quarta-feira, 29 de abril de 2009

A Crise da água e o capitalismo

Recebi este texto do meu amigo Ravick que trata sobre a questão da água e de como ela é importante. É um artigo riquíssimo, onde o autor explana geopolítica, geografia, economia e sustentabilidade. Segue o texto:


*21. Guerras hídricas, artigo de Jeffrey D. Sachs*
O suprimento de água é cada vez mais insuficiente em grandes partes do mundo, especialmente em suas regiões áridas
Jeffrey D. Sachs é professor de Economia e diretor do Instituto Terra, da Universidade da Columbia. Ele é também conselheiro especial do Secretário Geral da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Artigo publicado no “Valor Econômico”:
Muitos conflitos são provocados ou inflamados por escassez de água. Conflitos - do Chade a Darfur, ao Sudão, ao deserto Ogaden, na Etiópia, à Somália e seus piratas, bem como no Iêmen, Iraque, Paquistão e Afeganistão -, acontecem em um grande arco de terras áridas onde a escassez de água está provocando colapso de colheitas, morte de rebanhos, extre ma pobreza e desespero.
Grupos extremistas como o Taleban encontram amplas possibilidades de recrutamento nessas comunidades empobrecidas. Os governos perdem a sua legitimidade quando não podem assegurar a suas populações as necessidades mais básicas: água potável, culturas para produção de alimentos de primeira necessidade e rações, e água para os rebanhos dos quais as comunidades dependem para sua magra subsistência.
Políticos, diplomatas e generais em países assolados por conflitos normalmente tratam essas crises como enfrentariam qualquer outro problema político ou militar. Mobilizam exércitos, organizam facções políticas, combatem líderes guerreiros locais ou tentam enfrentar extremismos religiosos.
Mas essas reações ignoram o problema estrutural da ajuda às comunidades para satisfazer suas necessidades urgentes de água, alimentos e meios de subsistência. Em consequência, os EUA e a Europa frequentemente gastam dezenas, ou mesmo centenas, de bilhões de dólares para enviar tropas ou bombardeiros para subjugar levantes ou focar "países institucionalmente falidos", mas não enviam um décimo - ou mesmo um centésimo - dessas cifras para enfrentar crises estruturais de escassez de água e subdesenvolvimento.
Os problemas da água não evaporarão por si mesmos. Pelo contrário, irão se agravar, a menos que nós, como comunidade mundial, implementemos uma reação. Uma série de estudos recentes mostra quão frágil é o equilíbrio hídrico para muitas regiões pobres e instáveis do mundo.
A Unesco, uma agência das Nações Unidas, publicou recentemente o "The UN World Water Development Report 2009" (Relatório de Desenvolvimento da Água de 2009); o Banco Mundial divulgou aprofundado estudo sobre a India - "India's Water Econom y: Bracing for a Turbulent Future" (Economia hídrica indiana: preparando-se para um futuro turbulento) e sobre o Paquistão - "Pakistan´s Water Economy: Running Dry" (Economia hídrica indiana: o agravamento da seca); e a Asia Society divulgou uma visão geral das crises hídricas asiáticas - Asia's Next Challenge: Securing the Region's Water Future" (O próximo desafio asiático: assegurando o futuro hídrico na região).
Esses relatórios contam uma história similar. O suprimento de água é cada vez mais insuficiente em grandes partes do mundo, especialmente em suas regiões áridas. O rápido agravamento da escassez de água reflete o crescimento populacional, o esgotamento da água subterrânea, desperdício e poluição, e os enormes e cada vez mais desastrosos efeitos das mudanças climáticas resultantes da atividade humana.
As consequências são dolorosas: seca e fome, perda de condições de subsistência, disseminação de enfermidades transmitidas pela água, migração forçada e até mesmo conflitos armados. Soluções práticas incluem muitos componentes, entre eles melhor gestão de recursos hídricos, tecnologias mais aperfeiçoadas para aumentar a eficiência do uso da água e novos investimentos assumidos em conjunto por governos, pelo setor empresarial e por organismos cívicos.
Tenho visto essas soluções em Vilas do Milênio na África rural - um projeto em que meus colegas e eu estamos trabalhando com as comunidades pobres, governos e empresas para encontrar soluções práticas para os desafios de extrema pobreza rural.
No Senegal, por exemplo, uma importante fabricante mundial de tubos, a JM Eagle, doou mais de 100 quilômetros de tubulações para permitir que uma empobrecida comunidade possa unir forças com a PEPAM, uma agência drica estatal, para levar água potável a dezenas de milhares de pessoas. O projeto como um todo é tão economicamente viável, reproduzível e sustentável que a JM Eagle e outras parceiras empresariais agora assumirão esforços similares em outras regiões da África.
Mas futuras "tensões hídricas" serão disseminadas em países tanto ricos como pobres. Os EUA, por exemplo, incentivaram um crescimento populacional acelerado em Estados de seu árido sudoeste nas últimas décadas, apesar da escassez de água que as mudanças climáticas provavelmente intensificarão.
A Austrália também está enfrentando graves secas no celeiro agrícola na bacia do rio Murray-Darling. A bacia mediterrânea, compreendendo o sul da Europa e o norte da África, provavelmente também registrará graves secas como resultado das mudanças climáticas.
No entanto, a natureza precisa da crise hídric a será diversificada, com pressões variadas em diferentes regiões. Por exemplo, o Paquistão, um país já árido, sofrerá as pressões de um rápido aumento da população, que cresceu de 42 milhões em 1950 para 184 milhões em 2010, e poderá crescer ainda mais, para 335 milhões em 2050 - um cenário "médio", segundo a ONU.
Ainda pior, os agricultores já estão extraindo água subterrânea, que está sendo exaurida devido a bombeamento excessivo. Além disso, em torno de 2050, as geleiras do Himalaia que alimentam os rios paquistaneses poderão ter derretido, devido ao aquecimento mundial.
Soluções terão de ser encontradas em todas as "escalas", ou seja, necessitaremos soluções hídricas no âmbito de comunidades individuais (como no projeto de água encanada no Senegal), ao longo de um rio (ainda que cruze fronteiras nacionais), e em nível mundial, por exemplo, para eliminar os piores efeitos das mudanças climáticas em todo o mundo.
Soluções duradouras exigirão parcerias entre governos, empresas e sociedade civil, cuja gestão e negociação poderá ser difícil, uma vez que esses diferentes setores da sociedade frequentemente têm pouca ou nenhuma experiência em lidar uns com os outros, e podem manifestar considerável desconfiança mútua.
A maioria dos governos está mal equipada para lidar com graves problemas hídricos. Os quadros de pessoal em ministérios encarregados de problemas hídricos são usualmente formados por funcionários públicos engenheiros e generalistas. Mas soluções duradouras para problemas hídricos exigem uma ampla gama de conhecimentos especializados sobre clima, ecologia, agricultura, população, engenharia, economia, política comunitária e culturas locais. Autoridades governamentais também necessitam habilidade e flexibilidade para trabalhar com comunidades locais, empresas privadas, organizações internacionais e possíveis doadores
Um próximo passo crucial é reunir líderes científicos, políticos e empresariais de sociedades que compartilhem os problemas da escassez de água - por exemplo, o Sudão, Paquistão, EUA, Austrália, Espanha e México - para gerar ideias inovadoras sobre abordagens criativas para superá-los.
Esse tipo de aglutinação de forças permitiria um compartilhamento de informações capaz de salvar vidas e economias. Isso também enfatizaria uma verdade básica: o desafio comum do desenvolvimento sustentável deve unificar um mundo dividido por rendas, religiões e geografia.(Valor Econômico, 28/4)

O texto pode ser encontrado na íntegra aqui.

Moderação de comentários

Infelizmente fui obrigado a moderar os comentários neste blog, porque pessoas há que não sabem fazer uso de sua liberdade, o uso que fazem da mesma é tão somente para ofender e não para debater novas ideias. O que nós deste blog menos queremos são espíritos de porcos se revirando no lodo de seus "achismos" ou comendo as bolotas de suas ideologias putrefatas. Queremos aqui comentários que sejam contra as ideias mas não contra a pessoa.

Eu mesmo tenho amigos que divergem de mim nas mais diversas coisas nem por isso os tacho de idiotas e imbecis, aliás nem sequer me passa esse pensamento por minha mente e creio que este pensamento seja recíproco.

Quantas coisas que leio em outros blogs que não me agradam e só porque não me agradam vou empunhar a cimitarra da ofensa e cortar o meu adversário em pedaços? Se essas coisas não me agradam nem continuo a leitura ou continuo e reflito e se não gostei, procuro atacar as ideias, só isso, que mais é preciso?

O que mais me deixa exasperado é que esses comentadores de plantão, comentam não as ideias nem o estilo do escritor mas a pessoa do mesmo. Mas o pior mesmo é fazer a ofensa através de um perfil anônimo, o que mostra que o anônimo é um covarde. Pois é muito fácil ofender sem ter que se identificar. Eu não teria apagado os comentários do último artigo escrito pelo professor Domingos, se o comentador tivesse se identificado e deixaria suas postagens inda que cheias de ofensas. Pois a pessoa pode não saber argumentar mas ao menos "daria a cara a tapas".

Mas fazer o quê? Anônimo é um sem nome mesmo, sem personalidade, sem ideias, enfim um zé ninguém e não devemos nos importar com essas moscas.

sábado, 25 de abril de 2009

O valor de uma verdadeira amizade

Recebi este texto em meu e-mail e resolvi publicar aqui. O texto é anônimo. Mas não importa quem o disse mas o que foi dito. Se mais delongas deixo aí o texto que me comoveu profundamente.


Um dia, quando eu era calouro na escola, vi um garoto de minha sala caminhando para casa depois da aula.
Seu nome era Kyle.Parecia que ele estava carregando todos os seus livros.
Eu pensei:
'Por que alguém iria levar para casa todos os seus livros numa Sexta-Feira? Ele deve ser mesmo um C.D.F'!
O meu final de semana estava planejado (festas e um jogo de futebol com meus amigos Sábado à tarde), então dei de ombros e segui o meu caminho..
Conforme ia caminhando, vi um grupo de garotos correndo em direção a Kyle.
Eles o atropelaram, arrancando todos os livros de seus braços, empurrando-o de forma que ele caiu no chão.
Seus óculos voaram e eu os vi aterrissarem na grama há alguns metros de onde ele estava. Kyle ergueu o rosto e eu vi uma terrível tristeza em seus olhos.
Meu coração penalizou-se! Corri até o colega, enquanto ele engatinhava procurando por seus óculos.
Pude ver uma lágrima em seus olhos. Enquanto eu lhe entregava os óculos, disse: 'Aqueles caras são uns idiotas! Eles realmente deviam arrumar uma vida própria'. Kyle olhou-me nos olhos e disse: 'Hei, obrigado'!
Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Eu o ajudei a apanhar seus livros e perguntei onde ele morava.
Por coincidência ele morava perto da minha casa, mas não havíamos nos visto antes, porque ele freqüentava uma escola particular.
Conversamos por todo o caminho de volta para casa e eu carreguei seus livros. Ele se revelou um garoto bem legal.
Perguntei se ele queria jogar futebol no Sábado comigo e meus amigos. Ele disse que sim. Ficamos juntos por todo o final de semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele.
Meus amigos pensavam da mesma forma.
Chegou a Segunda-Feira e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez! Eu o parei e disse:
'Diabos, rapaz, você vai ficar realmente musculoso carregando essa pilha de livros assim todos os dias!'.
Ele simplesmente riu e me entregou metade dos livros. Nos quatro anos seguintes, Kyle e eu nos tornamos mais amigos, mais unidos. Quando estávamos nos formando começamos a pensar em Faculdade.
Kyle decidiu ir para Georgetown e eu para a Duke. Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria problema. Ele seria médico e eu ia tentar uma bolsa escolar no time de futebol.. Kyle era o orador oficial de nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ele ser um C..D.F.
Ele teve que preparar um discurso de formatura e eu estava super contente por não ser eu quem deveria subir no palanque e discursar.
No dia da Formatura Kyle estava ótimo.
Era um daqueles caras que realmente se encontram durante a escola. Estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos..
Ele saía com mais garotas do que eu e todas as meninas o adoravam! Às vezes eu até ficava com inveja.
Hoje era um daqueles dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso sobre o discurso. Então, dei-lhe um tapinha nas costas e disse: 'Ei, garotão, você vai se sair bem!'
Ele olhou para mim com aquele olhar de gratidão, sorriu e disse:
-'Valeu'!
Quando ele subiu no oratório, limpou a garganta e começou o discurso:
'A Formatura é uma época para agradecermos àqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Seus pais, professores, irmãos, talvez até um treinador, mas principalmente aos seus amigos.. Eu estou aqui para lhes dizer que ser um amigo para alguém, é o melhor presente que você pode lhes dar. Vou contar-lhes uma história:'
Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Ele havia planejado se matar naquele final de semana! Contou a todos como havia esvaziado seu armário na escola, para que sua Mãe não tivesse que fazer isso depois que ele morresse e estava levando todas as suas coisas para casa.
Ele olhou diretamente nos meus olhos e deu um pequeno sorriso.
'Felizmente, meu amigo me salvou de fazer algo inominável!' Eu observava o nó na garganta de todos na platéia enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza.
Vi sua mãe e seu pai olhando para mim e sorrindo com a mesma gratidão.
Até aquele momento eu jamais havia me dado conta da profundidade do sorriso que ele me deu naquele dia.
Nunca subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto você pode mudar a vida de uma pessoa.. Para melhor ou para pior.

Sobre a questão ambiental

Deixo aqui dois artigos interessantíssimos sobre a questão ambiental escritos por meu grande amigo Ravick (grande mesmo, ele é bem alto). Dois textos que são verdadeiras aulas de ética e meio-ambiente.
Caso o leitor(a) esteja interessado(a) nos textos aqui estão eles: Comentário sobre dois comentários (da questão ambiental) e Comentário sobre outro comentário (da questão ambiental).

São textos sérios mas não maçantes, divertidos mas sem apelações e científicos numa linguagem leiga.

A televisão não presta!

Comumente ouço as pessoas me dizerem: "A televisão não presta, só tem lixo, sangue e sacanagem". Então pergunto: "Se a TV não presta por que assiste? Por que não desliga?". É engraçado que as pessoas que criticam a televisão estão colados na tela, a assistem todos os dias e com toda a incoerência que lhes é peculiar dão audiência aos Datenas da vida e as sacanagens que tanto criticam.

A televisão só passa aquilo que dá audiência, aquilo que a massa gosta. Os programas televisivos nada mais são do que reflexos da vida das massas que gostam de desgraças e safadezas pois caso não gostassem dessas coisas de duas uma, ou desligariam a TV ou mudariam de canal para um programa de qualidade.

Ainda ontem falei com uma senhora a esse respeito. Disse-lhe para mudar de canal ou desligar o aparelho, porque ela estava contribuindo com toda aquela sujeira. Mas ela se saiu com essa: "Eu colaboro, colaboro nada, não adianta nada eu desligar se o meu vizinho continua assistindo". Ao que retruquei: "Se todos pensarem como a senhora, de fato, ninguém vai desligar a TV e todos vocês continuarão dando audiência".

Infelizmente essa senhora não tem consciência de sua parcela de responsabilidade pela audiência que é dada a esses programas televisivos, por isso, ela é massa, opinião pública, enfim senso-comum. Ela é um exemplo, quantas milhares de pessoas não pensam e não agem de forma semelhante por esse Brasil afora?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Carta Aberta ao meu amigo Thiago Eduardo

Querido Thiago:

Paz e Bem!

Você me pediu para que eu falasse acerca do papa João Paulo II e deixou registado aqui, para que você não fique sem resposta farei o possível, não para que concorde comigo, mas para que conheça minhas razões e saber o porquê de minha ojeriza ao nome desse papa.
Primeiramente quero dizer que sou cristão, mas não sou romanista, já fui. E se saí da Igreja Papista foi por culpa mesmo desse tal João Paulo II. João Paulo II foi o cúmulo da hipocrisia e da contradição.

João Paulo II lutou para derrubar o comunismo e se aliou ao então presidente dos EUA Ronald Reagan. Esse cidadão se uniu ao Estado capitalista por excelência. Não sou comunista no sentido marxista, embora admire muito à Marx e Engels. O infeliz papa ignorava ou fingia ignorar que o comunismo foi fruto do capitalismo selvagem. Foi fruto da exploração econômica pelos liberais, foi a reação da exploração do homem pelo homem. Claro que o regime Stalinista não foi bom, pelo menos até onde conheço, pois que a mídia ocidental vendida sempre pinta o diabo mais feio do que ele é geralmente.

Se o papa quisesse ser coerente e posar de cristão, deveria condenar primeiramente os EUA e os países capitalistas pela exploração dos países pobres, feito isso poderia erguer sua voz contra o comunismo.

O papa hipócrita criticou os horrores do comunismo mas não criticou os horrores praticados pelo liberalismo econômico em nome da Liberdade e da Democracia. Era um homem de dois pesos e duas medidas.

Por que não criticou os EUA quando esse país atacou o miserável Afeganistão? Por que não criticou a guerra no Iraque que ceifou a vida de tantos inocentes? Para essas coisas fez vistas grossas é como se nada tivesse acontecendo. Que homem hipócrita, era esse João Paulo II!!!

Esses, meu caro, são os motivos políticos, há os motivos religiosos tão escandalosos quanto os políticos.

Em 1988 o "santo homem" excomungou o bispo Marcel Lefébvre e os bispos por ele sagrados em Ecône. Sabe, eu gosto do ritual romanista, conhecido como Missa de São Pio V, repleto de simbologia e beleza. O referido bispo só tentou conservar o patrimônio de sua igreja e por isso foi excomungado e maltratado. Durante algum tempo fui tradicionalista, até o dia que os padres de Campos se humilharam e deram o beijo de Judas na Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X, pedindo perdão ao papa.

João Paulo II por meio do então Prefeito Para a Sagrada Congregação da Doutrina e da Fé, o Cardeal Ratzinger, ordenou que o ex-frade Leonardo Boff se calasse por causa de sua obra Igreja, Carisma e Poder. Silenciar Boff foi uma das piores coisas que o falecido papa fez, pois ele era um dos melhores homens da igreja. Mas ele foi silenciado porque ameaçava o status quo da igreja romanista.

Ele que era tão tolerante com as outras religiões, que pregava a tolerância, não tolerou seus filhos. Beijou o Corão mas não aceitou as críticas de Boff; Tolerou outras religiões e outras fés, mas não tolerou Marcel Lefébvre, recebeu o tilak de uma sacerdotisa hindu, mas recusou a receber as críticas dos tradicionalistas.

O que mais me deixou espantado não foi ter beijado o Corão ou ter recido o tilak, mas o fato de ter apoiado e recebido em audiência o "padre" Marcelo Rossi, um homem alienado e alienante, ele tolerou o Marcelinho porque este lhe deu retorno financeiro e fiéis cuja obediência era cega, Marcel Lefébvre lhe deu ovelhas críticas e Boff apoiava e apóia os pobres.

Então meu caro estas são minhas razões, carregadas de subjetividade mas também de razões. Apenas, respondi ao que você pediu. Não escrevi para agradar, mas para deixar minhas impressões sobre o papa de infeliz memória.

Sem mais, deixo à você meu fraternal abraço.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A descoberta do Brasil

No dia 22 de abril de 1500 Pedro Álvares Cabral descobria o Brasil. Descobria mesmo? Hoje já não se acredita que a descoberta foi por um feliz acaso. Realmente não sei que mérito tem esse senhor, cujo nome é Pedro Álvares Cabral.

O que temos para celebrar neste dia? A descoberta do Brasil pelos portugueses foi algo bom? Foi para eles, foi um senhor negócio. Claro, poderia ter sido pior, o Brasil poderia ter sido colonizado pelos holandeses, e nesse caso o Brasil seria um gigantesco Suriname, ou uma segunda África do Sul, situada na América com seu apartheid. O Brasil é um país ruim? É, mais em vista de outros, aqui é um paraíso, imagine o(a) querido(a) leitor(a) se fôssemos colonizados pelos franceses, esse país seria um enorme Haiti.

Talvez a data de hoje passe batida, duvido muito que a maioria dos professores saibam que dia é hoje. Mas a "descoberta do Brasil" como era ensinada na época dos militares já não me atrai. Sabemos que essa farsa do descobrimento foi uma desgraça para nossos indígenas que foram escravizados, torturados, espoliados e mortos pelo homem branco "cristão e civilizado".

E que desde a chegada dos portugueses nossas matas estão desaparecendo pouco a pouco. Desde então estão descobrindo a mata atlântica, descobrindo a floresta amazônica literalmente. O Brasil precisa ser redescoberto, com isso quero dizer, que a história precisa ser recontada e mostrar que nossos "heróis" via de regra eram vilões. E que os mocinhos da história foram tratados como marginais.

A história oficial sempre glorificou os homens brancos, por causa da história oficial criou-se o mito de que o indígena era (esse mito persiste ainda hoje) vagabundo, que não gostava de trabalhar. Que o índio não tem direito à terra porque era nômade e/ou semi-nômade. Que a Igreja só lhes fez bem em catequizar, etc...

Também os negros sofreram horrores sendo tirados de sua terra natal para serem escravizados em terras estrangeiras. Eram tratados como objetos, e os negros que se revoltavam, quantas vezes a história os mostrou como marginais como o Zumbi de Palmares?

O Brasil foi descoberto há 509 anos, falta agora descobrimos a nossa verdadeira história. Quem sabe quando isso ocorrer poderemos comemorar uma data verdadeiramente significativa... Esperemos.

A mídia ensina o povo a falar errado.

No último sábado assisti a entrevista da Lília Cabral no Jornal Hoje, ela é uma mulher bonita, que se expressa bem, atriz, formada em artes cênicas. Tudo ia muito bem, mas no final da entrevista a repórter agradece a atriz, e esta retribui com um: "Obrigada você". Quando se diz obrigado(a) quer se dar o significado de: "Eu sou obrigado(a) a retribuir o favor que você me fez". Claro que ninguém vai dizer isso, a palavra obrigado(a) resume tudo isso. Quantas vezes agradecemos com um obrigado e o nosso receptor diz como a Lília Cabral: Obrigado(a) você. Ou seja você agradece e outro diz: "Sim, isso mesmo você é obrigado(a)". É claro que as pessoas não fazem isso por mal, tampouco o fazem conscientemente. Isso é fruto da ignorância, isto é, da falta do conhecimento da língua pátria. Quando se quer retribuir um obrigado(a), o correto é dizer: Obrigado(a) eu. Desse modo se dará o entendimento correto do agradecimento, isto é, eu é que sou obrigado(a) a retribuir o favor.

Outra pérola que costumamos ver na televisão ou nos cinemas é o famoso "baseado em fatos reais". Gente, por favor todos os fatos são reais, não existem fatos irreais, ou fatos imaginados. "Fatos reais" é uma tautologia. E dessa vez não é culpa das pessoas porque a própria TV e o cinema propagam os "fatos reais", então comumente ouvimos numa conversa e outra o famigerado "fatos reais". Caro(a) leitor(a) quando falarmos de filmes baseados numa história verídica, digamos sem pejo: baseado em fatos! É quanto basta. Até à próxima.

terça-feira, 21 de abril de 2009

O Cristo do Mar

Acabei de ler o conto O Cristo do Mar do escritor francês Anatole France. Por que ler este conto? Primeiramente por ser de leitura rápida, e em nossos dias, gostamos de objetividade, rapidez, por ser uma leitura breve, certamente você terá um assunto literário para conversar com seus amigos e assim deixá-los impressionados.

Vale a pena ler este conto pela linguagem fácil e cativante, um conto, sim, escrito em prosa, mas o teor do mesmo é lírico. É uma leitura que lava a alma, que comove, Dostoiévski disse: "A beleza salvará o mundo".

Outro motivo para se ler este conto: Tem um belo ensino moral. A história trata da vida de pescadores, homens pobres trabalhadores que enfrentavam o mar, mas um dia tiveram suas vidas ceifadas pelo mesmo. Para resumir a história e para que o(a) leitor(a) não perca o interesse pela leitura só posso dizer que este texto é um tapa na cara da cristandade hipócrita.

Não precisa ser cristão(ã) para se ler tão belo texto, pois é apenas um texto literário e não jornalístico ou científico. Caso você venha a ler o breve conto, eu lhe desejo uma ótima leitura e deixo aqui o meu forte abraço a todos que leram minha impressão sobre O Cristo do Mar.

A figura de Jesus Cristo - uma leitura aberta para todos os homens de boa vontade - crentes e descrentes

Jesus é uma das figuras mais cativantes da história humana. Ninguém fica indiferente à Jesus Cristo, ou se ama a Jesus ou se odeia. Não vou discorrer aqui sobre a existência histórica de Jesus, até porque é consenso entre os historiadores de que viveu na Palestina cerca de 2000 anos um homem chamado Jesus e que era um mestre religioso. Há quem negue sua existência histórica por ódio ou por ignorância, seria o mesmo que tapar o sol com a peneira.

O que me cativa em Jesus de Nazaré é sua identificação com os pobres, desvalidos, enfermos, enfim todos os marginalizados. E por isso tudo sou cristão. Porque o cristianismo é antes de tudo práxis, prática do amor e não sermões sobre coisas mirabolantes.

É emocionante ver como Cristo condena os ricos, as riquezas e como ama os pobres. A meu ver Jesus foi o maior socialista de todos os tempos. Pois ensinou que quem ama deve repartir. Não ensinou a violência de Robespierre nem as atrocidades da ex-U.R.S.S.

Vejo o cristianismo como a religião da alteridade, isto é, voltada para o outro, ao menos foi isso que Jesus ensinou durante o seu ministério.

Para quem já leu os Evangelhos independente de crer neles, bem sabe que Jesus se apresenta como Filho de Deus e como igual à Deus. E nesse ponto ele foi didático. Por quê? Porque sendo Deus se identificou com os marginalizados, com aqueles que eram considerados lixo pela sociedade de então e também por nossa sociedade.

No capítulo 25, 31-46 do Evangelho de São Mateus temos a cena do juízo final onde ele, Jesus se identifica com os desvalidos. Cristo mostra aí que o verdadeiro cristianismo é amar os necessitados não de boca, mas de coração e esse amor se manifesta no serviço aos necessitados. Se Jesus é Deus, onde devo encontrá-lo na Igreja? Esse seria o raciocínio lógico, todos os povos sempre procuraram Deus ou seus deuses nos lugares sagrados, templos. Mas a Jesus ninguém o encontra nas igrejas, missas e cultos, não. Jesus é encontrado fora das igrejas: nas ruas, nos hospitais, asilos, orfanatos, cadeias, etc. Um Deus que é encontrado em lugares nada santos! Ao menos para os "santarrões" de plantão. Acontece que Jesus santificou esses lugares, pois onde há um sofredor lá está ele.

O critério de julgamento de Cristo não é saber quantos rosários você desfiou, quantas missas assistiu, quantas vezes comungou, de quantos cultos participou ou quantas vezes leu a Bíblia. Nada disso. O critério de julgamento dele é: "todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes." e "todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer". Esquisito não? Mesmo um ateu que ama o seu próximo e lhe faz o bem, na verdade (em minha visão é claro) serve a Cristo. Pois o critério de Jesus nem é a fé, mas o amor, a caridade. Daí Allan Kardec dizer com razão: "Fora da Caridade não há Salvação".

Quando mais moço li a Odisséia de Homero e me recordo que Ulisses se disfarçou de mendigo e foi acolhido por seu servo Eumeu. Mas sofreu todo tipo de ultraje, escárnio e humilhações pela nobreza parasitária que desejava esposar Penélope. Grande lição, as pessoas conhecem-se tão somente pelas aparências. Isso mostra como os potentados gostam de humilhar os mais fracos por sua aparência frágil. No final Ulisses remete seus inimigos ao Hades.

São João Crisóstomo disse com muita razão: “Queres honrar o Corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem o honres aqui no templo com vestes de seda, enquanto lá fora O abandonas ao frio e à nudez. Aquele que disse: isto é o meu Corpo, confirmando o facto com a sua palavra, também afirmou: vistes-me com fome e não me destes de comer; e ainda: quantas vezes o recusastes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o recusastes. No templo, o Corpo de Cristo não precisa de mantos, mas de almas puras, mas na pessoa dos pobres, Ele precisa de todo o nosso cuidado". Homilia 50 sobre o Evangelho de Mateus.

Como havia dito no início do texto, o cristianismo é prática e não blá blá blá e nhenhenhem. Os que se dizem cristãos em sua maioria nunca seguiu os ensinamentos de Cristo. E inculpavelmente Cristo é odiado por essa raça de víboras. Termino este texto com uma frase retirada de um sermão de Santo Antônio de Pádua: "Cessem as palavras e comecem as ações".

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A Astrologia não é ciência

Um leitor deste blog reclamou por eu ter preconceito contra a astrologia. Na verdade não tenho preconceito contra a astrologia, eu seria preconceituoso se de fato não tivesse estudado, lido e ouvido a opinião dos cientistas. A astrologia não é uma ciência conforme ensinaram grandes cientistas e dentre eles o inesquecível Carl Sagan. A astrologia é uma superstição que deseja a todo custo se passar por ciência.

Com toda a minha honestidade só posso afirmar que a astrologia é uma pseudociência, isso porque tem caráter subjetivo, não tem métodos sérios, e não passa pelo teste de falseamento. Sei que deve ser duro para uma pessoa que crê em horóscopos ler ou ouvir tais coisas, mas é verdade, a astrologia é um engodo!

Espero que o(a) amigo(a) leitor(a) tenha paciência e clique nas palavras linkadas a fim de saber mais sobre o assunto que estamos falando. Já está mais que provado que a astrologia nunca foi, não é, e jamais há de ser ciência.

Para provar que a astrologia é totalmente anticientífica só repito o que disse o professor Kepler de Oliveira: Mas ao contrário da Astronomia, ela não incorpora as teorias científicas e assume que a Terra está no centro do Universo, rodeada pelo Zodíaco, e a definição dos signos ignora a precessão do eixo de rotação da Terra.

Santo Agostinho de Hipona mui sabiamente escreveu contra a astrologia: "Porventura se diz tal coisa, porque, enquanto um deles andava, o outro estava sentado, quando um dormia, o outro permanecia acordado, se este falava, aquele se conservava calado, pormenores que escapam aos que escrevem sobre a posição dos astros em que cada qual nasce e sobre que se consultam os matemáticos? Um deles foi servo mercenário, o outro não serviu; um era amado pela mãe, o outro, não; um perdeu a honra, tida em grande estima entre eles, o outro, não; o outro obteve-a. Quer dizer de suas esposas, seus filhos e sus riquezas? Quanta diversidade! Logo, se isso pertence àquelas insignificâncias de tempo que medeiam entre os gêmeos e não se atribui às constelações de outros, se dizem semelhantes coisas?”(Santo Agostinho, Cidade de Deus, Parte I, 191-194, Ed. São Francisco, 2003)

Sem mais, fim de papo.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Por um Big Brother Brasil inteligente!

Recebi hoje em meu e-mail uma mensagem enviada por meu amigo Alex Altofer e quero compartilhar com você leitor(a). Eis o texto:

A cantora e ativista Rita Lee teve uma daquelas idéias
brilhantes, dignas do seu gênio criativo.
Reclamando da inutilidade de programas como o Big
Brother, ela deu a seguinte sugestão:
- Colocar todos os pré-candidatos à presidência da
República trancados em uma casa, debatendo e discutindo
seus respectivos programas de governo. Sem marqueteiros,
sem assessores,sem máscaras e sem discursos ensaiados.

Toda semana o público vota e elimina um.

No final do programa, o vencedor ganharia o cargo
público máximo do país.

Além de acabar com o enfadonho e repetitivo horário
político, a população conheceria o verdadeiro caráter dos
candidatos.

Assim, quem financiaria essa casa seria o repasse de
parte do valor dos telefonemas que a casa receberia e
ninguém mais precisaria corromper empreiteiras ou empresas
de lixo sob a alegação de cobrir o 'fundo de campanha'.

A idéia não é incrivelmente boa?

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e faça coro pela campanha:

Casa dos Políticos, já!!!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Qual é o seu signo?

Se tem uma coisa que me deixa p da vida é quando alguém me pergunta: "Qual é o seu signo?".
Quando alguém faz esse tipo de pergunta sugere, ainda que inconscientemente que nem ela nem o interpelado tem vontade, livre-arbítrio, que são como máquinas programadas pelos astros a se comportar de tal ou qual maneira. Acreditar na astrologia traz implicitamente consigo o crer no fatalismo. "Estava escrito nas estrelas". Como alguém pode acreditar que é regido por tal ou qual astro, como se comportamentos fossem fabricados pelos astros? E no entanto é comum se ouvir por aí a pergunta: Qual é o seu signo?

Acreditar na astrologia implica necessariamente descrer do livre-arbítrio, e isso traz graves consequências se levarmos esse raciocínio até o fim. Se um elemento comete um homicídio ele deixa de ser o responsável pelo crime e passa a ser uma vítima do cruel destino que o forçou a fazer tal. Ele, é então inocente e não pode ser condenado porque ele é de tal signo que está sob as influências de tal e tal planeta. Adeus, direito! Mas a maioria das pessoas é incoerente e não leva até o fim seus raciocínios ilógicos. Pois quando Lindemberg matou a jovem Eloá, o povo quis linchá-lo, ninguém se preocupou em saber de que signo ele era. Pois se é assassino, se o seu comportamento é assim é devido ao seu signo com ascendente em Marte.

Os astros que as pessoas pensam dirigir suas vidas não pensam, sequer tem consciência de suas próprias existências e mesmo assim as pessoas crêem piamente que os astros governam suas vidas. Como é que algo que não tem inteligência e vontade pode dirigir aos homens que tem inteligência e vontade?

Seria menos grave se os que crêem nesses engodos fossem pessoas de pouca instrução, mas o que tenho visto é que pessoas com formação superior acreditam nessas tolices. Pois na escola onde trabalho, uma professora perguntava a outra de que signo era e logo em seguida diagnosticava o comportamento: "Ah, todo taurino é assim!". O que essas pessoas que ensinam crianças e adolescentes fizeram quatro anos na faculdade? O que leram? Sinceramente nem parece que tem curso superior. Se não as conhecesse eu diria tratar-se de conversas de serventes. Mas para meu maior desgosto eram professoras.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Religião e Política


Mahatma Ghandi disse mui sabiamente: "... não entendem nada de religião aqueles que afirmam que ela nada tem a ver com a política".
Os conservadores como Olavo de Carvalho e seus sectários, assim como a TFP e associções do mesmo jaez afirmam descaradamente que a religião nada tem a ver com a política, que a única função da religião é a salvação das almas, ou que os pobres são pobres porque pecaram eles ou seus pais, ou ainda que isso tudo é vontade de Deus e que por isso mesmo não devemos querer compreender os seus desígnios.
É óbvio que eles fazem isso para manipular as massas e manterem seu status quo e assim manterem seus privilégios em cima dum cristianismo falso. A religião nesses moldes é alienante porque tolhe a liberdade do indivíduo, e este tem tanto medo de pensar por si, que deixa que outros pensem por ele, mas esse medo em grande parte deriva do medo de ser castigado com os castigos sem fim do inferno, destinado aos rebeldes. Quando Marx disse que "a religião é ópio do povo" quis afirmar que a religião os deixava aliviados e sem vontade de lutar por um mundo mais justo e fraterno, uma vez que se suportassem sua cruz dignamente teriam uma felicidade eterna no céu.
Infelizmente o cristianismo tem se aburguesado desde o surgimento do protestantismo, e hoje a fé não precisa ser acompanhada das obras, um grande triunfo de Lutero. Nos primeiros séculos do cristianismo a salvação se dava pela fé e pelas boas obras. Os cristãos viam nos pobres o próprio Cristo, necessitado e indefeso. Hoje a salvação se dá por práticas religiosas como rezar pencas de terços, comungar pelas primeiras sextas-feiras durante nove meses e coisas ainda mais bizarras. Do protestantismo nem vou falar uma vez que é individualista.
A religião deve sim ser ligado à transformação do mundo, e ninguém foi mais político do que Jesus de Nazaré. Ele foi o primeiro e o maior socialista que apareceu no mundo. Esse cristianismo que nos é apresentado nada tem a ver com o cristianismo ensinado por Jesus Cristo. Quem vê esse cristianismo egoísta pensa que o cristianismo surgiu ou na Alemanha com Lutero ou na Suiça com Calvino.
Termino este meu texto com a citação de outro sábio, Clemente de Alexandria: "Viste teu semelhante, viste a Deus".

As doenças são muitas vezes provocadas por nós mesmos

Mahatma Ghandi afirmou em seu livro A Única Revolução Possível que: "As enfermidades são os resultados não só dos nossos atos como também dos nossos pensamentos". E Ghandi estava certíssimo, muitas de nossas enfermidades nós as produzimos pelo estilo de vida que levamos: sedentarismo, alimentação não balanceada, "baladas" (no caso dos mais jovens), etc.

Nossas emoções também podem causar um grande estrago em nossas vidas, como já foi mais que provado. Por que cultivarmos emoções negativas se podemos cultivar as boas emoções e assim aumentar nossa qualidade de vida? Creio que muitas pessoas nem supõem que suas emoções negativas podem provocar doenças, caso contrário não cultivariam tais emoções.

Então não adianta você leitor(a) vitimizar-se afirmando que tem qual ou tal doença. Muitas doenças suas foram provocadas por seus atos, outras são devidos suas emoções. Penso que é chegada a hora de revermos nossos conceitos, pois também eu sou responsável pelas doenças que tenho.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Encíclica Deus caritas est - Deus é Amor

Terminei de ler anteontem a carta encíclia do papa Bento XVI DEUS CARITAS EST e confesso que gostei, o estilo é muito agradável e o Sr. Ratzinger se revelou muito culto através desse escrito, compactuo com muitas de suas ideias. Entretanto sabemos que o papa diz na teoria é bem diferente na prática, caso contrário não moraria num palácio, nem viveria como um nababo. Mas Jesus disse: "Então falou Jesus às turbas e aos seus discípulos, dizendo: Sobre a cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Observai, pois, e fazei tudo o que eles vos disserem, mas não imiteis as suas ações, porque dizem e não fazem." (Mt.XXIII,1-3).



Não importa quem o disse mas o que foi dito, se o que o papa falou é bom, belo e verdadeiro então temos o dever de segui-lo.



Nessa carta encíclica o papa fala do Amor de Deus, do Eros e também do amor ágape, na primeira parte, na segunda parte, ele aborda as práticas da caridade e justiça social. A respeito da caridade, o papa demonstrou que os mosteiros do Egito sempre socorreram os pobres a ponto de as autoridades civis confiarem uma parte de trigo para que os mosteiros e igrejas distribuíssem entre os pobres.

Bento XVI também aborda a admiração de Juliano pela prática de caridade dos cristãos a quem o dito imperador chamava de "galileus". É pena que o cristianismo não mais suscite a admiração de seus adversários.

Me chamou a atenção que o papa dá uma certa razão a crítica marxista, bom sinal. Parece que Bento XVI entende de filosofia e sabe expor o seu pensamento bem diferente de seu predecessor, João Paulo II, de inglória memória. O mérito desta encíclica é que o papa soube distinguir com perfeição a caridade da justiça. Afirmando que cabe à Igreja a caridade e ao Estado a justiça. E mesmo que o Estado suprisse todas as injustiças, afirma o papa romano que ainda assim, a caridade teria o seu lugar, pois sempre haverá sofredores para confortar e aliviar e o homem mesmo não tendo necessidades materiais ainda assim teria necessidade do amor. Reitero que foi uma imensa satisfação ler esta encíclica. E quem quiser ler, sendo cristão ou não, terá bons momentos de prazer pela leitura de estilo agradável e de ideias ricas, ainda que discorde totalmente do papa. Desta vez tenho que dar o braço a dizer e confessar a verdade, a Carta Encíclica DEUS CARITAS EST é muito boa. Como dizia o bom e velho padre Vieira: "Justiça seja feita até ao demônio".

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A inutilidade das orações para pedir graças e bênçãos

Epicuro disse mui acertadamente: "É inútil pedir aos deuses, o que podemos obter por nós mesmos". Hoje vemos segmentos de igrejas neopentecostais fazendo correntes e campanhas para desempregados e "encalhados", isto é, aqueles e aquelas que não conseguiram se casar.
As pessoas podem obter um bom casamento e um bom emprego por si mesmas, sem recorrer à orações, correntes e campanhas. Mas revelar essa verdade ao populacho não seria bom, porque implicaria em perda financeira. É por isso que desejam manter seus sectários na ignorância, para que possam lucrar em cima dessas coisas. "Não conseguiu casamento, irmão? Participa da campanha que Deus proverá uma mulher virtuosa para você, conforme está escrito em Provérbios 31". E essas criaturas tolas acreditam nessa conversa mole para boi dormir e abrem suas carteiras, dão o seu dinheiro e muitas vezes continuam solteiros, outras vezes casam com mulheres que não são nada virtuosas.
Nas facções neopentecostais é muito comum correntes para conseguir emprego, nesses cultos acorrem muitas pessoas desesperadas, que desejam um emprego a qualquer custo. E uma vez mais o pastor os convence a dar o pouco dinheiro que tem: "Irmão, você precisa ter fé, como deseja um emprego se você não confia em Deus, você precisa dar uma contribuição". Mais uma vez a ovelha sem pastor cai no conto do vigário e abre a carteira, mostra que tem fé tal qual um novo Abraão, e não consegue o emprego tão almejado e quando consegue é um subemprego, não pela falta de fé, mas pela falta de estudo, falta de estudo que os líderes religiosos apóiam, porque esse é o motivo de seus ganhos financeiros.
Emprego, casamento, saúde podemos conseguir tudo isso por nós mesmos sem recorrer à Deus, santos, demônios e outras entidades.