São homens que empunham o camartelo e estilhaçam o belo mármore sem derramar uma lágrima sequer... Tais os iconoclastas. Os iconoclastas - Recicladores de ideais.
Tal nossa civilização - Campo em ruínas ou cemitério de ideologias putrefatas?
Desde que o Catolicismo, a ortodoxia ou a fé apostólica foi imobilizada e lançada por terra após ter imperado soberana por milênio e meio é possível parafrasear os Atos dos apóstolos e dizer a respeito de cada um dos sistemas que o sucederam: "Onde a pouco caiu teu esposo hás de cair tu também, e eis que os coveiros já se acham as portas."
Efêmero foi o triunfo do protestantismo, com seu furor bíblico e altas pretensões - Pois pelos idos de 1700 era já a intelectualidade inglesa descrita como incrédula pelos habitantes do outro lado da mancha. Que dizer então do outro lado do Reno, onde um Reymarus declarava que apodreceu o corpo de Jesus em alguma cova ignorada após ter sido roubado pelos apóstolos com o objetivo de simular sua ressurreição. Sem mencionarmos o imenso enxame de seitas descrito por Voltaire nas "Cartas da Inglaterra" e a sucessiva falencia do projeto totalitário calvinista...
Substituiu-o efetivamente a ordem materialista do liberalismo econômico ou do capitalismo, a qual, desde então, tem o protestantismo servido como um lacaio.
Entrementes veio o convívio democrático a triunfar num cenário, ainda maior: A França. Assim, em menos de século e meio as ruínas do protestantismo foram adicionadas as ruínas do antigo regime.
Tal nossa civilização - Campo em ruínas ou cemitério de ideologias putrefatas?
Desde que o Catolicismo, a ortodoxia ou a fé apostólica foi imobilizada e lançada por terra após ter imperado soberana por milênio e meio é possível parafrasear os Atos dos apóstolos e dizer a respeito de cada um dos sistemas que o sucederam: "Onde a pouco caiu teu esposo hás de cair tu também, e eis que os coveiros já se acham as portas."
Efêmero foi o triunfo do protestantismo, com seu furor bíblico e altas pretensões - Pois pelos idos de 1700 era já a intelectualidade inglesa descrita como incrédula pelos habitantes do outro lado da mancha. Que dizer então do outro lado do Reno, onde um Reymarus declarava que apodreceu o corpo de Jesus em alguma cova ignorada após ter sido roubado pelos apóstolos com o objetivo de simular sua ressurreição. Sem mencionarmos o imenso enxame de seitas descrito por Voltaire nas "Cartas da Inglaterra" e a sucessiva falencia do projeto totalitário calvinista...
Substituiu-o efetivamente a ordem materialista do liberalismo econômico ou do capitalismo, a qual, desde então, tem o protestantismo servido como um lacaio.
Entrementes veio o convívio democrático a triunfar num cenário, ainda maior: A França. Assim, em menos de século e meio as ruínas do protestantismo foram adicionadas as ruínas do antigo regime.
Resta-nos mencionar as contradições internas do capitalismo. As quais, como registrou Marx, não tardaram a produzir miséria ou pauperização e, por consequencia a suscitar uma oposição socialista e por fim o advento do comunismo. E se o liberalismo econômico triunfara na Inglaterra de 1643, com a revolução Inglesa; seu antípoda viria a triunfar na Rússia de 1917 com a Revolução russa
Assim, cerca de 1917 as ruínas do protestantismo, do antigo regine e do capitalismo atulhavam o horizonte da civilização e prenunciavam seu ocaso.
Assim, cerca de 1917 as ruínas do protestantismo, do antigo regine e do capitalismo atulhavam o horizonte da civilização e prenunciavam seu ocaso.
Em que pese outros colossos terem sido erguidos sobre elas - Ao lado do edifício um tanto combalido, mas ainda sólido, da igreja antiga. Assim o Comunismo, a democracia formal e o Positivismo (Sucessor da fé e da Filosofia) enquanto outros como o Fascismo e o Nazismo estavam a ser edificados, sendo aparentemente promissora a arquitetura do século XX...
E no entanto, abalo após abalo, todas estas construções portentosas estremeceram e vieram abaixo com grande estrondo... Até que não sobrou pedra sobre pedra.
E no entanto, abalo após abalo, todas estas construções portentosas estremeceram e vieram abaixo com grande estrondo... Até que não sobrou pedra sobre pedra.
O positivismo, que como sereia augurava as novas gerações um paraíso sobre a terra, começo a ruir pelos idos de 1918, até perder quase que todo seu encanto após a segunda grande guerra. A abominação nazista veio abaixo em 1945 juntamente com o Fascismo. Já o todo poderoso Comunismo resistiu por cerca de setenta anos, esboroando-se em 1990.
E no entanto, o desabamento mais fragoso no entanto deu-se em 1962 - a partir do Vaticano II - com a queda da igreja romana, assediada pela maçonaria, comprada pelo americanismo, flagelada pelo ecumenismo, contaminada pelo protestantismo (Protestantizada) apartada de suas tradições e privada de sua identidade... e reduzida a quase nada > Em comparação com o que fora cinco séculos antes.
E no entanto, o desabamento mais fragoso no entanto deu-se em 1962 - a partir do Vaticano II - com a queda da igreja romana, assediada pela maçonaria, comprada pelo americanismo, flagelada pelo ecumenismo, contaminada pelo protestantismo (Protestantizada) apartada de suas tradições e privada de sua identidade... e reduzida a quase nada > Em comparação com o que fora cinco séculos antes.
E tudo quanto restou de grandioso (Junto com o livre arbítrio - Posto na mira dos ateístas e materialistas) foi a crença infantil e leviana nessa democracia meramente formal ou sem espírito, a qual é mais cria do positivismo do que herança legada pelos antigos gregos. Embora haja quem ouse apresenta-la como algo pronto, acabo e incapaz de ser aperfeiçoado, isto é, como o 'fim da História' ou o Capitalismo de Fukuyama - Pasme o leitor inteligente...
Ora, uma coisa é admitir que corresponda ela, hoje, ao melhor do quanto nos tenha restado (Refiro-me apenas a democracia ou ao liberalismo político, de modo algum ao capitalismo) e outra que não possa ou deva ser aprimorada i é ampliada, aprofundada, etc tornando-se mais funcional, eficaz, direta e popular.
Pois o palpite capitalista, segundo a qual, nossa democracia sem consciencia, se sustentará tal e qual é, ou seja, com suas limitações, vícios e defeitos, demanda uma profissão de fé bastante ousada. A qual não me disponho a fazer.
Alias - Quantos e quantos já não escreveram sobre os seríssimos problemas que envolvem nossa democracia mecanica e sem vida? Revel, Sartori, Bobbio, Ameal, Maurras, Huntington, Lucáks, Poulantzas, Gramsci, Cahn, Lindsay, Moss, Tocqueville, etc
Há portanto chances bastante concretas de que mais e mais ruínas acumulem-se sobre a seara do velho mundo ao cabo deste século...
Do capitalismo, que parece recuperar-se, nada devemos esperar, exceto que esgote todos os recursos naturais disponíveis, fabrique mais massas desmioladas paras serem manipuladas, incentive o crescimento irresponsável da população e conduza a humanidade a destruição, caso não entre em colapso.
O irracionalismo reinante todavia, serve-lhe de couraça impenetrável.
Mesmo considerando que as fontes do Capitalismo ou sua causa eficiente, encontram-se dentro do próprio ser humano ou na esfera da vontade, ainda que a razão estivesse em seu zenite teria de despender considerável esforço para 'conte-lo'. Que dizer então sobre o nosso tempo ou a era do pós modernismo...
Suas contradições internas, ou fazem-no entrar em colapso ou levam nossa espécie a extinção, para a sorte das espécies que não chegamos a extinguir e que talvez sejam contempladas com uma nova chance. Salvo se a disputa pelos tais mercados conduzirem-nos a uma terceira grande guerra nuclear...
Caso o edifício da democracia formal, entre em colapso e venha abaixo, antes de converter-se numa democracia popular, real ou direta as perspectivas me parecem bastante sombrias. Na medida em que virá ela a ser substituída por novos totalitarismos - quiçá religiosos (Teocracia) - ou pelo anarco individualismo, compreendido como dissolução do que chamamos convívio social (O sonho de Max Stirner e Ayn Rand) e aqui temos algo que sequer podemos conceber, uma vez que não podemos imaginar o que jamais existiu.
Mesmo esta democracia precária, e que precisa ser ultrapassada, nos tem de fato beneficiado pelo simples fato de preservar--nos desses dois extremos perigosos representados pela tirania, o despotismo ou a ditadura de um lado e a anomia do outro.
Necessário entender que a democracia, para adquirir vitalidade, deve deixar de ser simples forma ou casca para atuar como espírito ou mentalidade na dimensão da cultura. Deve a liberdade, ao invés de ser negada pelos neuro cientistas levianos e irresponsáveis, converter-se em um valor significativo, em nome do qual as pessoas aceitem viver ou desejem morrer caso preciso for. Caso ela não produza conquistas significativas, caso não desperte amor, lealdade e coragem, caso não melhore as vidas das pessoas, correrá o risco de tornar-se indesejável e inútil.
Já as relações humanas, dentre elas a produção de bens ou seja o setor da economia, devem ajustar-se, acima de tudo as exigências da justiça. Não é o Mercado, porém a necessidade humana que deve determinar o salário, impedido assim a afirmação da miséria e evitando que a divisão social aumente até o conflito entre as classes. Tudo isto implica que a economia reconheça o primado da Ética. Me parece que não há melhor caminho que a liberdade no plano da política e restrição ou contenção Ética no plano da economia.
Resta-nos então alguma esperança?
Sim, certamente há alguma esperança, como também parece haver um poderoso obstáculo
Pois se o positivismo desabou como sistema fechado há no mínimo oitenta anos, permanece ainda vivo e pujante no plano da cultura, a partir de seus elementos dispersos ou dos escombros reaproveitáveis.
Mas qual será o problema do positivismo? Perguntará o católico ou o ortodoxo estúpido que só tem olhos para o comunismo, para o anarquismo e quem sabe para o capitalismo...
Cumpre dizer em primeiro lugar, que este modelo, pautado nas ciências exatas e biológicas, tudo envenenou e desvirtuou ao inserir-se nos domínios das ciências humanas, questão examinada com propriedade de Dilthey a Poincaré (Convencionalista) ao cabo de décadas. Mas quem hoje lê Dilthey ou presta atenção a Poincaré ou a seu cunhado Boutrou...
Observemos de passagem os estragos que causou apenas nos campos da Psicologia e da Sociologia. Quanto ao primeiro deu ele origem a toda uma corrente espúria chamada Behaviorismo - Uma análise superficial do Behaviorismo encontra-se no livro de Marilynne Robinson 'Além da razão' ed Nova Fronteira 2011 capítulo I pg 17. Já no campo da Sociologia a diversos sistemas, todos materialistas e mecanicistas, como os de Marx e de W Pareto.
Alegadamente é o positivismo (Mesmo o francês, herdeiro do iluminismo e portanto destemperado desde o berço!) enquanto filho do criticismo kantiano e do ceticismo Humeano, uma forma de agnosticismo.
Alegadamente é o positivismo (Mesmo o francês, herdeiro do iluminismo e portanto destemperado desde o berço!) enquanto filho do criticismo kantiano e do ceticismo Humeano, uma forma de agnosticismo.
O que deveria força-lo - A respeito de tudo quanto ultrapasse da demarcação imediata dos sentidos (A empiria) - a restrição e ao silêncio, como enfatizaram os ingleses Huxley, Mill e Spencer.
Apesar disto, foi o positivismo de Litreé (Alegadamente anti metafísico) sob a forma cientificista, endossando cada vez mais abertamente o materialismo, até vende-lo como científico, enquanto que a ciência, sendo estritamente empírica, é por assim dizer agnóstica face a tudo quanto ultrapasse a simples materialidade.
Dado por inverificável o quanto esteja para além dos sentidos, fica inviabilizado ou impugnado o discurso materialista. Uma coisa é declarar que o campo da investigação científica restringe-se ao campo da materialidade ou que a ciência seja material e outra, totalmente distinta, é assegurar que não exista qualquer coisa para além da matéria - O que justamente não se pode investigar por meio dos sentidos ou da percepção. Pois dado que existisse algo para além da matéria jamais poderia ser percebido.
É coisa de simples entendimento - Sucede todavia que nem todos os cientistas são versados em Gnoseologia ou Epistemologia...
Diante disto, ao cabo de todo século XX o positivismo, sob a forma acintosa do cientificismo, tornou-se porta voz do materialismo.
Diante disto, ao cabo de todo século XX o positivismo, sob a forma acintosa do cientificismo, tornou-se porta voz do materialismo.
Nada contra os materialistas que tem a lealdade de fugir ao positivismo ou ao kantismo e de apresentarem-se como metafísicos.
Obviamente que tal não é o caso dos positivistas - Os quais aspiram promover a ideologia ou a elaboração mental\conceitual do materialismo como 'ciência' ou dado empiricamente constatado... Aqui há quem pretenda inclusive ser cético (rsrsrs) e ateu, cético e materialista, cético e positivista...
No plano da cultura o quanto foi dito a respeito do ceticismo por Victor Brochard, em sua extensa monografia sobre os céticos gregos foi reproduzido em gênero, número e grau pelo insuspeito G Sorel.
O qual também pode verificar que é o materialismo - E ainda mais o ceticismo - uma ideologia 'de crise', a qual ele vinculou ao fim do mundo antigo... Antes do mundo antigo ter se lançado aos braços do mitracismo, do gnosticismo e do Cristianismo havia se lançado nos braços do ceticismo e do materialismo.
Não passou em sua totalidade da razão a fé ou ao fanatismo, mas, a partir da segunda metade do século III d C do irracionalismo ao misticismo (No qual o próprio neo platonismo se havia transformado) e enfim as crenças; sendo recuperado para a razão ou a teologia, por um Cristianismo (A Ortodoxia oriental a partir do século VI d C) que havia incorporado Aristóteles e que viria dar origem as diversas escolásticas.
Embora alguns digam que este homem antigo fartou-se da razão, parece que foram mais propriamente as condições sociais adversas que fizeram este homem dela desconfiar até a negação ou ainda que a dúvida insuperável e pessimista foi potencializada pela situação externa do mundo, (Assim por calamidades naturais, conflitos bélicos, epidemias, miséria, etc) a qual parece ter repercutido negativamente nos domínios do intelecto, fazendo com que muitos passassem a desconfiar até mesmo de si próprios.
Embora alguns digam que este homem antigo fartou-se da razão, parece que foram mais propriamente as condições sociais adversas que fizeram este homem dela desconfiar até a negação ou ainda que a dúvida insuperável e pessimista foi potencializada pela situação externa do mundo, (Assim por calamidades naturais, conflitos bélicos, epidemias, miséria, etc) a qual parece ter repercutido negativamente nos domínios do intelecto, fazendo com que muitos passassem a desconfiar até mesmo de si próprios.
Assim o homem de hoje é precipitado pela crise do tempo presente nos braços das ideologias negativas que reforçam essa mesma crise.
O homem angustiado ou neurótico da Sociedade do capital - Que trocou a família pelo culto ao trabalho e a viu sucumbir. - chegou a duvidar seriamente de sua capacidade e a sentir-se de todo incapaz ou inábil.
Isso a um tal ponto que bastou a falsa religião apresenta-lo como culpado, impuro, corrupto e isento de qualquer qualidade para ele acreditar e encarar a si mesmo dessa forma.
Desde então a própria sociedade, enquanto convívio dos homens, não encontra regeneração... Uma vez que a partir do nada ou do vazio não se constrói coisa alguma. Uma vez que o nada o torna ainda mais frustrado. Uma vez que a impotência produz apenas decepção.
Mesmo antes de ter tirado sua máscara e assumido aquele viés materialista que haveria de caracteriza-lo posteriormente, o positivismo, desde os tempos de Litreé, tendo declarado guerra a metafísica ousou repudiar a viabilidade da Ética enquanto valor universal e unificador.
Mesmo antes de ter tirado sua máscara e assumido aquele viés materialista que haveria de caracteriza-lo posteriormente, o positivismo, desde os tempos de Litreé, tendo declarado guerra a metafísica ousou repudiar a viabilidade da Ética enquanto valor universal e unificador.
Já Brochard, em sua já citada obra, havia registrado que os antigos céticos costumavam ficar exasperados quando seus contraditores embrenhavam-se pelo caminho da ética, uma vez que nada tinham a oferecer e eram levados a admitir que absolutamente tudo era permitido...
O que evidentemente assombrava seus contraditores, embora de modo algum assombre o homem leviano do século XXI.
Mason acaba de morrer e esse Mason que acaba de morrer, foi quem urdiu o assassinato de Sharon Tate, seu filhinho e seus hóspedes, alegando que 'Tudo era permitido' uma vez que ele e seus seguidores não admitiam que assassinar, roubar, etc era errado... E como nada de externo ou de objetivo ao individuo além da sociedade falível... Como não há uma Ética transcendente, universal e unificadora... Com que direito podemos nós, a partir de nossos princípios e valores individuais, subjetivos e relativos julgar um Mason, um Streicher ou um Maníaco do parque e com que direito os podemos julgar e punir...
O que nos faz julgar e punir, com absoluta propriedade, tanto um Hitler quanto um Goebels ou um Himler é uma lei natural, essencial e comum que transcende a cada individuo e é fonte de direitos inerentes para todos os seres humanos. É sobre este conceito ou noção que se assentam os fundamentos mais remotos de nossos aparelhos judiciários.
Eliminado esta lei natural e estes direitos inerentes, como querem Kelsen e Ross, apenas a instância social ou o poder político sobrepõe-se a pessoa.
Aparentemente semelhante doutrina não parece apenas inofensiva mas até sensata...
E no entanto quantos não foram os crimes cometidos pelas sociedades, estados e organizações políticas ao cabo da história... A escravidão negra nos EUA, o Apartheid na África do Sul, os Campos de concentração nazistas na Alemanha, etc
Daí Thoureau ter elaborado a doutrina da desobediência civil, embasada na consciência pessoal, a qual é tão digna e nobre quanto o poder político o é.
Assim se Ross e Kelsen personificam Creonte, Antígona é feita valer pelo autor de Walden. Importa que hajam valores objetivos, comuns e essenciais acima de Antígona, Creonte, Ross, Kelsen, Hitler ou Mason... Aos quais se possam reportar todas as pessoas e sociedades.
O positivismo, todavia - E por questão de crenças ou de metafísica. - não o pode admitir...
Afinal Justiça e Liberdade são conceitos puros, que não podem ser experimentados, vistos, pesados, medidos, contados, etc E, sendo assim não existem apenas nos diferentes indivíduos, porém de diferentes formas. E o que é liberdade para um já não o é para outro... Nada de objetivo e externo aqui.
Caso a justiça exista externamente e tenha uma forma comum, terá de existir e de subsistir imaterialmente...
O que o positivismo não pode admitir.
Sendo assim todo essencialismo ético, todo universo socrático/platônico é fundamentalmente abalado pelo positivismo. Pois é metafisico duma metafisica imaterialista ou espiritualista sem a qual a solução ética formulada pelo filho de Fenarete vem abaixo e desabada fragosamente. Enquanto ali, ao lado, diante dele, está Trasímaco, partidário de Creonte ou da força, do poder arbitrário.
Lamento te-lo de repetir pela milésima vez neste tempo em que se fala, tanto e tão levianamente, sobre ética.
Lamento te-lo de repetir pela milésima vez neste tempo em que se fala, tanto e tão levianamente, sobre ética.
Afinal o grande mérito do pós modernismo anti positivista foi dar razão aos Católicos e reabilitar o tema da ética. Sem no entanto saber ou poder soluciona-lo, pela via do irracionalismo. Posto que por via do irracionalismo nada se soluciona ou conclui.
Seja como for do positivismo jamais partiu qualquer sistema de ética, e ele jamais ocupou-se da ética mesmo quanto não chegou a nega-la honestamente com Litreé... O máximo a que seus profitentes chegaram foi a identificar a ética ou os valores com uma dada cultura humana, o que nos leva, não apenas ao relativismo, mas, como já foi dito, a instância da sociedade, como sendo o padrão com que nos deveríamos conformar.
Ao postular o relativismo Etico ou cultural Durkheim, Levy Bruhl e os seus, ao menos remotamente, forneceram um suporte perfeito para Kelsen e este um suporte perfeito para a estatolatria e conformismo típicos do ceticismo enquanto negação de um modelo ideal.
Foi assim com Pirro na antiga Grécia, e, ninguém mais conformista e conservador do que ele, dirá o citado Brochard... e não poderia ter sido diferente, pois como assevera Recaséns Sichens, não há crítica ou resistência, ou oposição possível a um dado concreto sem que haja uma instancia ideal.
Negando doentiamente essa instância ideal e portanto, na mesma medida, a correção ou mudança, ceticismo e positivismo (Um Ceticismo ametafísico ético e estético.) tendem a ser conformar com o que é e a fazer com que nos submetamos docilmente a um veredito social que nem sempre é certo.
Remova a ética no entanto e que nos restará: O racismo, o escravismo, a tortura, o machismo, a pedofilia, a guerra, a matança de animais, etc
Irrelevante ou mesmo ocioso condenar tais monstruosidades em nome do individuo, da autoridade ou do grupo social. Pois alguém mais atilado, como um Mason, percebendo o logro, sempre poderá classificar tal condenação como mera opinião e discordar.
É necessário condenar o machismo, o racismo, o odinismo, o adultismo, o especismo, o escravismo, etc em nome de um princípio objetivo, comum e superior a todos. De modo que a condenação seja categórica e o castigo justo.
É necessário fulminar tais vícios com uma condenação absoluta e irretorquível.
A qual independa da anuência ou da vontade dos indivíduos.
Em nome de uma lei a que eles não poderão furtar-se porquanto sob quaisquer alegações.
O que sempre nos levará ao conceito de Lei natural, digo de que a Etica corresponde a uma Lei natural tão impositiva quanto a Lei física ou a Lei biológica.
O que sempre nos levará ao conceito de Lei natural, digo de que a Etica corresponde a uma Lei natural tão impositiva quanto a Lei física ou a Lei biológica.
O materialismo jamais ultrapassara o utilitarismo crasso i é aquele de Benthan, o da pior espécie... Mesmo porque Benthan, por questão de princípios jamais poderia considerar algo de unificador num universo puramente material. O quanto podia ele ver eram apenas elementos dispersos: Arvores, animais, casas, grupos sociais, culturas, opiniões, pontos de vista, etc sem qualquer mínima conexão ontológica.
Todos estão fartos de saber que o utilitarismo original, concebido por Benthan a partir do ateísmo ou do materialismo foi um utilitarismo individualista capaz de justificar Mason, Hitler, Tamerlão, etc
O que forçou J S Mill inserir naquele sistema o elemento da alteridade ou da empatia, o qual ele disse ter tomado ao catecismo ou ao Evangelho. Que os ateus, materialistas e positivistas (Não me refiro a bíblia ou antigo testamento e nem mesmo as cartas dos apóstolos porém as lições de Jesus ou a suas palavras assentes nos quatro Evangelhos - Quero deixar isto bem claro.) encaram como uma produção grosseira.
Solidariedade ou empatia empiricamente falando nada é.
Por via do materialismo somos seres separados uns dos outros e não podemos jamais fugir ao individualismo com todas as suas funestas decorrências.
Mas temos os mesmos corpos!
Não, não temos os mesmos corpos. O que temos são corpos semelhantes quanto a forma ou a constituição, mas diversos quanto a extensão e por isso a dor sentida por um não jamais se propaga ao corpo do outro...
Mas eu talvez venha a passar pela mesma situação... Isto continua sendo sempre uma mera suposição, a qual, rigorosamente falando não nos obriga a coisa alguma.
Todo e qualquer sistema de ética que parta do materialismo jamais conseguirá opor-se com sucesso ao individualismo. Serão individuos buscando suas vantagens, bem a gosto do darwinismo social, o primo cientificista do utilitarismo benthaniano por sinal.
Considere o leitor o caso de tais indivíduos terem que matar, roubar, mentir, trair, etc para obterem os resultados a que aspiram, se realizarem e assim conquistar a felicidade?
Fará voce um belo sermão dizendo que cada um deles deve abrir mão da própria felicidade ou imolar-se... Com base em que experiencia ou constatação empírica... Só se for com base nos romances da Bárbara Cartland...
Considere o leitor o caso de tais indivíduos terem que matar, roubar, mentir, trair, etc para obterem os resultados a que aspiram, se realizarem e assim conquistar a felicidade?
Fará voce um belo sermão dizendo que cada um deles deve abrir mão da própria felicidade ou imolar-se... Com base em que experiencia ou constatação empírica... Só se for com base nos romances da Bárbara Cartland...
Dirás que o direito deles termina onde começa o do outro... Que devem se colocar no lugar do outro... Que é errado... Etc
Pois bem, onde e por que modo são tais afirmações comprovadas pela ciencia.
Pelo contrário> O que mais vemos nesse curioso mundo são cientistas de tendencia darwiniana (Pobre Darwin) ou darwinistas sociais, publicando livros nos quais declaram que a traição, a mentira, etc corresponderam a mecanismos ou a estratégias evolutivas...
Teme ao menos - O criminoso, dirá voce. - ser apanhado pela justiça, ser descoberto, ser preso, ser punido, etc
O conselho até seria bom caso não deixa-se implícito que um crime não descoberto ou punido nada significa.
Aqui, o quanto nosso defensor da 'Teoria pura' esta fazendo é, na prática, estimular o crime perfeito, por parte dos que se acham habilitados. Provavelmente voce responderá dizendo que não existe o crime perfeito - Ao que posso objetar: Alguns crimes são de fato tão perfeitos a ponto de voce, ignorando-os poder negar confortavelmente sua existencia. Direi no entanto que antes do DNA inumeros crimes foram 'relativamente' perfeitos e que outros só foram descobertos décadas após as mortes de seus autores, os quais de fato jamais responderam por eles ou receberam punições conseguindo burlar a justiça humana.
Naturalmente que se alguns conseguiram, alguns outros que tem perfeito conhecimento dos fatos e que se julgam competentes - Já dizia Cecília Meirelles Nada mais comum do que alguém atribuir a si mesmo excessivo valor...
Aqui, o quanto nosso defensor da 'Teoria pura' esta fazendo é, na prática, estimular o crime perfeito, por parte dos que se acham habilitados. Provavelmente voce responderá dizendo que não existe o crime perfeito - Ao que posso objetar: Alguns crimes são de fato tão perfeitos a ponto de voce, ignorando-os poder negar confortavelmente sua existencia. Direi no entanto que antes do DNA inumeros crimes foram 'relativamente' perfeitos e que outros só foram descobertos décadas após as mortes de seus autores, os quais de fato jamais responderam por eles ou receberam punições conseguindo burlar a justiça humana.
Naturalmente que se alguns conseguiram, alguns outros que tem perfeito conhecimento dos fatos e que se julgam competentes - Já dizia Cecília Meirelles Nada mais comum do que alguém atribuir a si mesmo excessivo valor...
Sendo assim, ao menos para algumas pessoas pretenciosas a impunidade por si só, face as autoridades humanas, equivaleria sempre a um estímulo ou a uma permissão, para que cometessem crimes.
Senso assim a doutrina utilitarista individualista corresponde, sob todos os aspectos possíveis a um fiasco completo.
Hume merece certamente ser aplaudido por sua honestidade e franqueza, quando partindo de seu ceticismo inveterado, teve de concluir que o assassinato não constitui um mal em si mesmo e que a única coisa que o transforma em crime é a lei baixada pela sociedade.
Portanto não havendo punição ou lei externa não haveria crime.
Tortura e estupro tampouco seriam males condenáveis em si mesmos, exceto se condenados pela sociedade.
Agora imaginem uma Sociedade que aprovasse a tortura, como a Comunista, a Fascista, a Nazista - ou uma outra, como a islâmica, onde estupro de vulnerável ou de infiel fosse autorizado...
Eis para onde nos levam Hume e o querido ceticismo...
Agora reflitamos sobre o que sucederia caso as pessoas, em especial as massas ouvissem-no e o levassem a sério.
Reflita!
Reflita!
Imagine uma Sociedade em que o sistema de Mill fosse adotado sem os atavios tomados ao Cristianismo (Tornando a ser o de Benthan) com sua ética revelada... Sim, pois o outro nome do utilitarismo individualista é darwinismo social; amiguinho Benthan e amiguinho Spencer estão de mãos dadas... E nessa sociedade regida por princípios egoístas; compaixão, amor, justiça, etc não apenas carecem de todo sentido ou são meros nomes como representam desvantagens em conflito com as investigações científicas.
Agora veja um clamoroso exemplo ou reflexão que tomo Peter Singer - Por que raios continuamos a torturar e matar animais inteligentes, como cobaias, ratos, macacos, cavalos, cães, gatos, etc com as bençãos dos cientistas positivistas e dos patrões ou empresários apenas para emprega-los em 'experiencias' (Torturas escabrosas, repito) e ter uns sabonetes, perfumes, xampus e desodorantes, e medicamentos, melhores ou ainda para adquirir uns certos conhecimentos... Por que continuamos a fazer isso após sabermos que tais seres não apenas são sensíveis, como auto conscientes, resistentes a morte e sobretudo inteligentes...
Trasímaco responde: Fazemos isso primeiramente porque podemos ou temos força, armas, etc e em segundo lugar porque obtemos vantagens ou benefícios> Eis ai o belo utilitarismo produzindo seus frutos podres i é uma autentica hecatombe! E os cientistas acríticos e negadores da Etica e de lei natural, executam, aplaudem e defendem tudo isso, para depois criticarem os religiosos ignorantes e iletrados que sacrificam animais a seus deuses... Eis a estirpe dos evoluídos positivistas...
Agora veja um clamoroso exemplo ou reflexão que tomo Peter Singer - Por que raios continuamos a torturar e matar animais inteligentes, como cobaias, ratos, macacos, cavalos, cães, gatos, etc com as bençãos dos cientistas positivistas e dos patrões ou empresários apenas para emprega-los em 'experiencias' (Torturas escabrosas, repito) e ter uns sabonetes, perfumes, xampus e desodorantes, e medicamentos, melhores ou ainda para adquirir uns certos conhecimentos... Por que continuamos a fazer isso após sabermos que tais seres não apenas são sensíveis, como auto conscientes, resistentes a morte e sobretudo inteligentes...
Trasímaco responde: Fazemos isso primeiramente porque podemos ou temos força, armas, etc e em segundo lugar porque obtemos vantagens ou benefícios> Eis ai o belo utilitarismo produzindo seus frutos podres i é uma autentica hecatombe! E os cientistas acríticos e negadores da Etica e de lei natural, executam, aplaudem e defendem tudo isso, para depois criticarem os religiosos ignorantes e iletrados que sacrificam animais a seus deuses... Eis a estirpe dos evoluídos positivistas...
Observem mais uma vez este trágico quadro - Utilitarismo, Individualismo e Darwinismo social...
E reflitam sobre de que maneira poderiam tais doutrinas servir de anteparo as culturas de morte do Anarco individualismo, do Fascismo, do Nazismo e do Comunismo...
O positivismo, o cientificismo, o ceticismo, o materialismo e sobretudo o ateísmo jamais poderão servir de fundamento a qualquer sistema de Etica nimiamente humanista i é capaz de proteger, valorizar e promover o ser humano face aos clamores das culturas de morte acima citadas! Que dizer então sobre uma Etica supra especista capaz de vindicar os direitos dos animais acima citados!
Afinal sempre serão sistemas estruturais ou funcionalistas a que sempre se poderá escapar.
Não cogitam em eles em liberdade ou justiça e por isso jamais serão capazes de inserir vida em nossa democracia semi morta ou de reformar as instituições econômicas produzindo uma sociedade mais solidária e fraterna.
Não devemos esperar qualquer redenção do positivismo ou de seus tentáculos, tampouco do empirismo e do ceticismo e enfim do pós modernismo. Desse balaio não saí Etica alguma.
Assim enquanto mais e mais escombros vão caindo sobre nossas cabeças (E diante do cenário feérico que é este imenso campo, coberto por ruínas monumentais.) só nos resta ir bater a outras portas...
Seremos capazes de reconstruir alguma coisa??? Não sei, não sei, não sei; mas certamente devemos tentar...
Poderemos aproveitar algum material?
Mármores e pórfiros sempre podem ser reaproveitados com sucesso...
Reciclagem é sinal de inteligência...
Algo há que possa ser recuperado?
Veremos, veremos...
Precisamos porém de um elemento coordenador...
Seremos capazes de reconstruir alguma coisa??? Não sei, não sei, não sei; mas certamente devemos tentar...
Poderemos aproveitar algum material?
Mármores e pórfiros sempre podem ser reaproveitados com sucesso...
Reciclagem é sinal de inteligência...
Algo há que possa ser recuperado?
Veremos, veremos...
Precisamos porém de um elemento coordenador...
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