Após termos procurado oferecer um panorama geral sobre o caráter do Evolucionismo enquanto conhecimento humano, uma breve introdução ao vocabulário científico e finalmente as principais evidências por ele oferecidas, tentaremos explica-lo da melhor maneira possível.
Para tanto, partindo do que já fora estabelecido no artigo precedente, devemos entender o processo evolutivo como um movimento de sofisticação orgânica em que as formas mais simples de vida vão dando lugar a formas de vida cada vez mais complexas e portanto, aptas para vencer os obstáculos postos por um meio em constante transformação e não poucas vezes hostil.
Evoluir pode ser definido como aquisição de um equipamento biológico que permita a determinada forma de vida adaptar-se com sucesso ao meio em que vive. E já adiantamos que a maior parte das mutações não vantajosas eliminadas pela 'Seleção natural' não podem ser compreendidas enquanto fenômenos evolutivos pelo simples fato de que não auxiliam o indivíduo a adaptar-se e manter-se, mas prejudicam-no. Assim se não há benefício, adaptação e continuidade como podemos dizer que houve de fato evolução???? Assim o que houve foi mutação e não devemos confundir os termos mutação e evolução. A Evolução é ao menos em parte efeito da mutação, mas a mutação não é a Evolução.
É importantíssimo por a questão nestes termos devido a afirmação de um discurso polêmico e anti teísta ou ideológico segundo o qual a Evolução nem sempre seria vantajosa ou benéfica para o indivíduo. Concordamos se quer dizer que a mutação pode produzir certo desconforto quanto ao ser mudado. No entanto se apesar do possível desconforto ela propicia condições favoráveis a sua conservação e a manutenção de sua posteridade - Logo da nova espécie produzida - não vejo como possa ser absolutamente desvantajosa ou prejudicial. Não vos parece que, caso a mutação favoreça a permanência do individuo e a conservação do novo tipo seja benéfica?
Compreendi que evoluir é adquirir uma alteração estrutural (relativo a forma do corpo físico) vantajosa que possibilite ao individuo em questão triunfar das dificuldades postas pelo meio e superar os demais membros da espécie, ou seja, aqueles que não adquiriram o novo equipamento, e que doravante tenderão a extinguir-se já por serem menos capazes de obter alimento - com relação ao individuo que sofreu a mutação e seus descendentes - já por se acharem menos expostos a predação. É uma mutação corporal que oferece aos indivíduos mudados e seus descendentes uma condição de superioridade face aos elementos da espécie que não a experimentaram.
Agora a pergunta chave? ALIAS JÁ RESPONDIDA.
Qual é o fator responsável por implementar a mudança? Qual o primeiro impulso, desencadeador do processo evolutivo? Qual o elemento chave em termos de evolução Biológica.
TAL O NERVO A CONTROVÉRSIA ou o calcanhar de Aquiles em termos de compreensão.
Devido a disparidade das respostas oferecidas, a obscuridade e a confusão reinantes.
Antes de Batenson e De Vries (isto em 1904 ou há cerca de 110 anos!!! - MARQUE ISTO!) todos os cientistas, na esteira de Ch Darwin e R N Wallace - teóricos da 'Seleção natural' - estavam convencidos de que a própria Seleção natural, é que introduzia as modificações nas formas, e esta é a origem do Imbroglio na medida em que, ao menos entre os leigos (Professores, jornalistas, ensaístas, autores de livros, etc) mantiveram até nossos dias esta ideia equivocada, certamente devido ao colossal prestígio adquirido por Darwin e Wallace, os quais sem embargo, observaram e recortaram apenas uma parte do processo, e não o processo como um todo.
O que os dois pesquisadores britânicos do século XIX descobriram na verdade foi o mecanismo de controle chamado seleção natural, ao qual atribuíram toda responsabilidade pelo processo evolutivo, perpetuando assim, até certo, ponto o equívoco de J B Lamarck segundo o qual o meio externo por si só ou sua dinâmica, seria capaz de produzir alterações físicas nos seres vivos, e consequentemente - em termos de Biologia genética - de alterar-lhes os genes ou cromossomos, possibilitando a FORMAÇÃO DE CARÁTERES OU SUA TRANSMISSÃO, o que sabemos ser absolutamente falso desde os tempos de Weissman. Alteração externa alguma produzida pelo meio é transmitida a posteridade de um animal.
Portanto a dinâmica externa da seleção natural nada pode criar ou produzir.
Darwin e Wallace não haviam descortinado toda a verdade. Pelo simples fato de ignorarem as pesquisas do abade austríaco Gregor Mendel, examinadas mais de perto, como vimos por De Vries e Batenson.
Neste caso qual seria o elemento chave, criador ou positivo em termos de Evolução?
Chegamos aqui ao FENÔMENO DA MUTAÇÃO.
Sem o auxilio do qual não se pode compreender corretamente o processo.
De modo geral ocorrem as mutações por duas vias - interna e externa. A mutação interna tem sua origem na produção de novas células a partir de erros aleatórios quanto a fabricação do DNA. A mutação externa tem sua origem na exposição do organismo a radioatividade. E como no passado distante ou nas Eras iniciais da vida os elementos radioativos achavam-se expostos a flor do solo, há que se admitir um grau de exposição muito maior caso tomamos por comparação o tempo presente.
Uma mutação bastante comum entre nós diz respeito as pessoas que nascem com seis dedos (polidactilia). Caso pessoas que portam este gene ou membros da mesma família casarem entre si, a tendência é que o número de pessoas com seis dedos vá aumentando progressivamente.
Até aqui um lado da Evolução. A mutação, que é por assim dizer um fator acidental ou estocástico, sem direção ou sentido.
Vejamos agora o outro lado da moeda. O elemento negativo, o qual embora por si mesmo nada produza, controla e direciona as mutações.
A maneira como as mutações são testadas pela natureza sob a forma da 'seleção natural' é bastante simples: Caso a mutação corresponda a uma vantagem, ajudando o indivíduo em questão a superar determinado obstáculo posto pelo meio, a suplantar os elementos que não passaram por ela e a conservar a própria existência por mais tempo a tendência é que do acasalamento entre indivíduos que herdaram tais genes surja uma população com as mesmas características. Na medida quem que tais populações sejam expostas a outras mutações vantajosas testadas pela seleção natural e acumulem equipamentos diferenciados é que se produz uma nova espécie. De modo que a especiação pode ser definida em acumulo de mutações (e equipamentos) benéficos testados pela seleção natural.
Uma vez que a aquisição de um conjunto de equipamentos vantajosos se dá por via acidental ou aleatória, supõem-se que o processo de acumulação se estenda por dezenas de milhões de anos. Afinal a maioria esmagadora das mutações é prejudicial e inoperante em termos evolutivos. Claro que as circunstâncias externas ou a condição do meio também entra em jogo. Pois a simples mudança de um meio em termos de inundações, secas, epidemias, oferta de suprimentos, migrações, etc basta para converter uma mutação ou equipamento prejudicial em equipamento vantajoso. Assim, como o meio é dinâmico e sujeito a alterações constantes... Mudam os critérios da seleção e seus resultados. O que torna o processo evolutivo impossível de ser previsto em termos de exatidão matemática.
Resta-nos agora, aludir brevemente ao caminho percorrido pela evolução dos seres vivos até o homo sapiens.
A direção da vida unicelular para a vida pluricelular, é simples obviedade.
Assim da esponja ao verme, do verme ao peixe, do peixe ao anfíbio, do anfíbio ao réptil, do réptil as aves e mamíferos.
Quanto aos mamíferos, grupo a que pertencemos, nossa filiação ao grupo dos primatas com seus cinco dedos e polegar opositor é igualmente obvia. Herança dos lêmures que se encontram na base do grupo.
Nem por isso é certo, mas absolutamente errado, afirmar que nós descendemos dos macacos ou mesmo dos macacos superiores (Antropoides). Macacos não são nossos ancestrais. Tudo quanto podemos dizer é que somos parentes muito próximos ou primos enquanto descendentes de um ancestral comum que teria vivido a cerca de uns vinte milhões de anos segundo alguns especialistas.
O homem não vem dos macacos. Mas de um primata já extinto, do mesmo modo que os macacos.
Este primata extinto foi convencionalmente chamado de 'elo perdido' pelo simples fato de seus restos ainda não terem sido encontrados. Tal lacuna, no entanto, nem de longe atinge a evidência relativa a nossa linhagem e isto pelo simples fato de podermos rastrear nossos primos e ancestrais do Homo sapiens sapiens ou Cro Magnon, até o homo erectus, o homo habilis, os australiopithecoides, o ramapithecus, etc estabelecendo as sucessões e traçando nossa árvore genealógica para mais de sete ou dez milhões de anos. Aos poucos, conforme as descobertas foram avançando a maior parte das lacunas foram sendo preenchidas e os laços de afinidade e proximidade estabelecidos com bastante exatidão. De modo que nega-los só pode constituir mesmo prova da mais absoluta ignorância ou de pura e simples desonestidade.
Via de regra o que podemos dizer que a quase totalidade daqueles que negam obstinadamente a teoria da Evolução é composta por pessoas superficiais, que não possuem devido conhecimento de causa e que jamais examinaram o assunto com atenção e profundidade. Quem acalenta alguma dúvida a respeito do que digo, interrogue nossos opugnadores peguntando-lhes sobre as mutações, a seleção natural, os principais hominídeos, etc O repto esta feito e a resposta conhece-mo-la muito bem nós mesmos e por experiência: Não precisamos estudar, conhecer ou compreender o evolucionismo (!!! Sim vocês ouvirão isto se ousarem confrontar os criacionistas!) PARA NEGA-LO!!! Basta-nos a Bíblia que é a palavra de Deus.
Vemos então que se trata de pessoas simples, rudes, grosseiras as quais nada leem além da Bíblia, mas que se julgam autorizadas a opinar sobre tudo e a tudo julgar... Como se chama isto??? O fato de alguém rejeitar uma proposta que sequer analisou??? Eu chamo de arrogância ou prepotência, e você??? E mesmo assim tais pessoas folgam apresentar-se como humildes... Chegamos ao fim do poço!
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