sábado, 25 de novembro de 2023

Religião e Moralidade - Cristianismo e moralidade > Reflexão oportuna

 

O FALIBILISMO MORAL DA IGREJA.


Aspecto que já tornei público em diversas ocasiões: Apesar de me ser atribuído um eclesiasticismo radical, no sentido de que afirmo e reconheço ser a Igreja Católica Ortodoxa (E em menor proporção seus galhos rotos i é as igrejas romana e anglicana.) mãe, senhora, guardiã e mantenedora infalível dos mistérios de Cristo, sabem muitos que não reconheço a infalibilidade da igreja em matéria de ética ou moralidade, setor com relação ao qual afirmo resolutamente sua falibilidade.

Quem quiser ousar ou demonstrar o oposto, prepare-se e venha... Aceitamos contraponto.
Quanto a monges bobões, clérigos ou mesmo Bispos devotos, que em seu zelo cego e irrefletido queiram aumentar ao máximo a autoridade da igreja, devo dizer que nada se deve acrescentar ou adicionar as coisas divinas. Nem disse eu que o sábio não deva ouvir, considerar e ponderar sobre os ensinamentos da igreja nesse campo. O que disse e repetirei a exaustão é que tais ensinamentos não não infalíveis. Podem bem ser úteis e proveitosos
mas não são infalíveis.
E por que não são infalíveis?
Há séculos o protestante Barbeirac demonstrou quão pouco acordo há entre nossos homens base )Os Santos Padres.) sobre questões de moralidade. De fato a variedade é imensa e nada do quanto varia pode ser considerado divino ou dogmático. (Nossa norma e regra é a uniformidade.)
Temos porém acesso a fonte mais pura da Ética e da moralidade, que são as palavras de Jesus Cristo Nosso Senhor, fontes do nosso Evangelho escrito. Dirá você, caro amigo, que se tal recurso, não tem valor quanto aos mistérios de Cristo, tampouco servirá como guia em matéria de moralidade, haja visto os estragos provocados pelo livre exame.
Digo e respondo que o problema não está no exame em si - Acalentado por uma boa e piedosa intenção. - mas no livre. E que mesmo para nossos Ortodoxos, quanto os mistérios de Cristo, há imenso proveito estudar ou examinar o Santo Evangelho na perspectiva da tradição ou em comunhão com a Igreja. Tanto mais proveito trará um tal estudo no campo das moralidades e para a vida pessoal, caso o estudioso não tenha pretensão de criar doutrinas ou fundar seitas para os outros. Pois o veneno está justamente aqui.
Quem estuda moralidades estude discretamente para si mesmo ou sem alarde, indo diretamente a prístina fonte Evangelho. Não ao novo testamento, nem a Paulo e jamais ao antigo testamento, mas as palavras sagradas de Jesus - E não ficará desorientado. (Sobre a técnica ou uso do texto grego inspirado já escrevemos em demasia.)
No entanto as doutrinas metafísicas ou os mistérios de Jesus Cristo, foram entregues a Igreja viva e visível dos apóstolos, mestra incorruptível da verdade e a respeito da qual está escrito: 'As portas do inferno não prevalecerão contra ela... '    Pois será perpetuamente guarda fiel da Integralidade da Revelação divina.



A RELIGIÃO, O CRISTIANISMO E O CONTROLE DA SEXUALIDADE HUMANA.

Não foi ou é a troco de nada que a igreja politiqueira e as seitas politiqueiras, tem ultrapassado a Lei de Jesus Cristo e buscado controlar a sexualidade humana.
Controlada a sexualidade humana por terceiros, fica o ser humano sendo miserável escravo ou algo tão manipulável quanto a cera de uma vela.
Eis porque o sistema de controle chamado islamismo levou esse policiamento ao máximo grau.
Felizmente os Cristãos estudiosos do Evangelho ou das tradições apostólicas sabem que Jesus Cristo não estabeleceu qualquer polícia sexual. De fato não é nosso Evangelho qualquer coisa semelhante a um Kama Sutra invertido ou uma coleção de tabus sexuais como a Torá. E Jesus Cristo amiúde passa a largo desses tabus sexuais, alimentares ou pertencentes ao traje, que faziam o banquete daqueles fariseus hipócritas que o crucificaram. E mesmo quando Nosso Senhor toca em tais assuntos, é quase sempre perceptível alguma questão de Ética por trás deles. Logo não é questão de pura e simples sexualidade porém algo mais e bem podemos dizer que Jesus Cristo não se importa com a sexualidade humana ou que não está fixado nela promulgando tabus. Portanto é um campo ou domínio que fica sempre pertencente a liberdade pessoal. O que as pessoas fazem dentro de quatro paredes diz respeito somente a elas e a mais ninguém. Nada mais miserável do que uma moral religiosa ou espiritual focada doentiamente na sexualidade humana.


RELIGIÃO E MORALISMO.


Devem as crenças religiosas conter alguma moralidade sumária e sobretudo uma orientação Ética. 

Pois uma fé que não tornasse a humanidade melhor ou que não colaborasse poderosamente para a criação de um mundo melhor, i é, mais justo, solidário, fraterno, etc seria totalmente inútil e dispensável. 

Felizmente é o Evangelho antes de tudo e sobretudo uma Ética ou uma coleção de princípios e valores gerais a serem aplicados pelos fiéis as mais diversas circunstâncias, o que por sinal honorifica a racionalidade dos mesmos. 

E no entanto esse precípuo fim não fundamenta a religião ou comunica-lhe vida, pois a vida das religiões é sempre metafísica ou derivada de certos mistérios, dogmas ou artigos de fé.

Portanto se o objeto da fé é Ético a vida da fé procede de elementos como a Trindade, a Encarnação, a Graça divina, os Sacramentos, a Eucaristia, a Comunhão dos Santos, etc e são estes, por assim dizer, o tutano ou o filé da religião. 

Torna-se o Cristianismo moralista, quanto nega ou minimiza tais mistérios, substituindo-os pela moralidade ou colocando a moralidade acima deles. E, via de regra, uma moralidade rasa, externa, mecânica e formal; bem a gosto dos escribas e fariseus que assassinaram nosso Bom Jesus. 

E um tal quadro só pode ser descrito como inversão, subversão e perversão no campo da Revelação divina - Cuja hierarquia deve ser mantida imaculadamente.  

Que fazem os fanáticos moralistas... 

Destroem a Revelação divina ou a religião, como se estivessem plantando um árvore enterrando seus galhos e regando suas raízes...

E ao plantar a árvore ao contrário, matam-na. De fato corresponde o moralismo ou a fixação em regras formais, no plano espiritual, ao declínio e a morte das religiões.


PROTESTANTISMO E MORALISMO.


Procede a infecção moralista ou moralizante, do Protestantismo - Com seus ideais puritanos! - por via da Igreja romana, infectada desde o século XVI e totalmente tomada (Pelo puritanismo.) desde o século XIX ou a Era vitoriana. E daí passa a Ortodoxia ou ao Catolicismo Ortodoxo e até ao espiritismo... e vai essa lepra maligna cobrindo toda Igreja de Cristo.

Mas como veio a afirmar-se no seio do protestantismo...

Eis uma pergunta interessante e digna de investigação.

Observe, amigo leitor, o islamismo e o judaísmo. Por certo não contam tais religiões com um vasto acervo de mistérios, dogmas e artigos de fé como os Cristianismos apostólicos... Sendo muito mais pobres metafisicamente falando, a ponto de até passarem por monoteísmos naturais... A não ser - No caso do judaísmo antigo e do Islã. - pelos dogmas horrendos do destino, do inferno, dos diabos, etc 

Para compensar a imensa pobreza metafísica de que padecem, judaísmo e islamismo, afirmaram-se no campo da moralidade como sistemas jurídicos ou legais.

Outro o caso do Catolicismo Ortodoxo ou das Igrejas apostólicas, romana e anglicana, que concentraram-se nos mistérios da fé ou numa vida metafísica expressa por dogmas como: Trindade, Encarnação, União hipostática, Eucaristia, Maternidade divina, etc - O que por sinal engendrou outro tipo de vida e de cultura, ora em declínio > Lamentavelmente.

Esse tipo de reflexão exigia uma Educação de alto nível ou vastos conhecimentos em matéria de Filosofia e a Sociedade falhou miseravelmente em tais campos.

O protestantismo é produto dessa falência - Provocada remotamente pelo agostinianismo no Ocidente. - e começou, como é sabido, eliminando paulatinamente esse conteúdo metafísico (Distintivo do Cristianismo) até chegar a Encarnação e a Trindade. O que restou foi algo semelhante ao islamismo ou ao judaísmo antigo: Uma imensa miséria ou um vácuo colossal. E os protestantes, voltados para o antigo testamento, não tardaram a preencher esse vácuo ou essa lacuna com preceitos formais, normas e regras tomados a Paulo ou mesmo a Torá de Moisés. - Assim a observância do Sábado ou de um Domingo sabático, diversos tabus sexuais, alimentares, etc E condenaram em nome de Cristo a tatuagem, o cigarro, o consumo de alcool, etc TAIS AS ORIGENS DO PURITANISMO e provém do espírito da própria reforma...

Que a Ortodoxia, o papismo ou o anglicanismo tomem o mesmo rumo é uma perigosa tragédia.

Ps.: No Oriente, é o puritanismo instilado nos Cristãos pela abominação islâmica com sua sharia, ou seja, procede da cultura. Outra tragédia. (Pois nossos Cristãos sequer são capazes de atinar que os professores de moralidade islâmica apresentam nosso Bom Deus Jesus Cristo como pura e simples criatura ordinária.)

E por ai vai. 

As fontes e veículos do moralismo hipócrita, indicam que ele não é uma direção saudável para o povo de Cristo. 


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