Faltando exatos vinte dias para as eleições presidenciais do segundo turno depara-mo-nos com diversas publicações em que o sr Jair Messias Bolsonaro, candidato do PSL, é apresentado como fascista, o que é repudiado tanto por parte de seus apoiantes como pelos fascistas em sua maior parte.
É que de modo geral, os brasileiros identificam os fascismo com o autoritarismo. A dar tal identificação por certa os Comunistas, que são igualmente totalitários - devido a doutrina da ditadura do proletariado e sua forma partidária - seriam fascistas e mais ainda dos fundamentalistas religiosos ou teocráticos, dos quais o Congresso Nacional converteu-se em província. A análise é superficial e injuriosa para com os autênticos fascistas, doutrinários, com os quais convivo e dialogo, em que pese minhas opiniões diametralmente opostas (sou pela democracia direta ou policracia).
O autoritarismo corresponde a um fenômeno psicológico e decorre das relações familiares estabelecidas durante a infância e de condições como a insegurança. Prescinde portanto de qualquer aparato teórico ou doutrinal, o Fascismo não, é um sistema doutrinário com pretensões intelectuais e, em que pese seus vícios, com uma excelente compreensão face ao problema da cultura. Bem definido não será de modo algum racista, mas culturalista, na medida em que a afirma a superioridade de uma dada cultura ou a identificação de um povo com determinada cultura.
Não entrarei em detalhes a respeito da doutrina Fascista uma vez que cada qual pode bem ir ao Bobbio. Mas é fato que no Brasil a doutrina fascista é muito pouco divulgada e conhecida, daí o número reduzido de seus partidários no pais. E a identificação apressada do autoritarismo ou do militarismo com o fascismo, pois também há entre nós um militarismo intuitivo e tosco, legado pela tradição. Mas nada disto é fascismo e dar o sr Bolsonaro por fascista seria de algum modo afirmar-lhe a intelectualidade, predicado a que não faz jus.
Bolsonaro mesmo disse nada saber a respeito de economia e temo que seus conhecimentos sejam ainda mais rasos no plano da Sociologia, da Psicologia, da Filosofia, da Doutrina política e de outros ramos do conhecimento que deve ter em conta de subversivos e ameaçadores. Portanto é seu autoritarismo um autoritarismo bronco...
Então que será ele?
Se ao autoritarismo bronco adicionarmos a fixação por armamentos, a apoio a tortura e a pena capital e sobretudo o racismo, chegamos facilmente a outra definição, ao Nazismo. Seria Bolsonaro um Nazista?
Tudo quanto posso dizer a respeito é que a doutrina nazista é infinitamente mais pobre que a Fascista, ignorando por completo os elementos da cultura e estabelecendo uma metafísica barata em termos de raça, pelo que se chega ao endeusamento da mítica raça ariana associado ao odinismo que é um apelo ainda mais insistente a força, a agressão, a violência...
De fato a doutrina de Hitler peca pela miséria intelectual, a ponto de qualquer energũmeno poder ler o 'Mein Kampf' e professar a doutrina. Pois ela pouco ultrapassa o preconceito intuitivo e limita-se a tempera-lo com lendas e outras frioleiras. Qualquer retardado dá bom nazista e os testes de QI realizados em Nuremberg patenteiam-no...
Seja como for a mentalidade de Bolsonaro, a pesar quilombolas em arroba quais fossem peças de carne ou a declarar que seus filhos, bem educados, jamais namorariam moças negras, é tipicamente racista e portanto nazista. Caso consideremos os elementos odinistas de sua pregação, especialmente a sansão a tortura temos ai um novo Mengele, o Mengele dos trópicos. Nada mais que um Nazista ordinário ou medíocre.
E este nazista, que defende o armamento ostensivo, a tortura e a pena capital como soluções mágicas para nossos problemas sociais, conta com o apoio decidido de um vultoso número de Cristãos, majoritariamente protestantes é claro, mas também Católicos o que é ainda mais vergonhoso se temos em mente ou diante dos olhos o que os Católicos alemães tiveram de sofrer nas mãos dos nazistas. Pe Kentenich que o diga! Foram milhares de sacerdotes enviados a Dachau por questões de consciência i é por oposição ao Nazismo. A Igreja romana não sofreu pouco sob a dominação nazi mas pagou por não te-la travado quando podia.
Alias o discurso com que o matreiro Hitler seduziu e fisgou os Católicos ingênuos é o mesmo editado em nossos dias: O perigo do 'Comunismo' rsrsrsrs antes de tudo (Os pastores protestantes continuam reeditando estes discurso) e em seguida o moralismo ou puritanismo social. Assim questões tão delicadas quando divórcio, aborto e eutanásia... E os Católicos ingênuos ficaram encantados com a alta moralidade da Besta, e se venderam a ela... Alguns anos depois Faulhaber, Von Gallen e outros tantos tinha suas janelas apedrejadas, suas igrejas e mosteiros pilhados pelos partidários da moral e dos bons costumes. A Igreja e seus filhos conheceram o inferno e a porta foi o moralismo tosco, que os Católicos deveriam fixar em suas vidas e não num cenário político democrático ou laico marcado pela laicidade.
Tristemente os maus Católicos do Brasil de hoje mostram-se presos as mesmas ilusões de impor sua moralidade num contexto político laico, ao invés de limitarem-se a vive-la em suas vidas. Karl Rahner disse já há muito tempo a seus confrades: Inspirem a ação política ou esvaziem-na mas não tente controla-la. Bem os moralistas Católicos eram, são e sempre serão minoria no Brasil. Então para impor algo são obrigados a aproximar-se de outros grupos e negociar. Hoje cometem seu supremo erro, aproximando-se por via do ecumenismo, dos protestantes, pentecostais, calvinistas ou bíblicos, supremos adversários de sua fé. Os Católicos negociam a fé dos ancestrais, trocam-na por moralidades ou pelo puritanismo, exatamente como os protestantes desejavam que fizessem...
Hoje sobretudo, fazem uma política protestante, Que tende a assumir feições norte americanas, e assim nossa cultura é traída, pelo Bolsonaro é claro, uma vez que adota princípios e valores anglo saxônicos e norte americanos, e pelos pseudo Católicos que vão de carona, reforçando esta tendência absurda. No decorrer deste processo os Católicos vão mais e mais perdendo consciência quanto a especificidade de sua fé, a qual vai se diluindo, até que são engolidos pela outra fé ou cooptados. Alias quando a fé Católica perde noção dos mistérios e converte-se em moralismo banal ou puritanismo o Catolicismo esta morto, e o protestantismo calvinista vitorioso.
Tentando recuperar uma ilusão política de poder moral a igreja vende seu supremo tesouro - a fé...
Depois surgem as consequências. Como a perseguição nazi...
A conclusão é simples: Entre Catolicismo e nazismo não pode haver composição, são inimigos naturais e inconciliáveis. Nem pode a fé Cristã deixar-se contaminar por discursos políticos estruturalistas ou formalistas e ignorar que o conteúdo do nazismo é o mal supremo. A estrutura democrática conhece problemas e os socialismos naturalistas limitações, seja. O nazismo porém é a porta do inferno. Não queiram comparar problemas de democracia ou os defeitos do socialismo com racismo e tortura.
Não podemos sequer nos omitir face a abominação nazista. Todos terão de responder por sua conduta face ao nazismo perante o tribunal sagrado de Jesus Cristo, o qual nos perguntará: Que fizeste de teu irmão? Não devemos esperar o negro, o indígena, o homossexual, o dissidente político, etc ser levado ao cadafalso... pois o cadafalso chegará até nós mesmos. Por isso reforcemos a corrente do amor e do bem contra tantos quantos assumem tais valores corrompidos.
Afinal não é o nazismo uma doutrina com que se posse brincar distraidamente, é a negação dos direitos essenciais da pessoa humana, o repúdio a igualdade, a restrição arbitrária das liberdades, a negação da justiça, etc E observe que desta vez ele não vem só mas de braços dados com o liberalismo econômico ou com a servidão capitalista, um dualismo perverso que levará a extinção dos direitos do trabalhador, extinção com que acenou Mourão, vice de Bolsonaro, pronunciando-se contra as férias e o décimo terceiro salário, assim contra o regime específico do funcionário público; e a afirmação da reforma da previdência. Veja então leitor que eles conseguiram unir o inútil ao desagradável - os vícios horrendos e abomináveis do Nazismo aos vícios monstruosos do Capitalismo. Eis a obra acabada e perfeita do anti Cristo.
Portanto, como Cristão consciente jamais vota em nazista, repitamos como um só homem: Doutrina social SIM, Bolsonaro NÃO!!!
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