Estimulada já por um Mercado insaciável na dependência de um 'exército de reserva', já por instituições religiosas ambiciosas e sem consciência tem nossa espécie se multiplicado de forma irresponsável e comprometido, quiçá de maneira irreversível, a existência da vida, como um todo, em nosso planeta.
Guiada pelo espírito da avareza, aqui aberta ali dissimulada, a criatura racional, projeto grandioso, foi revertendo ao que fora em seus primórdios, assim a condição de predador.
De fato nossos ancestrais, tendo se multiplicado em demasia e atingido certa cifra, não mais podiam manter sua dieta habitual sem levar a mega fauna a extinção.
Do que resultou a extinção de um sem número de espécies e a invenção da agricultura, resultado de uma mudança em termos de dieta imposta pela necessidade.
Em não havendo mais brioches tiveram nossos ancestrais de comer pães ou melhor plantas, folhinhas, mato, couves... A falta de mamutes e rinocerontes lanudos teve a salada de entrar no cardápio.
Nem bastavam os sobreviventes do reino animal para nutrir-nos sem os dons de Ceres e nos tornamos mais onívoros. Houve existência e sobrevivência e até mesmo algum equilíbrio.
Nós no entanto, por milênios não nos abstemos de procriar ou, melhor dizendo, não cogitamos e sequer poderíamos ter cogitado, em limitar a procriação - Que um Malthus primitivo era inimaginável.
Não poderia um Malthus ter surgido tão precocemente. Tampouco deveria ter chegado meio atrasado.
No entanto o uso indiscriminado de madeira e a criação de bois foi restringindo cada vez mais o espaço da natureza 'in natura' i é das matas e florestas.
Substituíram a madeira, que é orgânica, pelo plástico, pela borracha e pelo alumínio... Saindo a emenda pior do que o soneto. Do que resultou imensa sujidade até no espaço, sem falar no fundo do mar. Emporcalhamos tudo pois ou damos cabo com a madeira ou acumulamos outros tantos resíduos caso não reciclemos.
Imperativo é reciclar. Reciclar porém é paliativo que não toca o fundo da ferida ou o âmago da questão.
E nos humanos não apreciamos atingir o âmago da questão.
Como disse, afirmada a falsa segurança ou a segurança aparente, nos tornamos mais e mais carnívoros. A ponto de sermos assombrado pelos peidos dos bois.
Parece anedótico mas não é.
Somos bilhões de carnívoros ou predadores. Na dependência de centenas de milhões de cabeças de gado, ou seja de uma hoste de bovinos.
E os bovinos peidam i é excretam algo parecido com o metano. O que reflete nas condições do clima...
Imaginem então os pastos!
Imaginem em seguida quantos pastos, campos de cultivo, bosques plantados são necessários para suprir as necessidades de sete bilhões de seres humanos.
Muitos dos quais vivem já como miseráveis.
E nem estamos falando em qualidade de vida para todos mas somente em pura e simples sobrevivência.
Agora onde enfiaremos os resíduos por nós produzidos?
Mesmo fumaça ou cinzas...
Para onde irão tantas cinzas e tanta fumaça, somada alias a fumaça expelida por nossos automóveis?
Percebe que o quadro já é mais do que tenebroso?
Considere agora que ainda precisamos encontrar espaço para a natureza 'in natura'.
Então já são pastos, bosques artificiais, campos de cultivos, lugares de despejo, espaços naturais e é claro locais onde possamos viver ou morar - E são sete bilhões de pessoas... E sete bilhões.
Quem não vê e percebe que com o aumento da população em milhões, 8, 10, 12 ou 15 a demanda por alguns destes espaços aumenta enquanto outros espaços diminuem...
É o vegetarianismo outro paliativo, como a reciclagem...
No entanto onde haveis de conseguir espaço para cultivar vegetais destinados a alimentar 12 ou 15 bilhões de seres humanos???
De modo que os campos serão tudo, e não restará espaço para mais nada.
Bem, paliativos temos, quiçá a macheia.
Reciclagem, vegetarianismo, naturismo...
E todavia caso nosso ritmo de crescimento populacional continue sendo o mesmo paliativo algum fará a diferença.
Dezenas de milhões de veganos, recicladores, naturistas, etc dá na mesma. E não poderá a mãe terra sustenta-los.
Assim é o socialismo, bem entendido como uma economia voltada para o homem ou para a justiça social, será também um ideal instável caso não solucionemos, antes de tudo, o problema da procriação. Embora muitos sociólogos considerem que a própria miséria estimule a procriação, hipótese que nos levaria a um sinistro círculo vicioso. Pois não é menos verdade que o excesso de pessoas agrava, senão produz a miséria...
Então temos de botar o dedo lá no fundo da ferida que é um abismo.
E tornar a Malthus.
Tudo vai em progressão aritmética, produção de alimentos, políticas públicas, tomada de consciência - Alias tomada de consciência vai a galope de lesma ou a passos de tartaruga.
A população no entanto cresce em ritmo exponencial e o pouco que cresce torna a situação mais grave.
Menos espaço para animais e vegetais, mais lixo, mais poluição, mais resíduos, mais miséria, mais fome, mais sofrimento... E mais consumo, o qual irracionalmente estimulado converte-se em pregação. Enchemos nossas bocas para falar em progresso mas, enfrentamos o mais terrível dos retrocessos ou crises já experimentadas pela espécie... Anunciamos o paraíso sobre a terra e estamos as portas do único inferno, o inferno do calor, da sujeira, da fome, da violência, da fealdade...
Pois mais que os catastrofistas (Que com isto aspiram apressar - Acredite se quiser - o retorno do divino Mestre Jesus.) vibrem e aplaudam a situação não será nada agradável, e as únicas coisas que os arrebatará a fome, a peste e a guerra...
Contra uns e outros: Demagogos religiosos, fanáticos, avarentos, políticos maquiavélicos, etc temos d bradar em alto e bom som: O crescimento populacional terá de ser contido, a família planejada e a natalidade controlada. Eis o único meio capaz de converter os vermes em homens, em seres racionais, éticos e virtuosos - Dispostos a viver em comunhão com a mãe natureza.
Caso o ritmo do que chamamos progresso econômico não seja condizente com a condição do planeta teremos de adotar um postulado oposto ao de Bush e Trump: Sacrifiquemos o mercado, a economia, o ritmo do progresso técnico e salvemos o planeta, a fauna e a flora, a mãe terra, a nossa casa e nosso lar. Como Ulisses e os seus tapemos os ouvidos face ao canto falacioso das sereias...
E como lamentavelmente a consciência não avançará tão célere como gostaríamos neste direção teremos de pensar na força das leis, democraticamente sancionadas pela parte mais consciente ou sensível ao problema.
Quero dizer que é defeso a espécie e a sociedade humana, tendo chegado ao ponto a que chegamos, por meio de leis e coerção, determinar o planejamento familiar e o controle de natalidade.
Como diante de uma peste, praga ou epidemia não há que se considerar os caprichos da 'liberdade' individual. Todos os elementos da sociedade humana devem ser convocados a colaborar, tendo em vista a contenção populacional.
Trouxe-nos a maldita pandemia uma cara lição.
Doutrinas e opiniões há que por afetarem drasticamente as vidas de milhões de pessoas não devem ser toleradas mais reprimidas, assim esse 'pensamento' conspiracionista infenso a vacina. Relacionado de perto com as pérolas do terraplanismo, do geocentrismo, etc Pois nenhuma dessas crenças imbecis é ingênua. Como não é ingênuo o criacionismo, o qual - Ao menos - já devia ter sido condenado firmemente pelas Igrejas apostólicas e históricas. e condenando por um poder espiritual, tendo em vista suas cominações aberrantes.
Neste soturno quadro encaixasse muito bem a pregação ou ideologia 'procriacionista', a qual avalio como uma das mais graves ameaças ideológicas a conservação da espécie. Multiplicando-nos, não duvidemos, pereceremos por completo.
Pondo filhos e mais filhos no mundo, irresponsavelmente, chegaremos ao colapso, pois a natureza não mais poderá suportar tal hoste de consumidores, de predadores, de vermes vorazes.
Por hora os gafanhotos somos nós e só deixaremos de se-lo quando contermos não somente nossa propagação mas também nossas aspirações financeiras e tecnológicas. Teremos de analisar e rever todo nosso modo de vida, de produção, de distribuição e sobretudo de relação com o ecúmeno. Se o Comunismo, por falacioso, não funciona, o funcionamento do capitalismo é mais do que péssimo.
Homens ilustres penaram por não terem encontrado qualquer solução para tal impasse, o problema do século, ou melhor, do milênio - Que digo - da História.
De fato não cogitaram em Anarquismo, Comunismo, Fascismo, Nazismo, etc - Tampouco nós, que não cremos em quaisquer dessas ideologias de morte, como não cremos no capitalismo, pois estaríamos a crer no anti Cristo, no sedutor, no falso profeta, na besta imunda; filha de Lúcifer. Honremos o primado do espírito e confessemos: O Capitalismo é isto, embora alguns o cubram com vestes de anjo de luz e o disfarcem. Mas é isto e disto não passa: Pois separou os irmãos uns dos outros, instilou egoísmo e estimulou a avareza.
Onde estará então a solução?
Falemos em Ética, ou melhor, nas fontes da Ética. Olhemos para trás e façamos a verdadeira revolução, com a munição do espírito!
A solução está nas singelas lições do Evangelho e também da Memorabilia sobre Sócrates e nas obras do divino Platão a respeito deste Mestre excelente. Olhemos ainda para Aristóteles, Buda, Confúcio, Basílio, Bento, Francisco e alguns outros mestres do passado.
Os quais nos ensinaram a não sermos acumuladores de quaisquer coisas e a não juntar tranqueiras em demasia sejam edifícios, automóveis, moedas, papéis, etc mas apenas e tão somente boas ações. Os quais nos ensinaram a pensar no outro, a colocar-nos no lugar do outro, a ajudar o outro e sobretudo a ama-lo. Os quais nos ensinaram a ser sensíveis, justos, fraternos... E a viver na dimensão do bem, da verdade e do belo, em comunhão com nossos irmãos animais e no respeito pela mãe terra - Enfim os quais nos ensinaram a viver racionalmente e a planejar o futuro!
Cada um destes homens é um Salvador ou Redentor para esta vida, para a vida social, o convívio e a sobrevivência neste mundo. Cada um deles é profeta e pregoeiro da verdade. Cada um deles nos convida a reforma da mente e a peleja do espírito.
Podemos progredir sim, mas noutras direções, que não na da matéria, da economia e da técnica apenas. Podemos estabelecer outros roteiros, mais sensatos, mais simples, mais humanos e não menos ricos. Foi para viver em comunhão com a mãe terra e em sintonia com o planeta que viemos a luz da existência. Foi para caminhar e crescer juntos que nos manifestamos não para devorar, predar, devastar e destruir - Quem compreende-lo será humano, ser racional e digno da liberdade. Quem não o compreender continuará sendo vil gusano rastejante, guiado pela fome insaciável. A partir de então teremos um planeta para nossos filhos, netos e descendentes, para que vivam bem e com qualidade de vida.
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