sábado, 30 de outubro de 2010

José Serra e a (des)educação

O candidato à presidência José Serra falou muito sobre a educação, mas enquanto governador não fez nada para melhorar a qualidade de ensino de São Paulo, não deu aumento para os professores, além de mandar a polícia militar bater nos professores. Mas o que dói mais num professor não são as balas de borracha ou cassetetes, não, o que mais dói é quando Jose Serra diz: "Eu sou professor". Um professor que não domina sua competência.




A Folha de São Paulo publicou um artigo no dia 24 de outubro com o seguinte título: Promessa de dois professores tem falhas.

José Serra (PSDB) diz que, se eleito presidente, colocará dois professores em todas as turmas de 1º ano (antiga pré-escola) das escolas públicas.
A ideia é que, enquanto o primeiro professor dá aula, o segundo percorra a sala de aula ajudando individualmente os alunos com mais dificuldade. Serra argumenta que assim se assegura a plena alfabetização das crianças (Folha de São Paulo - 24 de outubro de 2010 - especial pág.7).

Evidente que a propaganda engana os leigos que não estão dentro da escola para saber como funciona o sistema. As pessoas veem a propaganda e acham que isso é uma maravilha, a propaganda é muito bonita, mas é apenas mais uma ilusão, como demonstram os especialistas no assunto.

A insuspeita Folha de São Paulo diz: "No entanto, especialistas em educação veem dois problemas na promessa tucana.
Primeiro, é difícil implantar o segundo professor em todo o país. Depois, o programa por si só não é garantia que os alunos aprenderão de fato a ler e a escrever" (idem).

O segundo professor - escreve a Folha de São Paulo - é, na realidade, um estudante de letras ou pedagogia - um estagiário.

Ah! Exclama o leitor surpreso - disso eu não sabia. Pois é, isso o "homem de bem" não contou, por que será né? Um professor de mentirinha, um professor que não é professor de verdade, um estagiário.  José Serra induz o seu eleitor ao erro, quando diz que vai colocar dois professores em sala de aula. Para ser mais preciso e honesto com seu eleitorado o tucano deveria dizer: "vou colocar um ajudante para o professor do 1º ano", mas não foi isso que ele fez. Ludibriou o seu eleitorado.

A respeito desse plano do José Serra que mais parece um plano infalível do Cebolinha para derrotar a Mônica, a educadora Maria Regina Maluf, professora da PUC-SP e da USP diz: "Não gosto dos dois professores. Você dá um dinheirinho para o universitário e ele faz o estágio na escola. É uma coisa barata. É mais barato que medidas primordiais como dividir as salas lotadas e formar e contratar mais professores"(idem). Como bem se vê o Serra gosta tanto da educação que ele prefere gastar pouco com a mesma.

João Batista Oliveira, presidente do instituto Alfa e Beto, concorda: turmas reduzidas vão melhorar porque o docente trabalha dificuldades do aluno individualmente (idem). Qualquer professor sabe que para que o processo de ensino e aprendizagem é preciso ter poucos alunos por sala, fico admirado que o José Serra, sendo professor, como ele diz, não saiba disso.

Onaide Schwartz, da Unesp, diz que os dois professores impressionam a população em geral. "Mas eu, que trabalho com alfabetização há 25 anos, acho uma promessa ridícula, absurda".
Segundo ela, a alfabetização precisa de salas com 25 alunos no máximo, professores bem formados - há docentes que nem sequer acabaram o ensino médio - e material didático adequado (idem).

Se o tucano tivesse consultado quem realmente entende do assunto não teria o seu plano exposto ao ridículo, mas é isso o que acontece quando uma pessoa acha que é ambientalista, pedagogo, crente, católico, ex-pobre, etc...

Caro leitor e eleitor você quer dois "professores" na sala de aula ou quer menos alunos por sala de aula? O futuro de seus filhos, sobrinhos, netos e afilhados é você quem decide. Alea jacta est! A sorte está lançada.

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