Recebi um documento sujo de um partido ainda mais sujo o PCB.
Esse documento é secreto, feito apenas para circular entre os militontos do PCB. Então, eu vou imitar o Julian Assange criador do Wikileaks que é um site de denúncias e que vaza informações. Só resta saber se eu ficarei tão famoso quanto o "pai" do wikileaks.
Partido Comunista Brasileiro – PCB
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Estamos anexando e segue também no corpo do email a Nota de Esclarecimento do CC sobre os fatos ocorridos em SP.
Pedimos a todos os camaradas do partido queeste documento é reservado a TOD@S @S MILITANTES DO PCB NO ESTADO, portanto não repassar externamente.
COMITÊ CENTRAL
NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE A CRISE POR QUE PASSOU O PCB EM SÃO PAULO
(Comitê Central do PCB)
(reservada aos militantes do PCB)
“Diante desse cenário, acho que a decisão mais acertada é a de provocarmos ainda mais os caras, obrigando-os a tomar uma decisão que alguns não querem: a de nos expulsar. Precisamos fazer com que eles nos expulsem, até para nossa legitimidade junto aos militantes que ainda vacilam e acham que existe espaço de disputa no interior do Partido; a saída é cairmos fora. Não podemos mais esperar... só faz sentido estarmos na reunião do CC, se fosse para sair de lá com a legenda”. (troca de mensagens entre o grupo que rompeu com o PCB em SP; o texto, de março de 2011, publicado ao final desta nota, é de um ex-membro do CC que saiu do Partido encabeçando um manifesto)
Esta nota de esclarecimento, dirigida aos militantes do PCB, se faz necessária em função da manipulação que vem sendo promovida por um pequeno grupo de ex-militantes do Partido em SP, em torno da expulsão do seu líder, o ex-membro do Comitê Central (CC) do PCB, Igor Grabois.
O Partido é uma união voluntária. Suas portas estão abertas, para entrada e saída. Mas o Partido tem regras e uma ética! Não é um Partido de tendências, mas centralizado. O que caracteriza os membros deste grupo como fracionistas é terem saído do Partido pela porta dos fundos, atacando publicamente sua imagem pela internet, tentando envenenar militantes e amigos, numa verdadeira campanha orquestrada contra o PCB. Poderiam ter saído pela porta da frente, despedindo-se com dignidade e franqueza, colocando as divergências no âmbito da política num nível elevado de debate, como já fizeram na história do PCB pessoas e grupos de pessoas. Muitos destes até hoje são amigos do nosso Partido.
Igor ingressou no PCB, no RJ, no final dos anos 80, quando se inicia a ofensiva dos liquidacionistas para acabar com o Partido, que culminou no racha de janeiro de 1992. Após um afastamento da militância e uma positiva autocrítica por não ter participado da luta em defesa do Partido, é readmitido no PCB logo em seguida. Quando jovem, havia militado no PCdoB, de onde foi expulso, segundo ele, por injustas acusações de “atitudes desagregadoras e formação de grupo”.
Com menos de três anos de volta ao PCB, ele já integrava o Comitê Central do Partido e logo a Executiva Nacional (antigo nome da atual CPN). Em 1996, foi candidato a Vice-Prefeito do Rio de Janeiro, em chapa própria do PCB, sendo o coordenador da campanha no Estado. Nunca apresentou qualquer divergência na construção desta linha política, até o XIV Congresso do PCB (outubro de 2009), quando, pela primeira vez em 15 anos, não foi reconduzido à CPN, por uma decisão consensual do CC. Em verdade, as atitudes que o levaram à expulsão não têm nada a ver com divergências. Estas são saudáveis, sobretudo se tratadas com lealdade, nas fronteiras do Partido, e desde que não firam questões de princípio. No PCB, não existe “delito de opinião”.
Os problemas criados pelo ex-camarada até o XIV Congresso nunca foram ligados ao descumprimento da linha do Partido. Até porque concordava integralmente com ela. Todos os vários problemas que criou, de início no Rio de Janeiro e depois em São Paulo, são ligados à sua irresistível necessidade de formar grupos em torno de si. Comporta-se atavicamente como um predestinado a dirigir a classe operária, talvez por algum sentimento de hereditariedade, como se fosse portador de sangue mais vermelho que os demais comunistas.
Muitos desses fatos não eram do conhecimento da maioria dos militantes do Partido e alguns até de membros do CC, em função da conciliação por parte da CPN, que passou todos esses anos criticando-o internamente, mas sempre passando a mão na cabeça, na esperança de recuperá-lo. Durante sua permanência no Rio de Janeiro, criou um grupo paralelo de jovens, que tinham informações privilegiadas do CC e intervenções políticas articuladas.Em São Paulo, após alguns meses de adaptação, começou a se articular com vistas à formação de um grupo. Tendo conquistado a confiança da direção regional, passou a concentrar importantes tarefas. Precisava parecer insubstituível, o que mais trabalhava, a “vítima” das direções “burocráticas” e dos “intelectuais” que o assoberbavam de trabalho partidário, mas não faziam nada. Quem o ouvisse falar sobre o PCB em São Paulo e no Rio de Janeiro, tinha a impressão de que o Partido só começou a existir em SP depois de sua chegada e que deixara de existir no RJ, com sua partida!
Numa recente carta ao CC, que tornou pública, revela com clareza o seu principal mito, dizendo textualmente:
“Os mais antigos se lembram do que era o PCB em São Paulo, antes do XIII Congresso. Era um grande ausente de toda a política. Havia alguma atuação partidária apenas em Santos. Praticamente tudo que existe foi a partir do XIII Congresso. O partido em São Paulo começou a aparecer, pelo menos para o movimento operário mais combativo, a partir do XIII congresso”.
Ou seja, o PCB só começa a existir em SP quando o predestinado chega a Santos, vindo do RJ. Na verdade, PCB já estava organizado em diversas cidades e dirigia alguns sindicatos importantes. O que fez o PCB passar a ter visibilidade nacional foi o resultado de um processo de mudanças, graças à luta de muitos camaradas e que culmina no XIII Congresso, em 2005, o marco da virada política do Partido.
O grupo do Igor fez do XIV Congresso um marco a partir do qual criaria condições para o “assalto ao poder” no PCB. Jogou tudo para formar uma delegação expressiva de seus adeptos em São Paulo, para “ganhar” a direção do Partido no Estado e talvez o próprio Congresso ou, no mínimo, fazer do CR em SP um bunkerpara “ganhar” o XV Congresso, em 2013. Nos meses anteriores ao Congresso, não compareceu a qualquer das reuniões da CPN, para se dedicar a montar uma delegação do grupo e, ao mesmo tempo, não se comprometer com qualquer decisão da CPN, da qual era membro. Precisava se passar como divergente, até para justificar o veneno que destilava contra a direção do Partido.
Num partido em que não cabem grupos e tendências organizadas, como o nosso, foi escandalosa a atuação no XIV Congresso de parte expressiva dos delegados de SP afinados com seu líder, aliás, basicamente os mesmos que, no mês passado, saíram em grupo do Partido, de forma espalhafatosa e desrespeitosa. Era um partido paralelo agindo num Congresso em que os delegados eram plenos, ou seja, se manifestavam livremente, sem articulação de qualquer natureza. No debate, convenciam e se convenciam. Num partido leninista, um grupo organizado é uma deslealdade. Enquanto o grupo vem organizado, os demais delegados vão apenas com suas convicções, dúvidas e questionamentos.
O grupo já tinha combinado suas convicções antes, em reuniões paralelas. Tinha direção, divisão de tarefas, discurso articulado e se reunia sem disfarce até na calçada do local do evento, entre uma sessão e outra, para fazer balanço e combinar novas ações, sob o comando de Grabois. Orientava seus discípulos a abordarem delegados de outros Estados, tentando jogá-los contra a direção do Partido.
Imediatamente após o encerramento do Congresso, deu-se no mesmo local a primeira reunião do novo CC, onde surgiram graves denúncias ao ex-camarada expulso, na sua presença, pela flagrante organização de grupo. Pela primeira vez nos últimos 15 anos, o mesmo não foi eleito para a Comissão Política Nacional (CPN), em razão de seu comportamento. Após esta reunião do CC o grupo, uma vez desvelado, passa a agir de forma aberta, sem dissimulações. Para quem queria “ganhar” o Congresso, foi amargo o sabor da derrota. O predestinado não podia imaginar uma CPN sem a sua presença; era preciso enfrentá-la.
Na primeira reunião do novo Comitê Regional (CR) de SP pós Congresso, Igor manobra a eleição de uma Comissão Política Regional (CPR) “puro sangue”, composta por militantes, na maioria, ligados ao seu grupo, excluindo os quadros mais importantes e destacados do PCB em SP, desde antes da resistência aos liquidacionistas de 1992. Valeu-se de uma maioria estreita e eventual e de um envenenamento nos bastidores do Congresso.
Mais uma vez, o núcleo dirigente nacional do Partido conciliou, tentando resolver a crise através de gestos de confiança em falsas autocríticas. A CPN lança-o candidato a Governador de São Paulo, dando-lhe grande protagonismo, num gesto conciliador para tentar repactuar a composição da direção do Partido em SP, a fim de restaurar a unidade. Hoje, vemos que foi mais um grave erro.
Lamentavelmente, a campanha a Governador em SP se transformou em mais um instrumento de luta interna, com coordenação exclusiva a cargo dos membros do seu grupo, muitos dos quais bem remunerados. Boicotaram as candidaturas próprias a Presidente e Vice, escondendo-as nos programas eleitorais até o limite em que o Secretariado do CC adotouprovidências. A alegação era “estética”, “poluição visual”. A campanha nacional do PCB praticamente não existiu, na maioria das cidades paulistas sob controle do grupo.
O grupo se aproveitou de mais esta conciliação da direção do Partido e da grande exposição na mídia para alavancar-se em SP, fazendo uma campanha que tinha como objetivo principal não o crescimento do PCB, mas o fortalecimento do grupo. Passadas as eleições – onde tiveram uma votação pífia, abaixo de suas expectativas – os membros do grupo rompem novamente uma “trégua” e voltam a atacar a CPN do CC, acusando-a agora de “trair a linha política do XIV Congresso”, de “conciliar com os reformistas” e de se “aproximar do PT e do PCdoB, com vistas ao apoio ao governo Dilma”. Outra crítica que faziam era à correta relação política que o Partido mantém com o MST e a Consulta Popular, acusados por eles de “reformistas, democrático-populares”.
A partir daí, assumem publicamente uma única divergência e passam a se comportar formalmente como dissidentes. A divergência se limitava a um aspecto da política de alianças, restrito à questão sindical. O XIV Congresso decidiu que o PCB deveria lutar pela recomposição do campo original da Intersindical (PCB, ASS e setores do PSOL), que permanece dividida em duas. Esta decisão obviamente implica em dialogar com os setores do PSOL que não foram para a Conlutas, com vistas à reunificação da Intersindical. Este grupo, desde o XIV Congresso, boicota esta resolução, por ser contra o convívio com sindicalistas ligados ao PSOL na mesma Intersindical, por razões que não tiveram coragem de expor até hoje.
Igor foi, durante quase uma década, o Secretário Sindical Nacional do PCB, época que corresponde a uma perda do espaço político do PCB no âmbito nacional, porque tratava a correta aliança com a ASS de forma equivocada, subalterna, exclusiva, criando obstáculos para o nosso relacionamento com outras forças classistas, engessando nacionalmente o Partido em função de uma aliança concentrada na região de Campinas e que também não levou a resultados orgânicos para o PCB.
Apesar disso, declara numa carta que, fingindo mandar apenas ao CC, espalhou por várias listas de fora do Partido e redes sociais:
“A atuação do partido, ainda que limitada e de pouca repercussão nacional, denunciou a incapacidade do núcleo dirigente do PCB – representado na CPN – de dar respostas às necessidades do movimento operário e de atuação da militância comunista.”
“O crescimento do partido no movimento operário foi o que despertou mais ódio em certos dirigentes. São inúmeros os exemplos de operários que aderiram o partido e foram menosprezados por, simplesmente, não dominarem o jargão pseudomarxista utilizado por dirigentes de gabinete.”
O “crescimento do partido no movimento operário” é produto da sua imaginação, com a chegada de quatro companheiros da área química e que foram tratados como meros sindicalistas, quando poderiam ter se transformado em verdadeiros dirigentes comunistas.
Além destes, o grupo não conta com qualquer operário, a não ser com operários imaginários. O trio que dirige o grupo se auto-intitula “vanguarda operária” sem que nenhum deles, em toda sua vida, tenha batido ponto nem entrado em uma fábrica (ao menos para trabalhar).
O ex-Secretário Sindical negligenciou a atuação sindical do Partido em todo o país, jogando todos seus esforços na formação de uma chapa de oposição num importante sindicato de Campinas, dirigido pelo PSOL, numa visão de conquistar um aparelho, para melhor se posicionar na luta interna que travava no PCB. Apesar de o grupo ter recrutado alguns combativos dirigentes operários (que divergiam do PSOL), estes infelizmente não foram formados para apreender a cultura do PCB e sua linha política, terminando por atuar muito mais como sindicalistas dirigidos pelo grupo, para conquistar um aparelho, do que como membros do partido. Apesar do baluartismo, o grupo não conseguiu sequer reunir o número mínimo para compor a chapa, muito menos a cota de um terço de mulheres previsto no estatuto.
Com o comando da CPR, o grupo começa em SP uma “caça às bruxas”, com dissolução ou abandono de Bases e Comitês Municipais, punições sem processo disciplinar, pressões para militantes abandonarem o Partido e inclusive ameaças físicas. O objetivo assumido era “depurar” o PCB SP dos “intelectuais pequeno-burgueses”.
Em abril de 2010, em Goiânia, no 5º Congresso Nacional da União da Juventude Comunista (UJC), os jovens de São Paulo ligados ao grupo também se comportaram como bancada. Ao invés de privilegiarem a construção da UJC no Estado, conforme decisão congressual, concentravam esforços num movimento chamado “A hora é essa”, sem vínculo orgânico com o Partido.
Diante deste quadro, a CPN, em dezembro de 2010, constatando um processo de desagregação, grupismo, desorganização e paralisação das instâncias partidárias em SP, decide constituir uma comissão composta por todos os membros do CC no Estado (inclusive os dois que já não pertencem mais ao Partido), para buscar unitariamente com o CR a rearticulação das instâncias partidárias, a partir da organização das células, comitês municipais e macro-regiões, e preparar uma Conferência Estadual de Organização. Conforme a decisão, a Comissão não substituía o CR de SP, que continuaria no exercício das suas funções.
Para viabilizar a resolução, a CPN convoca para 14 de fevereiro de 2011 uma reunião entre os membros da Comissão do CC (de SP) e todo o CR de SP, com o objetivo principal de promover um debate franco e aberto sobre a crise por que passava o Partido no Estado. Os dois membros do CC em SP, organizadores do grupo fracionista, fugindo como sempre do debate, boicotam a reunião e tentam inviabilizar o quorum (prática da política burguesa) instando seus membros a também não comparecerem. Além do boicote, não reconhecem a comissão de membros do CC, que os incluía, chamando-a de “intervenção”, fazendo disso um novo “cavalo de batalha”.
Na verdade, com medo de serem desmascarados, fugiram da reunião para não se exporem num debate político que revelaria suas mentiras. Não queriam que seus seguidores conhecessem o contraponto a tudo que lhes diziam. Diante disso, a CPN pediu-lhes formalmente esclarecimentos sobre a ausência na reunião e os convocou para uma nova reunião da CPN com os membros do CC que vivem em SP. Novamente os dois não compareceram, fugindo sorrateiramente do debate, sem qualquer justificativa.
Em mais uma tentativa de resolver o problema, incluiu-se um ponto sobre a questão de SP na reunião do Comitê Central convocada para 18 e 20 de março, visando a um novo esforço de restauração da unidade do Partido no Estado. Dos dois dissidentes, só Igor comparece e apresenta um documento que tornou público. Na verdade, não era uma carta de um membro do CC, mas de um grupo ao CC. Neste texto, Igor - que assina sozinho, apesar de ter repercutido a redação antes com seu grupo - tenta formalizar pela primeira vez suas divergências que, como sempre, não extrapolavam a questão sindical.
Nesta reunião, o outro membro do grupo que era do CC não comparece novamente e manda uma mensagem agressiva e desrespeitosa, tentando forçar sua expulsão do Partido. Precisavam de uma “vítima” do “stalinismo”. Igor comparece, declara que não há grupo em SP, mas apenas divergências, e que não concorda com o teor da mensagem mandada pelo membro do CC ausente. Mais uma vez, a direção do Partido concilia com o ex-camarada. Depois de muitas críticas ao comportamento dele e de novas promessas de reconstrução da unidade partidária em SP, celebra-se um acordo político de “repactuação” do PCB no Estado, que tinha como pré-requisito a composição de uma CPR que expressasse a unidade, decisão aprovada por unanimidade.
Dando curso ao acordo, o CC convoca o Comitê Regional de SP para uma reunião na capital do Estado, com a presença do assistente e de outros membros da CPN para discussão das alegadas divergências políticas e eleição da nova CPR. A Comissão de membros do CC em São Paulo, criada em dezembro, deixara de existir, por conta deste acordo de repactuação. Mesmo tendo desaparecido o único pretexto para alegarem que houve uma intervenção em SP, continuaram a difundir esta versão. A reunião se realiza em 16 de abril, com a presença de três membros da CPN (o assistente de SP e os Secretários Geral e de Organização). Igor comparece e, após um amplo debate político no primeiro ponto da pauta, o assistente apresenta um anteprojeto de resolução para precisar o consenso ali obtido. Colocado em votação, o texto é aprovado nos seguintes termos:
a) “Reafirmamos que não há divergências estratégicas entre o CR de São Paulo e o CC do PCB. Qualquer divergência tática, se houver, deverá ser aprofundada e debatida em nossas instâncias e fóruns próprios e até lá se respeita a direção democraticamente eleita em nosso Congresso e o princípio do centralismo democrático.
b) O PCB desautoriza e condena veementemente qualquer versão paralela, caluniosa e com fins escusos que visa instrumentalizar disputas locais e menores acabando por atacar o Partido”.
No segundo item da pauta, como fazia parte da “repactuação”, a mesa propõe a eleição de uma CPR que sinalizasse a unidade do Partido em SP. Apesar de a presença de Igor na CPR ter sido um dos compromissos assumidos por ele na reunião do CC, de março de 2011, ele pede a palavra abrindo mão de compor a CPR, sem expor qualquer motivo plausível, atitude articulada com seu grupo, para simular sua exclusão, não assumir responsabilidades e boicotar a possibilidade de unidade. No entanto, contra o voto dele, o Pleno do CR, com espírito unitário, decide por ampla maioria que ele compusesse o organismo. Infelizmente, o ex-camarada não compareceu a nenhuma das reuniões da CPR de SP, todas elas voltadas para a reconstrução e repactuação do Partido no Estado.
A evidência de que os dois ex-membros do CC tinham medo do debate político e já haviam decidido romper com o PCB é que não ficaram para o debate com o conjunto do Partido. Uma das principais resoluções desta reunião do CR de SP, de 16 de abril, foi a seguinte:
(por determinação do CC, de 18 de março de 2011), “fica deliberada a convocação da militância para uma plenária ampliada com a finalidade de debater politicamente com a direção de São Paulo e o CC a política do Partido e suas táticas, além de propor ativos ou conferências para discussão da questão sindical e outros aspectos táticos de nossa ação política”.
Em 10 de maio, com medo dos debates na Plenária de Militantes convocada pelo CC e o CR-SP, por absoluta falta de argumentos para criticar o CC e a CPN, em 10 de maio de 2011, praticamente todo o grupo, assumindo portanto sua condição de partido paralelo, rompe publicamente com o Partido, espalhando para diversas listas fora do PCB um documento intitulado “Escolhemos ficar do lado de quem luta”.
A esta altura, a CPN já conhecia a articulação em curso, porque um dos destinatários dos emails do grupo passou ao Secretariado Nacional toda a correspondência trocada na época pelos membros do grupo, em especial por sua troika, que incluía os dois ex-membros do CC e outro que acabou sendo expulso do Partido não por divergência, mas por criticar, em baixo nível, o Partido em redes sociais e intimidar com ameaças e truculência camaradas que pensavam diferente. Igor não assina o documento coletivo de rompimento, apesar de ter organizado o grupo e participado da redação. O plano era sair sozinho, com manifesto próprio, imaginando que o CC não o expulsaria.
O texto de rompimento do grupo revela seu caráter de seita. É a peleja dos que lutam contra os que não lutam. A única divergência real que aparece, novamente, é sobre aspectos da tática sindical. As “denúncias” sobre os “desvios de direita” da CPN são ridículas.
Não conseguem esconder a pressa em sair do PCB para fugir do debate na Conferência (com medo de perderem vários camaradas que envenenaram) e para construir o projeto do grupo, que conheceremos em breve. A pressa e o medo são tão grandes que afirmam em documento que estavam saindo naquele dia para preservar “a força e a integridade política” do grupo. E também, certamente, achando que a classe operária e a revolução não podiam esperar!
O medo do debate e principalmente da revelação da verdade levou a que declarassem que não iam permanecer “no interior do PCB, para fazer a disputa interna”. Não tinham argumentos, não sustentariam uma discussão política com o conjunto do Partido. Suas únicas armas foram a mentira, a cizânia e a manipulação.
A falta de argumentação era tão grande que, ao final do texto de rompimento, como um fecho glorioso, os fracionistas apresentam as principais “provas” do “rebaixamento político” da CPN:
“O último exemplo desse rebaixamento está na publicação de um texto escrito por um obscuro sociólogo argentino na página eletrônica do PCB. O texto, de conteúdo anti-semita, resultou em uma representação na Procuradoria Regional Eleitoral movida pela Confederação Israelita do Brasil contra o Partido. O texto mostra o quanto a direção do PCB, especialmente a CPN, perdeu o rumo da política. Maiores informações acesse: http://netjudaica.blogspot.com/2011/04/conib-oferece-representacao-contra-o.html. Outro exemplo dessa perda do rumo político está na publicação de um texto de Altamiro Borges, dirigente nacional do PCdoB, sugerindo que o governo Dilma estaria em disputa.”
É ridículo associar a publicação de um artigo crítico à política econômica do governo Dilma, extraído do jornal Brasil de Fato - onde o autor tem uma coluna fixa como jornalista – a uma aproximação da CPN com o PCdoB e o governo Dilma! Sem comentários!
Mas o mais grave é o primeiro exemplo dado pelos fracionistas para romper com o PCB. Causou perplexidade o grupo se solidarizar com uma organização sionista, reconhecendo nela o direito de criminalizar o PCB como antissemita. Enquanto centenas de militantes, organizações e intelectuais do Brasil e do exterior se manifestam em solidariedade ao PCB, o grupo se solidariza com o sionismo. Já que não conseguiram liquidar o Partido por dentro, agora se associam a uma tentativa de cassar seu registro. Isto não é mais apenas dissidência, mas traição à história do PCB e a toda sua luta pela transformação revolucionária do Brasil.
No início de abril, a CPN convoca o CC para 23 a 25 de junho, em SP, com uma ampla pauta em que os temas principais eram um balanço da conjuntura e a convocação da Conferência Política Nacional. Não havia na pauta original qualquer questão disciplinar sobre SP. Em 7 de junho, Igor manda ao CC e torna público um documento que intitula “A questão do PCB”. Logo em seguida, chega ao Secretariado o conjunto de emails entre o grupo, com troca de mensagens conspirativas, incluindo boatos, táticas e planos da luta contra a direção do Partido, sob a coordenação de Igor, ainda membro do CC, e com interação com ex-camaradas que não eram do CC e outros que nem eram do PCB.
Como os indícios de formação de grupo se transformaram em provas materiais, a CPN então resolve, em 9 de junho, por delegação que tinha do CC, abrir processo de natureza disciplinar em face do camarada Igor e convocá-lo “a exercer seu direito de defesa na reunião do Comitê Central, que já foi devidamente convocada para os dias 23 a 25 de junho”. Em mensagem a ele e a todo o CC, a CPN envia o conjunto dos emails paralelos para que o então membro se defendesse, acrescentando:
“No caso do camarada Igor, surgiu um fato novo que deverá ser também esclarecido em seu depoimento ao CC. No dia 7 desta semana, o camarada mandou em lista exclusiva do CC, como é de seu direito, um documento de sua autoria denominado “A questão do PCB”. Imediatamente, o Secretariado
Nacional do Partido mandou mensagem a todos os membros do CC pedindo que não repassassem o texto para terceiros e lembrando a reunião do CC marcada para este mês e a Conferência Política Nacional.
No entanto, alguns minutos após a divulgação do documento por parte do Igor ao CC, o texto espalhou-se por várias listas, inclusive a da Intersindical.
O esclarecimento deste fato na reunião do CC, como parte do processo disciplinar, não prejudica o necessário debate sobre o conteúdo político do documento apresentado pelo camarada Igor, ou seja, não está em jogo o seu direito e até dever de expor suas opiniões sobre questões do PCB ao CC.
Propomos assim que na reunião do dia 24 coloquemos a discussão política sobre os termos da carta do camarada antes da discussão de natureza disciplinar”.
Mas o líder do grupo foge do debate no Comitê Central do Partido, de que era membro havia 15 anos. Não comparece à reunião, na cidade em que mora (São Paulo), cujo primeiro ponto de pauta era exatamente para que ele enfim apresentasse ao vivo suas divergências, ouvisse a opinião dos seus antigos camaradas e em seguida esclarecesse a respeito de todos os indícios e provas materiais de que organizara e liderava um partido paralelo em SP.
A ausência a esta reunião além de mostrar sua covardia política, revelou seu desrespeito com o conjunto dos membros do Comitê Central, muitos dos quais vieram à reunião com sacrifício, dos lugares mais longínquos. Estava mais do que claro que Grabois preparava sua saída “voluntária” do Partido para o momento seguinte à reunião, sem que tivesse sofrido qualquer punição que manchasse seu “currículo político”, o que lhe daria melhores condições para alegar que saiu do Partido porque divergia e não que fora expulso mais uma vez de um partido, por desagregação e formação de grupo.
Uma vez comprovada sua ausência à reunião do CC, iniciou-se um debate, em que usaram da palavra praticamente todos os membros do CC. Nenhum camarada defendeu não punição ao ex-membro da direção; muitos criticaram a CPN por sua renitente conciliação, alguns por só estarem naquele momento tomando conhecimento de graves acontecimentos do passado.
No momento da votação, não houve um voto sequer contrário à punição do líder do grupo. Logo em seguida à decisão, resolveu-se elaborar um comunicado simples, nos seguintes termos:
“O Comitê Central do PCB (Partido Comunista Brasileiro), reunido no dia de hoje, em São Paulo, resolveu expulsar dos quadros partidários o militante Igor Grabois Olimpio, pelas seguintes razões:
- formação de grupo e direção paralela no interior do Partido;
- comportamento desagregador e deletério;
- divulgação de falsas informações, deformações e boatos;
- descumprimento de resoluções partidárias, inclusive congressuais;
- vazamento de documentos reservados ao CC interna e externamente ao Partido;
- recusa a comparecer à reunião do CC para prestar esclarecimentos.
O Comitê Central do PCB assegurou ao ex-militante o pleno direito de defesa e de exposição das divergências políticas que supostamente teria com a direção nacional do Partido, conforme afirmado em documento recentemente divulgado para o público externo, mas sua ausência na reunião de hoje comprova a recusa em debater internamente, nas instâncias partidárias devidas, suas alegadas discordâncias políticas.”
É importante assinalar que, contrariamente ao que alardeou pela internet, este grupo só conseguiu convencer a romper com o PCB trinta e poucos ex-militantes paulistas, mais da metade de Campinas, o que revela sua fragilidade no Estado. Não conseguiram criar qualquer dissidência em qualquer outro Estado. Revelando sua expressão municipal, o grupo publicou recentemente um jornal virtual que tem como matéria central a luta contra a corrupção na Prefeitura de Campinas. Na expectativa da substituição do atual prefeito corrupto por um honesto, restaurando enfim a moralidade na cidade, levantam a bandeira ELEIÇÕES JÁ EM CAMPINAS. Aqui aparece uma divergência real com o PCB, que tem declarado que a corrupção é sistêmica no capitalismo e não se resolve com eleições burguesas.
A Plenária dos Militantes do PCB do Estado de SP, realizada recentemente em 9 de julho, por convocação do CC e do CR de SP, foi totalmente exitosa. Após os informes sobre a Conferência Política Nacional que discutirá a tática do partido, iniciou-se o debate sobre os problemas disciplinares ocorridos em São Paulo, com informes e esclarecimentos. Estiveram presentes delegações das bases da capital e da grande maioria das cidades em que o Partido está organizado, inclusive Campinas, onde o Partido já foi reconstruído recentemente. Num debate fraterno, muitos camaradas relataram o assédio e a pressão dos membros do grupo e criticaram o Comitê Central por ter demorado tanto tempo para adotar medidas.
Não podemos deixar de registrar que a ação deste grupo fracionista se dá exatamente no momento em que o PCB recupera a confiança política dos revolucionários, no Brasil e em muitos países, num processo de reconstrução que, iniciado em 1992 – quando conseguimos resistir à tentativa de liquidação do PCB, mantendo o Partido e sua histórica legenda –, consolidou-se, a rigor, há apenas seis anos, a partir do XIII Congresso, em 2005. A multiplicação de mensagens mentirosas e abjetas via internet tem feito a alegria e a festa de anticomunistas, pseudo-esquerdistas e pequenas organizações, que não se conformam com a reconstrução do PCB e tentam pescar nas águas turvas movidas pelos fracionistas. Este episódio exige uma autocrítica do Comitê Central, sobretudo, da Comissão Política Nacional (CPN) do Partido, para além do erro de ter conciliado e dado um tratamento especial a um ex-militante. Mas as razões principais que propiciaram esse fato – e que precisam ser enfrentadas e superadas - são as debilidades do nosso trabalho de formação política e ideológica, o recrutamento superficial, a falta de um instrumento ágil de comunicação interna e deformações no exercício do centralismo democrático que, para se desenvolver como um caminho de mão dupla, necessita de células vivas, em interação permanente com as direções intermediárias e destas com o Comitê Central. Estas debilidades permitiram que vicejassem os intentos golpistas deste pequeno grupo.
Mas o PCB sai unido e revigorado deste episódio, que certamente servirá de lição. A hora é de fortalecer o Partido nas lutas populares e de iniciarmos os debates da Conferência Política Nacional, cujas teses serão conhecidas em agosto.
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Comitê Central - julho de 2011
Observação:
Conheçam em seguida parte dos emails em que o grupo conspirava contra o Partido. O conjunto da correspondência encontra-se em poder de todos os membros do CC. Mantivemos apenas os endereços eletrônicos dos três organizadores do grupo, excluindo os demais ex-camaradas manipulados por esses.
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2 de Março de 2011 - 22:26
IGOR INVENTA PARA O GRUPO QUE OS “INTELECTUAIS” ESTÃO CONSPIRANDO A SUBSTITUIÇÃO DO SECRETÁRIO GERAL DO PARTIDO
De: “Igor grabois"
Para: "Walber Monteiro"
Estão contrapondo o Mauro ao Ivan. A consulta (*) está lendo assim. Vamos dar um tempo dos e-mails. É muito mole. Um abraço, Igor.
(*) Consulta Popular
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2 de março de 2011 - 23:13
MEMBRO DO GRUPO CONSULTA SE TORNA PÚBLICA A “NOTÍCIA”.
De: Walber Monteiro walbermonteiro@yahoo.com.br, "Renato Nucci Junior" nuccijr1@yahoo.com.br
Para: “Igor grabois" grabois.igor@gmail.com
Mando ou não em lista pública????? Magrão
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2 de Março de 2011 - 23:23
IGOR, QUE SABIA QUE ERA MENTIRA, RESPONDE À CONSULTA:
De: “Igor grabois" grabois.igor@gmail.com
Para: "Walber Monteiro"
Não acho necessário. Estamos ganhando apoio nos movimentos sociais. Este e-mail expõe indivíduos. Não podemos nos igualar aos caras. O movimento social já escolheu lado. Um abraço, Igor
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12 de Março de 2011 - 1:08
RENATO (então membro do CC) EXPÕE SUAS RAZÕES PARA NÃO IR À REUNIÃO DO CC CONVOCADA PARA 18 E 19 DE MARÇO:
De: "Renato Nucci Junior"
Para: "Walber Monteiro"
Magrão e Igor,
Por favor, dada a impossibilidade de participar da reunião(*), transmitam aos camaradas minha opiniões.
Não aguento mais olhar para a cara dos membros da CPN e me dá náusea só de pensar), também acho desnecessário e muito ruim irmos à reunião do CC pelas razões que seguem:
Só faz sentido estarmos na reunião do CC, se fosse para sair de lá com a legenda. Do contrário, só prolongaremos por um prazo indefinido a agonia e angústia da militância, que espera uma solução rápida e uma sinalização clara de nossa parte. Quanto mais demorar a solução da nossa situação, mais a militância que confia em nós ficará cansada e tomará o rumo de casa (ou de outras organizações). O problema é que não conseguiremos isso (a legenda). O máximo que podemos conquistar é um acordo menos ruim, um melhor acomodamento de nossas posições, mas nunca a legenda. E teremos de continuar aguentando esses caras.
Na próxima reunião do CC podemos não ser punidos definitivamente com expulsões e suspensões, o que é péssimo. Péssimo, porque nossa agonia se prolongará, com o risco de acharmos que há ainda há espaço para disputa interna, o que levará muitos militantes que formam nossa base de apoio e sustentação a se afastarem diante de nossa vacilação. Péssimo, tb, porque dada a tradição de conciliação existente no Partido, se não formos punidos ficaremos isolados e submetidos completamente a esses caras. Se não formos punidos, o que justificaremos à militância para segurá-la no Partido? Aguardar até o próximo congresso em 2013?
Diante desse cenário, acho que a decisão mais acertada é a de provocarmos ainda mais os caras, obrigando-os a tomar uma decisão que alguns não querem: a de nos expulsar. Precisamos fazer com que eles nos expulsem, até para nossa legitimidade junto aos militantes que ainda vacilam e acham que existe espaço de disputa no interior do Partido; a saída é cairmos fora. Não podemos mais esperar, 18 de março(**) é nosso limite.
Renato
(*) reunião do grupo.
(**) reunião do CC que ia debater as divergências.
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18 de Março de 2011 14:06
IGOR MANDA PARA O GRUPO OPINAR O DOCUMENTO QUE APRESENTARIA AO CC NO DIA SEGUINTE:
De: "Igor grabois"
Para: "Walber Monteiro Magrão"
A mensagem contém anexos1 arquivo (56 KB) texto para o CC.doc
O texto foi parido. Opinem. Igor.
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26 de Abril de 2011 - 15:30
IGOR MANDA PARA O GRUPO, ÀS 15:30, RELATÓRIO DA REUNIÃO DA CPN, ENVIADO RESERVADAMENTE AOS MEMBROS DO COMITÊ CENTRAL, ÀS 08:56
De: "Igor grabois" grabois.igor@gmail.com
Para: "Walber Monteiro Magrão"
A mensagem contem anexos.
1 arquivo (276 KB) – “Reunião da CPN – Reservado ao CC”
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27 de Abril de 2011 - 01:07
ALGUMAS HORAS DEPOIS, CHAMANDO A CPN DE “PEQUENA BURGUESIA ESCROTA”, UM DOS MEMBROS DA TROIKA MANDA O DOCUMENTO RESERVADO AO CC PARA LIDERANÇAS DE OUTRA ORGANIZAÇÃO, QUE CERTAMENTE NÃO O SOLICITARAM
De: "Walber Monteiro"
Para: "mane melato" <.................org.br>, "Ana Paula Rosa de Simone" <................com.br>
A mensagem contém anexo 1 arquivo (276 KB) Reunião da CPN – reservado ao CC
Para conhecimento e se colocarem na discussão feita pela pq burguesia escrota. Aliados????? Magrão.
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Partido Comunista Brasileiro
Comite Estadual - SP
(11)3106-8461
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