sábado, 19 de setembro de 2009

Friedrich Nietzsche e sua "filosofia"

Nos sites de realacionamento virou modismo ser adepto de Friedrich Nietzsche. No site Orkut por exemplo abundam profiles com frases de Nietzsche, assim como comunidades que debatem suas ideias.

Conheci alguns nietzscheanos e confesso que não foi uma experiência agradável, são pessoas extremamente petulantes e se acham o último biscoito do pacote. Não estudam e adoram lançar argumentos ad hominem, ao menos essa foi minha experiência.

Acerca de Nietzsche conhecia vagamente suas ideias, e não queria conhecer seu pensamento por mero preconceito, pelo fato do mesmo ter dito: "Deus está morto!". E por sentir repugnância de Nietzsche e de seus discípulos resolvi que publicaria algo para desmascará-lo ou para demonstrar que ele não passou de um fanfarrão e que sua filosofia é tão profunda quanto um pires.

Não vou dizer que Nietzsche errou o tempo todo, não. Nietzsche teve rasgos brilhantes e por isso merece ser louvado, até porque ninguém acerta o tempo todo e ninguém erra o tempo todo. Razões de sobejo tinha o padre Vieira quando afirmou: "Justiça seja feita até ao demônio". Justamente por isso decidi estudar sobre o pensamento de Nietzsche, para não cometer injustiças e para não falar besteiras, porque falar por falar qualquer um fala. Gosto de falar com conhecimento de causa, sem raivas nem paixões. Se algo não me agrada não parto para a violência verbal, mas procuro estudar e ver quais são as falhas de tal ou qual pensador.

Nietzsche não pode ser considerado um filósofo, no termo strito da palavra porque não sistematizou o seu pensamento. Ninguém sabe ao certo o que Nietzsche pensava, porque emitia mais de uma opinião diferente sobre um mesmo assunto. Oswaldo Giacóia Jr escreveu:
"Uma exposição geral do pensamento de Nietzsche constitui uma tarefa
dificultada pelo variedade dos temas de que se ocupa, pela extraordinária multiplicação
de pontos de vista — por vezes dificilmente conciliáveis -sobre um mesmo assunto, pela
diversidade de estilos literários presentes em sua obra e, sobretudo, pela natureza
radicalmente crítica e polêmica de seus escritos. Isso gerou a convicção, quase unânime
entre seus comentadores, de que o aspecto assistemático constitui o traço essencial de seu
pensamento".
[1]
E também isto:
Um intérprete contemporâneo da obra de Nietzsche, o americano Walter
Kaufmann, escrevendo a respeito desse traço assistemático, fez notar que Nietzsche
seria mn pensador de problemas, e não pensador de sistemas; aliás, de acordo com
Kaufmann, o pensamento nietzscheano não poderia dar ensejo a um sistema.
[2]

Como pode Nietzsche pode ser considerado um filósofo pois sequer sistematizou seu pensamento? E ainda o que é mais grave: tinha opiniões contraditórias sobre um mesmo assunto.

Ao fazer um breve estudo desse senhor, tentei compreendê-lo, procurei nexo em seus pensamentos e não achei. Não sei, - e aqui permito-me um juízo de valor - porque cargas d'água esse pateta é tão celebrado, como se fosse a quintessência da sabedoria.

Nietzsche demonstrava desprezo por Sócrates uma vez que esse filósofo não se pautava pelos instintos - como queria Nietzzsche em suas elucubrações - mas pela razão. Para ele o surgimento de Sócrates é um declínio da cultura grega da tragédia, sim, pois Nietzsche mesmo sendo ateu acreditava ou queria acreditar numa espécie de destino.

O filósofo alemão assim como seus discípulos se achava o último biscoito do pacote, em sua autobiografia Ecce Homo teceu elogios rasgados a si mesmo, o que demonstra que ele já estava doente ou que era um fanfarrão. Ele se dizia póstumo, mas quem lê sua maçante obra bem pode ver que de póstumo só tinha o nome, era apenas mais um idealista entre os alemães, penso que seja o pior ou um dos piores.

A princípio foi discípulo de Schopenhauer de quem se afastou por ser pessimista e niilista. Para Schopenhauer o desejo provocava sofrimento e isso ele bebeu nos escritos budistas. Já para Nietzsche a vida era o valor supremo, e isso podemos compreender visto que sofria horríveis dores de cabeça e que era um homem enfermo que desejava a saúde. Foi sobre isso que constituiu sua "filosofia".

Nietzsche não odiava a Cristo, dele afirmou que era o único cristão e que este tinha morrido na cruz. (citação livre) Ele escreveu o Anticristo contra o apóstolo Paulo que no seu entender tinha adulterado a mensagem de Jesus, transformando-o num Deus redentor.

Para Nietzsche o além-do-homem é aquele indivíduo acima daqueles que vivem a moral do rebanho, aquele que faz uma transvaloração do seu mundo e que resignifica através de uma nova moral que não aquela imposta pelo Estado, igreja e sociedade. O além-do-homem é aquele que entende o eterno retorno, o eteno retorno é apenas nesta vida - isto é, segundo seus intérpretes - o eterno retorno nada mais é do que acietar os prazeres e as dores com alegria, pois ambas fazem parte da vida que é valor supremo e essas fases da vida sempre se repetem.

Em seu livro Genealogia da Moral ele quis entender como foi "criada" a moral e chegou a conclusão que os conceitos de bem e mal foram desvirtuados pelos sacerdotes que eram fracos, porque isso lhes era proveitoso.

Nietzsche por ter sido provocativo foi usado como referência pelos nazistas, mas ele mesmo nunca foi nacionalista e muito menos antissemita. Ele mesmo censurou sua irmã Elizabeth, por esta ter se casado com um antissemita. Depois da morte de seu irmão Elizabeth Föster criou o arquivo Nietzsche e ajudou a falsificar os escritos do irmão, dando assim suporte ao nazismo. E hoje, ele é caluniado por seus adversários por isso. Mas de qualquer forma, mesmo Nietzsche não sendo antissemita, foi culpado por ser obscuro e muito subjetivo. Se ele fosse claro e objetivo jamais falsificariam suas obras.

Mesmo por seus rivais cristãos de hoje em dia Nietzsche é acusado de ter mandado matar o mendigos, na verdade ele foi mal interpretado quando falou em suprimir os mendigos. O que ele quis dizer com isso é que os mendigos são uma forma de aliviar a dor de nossa consciência quando fazemos esmolas, ao reconhecer nosso egoísmo. Neste ponto também eu sou a favor da supressão dos mendigos, com isto quero dizer que devemos lhes dar trabalho de forma que deixem ser mendigos.

O que sabemos é que Nietzsche era machista e disparou várias farpas com as mulheres, mas isso aconteceu por ter sido rejeitada por elas.

Para tristeza dos discípulos de Nietzsche se faz mister dizer que grande parte do pensamento de Nietzsche foi comprometido por sua doença mental. Quatro de seus panfletos nada tem de filosofia e muito de raiva, ressentimentos, por isso não podem ser considerados como obra de filosofia. quem considera obras assim como jóias da sabedoria humana acaba por ser mais louco do que o filólogo alemão.

Notas:[1] e[2] extraídas de: Nietzsche - Coleção Folha Explica
Bibliografia:

JUNIOR, Oswaldo Giacóia. Nietzsche - Coleção Folha Explica.Publifolha, São Paulo, 2000.
ANELLO, Alexandre. O Julgamento de Nietzsche no Orkut. E-book
Revista Mente e Cérebro. Ed 179 - Dezembro de 2007

Um comentário:

Alexandre Anello disse...

Grato pelas citações indiretas, parabéns pelo artigo. Grande abraço.