sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Resenha do livro Sócrates encontra Marx
Antes de começar a falar do livro vamos falar um pouco de seu autor. O autor é católico romano, conservador na moral e também na economia, Peter Kreeft, é phD em filosofia, é professor e palestrante dotado de um bom senso de humor.
Na série Sócrates encontra...., todos os diálogos (sim os livros são feitos em diálogos ao estilo socrático ou melhor platônico) começam no além, logo que morrer os filósofos se deparam com Sócrates e este examina seus livros bases, àqueles nortearam e norteiam os caminhos da humanidade.
O Sócrates de Kreeft é bem convincente e bem semelhante ao de Platão, irônico e investigados infatigável da verdade. Neste livro (Sócrates encontra Marx) o autor examina o livro O Manifesto do Partido Comunista e as ideias bases desse mesmo comunismo apregoado por Marx.
O intuito de Sócrates neste diálogo é demonstrar a falsidade do comunismo ensinado por Marx, então Sócrates faz uma excursão pelo Manifesto do Partido Comunista e aponta as falhas do mesmo assim como dos raciocínios de Marx. O Sócrates de Kreeft desmonstou o determinismo de Marx, aquele que diz que não são as ideias que movem o mundo, mas as estruturas sociais é que determinam o pensamento, então Sócrates demonstrou para Marx que se não existe livre-arbítrio ele não pode ter escolhido ser comunista e tampouco poderia ensinar essa doutrina pois nasceu numa sociedade burguesa e no seio de uma família burguesa, então Sócrates pergunta como ele pôde ter ensinado o comunismo se ele também era um ser determinado e não livre pelas condições históricas ao que Marx responde que ele foi escolhido para quebrar esse ciclo, foi escolhido, usando esse vocabulário bem religioso.
Depois Marx detona com o seu vocabulário relativista como justiça burguesa, liberdade burguesa e assim por diante, Sócrates tenta convencê-lo que a justiça é imutável e universal e Marx se revolta contra essa ideia, ele (Marx) diz que a justiça é apenas uma convenção humana de uma época, então Sócrates lhe pergunta se a verdade também era produto das estruturas sociais e econômicas e Marx disse que sim ao que Sócrates perguntou: Pelo menos essa verdade (a verdade que a verdade se transforma) é absoluta e universal não?
Marx nega que possam haver homens honestos e bons por si mesmos pois todos eles são frutos das estruturas sociais e tudo o que fazem e acredita é determinado pela economia ou pelo modo de produção. Mas Marx nunca explicou cientificamente como ele mesmo pôde se tornar comunista fugindo da determinação.
Sócrates também mostra para Marx que o comunismo matou de milhões de pessoas e que não realizou o sonho de um paraíso na Terra e também que sua profecia de que a revolução iria começar num país industrializado não se realizou.
Marx insiste que as pessoas só mudarão se as condições sociais mudarem já que são os eventos reais é que determinam as consciências, mas Sócrates sempre solícito mostra as falhas de sua argumentação.
Sócrates ainda mostra que Marx teve um filho com sua empregada que nunca assumiu, que era plagiador barato, e argumentava mais com o fígado do que com a razão propriamente dita. Enfim, o livro merece ser lido por aqueles que concordam e por aqueles que discordam de Marx.
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4 comentários:
Marx não concebeu o comunismo, ele sempre afirmou que não iria contaminar o futuro com o presente, esses intelectuais respeitados (rs) criam uma caricatura dele e batem nela, que é uma desonestidade e um oportunismo vergonhoso, depois eles deliram ter provado a falsidade do comunismo pensado por Marx, isso é uma tolice, é bom pra vender livro pra quem não sabe nada sobre Marx comprar e achar que tem algum ponto.
Templário de "aço", para refutar o Dr, Kreeft, você tem que argumentar e não somente ficar aí escondendo sua ignorância com esse sarcasmo barato.
Como livro cita, TRANFERÊNCIA, devia ler mais sobre o assunto Templário de Aço.
Comprei esse livro e achei bastante interessante. Recomendo também!
Sócrates faz algumas perguntinhas básicas descascando o Manifesto ponto a ponto.
"SÓCRATES: Bom. Então, podemos continuar a investigar se as afirmações de teu livro são
verdadeiras, já que concordamos acerca do significado de verdade – esse é um progresso maior
do que muitos filósofos poderiam fazer.
Comecemos investigando tua primeira frase, que é tua fórmula de toda história humana:
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de
classes”.
MARX: E o que queres investigar a respeito dela?
SÓCRATES: Ora, se é verdadeira! E “verdadeira” no sentido simples e comum de “verdadeiro”
sobre o qual acabamos de concordar, não no sentido que usaste poucos minutos atrás, quando
disseste que teu Manifesto havia “criado” a verdade do comunismo."
........
SÓCRATES: Logo, devemos testar essa alegação que é o fundamento histórico do comunismo: é
verdade que toda a história é conflito de classe? Pois esse é teu “ponto arquimédico”. Como
sabes, Arquimedes disse: “Dê-me apenas uma alavanca e um fulcro sobre o qual apoiá-la e
moverei o mundo”. Pois eis aí teu primeiro ponto, tua premissa, teu fulcro para a alavanca do comunismo, com a qual moverás o mundo inteiro. Vejo que acenas teu assentimento. Bem,
entendes, então, que é por isso que devemos, antes de mais nada, investigar se é verdade que toda a história é conflito de classe.
MARX: Sim. E é verdade. Por exemplo...
SÓCRATES: Não, por favor, não me dês múltiplos exemplos. Eu sei que muitos existem, mas o
que precisamos saber é se há também contra exemplos.
MARX: Por que insistes nisso?
SÓCRATES: Dizes que toda a história é conflito de classe. Porém, nada provamos ao mostrar que algo da história é conflito de classe, mas, apesar disso, poderíamos reprovar essa hipótese ao demonstrar que algo da história não é conflito de classe. Em linguagem lógica, uma proposição afirmativa universal não pode ser provada por uma proposição afirmativa particular, mas pode ser refutada por uma proposição negativa particular.
MARX: Eu compreendo as regras da lógica.
SÓCRATES: No entanto, podemos encontrar exatamente tais evidências contrárias, certo? Com
certeza, as classes cooperaram entre si, algumas vezes – por exemplo, contra inimigos
estrangeiros ou por razões religiosas. Ademais, certamente a maioria das pessoas, ao longo da história, apenas se ocupou de suas vidas cotidianas, de suas famílias, de seus prazeres e dores, de seus nascimentos e mortes – sem jamais um pensamento acerca dos conflitos de classe.
Bem é uma bom diálogo que possibilita questionarmos mais ainda o Marxismo!
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