- Jamais existiram quaisquer Adão e Eva, criado a partir do barro ou magicamente feito a partir de uma costela.
Como jamais existiram árvores do bem e do mal, serpentes com asas ou patas ou ainda um jardim do Éden.
Tudo isso não passa de um relato mitológico produzido a partir do 'Enumah Elish', um relato babilônico ancestral. Alias nesse relato é o homem feito a partir do barro de modo a significar seu alto valor posto que do solo barrento da Mesopotâmia eram feitos os tijolos com que se construíam as cidades, os potes de cerâmica e até mesmo as tabuinhas com que se escrevia.
Em sua ingenuidade os antigos hebreus copiaram o relato ancestral, o que se enquadrava perfeitamente em sua mentalidade era mágico fetichista ou pré científica.
Forçoso declarar que nada há de histórico ou real em tal relato. No máximo teríamos uma ilustração alegórica sobre a presença do mal no mundo ou ainda sobre a ação organizadora do espírito sobre a matéria, ainda que muito mal compreendida.
O mais provável é que o elemento material seja eterno e que o elemento Imaterial ou divino atue eternamente sobre ele produzindo uma infinidade de mundos.
- E no entanto o mal moral ou ético está presente no mundo dos humanos desde seus primórdios e representa uma infidelidade a própria consciência, testemunha de uma Lei superior e divina.
- Naturalmente que o mal moral faça pressupor, naqueles homens, consciência ou conhecimento e livre vontade.
Embora o raio dessa consciência dependa das circunstâncias histórico sociais. Nem precisa ser sua extensão idêntica a nossa.
- A própria doutrina Ortodoxa declara e admite que esse mal, não metafísico ou essencial, perpetuou-se pelo exemplo, i é, através da educação, da cultura, etc Não se trata portanto um mal juridicamente imputado a pessoas inocentes e menos ainda a uma 'massa' de seres humanos. Pois não é próprio da justiça infinita transferir a culpa do criminoso aos inocentes e isso é sempre aberrante.
- Tampouco corrompeu ele por completo a natureza humana, a ponto de afetar a racionalidade e a livre vontade ou as capacidades para conhecer e decidir, limitando-se a feri-la ou debilitada.
Nem poderia qualquer ação humana destruir por completo a 'Imagem e semelhança' de nosso bom Deus.
- Disto resultou a alienação da espécie com relação ao Sagrado ou uma ruptura. Noutras palavras: Perdeu o ser humano sua comunhão com Deus e com o todo ou o universo e, a partir daí, fragmentou-se ainda mais. E por esse caminho chegamos a ambivalência e ao conflito interno.
- Para sanar, recuperar, purificar e educar esse ser fragmentado e decadente, a Trindade consubstancial e indivisível, assumiu a natureza humana e se manifestou na carne.
- Nem as pessoas divinas se separaram - Qual fossem diferentes deuses. - e deram morte uma a outra ou pagou a excelsa divindade qualquer coisa a quem quer que fosse. Pois não há poder superior a ela nem é ela masoquista.
Quis a divindade partilhar da nossa condição e padecer na cruz para manifestar sua solidariedade ou seu amor e ser nosso companheira na jornada da dor e do sofrimento. E tal é um ato de infinita nobreza, gentileza, benevolência e filantropia. Embora seja Deus impassível em si mesmo, tornou-se nosso camarada por meio da natureza humana a que se uniu.
Imolou portanto a si mesmo apenas para nos atrair a si.
- Por fim todos os humanos, mesmo após a morte e sem dúvida alguma até o dia do juízo final, tem a possibilidade de se unirem a Jesus Cristo ou de abandonar o mal e passar ao bem. E alguns de nós tem a esperança de que tal possibilidade se estenda para além do juízo final e de que todos sejam recuperados ou restaurados no Deus encarnado Jesus Cristo.
Tal a versão original, legítima e correta do Cristianismo - Sem Triteísmo, expiação, predestinação ou penas eternas. - não deturpada pelos papas romanos, reformadores protestantes e sobretudo Agostinho. A Ortodoxia oriental é testemunho histórico disto.
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