quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Carta a Benjamin Netanyahu





Prezado Benjamin Netanyahu:

Shalom! (se é que você sabe o que é isso)

Fiquei emocionado quando lhe vi ao lado de outros líderes mundiais em Paris condenando o atentado contra a revista Charlie Hebdo e contra um supermercado que vende alimentos judaicos. Foi lindo ver seus amigos e você condenando o terrorismo islâmico. 

Mas eu escrevo esta missiva para fazer uma sugestão. Você aceitará? Acho que não, mas vou fazer minha sugestão assim mesmo. Ben por que você não convoca os líderes mundiais para irem à Israel e fazerem uma marcha contra o terrorismo israelense que mata tanto ou quanto o terrorismo islâmico? Você sabe que os palestinos são brutalizados diariamente pelo exército israelense, eles não tem o poderio bélico do Estado. E se eles matam um militar você permite que seu exército mate centenas de civis e o que é pior permite que mate idosos, mulheres e crianças imbeles. Seria tão bom ver os líderes mundiais condenando os massacres que tem ocorrido contra o povo palestino ao longo das décadas e da curta história do Estado de Israel. Gostaria de ver o mesmo primeiro-ministro de Israel que esteve na França condenando o terrorismo, condenando o terrorismo israelense, condenando o seu antecessor já falecido, Ariel Sharon por ter cometido crimes contra a humanidade, Adoraria que você mesmo viesse a se acusar dos mesmos crimes e que esses líderes mundiais seus colegas o condenassem e pedissem a ONU que você fosse julgado por esses crimes. 

Só assim você seria coerente, pois se é para condenar o terrorismo que se condene todas as formas de terrorismo. Não fica bem um terrorista condenar o terrorismo, se você quer continuar a ser um terrorista, você teria que ter apoiado os atentados em Paris. Agora, se você conseguiu enxergar o que é o terrorismo, eu o convido a obtemperar minha sugestão e reunir os líderes mundiais para uma marcha contra o terrorismo sionista e que você se faça condenar por seus pares, isto é, pelos outros chefes de Estado. 

Por mais horrível que tenha sido o atentado ao jornal Charlie Hebdo e ao supermercado judaico nada se compara ao massacre de Sabra e Chatila que bloqueou o acesso dos palestinos para que estes fossem mortos pelos libaneses maronitas, num território libanês que era ocupado por Israel que deveria ter protegido esses refugiados que eram civis. Isso para não falar da 1ª Intifada, da 2ª Intifada e de todos os massacres feito pelo Estado de Israel. 

Enfim, caro terrorista, condenar os ataques feitos à Paris (pequenos se comparados com os massacres israelenses contra os palestinos) e não condenar os seus ataques terroristas é um contras-senso, mais ainda, é hipocrisia. 

Aqui despeço-me desejando-lhe bom senso que é que lhe falta assim como aos seus.

Sem mais:

Fernando Rodrigues Felix


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