Porque é um artigo que discorre sobre os perigos do cientificismo que é a deferência acrítica para com a ciência. O artigo é da filósofa Susan Haack e foi traduzido por um dos fundadores da Liga humanista secular, Eli Vieira Araújo Junior e o artigo está disponível no site que leva o mesmo nome da organização supracitada. Segue a resenha.
Susan Haack é muito didática em sua exposição, mostra o que é cientificismo e quais são os seis sinais.
1. A deferência às palavras ciência, científico e seus cognatos: Por exemplo publicitários adoram mostrar que seus produtos tem eficiência comprovada pela ciência ou que tal coisa é aprovada pelos cientistas. Aqui a palavra ciência confere autoridade de tal modo que surgem cursos de ciência bibliotecária, ciência mortuária e outras bizarrices.
2. O uso de adornos científicos: Geralmente pessoas ligas às ciências sociais ou à alguma arte gostam de usar termos da física em direito ou nas ciências humanas para assim dar "maior autoridade" ao trabalho do "pesquisador". Mas o fato de usar uma linguagem científica não torna o objeto ciência, isso é feito para disfarçar o pensamento raso do pesquisador.
3. O problema da demarcação: Os popperianos gostam de traçar uma linha entre a ciência e não ciência através do "método" do Popper que era muito obscuro e ninguém sabe o que é na verdade. Mas a autora mostrou que não há uma linha clara entre cosmologia e metafísica nem entre a psicologia e a filosofia da mente e nem mesmo entre as artes inventadas pelos seres humanos e a ciência ao longo da história.
4. O problema do método: Para o cientificista tudo aquilo que não tem uma metodologia científica é inválido. Mas a autora mostra que em ciências não existe "um método", não existe "o método" e quem muito fala em metodologia são aqueles que menos uso fazem de métodos.
5. Procurar nas ciências respostas que não são de seu escopo: O cientificista crê que a ciência pode e deve dar todas as respostas que vão além da ciência, vez por outra a ciência té pode dar essas respostas mas isso não é o seu objetivo. Algumas perguntas pertencem à metafísica e a filosofia em geral.
6. Denegrir o não-científico: Para o cientificista só a ciência traz progresso, e tudo aquilo que não é ciência tem menos valor ou não tem valor algum. Mas a autora mostra que culturas tradicionais tem sim o seu valor e mesmo quando a ciência avança ganhamos por um lado e perdemos de outro.
A finalidade deste artigo foi mostrar para o leitor comum (não especializado com a filosofia da ciência) os perigos do cientificismo, que é a superestima da ciência que pode nos trazer o bem mas pode nos trazer o mal também. E que a ciência não é a única forma legítima de investigação, as outras formas de investigação são igualmente válidas (música, dança, literatura, estética, etc...) e enriquecem o patrimônio da humanidade.
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